quarta-feira, 30 de julho de 2014

A MORTE - ESSA INCOMPREENDIDA.

 
Os antenados leitores certamente já cansaram de ver vídeos, powerpoints, e-mails sobre como o planeta Terra é infinitamente menor do que um micro-nano-cocô em relação ao universo - conhecido!

Acompanham, invariavelmente, frases de efeito sobre como somos pequenos além de nefandos guias de autoajuda sobre nosso desenvolvimento espiritual, sobre como devemos ser ecologicamente corretos, sustentáveis e blghlfgrfngss...

Quando essa chatura acontece comigo, costumo chegar na janela e olhar as pessoas na rua.
Ou, muito melhor, se estiver no litoral, olhar para o mar.
Em ambas as situações a impressão que me fica é a mesma:
ali, a poucos metros, estão universos tão ou mais complexos do que a Via Láctea (outro micro-nano-cocô na conjuntura universal);
cada um no seu cada um.

E penso também na seguinte situação: se temos um formigueiro na horta e as formigas estão comendo as plantas, mandamos ver num formicida ou jogamos gasolina e ateamos fogo.
Em minutos destruímos uma intrincadíssima sociedade formigal, vida que segue e ninguém garante que a mesma coisa não possa acontecer com a humanidade.

Dada essa imensidão, no meu modo de ver é uma grande pretensão, arrogância, medo do desconhecido ou simples burrice pensar que não existem outras formas de vida no universo.
Como comprovam os incontáveis ovnis que pululam nos céus do mundo inteiro.

Porém, acho que esses caras são tão perdidos como nós.
Em escala de tempo universal eles devem estar uns quinze minutos à nossa frente tanto em bobeira e curiosidade quanto em tecnologia.
Aí eles chegam, olham, catalogam, concluem que devem ter coisas mais interessantes em outros lugares e se pirulitam.
Não vale nem gastar o “formicida”. Ainda bem.

E, finalmente, chego ao tema do título.
Como somos de uma ignorância imensurável, o medo da morte sobrepuja tudo. Então, tome de religião, comunicação com espíritos, vidências, reencarnações e tantas outras tentativas de aplacar o atávico medão do desconhecido.
Que resultam em nada é claro.
Mas, para muitos, servem de muletas nesta dura jornada mente adentro.

Minha muleta é mais otimista: não concebo, ao me libertar dessa vidinha, ficar zanzando por aqui.
Tem um puta dum infinito me esperando lá fora e eu vou ficar no cu do universo, em torno desse planetinha, zumbizando, remoendo besteiras e pentelhando os incautos?
Só se for de jeito nenhum!

2 comentários:

  1. Através do telescópio Hubble, cientistas já descobriram asteroides ricos em água, donde se pode concluir que ocorreu este "sistema de entrega" no planeta Terra em seus primórdios, gerando vida. A despeito do universo nos reservar a existência num grãozinho de areia, a egocêntrica, pretensiosa e arrogante raça humana entendia até quinhentos anos atrás que éramos o centro de tudo. É óbvio que existem outras formas de vida neste mundão aí fora, provavelmente regidas por outros comandos interiores, sem nenhum interesse em agredir, mas tão somente em coexistir. Dá para imaginar assim através da perspectiva israelense e do Hamas?
    Vitor Lemos

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    1. Acho até compreensível o egocentrismo uma vez que a ignorância geralmente produz a arrogância.
      O que não dá pra aceitar é essa ridícula disputa pelo "domínio" desse planetinha perdido no universo.

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