quarta-feira, 30 de abril de 2014

RELATIVIDADES

Isaac Newton acreditava em um tempo absoluto, que seria como uma espécie de tempo universal, onipotente, quase divino - o mesmo para todos, em todos os lugares. Em outras palavras, uma pessoa que estivesse no Pólo Norte da Terra experimentaria o tempo da mesma maneira que uma pessoa que estivesse em Marte.
A visão de Newton sobre o tempo o mantinha separado do espaço. Porém, quando Albert Einstein introduziu sua Teoria da Relatividade no começo do século 20, ele sugeriu que tempo e espaço não eram separados, mas sim que estavam interligados. Tempo e espaço se combinavam para formar o espaço-tempo, e todos mediriam suas experiências nele de maneira diferente porque a velocidade da luz (300 mil quilômetros por segundo) é a mesma para todos os observadores.
Isso significa que alguém que se move pelo espaço-tempo vai experimentá-lo diferentemente em pontos diversos. O tempo parecerá mais lento na proximidade de objetos maciços porque o espaço-tempo é distorcido pelo peso. Essas previsões foram confirmadas na prática. Em 1962, cientistas colocaram dois relógios atômicos no topo e no fundo de uma torre de água. O relógio no fundo, mais próximo ao centro maciço da Terra, funcionou mais devagar. Einstein deu a esse fenômeno o nome de dilatação temporal.
(Enquanto isso, Bob Marley não estava nem aí pra essas teorias...)

terça-feira, 29 de abril de 2014

"CAGAI-VOS QUE O BICHO VAI PEGAR"

Paulo Malhães (foto),
nosso Saddam de Nova Iguaçu,
foi pro saco.

Antes dele em 2012, outro coronel, o Julio Molina, também foi assassinado em Porto Alegre.

Ambos deitaram e rolaram torturando nas décadas de 70 e 80.
Ambos guardavam arquivos altamente comprometedores.
Ambos estavam falando demais.

Chega, né?

Pra mim, isso é o aviso que está no título.
(Frase tirada de um texto primoroso do Marcelo Mirisola.)

segunda-feira, 28 de abril de 2014

TADIM DELLE

 
Do UOL, em Maceió - 28/04/201415h12 Atualizada 28/04/201415h38

“Quem me devolverá o que me foi tomado?”

O ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) usou a tribuna do Senado nesta segunda-feira (28) para comemorar a última absolvição no processo a que respondia no STF (Supremo Tribunal Federal) por acusações à época em que era presidente, e questionar: "quem vai me devolver o que me foi tomado?".

Collor citou que a "angústia" e o "padecimento" por 22 anos que acabaram com a inocência declarada pelos ministros na última quarta-feira (24). Collor foi absolvido pelo STF por falta de provas no processo em que era acusado de chefiar um esquema receber propina para facilitar licitações.

COMENTÁRIOS
antilula 59 minutos atrás
e quem vai devolver o que esse cidadão, e sua laia nos roubou???

(Comentário meu: Quem? Quem?? Quem??? Ninguém.
Nem o que elle roubou nem o que vem sendo roubado desde 1500...) 

domingo, 27 de abril de 2014

ESTATÍSTICAS...

 
... São, normalmente, favoráveis a quem as utiliza.
Ou seja, não servem pra muita coisa.
Mas, convenhamos: ao compararmos duas partidas acontecidas hoje, sendo uma pelo campeonato inglês e outra pelo campeonato brasileiro, é inevitável um certo desconforto (como diria a “voz marcante” de Leo Batista).

Se não, vejamos:

Liverpool 0 X 2 Chelsea                 Corinthians 2 x 0 Flamengo

    18 faltas (9–9)                                 28 faltas (14–14)

      11 Chutes a gol (7–4)                          6 Chutes a gol (2–4)

     9 Defesas difíceis (2–7)                       7 Defesas difíceis (5–2)
 
Lembrando que Liverpool X Chelsea foi pela 36ª. rodada do campeonato inglês e Corinthians X Flamengo pela 2ª. rodada do brasileiro.
 
E se fizermos essa comparação toda semana, a conclusão é que só mesmo a paixão faz a gente continuar com o futebol tupiniquim.

ARTE NÃO TEM PÚBLICO

 
Mais uma constatação da pobreza cultural desse país grande e bobo.

Realizada no segundo semestre de 2013, a pesquisa Públicos de Cultura teve como propósito produzir uma ampla investigação sobre os hábitos e práticas culturais do público brasileiro.

2.400 entrevistas, com distribuição geográfica em 139 municípios em área urbana de 25 estados, das cinco regiões que compõem o país (Sudeste, Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste), estratificada por localização do domicílio (capitais, regiões metropolitanas e interior) e pelo porte dos municípios (divisão em tercis regionais: pequenos, médios e grandes). Coleta dos dados de 31 de agosto a 8 de setembro de 2013.

Síntese -

89% nunca foram a um concerto de ópera ou música clássica em sala de espetáculo e 83% em qualquer outro local.
[Ópera, segundo Onassis, não passa de um bando de chefs italianos gritando receitas uns para os outros, mas, tem muita gente que gosta - e mais gente devia gostar. Em compensação, música clássica devia ser difundida nas escolas.]

75% nunca foram a espetáculos de dança ou balé no teatro.
[Segundo o Millôr, o balé é uma perda de tempo no espaço.
Mas, isso é sacanagem...]

71% nunca estiveram em exposições de pintura, escultura e outras artes em museus ou outros locais e 70% nunca foram a uma exposição de fotografia. [Como solução para esse item, aguardamos, ansiosos, Sebastião Salgado em praça pública - "de grátis".
Pi-ri-go, hein?]

61% nunca assistiu uma peça de teatro em qualquer lugar.
[Mentira. De dois em dois anos, temos os programas eleitorais na TV. Teatro de péssima qualidade com péssimos atores mas...
É teatro!]
57% nunca assistiu uma peça no teatro e a um show de música em sala de espetáculo.

Por outro lado, as únicas atividades cuja maior parte das pessoas pesquisadas afirmou já ter realizado foram:
Assistir a um filme em casa ou outro lugar diferente do cinema (91%), dançar em bailes e baladas (80%), ir ao cinema (78%), ao circo (72%), ler um livro por prazer (69%) [Como se lê um livro sem prazer?], assistir a um show de música em casa ou outro local diferente de casas de espetáculos (69%) e a ida a bibliotecas (58%). [Deve ser assim que se lê um livro sem prazer: indo à biblioteca por obrigação escolar, profissional, por aí.]

Dentre as principais razões citadas para não realizarem as atividades, os motivos se equilibram entre não gostarem de determinadas atividades e não existirem algumas delas na cidade.

Por fim, os principais meios pelos quais os entrevistados se informam sobre as atividades culturais a que costumam ir são as sugestões de amigos, parentes e colegas (41%), a divulgação na mídia (36%) e a internet (25%) [Essas três opções são interligadas: as pessoas se informam através de amigos, parentes, colegas que se informam através da mídia que pauta a internet. Um círculo vicioso.]

A maioria das pessoas entrevistadas afirma gostar de observar os principais elementos culturais e artísticos da cidade, tais como parques (89%), arquitetura em geral (73%), luzes artísticas e decorativas (70%) [Tá vendo? Nossos governantes estão antenados com a cultura. Vide as monstruosidades que são colocadas nas ruas nos finais de ano. Ou seja, bota luzinha que o povo fica feliz e "cultural".], monumentos e estátuas (68%), propaganda e publicidade (54%) [Propaganda é "elemento cultural"? Isso só pode ser brincadeira. Vide post abaixo.] e grafites/murais (49%).

É importante ressaltar que 26% dos entrevistados afirmam que não gostam de exposições artísticas [Aposto que é por causa dos "cult" de ocasião que ficam pavoneando, em voz alta, suas observações decoradas dos cadernos de fim de semana dos Globos e Folhas da vida] e outros 26% que não sabem ou nunca foram a uma.

Dentre os gostos musicais, 40% indicam que o Sertanejo é o estilo favorito [Oh, Céus! Que vergonha!] e a MPB aparece em segundo lugar com 23%. As danças prediletas são o forró, 22%, dança de salão, 11%, e samba também com 11%.

O resultado da pergunta sobre a quantidade de livros lidos nos últimos 6 meses revela a frequência literária do público: 58% dos entrevistados não leram nenhum livro nesse período.

Os temas literários mais procurados são romance ou ficção, seguidos pela bíblia [Duvido. Isso é resposta de quem tem vergonha de dizer que não lê ou dos evangélicos que dizem ler a Bíblia, mas só decoram as passagens que interessam e, depois, umedecem o santo livro no sovaco.] e por livros de cunho religioso e espiritualista.

No que concerne à TV, 62% afirmam assistir apenas aos canais abertos e 28% tanto a TV aberta quanto a por assinatura.
Os principais produtos culturais vistos na TV são as novelas (54%), filmes (52%) e os jornais de notícias (44%). [Faltou o Faustão!]

Mais de oito em cada dez pesquisados possuem telefone celular, mas ainda é baixa a proporção de pessoas que o utilizam para outras finalidades que não a de fazer e receber ligações como comunicar-se por SMS (34%), fotografar/filmar (17%), usar internet (17%), ouvir música (16%), conectar-se às redes sociais (12%) [De setembro 2013 para cá, com certeza esse percentual já aumentou.] e jogar (8%).

sábado, 26 de abril de 2014

TROFÉU VERGONHA ALHEIA

 
Alertado por um amigo, só hoje tive o desprazer de assistir esse VT que é um primor de patética babaquice.

Tudo bem que, mais do que nunca, os caras estão fazendo qualquer coisa por dinheiro. Vide Roberto Carlos com Friboi, Bial com Big Brother e tantos outros exemplos dignos de vômito ou chute na televisão. Mas, o Milton Nascimento podia ter ficado fora dessa turma...

Pra elevar ainda mais a tragédia, seguem declarações dos responsáveis por essa pérola:
“Segundo Benoît Angenieux, gerente de marketing de Danette, com o vídeo 'Amigos Amigos', Danette volta a se comunicar com seu público brincando com a ideia de que nem uma grande amizade resiste ao produto. Com o conceito ‘Amigos, amigos. Danette à parte’, o filme gira em torno da amizade de dois rapazes e mostra situações cotidianas que reforçam o sentimento de união.”

“Criar esse comercial que marca a volta da Danette à mídia foi uma grande oportunidade que a Danone nos deu”, comenta Laura Esteves, diretora de Criação da Y&R. A criação da campanha é de Felipe Pavani e Julio D'Alfonso sob direção de Criação de Rui Branquinho, Flavio Casarotti e Laura Esteves.


LED ZEPPELIN NO KENNEDY CENTER

 
John Lennon, quando os Beatles se apresentaram para a realeza, soltou a antológica frase “Os que estão no balcão podem aplaudir. Os que estão na plateia balancem suas joias”. (Ou algo parecido)

Isso quase se encaixaria perfeitamente em 2012 quando o Led Zeppelin foi homenageado no Kennedy Center Honors. Com direito a Obama, Michelle e centenas de personalidades, todos os presentes deveriam balançar suas joias.

Mas, o que se viu foi um show da melhor qualidade com todos se rendendo a essa banda que, nas palavras de Jack Black, é a maior da história do rock. Heresias à parte, o show é emocionante mesmo.


sexta-feira, 25 de abril de 2014

CANTA A PRIMAVERA, PÁ!

40 anos da Revolução dos Cravos.

O Público, de Lisboa, começa assim a matéria principal sobre a data:
Salgueiro Maia exigiu ser sepultado em campa rasa e sem honras de Estado. Maia comandou a coluna de tanques que saiu de Santarém e que teve a delicadeza, o civismo, o sonho de parar num semáforo antes de derrubar a mais longa ditadura da Europa. Primeira imagem do 25 de Abril: a cara de menino de Salgueiro Maia. Primeiro gesto da dimensão do irreal: respeitar o vermelho, olhos postos no verde, numa noite ainda escura.

Chique.
Como também é este vídeo:


(Valeu, Matias.)

TÁ ACHANDO RUIM?

Então prepare-se para o que vem por aí.
Porque é essa galera que vai chegar ao poder daqui a pouco.
(De minha parte, com uma sortinha, quando isso acontecer, já terei me pirulitado.
Mas, fica a preocupação pelos descendentes...)
 
UMA ELITE PERDIDA
 
As formaturas de arromba do ensino
médio são um retrato dos pais
que não dizem “não” aos filhos
 
RUTH DE AQUINO
 
22/04/2014 07h00 - Atualizado em 22/04/2014 08h15
 
Como reagem os pais quando o filho adolescente conclui o ensino médio e exige uma festa de arromba que custa R$ 3.567 por cabeça? A megafesta dura sete horas, começa às 23 horas e, além de bebida alcoólica a rodo e uma UTI móvel, conta com shows que podem variar de Valesca Popozuda e Mr. Catra a outros tão edificantes quanto.
 
Será assim a confraternização de 246 alunos que se formarão no ensino médio do tradicional Colégio Santo Inácio, no Rio de Janeiro. O que fazem os pais? Eles pagam e aprovam.
 
A elite brasileira perdeu o rumo? Serão esses pais os mesmos que se escandalizam com o Congresso, os políticos, os mensaleiros e a Petrobras? Essas “festas de gala” são promovidas pela empresa Forma Ideal Obah, que domina no Rio o mercado de formaturas do ensino médio.
 
Ela se gaba de “reinventar” a colação não só do Santo Inácio, mas de colégios como Santo Agostinho, São Bento, São Vicente de Paulo, Cruzeiro, Pedro II, Corcovado, Ceat, Escola Parque, Escola Naval e PH. Uma conta básica sugere que a empresa receberá dos alunos do Santo Inácio quase R$ 900 mil para organizar “a concretização de um sonho”, como dizem no site.
 
O contrato tem 20 páginas. Não assinar significa manter o filho à parte da Festa (com maiúscula) e de churrascos, promovidos pela Forma Ideal Obah como ensaios para a apoteose de dezembro. Os alunos ajudam a cobrir os custos, vendendo, em nome da empresa, 1.500 convites extras a R$ 300 cada. Organiza-se um mutirão para ajudar a Forma Ideal Obah a arrecadar mais R$ 450 mil. Sensacional.
 
Houve divergências no Santo Inácio. Uma minoria lúcida de pais foi contra a festa, por achar tudo absurdo. Mais que o preço, o formato, o objetivo. Que mensagem de desperdício a festança transmite a esses adolescentes, num Brasil em que só 54% dos jovens de 15 a 17 anos estão no ensino médio, segundo pesquisa do IBGE do ano passado? Pouco mais da metade! Mais um dado alarmante: 59% de nossos jovens entre 18 e 20 anos não tinham concluído o ensino médio em 2013, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
 
Quem conclui o ensino médio em nosso país, portanto, já faz parte de uma elite. É sobretudo nessa fase que se formam cidadãos conscientes. Ou não. Pergunto aos pais dos alunos do Santo Inácio: o que poderia ser feito com R$ 3.567? Eles aprovam por quê? Não sabem dizer “não” ou acham lindo?
 
Tentei falar com a direção do colégio, não fui atendida. A assessoria de comunicação afirma que a participação dos pais na comissão de formatura foi um pedido do Colégio Santo Inácio às famílias dos formandos, devido à polêmica causada por algumas atrações dos shows de 2012, consideradas “inadequadas e irreverentes demais para adolescentes”. O Santo Inácio diz não ter vínculo nenhum com a empresa ou a festa.
 
...
 
Uma das maiores vantagens, dizem os adolescentes, é “bebida liberada... porque não existe formatura sem bebida”. Esse detalhe já rendeu casos de coma alcoólico, segundo relatos de pais.
 
Tive acesso ao contrato assinado pelos pais dos formandos do Santo Inácio, a maioria menores de idade. A festa providencia dois médicos, três enfermeiros e cinco técnicos de enfermagem, UTI móvel completa “para remoções de quadro grave” e equipe de primeiros socorros visando “a preservação da vida”.
 
No item “bebidas” do contrato: Open Bar, com cerveja Antarctica Original, Bud­weiser ou Heineken, Bacardi Big Apple, Tequila, Jaggermeister e Santa Dose, espumante Ponto Nero, Vodka Ciroc, drinques, caipivodcas de frutas diversas e energético Red Bull. A Forma Ideal Obah promete “reposição de todas as bebidas até o fim da festa”. O bufê café da manhã é servido a partir das 5 horas da manhã. A decoração custa R$ 150 mil. Os familiares pagam convites extras e só podem ficar nos camarotes no 2º e 3º andares.
 
As imagens só podem ser feitas por fotógrafos oficiais da empresa I Hate Flash. Cada foto custará R$ 22 aos formandos. Os vídeos serão editados pela After Movie. Há ainda uma área VIP, com “os seguintes itens adicionais”: Vodka Belvedere, cerveja Stella Artois, bufê japonês. Me senti bêbada só de ler o contrato até o fim.

Senhores pais – que um dia comemoraram o fim de seu ensino médio com uma cerimônia emocionante e inocente, um sundae com calda de chocolate, um beijo de parabéns de pai e mãe e talvez uma viagem para os mais abastados – , todo esse sonho vendido pela Forma Ideal Obah é uma roubada.
Retrato de um país desigual, sem valores e sem educação.
Delírio de uma elite perdida.

CURIOSIDADES RUBRO NEGRAS - 31


- Eu me chamo Edvaldo!
- “Edi” o que? – perguntou o “professor” que procurava distribuir a garotada pelos dois times da “peneira”.
- Edvaldo! – respondeu o garoto quase com medo.
- Isso não é nome de jogador de bola! Como é teu apelido em casa?
O garoto ainda assustado falou:
- Dida…!
- Dida é legal! Curtinho, quatro letras, como Didi, Dudu, legal!

E Dida entrou no seu primeiro treino e fez três gols.

Edvaldo Alves de Santa Rosa vinha de uma família classe média de Maceió, Alagoas. O pai e os quatro irmãos jogaram bola. Nenhum foi profissional. Dida se destacava. Jogava muito.
O diálogo com o “professor” foi no América, Dida tinha apenas 15 anos e tinha sido convencido pelos dirigentes a jogar uma única partida pelo clube. Dida não queria, queria estudar, ser médico.
Mas os dirigentes acabaram convencendo o rapaz: - É uma partida só! Só uma! Contra o Barroso, decidindo o campeonato de juvenis.
Dida acabou aceitando, o América venceu, 4 a 1, com três gols do menino Edvaldo.

A partir daí estava decidido, Dida ia ser jogador de bola.
O CSA, que divide a torcida com o CRB, ofereceu um bom emprego ao rapaz.

Com 16 anos Dida foi convocado para a seleção alagoana. O presidente do Flamengo na época, 1953, era Gilberto Cardoso, um alagoano, ouviu falar de Dida e mandou um representante para observar o jogador.
Foi um jogo entre as seleções de Alagoas e da Paraíba. No primeiro tempo venceu a Paraíba, 3 a 1. No segundo tempo Dida fez três gols e a seleção de Alagoas venceu, por 4 a 3. O emissário voltou ao Rio maravilhado. Custou convencer Dida a largar sua terra natal, mas finalmente em abril de 1954 ele chegou para o Flamengo.

Apesar da saudade Dida fazia furor entre os aspirantes. Nos coletivos, ele fazia três, quatro gols na defesa titular, que formada por seus ídolos, Garcia, Tomires e Pavão; Jadir, Dequinha e Jordan. O problema é que os titulares no ataque eram o paraguaio Benitez e o fantástico Evaristo.

Na decisão do bicampeonato de 54, contra o Vasco, Benitez se machucou e Evaristo andava se queixando de uma dor na perna. Fleitas Solich, um técnico paraguaio de muita história e personalidade, na manhã da grande decisão, falou com Dida:
- Olha, você vai jogar. Mas não se preocupe, você não tem nenhuma responsabilidade. Vai lá, joga, como se estivesse nos aspirantes.
Tomado de súbita coragem Solich tirou Zagalo que era o titular e fez o parceiro de Dida nos aspirantes, o ponta-esquerda Babá, entrar.

Os dois não fizeram gols por causa do grande Barbosa, que pegou tudo, ou quase tudo, mas conquistaram a torcida. O Flamengo venceu, 2 a 1, com gols de Rubens, o doutor Rubis, e do centroavante Índio.

No ano seguinte o Flamengo queria o tricampeonato, que seria o segundo de sua história.
Evaristo já estava de malas prontas para a Espanha, vendido ao Barcelona e Dida, no segundo turno, finalmente virou titular do Flamengo, se tornando também o artilheiro do campeonato.
A decisão contra o América foi em um “melhor-de-três”. Mesmo assim no primeiro jogo, Evaristo ainda jogou e fez o gol da vitória, por 1 a 0.

No segundo jogo, o América com um timaço, venceu por 5 a 1.

Aí veio a “negra” e Solich colocou Dida no ataque ao lado de Evaristo.
 
A história conta que o América só perdeu a decisão porque o lateral Tomires, conhecido pelo apelido de Cangaceiro, quebrou a perna do meia Alarcon, do América. Naquela época não existia substituição, nem quando um jogador quebrava a perna.
 
Assim o meia Duca fez o primeiro gol do Flamengo e Dida os outros três na conquista do tricampeonato do Flamengo.
 
Dida foi o senhor absoluto da posição de titular do Flamengo por longos 11 anos.
 
Entre uma conquista e outra pelo Flamengo, foi campeão do mundo na Copa da Suécia em 58, quando jogou as duas primeiras partidas e foi substituído por Pelé nas quatro últimas.
 
Dida foi o maior artilheiro da história do Flamengo por quase três décadas, até que apareceu Zico (cujo ídolo era o Dida) na década de 80 e quebrou todas as marcas do alagoano.
 
Dida, o homem que gostava de fazer três gols por partida, faleceu em 2002.
 
Por Michel Laurence em 31/1/2012.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

SAI, CAPETA!

Cantei gospel por três horas e sequestrador me libertou, diz menino americano
Por iG São Paulo | 23/04/2014 17:19 - Atualizada às 23/04/2014 17:29

Segundo Willie Myrick, 9, sequestrador o soltou em Atlanta após fracassarem seus repetidos pedidos para que se calasse.
Ele disse que, enquanto cantava, o homem dava voltas com o carro e falava palavrões até eventualmente
deixá-lo ir são e salvo.

(Sabe naaada inoceeente, esse sequestrador...)

MULETAS

 
Muletas verbais são nossas velhas conhecidas, sabe assim?
Tipo expressões, termos ou frases a nível de cacoete linguístico
cujos acabam meio que comprometendo a coisa das ideias...

Técnicos de futebol são usuários pesados de muletas como podemos comprovar a cada entrevista dos derrotados ao final dos jogos, quando a arbitragem é sempre contestada e os mais criativos partem para divagações no estilo “O gol deles saiu num mau momento” (?!) ou “A equipe se portou bem, mas pecou nos detalhes” (??!!). E por aí vão os agraciados por salários milionários proporcionais às suas enganações.

E agora estamos evoluindo para as muletas situacionais (bonito isso, hein?). São desculpas para vagabundagem que se institucionalizam como, por exemplo, “O ano só começa depois do carnaval”.
A moda atual é dizer que 2014 é um ano “sabático” porque tem Carnaval, Copa do Mundo e Eleições.

A Copa vai acontecer de 12/junho a 13/julho. O Brasil, caso chegue à final, vai fazer sete jogos sendo cinco em dias de semana e dois em finais de semana.
(Brasil X Croácia – 12/6 – 5ª.feira-17h, Brasil X México – 17/6 – 3ª.feira-16h,
Brasil X Camarões – 23/6 – 2ª.feira-16h, Oitavas – 28/6 – sábado-13h,
Quartas – 4/7 – 6ª.feira-17h, Semi – 8/7 – 3ª.feira-17h, Final – 13/7 – domingo-16h)

 
Será que o país vai parar pra ver Honduras X Equador ou Irã X Nigéria? Com certeza, só quem estiver trabalhando nas transmissões, os imigrantes e os viciados de plantão vão prestigiar tão empolgantes embates. Então, porque afirmar que “nada vai acontecer durante a Copa”?

A eleição está marcada para domingo 5 de outubro. Caso aconteça um segundo turno, vamos voltar à democrática obrigação em 26 de outubro, outro domingo.
Será que o país vai parar entre a Copa e a eleição?
Será que as pessoas vão deixar de trabalhar ou de consumir, consumidos que estarão por tão grandes tensões provocadas pelos vibrantes programas de propaganda gratuita eleitoral?
Acho muito difícil.

Então, que tal abandonar essas ideias bobas e tratar de seguir a vida?  

terça-feira, 22 de abril de 2014

TENEBROSA UBIQUIDADE

 
Tomemos uma breve lista de entidades e/ou instituições que, bem ou mal, cedo ou tarde, de uma forma ou de outra, afetam nossas vidas:

Governos federal, estadual e municipal e suas centenas de órgãos, secretarias, autarquias, etc; Ministérios; Senado; Câmaras federal, estadual e municipal; STF, CNJ, STJ, STM, TST, TSE, etc; Polícias federal, rodoviária, civil, militar; Bancos; Empreiteiras, mineradoras, etc; Indústrias, automotiva, alimentícia, etc; Concessionárias de energia; Operadoras de telecomunicações; Jornais; Revistas; Televisões; Portais; Sindicatos; Hospitais; Faculdades; Escolas; ONG’s; OSCIP’s; CBF, COB, CBV, CBFS, CBAt, CBDA, STJD, clubes de futebol e muitas outras que certamente me escaparam.

Tomemos, também, a definição de corrupção:
s.f. Ação ou efeito de corromper.
• Ação ou resultado de subornar (dar dinheiro) uma ou várias pessoas em benefício próprio ou em nome de uma outra pessoa; suborno.
• Utilização de recursos que, para ter acesso a informações confidenciais, pode ser utilizado em benefício próprio.
• Alteração das propriedades originais de alguma coisa: corrupção de um livro.
• Ação de decompor ou deteriorar; putrefação: corrupção das frutas.
• Desvirtuamento de hábitos; devassidão de costumes; devassidão.
(Etm. do latim: corruptio.onis)

Agora, diga lá, arguto leitor: você acha que alguma dessas entidades/instituições listadas acima poderia posar na foto da honestidade? Pi-ri-go, hein? Não tem photoshop que resolva!

Não resolve também ficar nesse fla-flu de pseudodireita e pseudoesquerda, com acusações ridículas e imaginativas pululando em todos os meios de comunicação.
Assim sendo, já que a onda de comemorar a “redentora” está de volta à moda, resta a apropriação de um slogan que fez muito sucesso nesse país grande e bobo:
“Brasil: corrompa-o ou deixe-o”.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

ATÉ QUE ENFIM A FIAT ACERTOU UMA!

 
A campanha do “Vacilão - Por uma rua melhor”, é uma aula sobre a hipocrisia da sociedade brasileira.
(Veja aqui: http://youtu.be/d96C4mZF_F0)

Em situações do dia a dia podemos testemunhar, além das cenas da campanha, diversas outras que se situam, conforme brilhante definição do Ricardo Kotscho, nos três is: “...os tantos episódios de intolerância, incivilidade e ignorância explícitas que tenho presenciado sempre que saio de casa...”

E segue:
“Vão dizer que este é um problema que só pode ser resolvido quando a educação de qualidade em nosso país for universalizada. A meu ver, porém, não se trata só da educação formal porque, na maioria destes casos, os personagens são pessoas que cursaram até boas faculdades, mas não aprenderam o básico: a viver em sociedade, respeitando os outros, não tratando como inimigo quem pensa diferente, não querendo levar vantagem em tudo. A meu ver, trata-se mais de uma questão cultural e de falta de caráter. Não basta ter diploma.”

sexta-feira, 18 de abril de 2014

JUVENAL JUVÊNCIO

 
82 anos, advogado, ex-deputado estadual, ex-investigador de polícia e ex-presidente do São Paulo Futebol Clube.
Último representante de uma espécie de dirigente polêmico, vencedor, uma figuraça.
Essa semana foi entrevistado no programa Bola da Vez da ESPN.
Quem não viu e tiver curiosidade, a íntegra está aqui: http://youtu.be/eUKql4irKrA

Seguem algumas pérolas:

“O Serra me conhece do Chile... O Serra, quando tinha cabelo, ele tinha duas coisas... Tinha medo de avião e me parecia um homem de esquerda... Centro acadêmico, aquelas coisas... E depois ele provou o pudim aqui da burguesia, gostou e não saiu mais né?”

“O Ricardo Teixeira é um sujeito horroroso... Ele não gosta de futebol, não sabe nem o nome dos jogadores... Ele casou com a moça lá e foi um aproveitador desse processo...”

“Eu digo aos meus companheiros: não queira ser amiguinho do jogador, não passe a mão na cabeça e não faça uma única promessa ao atleta... Se amanhã, por um deslize, você prometer uma coca-cola, não dê guaraná! Tenha uma postura firme, sempre: no sol, na chuva e no sereno... Na vitória e na derrota... Seja correto com o jogador e puna! Ele tem que te respeitar.”

“O senhor já escalou jogador?”
“Se eu escalei...? Não... Eu sugeri...”

quarta-feira, 16 de abril de 2014

GRANDE VERDADE


E dá-lhe google:
Carlos Henrique Iotti é de Caxias do Sul. Criou um dos personagens mais famosos dos quadrinhos do sul do país: Radicci, um ítalo-brasileiro que conquista o público com seu temperamento forte, sua paixão pelo ócio e pelo vinho. Foi com o Gibizón do Radicci, publicação anual com a coletânea de suas tiras publicadas em diversos jornais do sul do Brasil, que Iotti venceu a Terceira Edição do Prêmio Bigorna (2010).

terça-feira, 15 de abril de 2014

CUMÉ-QUIÉ-MÊMO???


 
A Cemig colocou no ar, por estes dias, uma mensagem publicitária onde o Jonas Bloch, com a maior competência, explica ao valoroso povo mineiro que a Cemig, coitadinha, não é responsável pelo aumento de 14% nos custos da energia.
A culpa é da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica que é quem manda nos reajustes.

Ocorre que quem pede o reajuste para a Aneel é a distribuidora!
E a Cemig pediu cerca de 29%!
A Aneel autorizou 14% e, em tempos eleitorais, a Cemig corre pra TV gritando: “Olhaí, não fui eu não...”.

Atitude, no mínimo, rasteira.
Porém, de coerência absoluta vindo de onde vem.

domingo, 13 de abril de 2014

A NOVIDADE VEIO DAR À PRAIA...

 
Ituano, depois de um monte de pênaltis, é campeão paulista.

De resto, tudo normal: Cruzeiro campeão mineiro, Inter campeão gaúcho, Bahia campeão bahiano e, mais do que normal, Flamengo campeão carioca.

Apesar da ressaca da Libertadores, claro que fiquei feliz pelo Mengão. Ainda mais com um gol no último minuto para manter o vasquinho em seu vice-lugar.

Mas, também fiquei com pena do Roberto Dinamite. Grandíssimo jogador, fazendo 60 anos hoje ele teria tido um ótimo aniversário se o vasquinho não fosse o que é.

sábado, 12 de abril de 2014

QUE MARÉ!

 
Como os milhares e milhares de leitores deste blog não devem ter reparado, fiquei fora do ar essa semana - viagem de trabalho para João Pessoa. E, claro, coisas espantosas nos esperam quando saímos para a aventura que é enfrentar o trânsito e os aeroportos nesses dias pré-copa.

Pra começar, voo marcado para as 19h30, o "mineirim véi" sai de casa às 16h30 e se instala no ônibus das 17h. Tranquilo, planejando comer um cheeseburguer do Bob’s (paixão de adolescência) naquilo que chamam de aeroporto de Confins (do Judas).

Meia hora de viagem, tudo parado. Olho na janela e vejo uma nuvem de fumaça escura se levantando no horizonte.
Putz! Acidente grave? Não: manifestação. Fecharam a avenida com pneus queimando, gritaria, etc. Só deixam passar as motos.
Como não aparecem cartazes nem palavras de ordem, fico imaginando que pode ser uma manifestação de motoboys exigindo melhores condições, por aí.

Uma hora depois chega a polícia com bombeiros e helicóptero sobrevoando a muvuca. Nada acontece. A polícia fica quietinha observando, os bombeiros parados num canto e o helicóptero voando em círculos com aquele farol que faz parecer um OVNI.

E os caras jogando mais pneus e gasolina fazendo uma fogueira lindona. Do ponto de vista puramente estético, é claro.

Dentro do ônibus, começa uma discussão no estilo “Absurdo! Estão interferindo no meu direito de ir e vir!”, “Quêisso? Eles têm o direito de se manifestar!” e por aí afora.
O engraçado da discussão é que ninguém sabe a razão da manifestação. Mas, vida que segue. Acalmados os ânimos, todos seguem telefonando, fotografando e mandando mensagens alucinadamente.

Misteriosamente surge uma Kombi (como é que ela passou pelo engarrafamento monstro?!), despeja uns oito caras trazendo mais pneus, gasolina e, finalmente, uma faixinha: “Incompetência: é absurdo o fechamento das avenidas Cristiano Machado e Sebastião de Brito”.
AH! Então tá!

Segue o baile, a coisa fica parecendo festa do interior, mães com criança no colo, footing, garotada andando de bicicleta, finalmente eles cansam, os bombeiros apagam o foguinho restante, limpam a pista e vamos nós.

Resumo da ópera: chego ao aeroporto às 21h30. Vou ao guichê, fila, e sou informado que, numa prova de alta compreensão da TAM pelos acontecimentos, fui transferido para o dia seguinte às 6h10.
Ótimo! Pego o ônibus de volta, chego em casa às 23h45, um cochilo, saio às 4h20, pego o ônibus das 4h40, e embarco. No horário!

Escala em Guarulhos, quatro horas de espera pela conexão e fico passeando. Uma lanchonete bonitinha estampa os preços: R$5 por um copo d’água, R$12 por um chopp, R$35 num hamburguer, é a triste realidade brasileira: aqui não se explora o turismo, explora-se o turista. E os imediatistas ainda reclamam das dificuldades.

Chego ao destino às 15h40. Minha mala é a última a aparecer na esteira. Um cigarrinho para aliviar a tensão, táxi e desembarco no hotel às 16h30. Cravadas 24h de viagem!

A volta é outra longa história de outras 24h de viagem com direito a, também, longa estadia naquilo que chamam de aeroporto Tom Jobim cujo, tomara, deve estar providenciando régias pragas destinadas a quem usou seu nome em tamanha falcatrua.

Onde estão os cientistas que, com certeza, já inventaram o teletransporte? Certamente em local ermo e ignorado, confinados e incomunicáveis - pelas empresas de transporte aéreo, combustíveis etc.