segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

OSCAR 2011 - UMA BOBAGEM BREGA

Tudo bem que o Discurso do Rei deve ser um ótimo filme (ainda não vi), que a Anne Hathaway brincou legal de Irma Vap (trocando de roupa a cada take)
e que, segundo informações colhidas, o Colin Firth merecia o prêmio desde o ano passado.


Mas aquele cenariozinho safado, Celine Dion cantando Smile e o encerramento com um bando desconexo de garotinhos e garotinhas (feios pra-ca-ce-te!) balançando cabeças e braços e cantando Over the Rainbow, foi de matar!

Pra piorar, assisti na Globo. Putz!
Alguma alma caridosa podia explicar ao José Wilker que ele não é o Jack Nicholson brasileiro e que ele nunca vai ser nada mais do que um ator razoável do terceiro mundo.
Talvez por isso, a chave de ouro foi o cidadão declarar com o ar mais blasé do planeta que o Oscar ficaria bem pra ele escorar uma porta de casa. Oh! Que moderno, que superior, que Jabor de pessoa!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

PRA VARIAR...

FLAMENGO CAMPEÃO
DA TAÇA GUANABARA 2011

E, também pra variar, jogando mal com o profexô inventando coisas desconexas.
De qualquer maneira, gol(aço) do Ronaldinho.
Festa no Rio, no Brasil e no mundo...

Segue a vida.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

É ASSIM MESMO?

Você resolve fazer uma reforma na sua casa, o orçamento é 100 e o prazo é um mês; você já sabe que vai custar, por baixo, uns 200 e demorar uns dois meses ou mais.

O médico marca uma consulta para você às 14h; você já sabe que vai ser (mal) atendido lá pelas 15h.

Seu vôo está marcado para as 10h; você já sabe que, com sorte, vai decolar lá pelas 11h.

Sua internet sumiu, sua TV à cabo travou, seu jornal não chegou; você já sabe que vai “estar sendo transferido” ad infinitum até que sua paciência esgote e/ou você quebre o telefone.

E por aí vai. Com todo mundo resignado e achando que isso faz parte das "mudernidades", etc, etc.
O que nos remete à história dos cinco macacos:

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa sala de testes. No centro, havia uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia na escada para pegar as bananas, um jato de água fria era acionado em cima dos que estavam no chão.

Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o enchiam de pancada. Com mais algum tempo, nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas.

Então os cientistas substituíram um dos macacos por um novo. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo retirado pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada.

Um segundo macaco veterano foi substituído e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato.
Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu.
Um quarto, e afinal o último dos veteranos, foi substituído.

Os cientistas, então, ficaram com um grupo de cinco macacos que mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles porque eles batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:
- "Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui".

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

CONDECORAÇÃO

Este blog tem a subida honra de conferir o título de Dame HMS
à Lydia Leith por sua destacada atuação como inspiradora e
exemplo para todos aqueles que não têm mais paciência com a babaquice reinante na mídia em geral.

Britânica cria saco de vômito para boda real
Na Grã-Bretanha, a artista gráfica Lydia Leith criou um souvenir inusitado para marcar o casamento do príncipe William com Kate Middleton: sacos de vômito.

Lydia começou a fabricar os sacos estilizados para atender aqueles que se sentirem enjoados com toda a euforia em torno do casamento de William, segundo na linha de sucessão do trono britânico.

Uma semana após o lançamento do produto na internet, os pedidos explodiram. As encomendas vieram de diferentes partes do mundo.

Os sacos de vômito são produzidos nas cores da bandeira da Grã-Bretanha: branco, azul e vermelho.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

JÁ OUVI ISSO...

Joy Hodges, a cidadã cantante, sífu na hipócrita América pseudo-puritana ao gravar esta música em plena década de 40. É que a interpretação maliciosa acabou com sua possível carreira em Hollywood.

E, segundo informações colhidas, o Lamartine Babo (quem diria!) ouviu, gostou e copiou para o hino do Ameriquinha do Rio...

(Valeu, Jorge Cruz.)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ALERTA GERAL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


21/02/2011 09h18
107 baleias morrem numa praia da Nova Zelândia.
As baleias foram encontradas por turistas no domingo, próximo a Cavalier Creek, no extremo sul da Nova Zelândia.


22/02/2011 02h48
Terremoto na Nova Zelândia mata ao menos 65.
Um terremoto de magnitude 6,3 sacudiu a cidade de Christchurch às 12h51 da terça-feira (22) no horário local (20h51 desta segunda, 21, em Brasília), de acordo com o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês), que monitora tremores pelo mundo.
Pelo menos 20 tremores secundários foram registrados.




Segundo fontes ligadas ao Comando Intergaláctico, isso é resultado das irradiações geradas pelo planeta intruso Y64 cujo já está sendo controlado pelo Comandante Ishvuk - responsável pelo equilíbrio pluridimensional.

Entretanto, devemos considerar essa ocorrência como mais um alerta sobre o que nos espera no ano que vem. Como todos sabem e já foi exaustivamente avisado pelo Comando e pelas profecias Maias, vamos todos para o saco em dezembro de 2012.

Além do mais, em 2012 vamos ter 5 domingos, segundas e terças em janeiro e julho, 5 quintas, sextas e sábados em março, 5 terças, quartas e quintas em maio, 5 quartas, quintas e sextas em agosto e 5 segundas, terças e quartas em outubro. Se o mundo não fosse acabar, isso só se repetiria em 2837!

Arrependei-vos, infiéis!!!!!!!! Ainda há tempo!!!!!!!!!!


sábado, 19 de fevereiro de 2011

APOSTA


Adoro apostas.

Pois bem. Ainda sobre influências andinas, estávamos ontem, pra variar, em agradabilíssima tertúlia quando levantaram a bola: o codinome do charmoso sucessor da Michelle Bachelet é Sebastián Piñera ou Sebastián Piñeda?

Caos, ranger de dentes, opiniões desencontradas que, claro, geraram a aposta.
-Eu acho que é PiñeDa.
-Nã, nã, ni, nã não: é PiñeRa.
-Tá doido? É PiñeBa.

Em se tratando de uma casa civilizada, celulares, blackberries, internet e todas as “mudernidades” não estavam disponíveis. Então, restou a aposta a ser resolvida no dia seguinte, valendo um delicioso jantar com menu decidido a priori.

(Eu digo que é PiñeRa.)

Quem ganhou?

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

FIQUEI VESGO

O Flamengo estréia na Copa do Brasil contra o perigosíssimo Murici de Alagoas. Estádio Rei Pelé lotado, 90% da torcida é rubro-negra incluindo o presidente do Murici - fanático torcedor do Flamengo, dono de um Fusca pintado de vermelho e preto, com escudo do Flamengo e tudo mais.
Coisas do nordeste.

Começa o jogo e dá-lhe Murici. Tocando a bola, Gustavo cheio de moral dando dribles de categoria, Everlan dando chapéu no Ronaldinho Gaúcho (heresia),
os caras não querem nem saber.

O Flamengo bobo, não acreditando, errando passes de montão e dando raiva do Luxemburgo, é claro.
Vinte minutos, com o Murici deitando e rolando, a superstição manda trocar de canal. Saio do Sportv, vou pra ESPN e tomo um susto. O Flamengo está atacando contra o próprio gol? É que a câmera da ESPN está do lado oposto.

Pra piorar, lá estão os comentaristas pseudo-revoltadinhos de sempre e os eternos puxa-sacos do Tr(argh)jano. Pelo menos estamos em falta do Juca-Senil-Kfoury. Depois de cinco insuportáveis minutos de leitura de e-mails dos tais “fãs do esporte” que, à falta do que fazer, ficam suplicando “fala meu nome”, volto pro Sportv. Que, diga-se de passagem, é menos ruim mas também é duro de aguentar.

Segundo tempo, o time resolve trabalhar, Ronaldinho faz de cabeça, vibra igual garoto, Renato faz de falta e Negueba liquida a fatura.
O Flamengo não tem padrão de jogo, o profexô continua a bobagem de sempre, o Ronaldinho ainda falta muito pra justificar o marketing, mas a torcida empurra e, como diz o amigo Fernandão “Observador”, la nave va...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

COCOPI

Então estamos combinados: nesta memorável noite, nós, fundadores do COCOPI, formalizamos a primeira versão do digo de Conduta Pública dos Intelectuais.
Nosso código tem por objetivo orientar, normatizar e regulamentar as posturas dos intelectuais perante diversos fatos inerentes ao nosso cotidiano profissional e social.

Antes das assinaturas, vamos a um panorama dos principais tópicos:

Como exemplo profissional, o uso indiscriminado do perfil psicológico em que o personagem “vive num quarto que é uma completa bagunça mas, em segundos encontra tudo o que quer” deve ser desprezado, no mínimo, até o próximo século. Se a trama for policial, até o próximo milênio. (Nem Hollywood, seus sonhadores, aguenta mais.)

A postura profissional recomendada é patrulhar e espalhar para todos os conhecidos (ainda que veladamente) a ocorrência da ignomínia.
Socialmente recomendamos a ironia linear: um leve arquear de sobrancelhas podendo ser seguido de “Meio batido, não é?” dito de maneira singela. (No ambiente certo proporciona resultados assombrosos.)

Ainda no aspecto profissional, consideramos os textos anônimos, que circulam na internet, passíveis de pena. Explica-se: pena dos que os divulgam achando que assim atingem, por parte dos pobres destinatários, um grande reconhecimento de intelectualidade e pena dos autores (?) que correm a utilizar os mesmos meios para dizer “Olha, gente, esse texto é meu, viu?”.
A postura profissional recomendada é, simplesmente, ignorar.
Socialmente recomendamos a ironia oblíqua: um acusatório arquear de sobrancelhas seguido de um “É meeesmo...? Tem certeza...?” com as reticências gotejando no tapete.

Prosseguindo, algumas situações sociais merecem nossa atenção:

A primeira é a reunião composta de “Pessoas com Nível Cultural Muito Abaixo do Nosso”. Esta situação se subdivide em “Pessoas com Nível Cultural Muito Abaixo e Financeiro Muito Acima do Nosso” e “Pessoas com Nível Cultural Muito Abaixo e Financeiro Mais Abaixo Ainda do Nosso”. (Argh!)

No caso de nível cultural muito abaixo e nível financeiro muito acima do nosso, é hora de, falando o português correto, soltar a franga, arrasar nas tintas, arrebatar o arrebol. Ou seja, essa é a oportunidade! Daí pode surgir uma grande jogada. Eles adoram parecer íntimos, aproveite. Aquele seu projeto bobo e inviável é perfeitamente patrocinável! É só devolver 20 ou 30% da verba do incentivo...

No caso de nível cultural e financeiro muito abaixo do nosso, o que você está fazendo aí? Esse papo de raízes já deu o que tinha que dar. (Calma, Motinha! Não adianta reclamar, a realidade é essa.)

A segunda situação contempla as reuniões compostas de “Pessoas com Nível Cultural Próximo ao Nosso”. Também se subdivide em duas: “Pessoas com Nível Cultural Próximo e Financeiro Muito Acima do Nosso” e “Pessoas com Nível Cultural Próximo e Financeiro Muito Abaixo do Nosso”.

No caso de nível cultural próximo e financeiro muito acima, cautela. Além de perigosos, eles podem ser destrutivos. São predadores naturais. Irão nos sugar toda a seiva do saber e nos atirarão na sarjeta como um bagaço de laranja. (Em todos os sentidos, se você se meter a espertinho.)

No caso de nível cultural próximo e financeiro abaixo, arrojo. Seja pernicioso, jogue no ar as promessas mais mirabolantes e sugue deles tudo o que puder sem esquecer de, ao final da festa, atirá-los na sarjeta como bagaços de laranja que são.

A terceira e última situação trata da reunião composta de “Pessoas com Nível Cultural Acima do Nosso”.
- Silêncio, por favor! Eu sei... Eu sei... Claro que elas não existem! É só uma brincadeira! Motinha, quer parar de chutar a mesa?

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

ALHO POR CEBOLA?

Egito quer congelar bens dos membros do regime Mubarak

Há informações de que o ex-ditador e seus dois filhos possuem uma fortuna de até US$ 70 bilhões, maior do que a de Bill Gates, fundador da Microsoft.


Mohammed Tantawi, do controle de padarias ao da transição no Egito

Ele controla uma rede de padarias no Egito. E também cuida da produção e venda de azeite de oliva e de leite. Além de água mineral. O ramo da construção também é controlado por ele, não só erigindo edifícios mas também como produtor de cimento.

O transporte do país também depende, em parte, dele - já que atua ainda no ramo da gasolina. Sem contar que fatura alto com o turismo, pois administra uma grande rede hoteleira. A indústria de eletrodomésticos e produtos eletrônicos mais sofisticados também está em suas mãos; assim como a de veículos, que produz Cherokees e Wranglers, em parceria com a Jeep.

Como se não bastasse comandar todo esse aparato, o marechal Mohammed Tantawi também é, hoje, o homem mais poderoso da política no Egito, como chefe do Conselho Supremo Militar, encarregado da transição. Além de ministro da Defesa, ele é ministro da Produção Militar - o que significa que Tantawi, 75 anos, é na prática o executivo-chefe de todo o conglomerado industrial e comercial (citado acima) que pertence às Forças Armadas.

As empresas, comandadas por generais da reserva e subordinadas a Tantawi, são responsáveis por 15% do produto interno bruto (US$ 217 bilhões) do Egito.

(Do Globo e do blog do Noblat)

obs.: Estive no Cairo em 98. Voltei com a impressão de que pra viver lá você tem que ser rico e/ou militar. Se não, é pária.
Pelo visto, acertei...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

SATISFACTION BLUES

Estou lendo o “Vida” do Keith “nove vidas” Richards.
Até agora ótimo e já derrubando algumas lendas como a da troca de sangue: ele conta que, chegando à Suiça para um show, o da alfândega perguntou o que ele ia fazer no país. Brincando, respondeu que ia trocar de sangue. Um jornalista estava próximo e se encarregou de espalhar a bobagem para o mundo.

Mas, o melhor é descobrir que os Rolling Stones queriam ser uma banda de blues, queriam ser pretos de Chicago, etc.

Então, segue esse vídeo de “Satisfaction Blues”.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

LA CARACOLA


Fundada em 1997, La Caracola é uma oficina chilena de criatividade direcionada para crianças. Tudo muito bonito e muito bem intencionado.

Entre outras realizações montaram, na praça do Palácio La Moneda, a espetacular exposição “Yo Soy” com 126 esculturas produzidas por crianças de 3 a 14 anos.
Todas em material reciclável, cobertas de papier maché e todas com cabeça, corpo, braços, pernas representando “Lo que habita em su corazon”. Cada uma delas tem a explicação dos sentimentos do autor.

Muito ducacete!
Se quiser saber mais, vai aqui: http://www.lacaracola.cl/
(O site é chatinho mas explica bem o que eles fazem).

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

MEDICINA ATUALIZADA

Acabou aquela velha história de “tome uma aspirina e me liga amanhã”. Agora é “faça essas centenas de exames e me procura depois”. Afinal, é preciso manter a indústria em movimento.

Então, se você, desavisado, deu uma topada no dedão e caiu na besteira de procurar um médico, certamente passou ou vai passar pela ladainha mais chata dos nossos tempos.

-Dei uma topada, meu dedão está inchado e dolorido.
-Sei, sei... Diz o esculápio sem sequer te olhar enquanto preenche a interminável lista de exames.
-Mas doutor, exame de fezes pra que? É o dedão do pé!
-Volta semana que vem e para de fumar, retruca a autoridade conhecedora do bem e do mal.

Semana seguinte, o dedão desinchou, você volta porque fez aquela batelada de exames.
-Tá aqui.
-Hmmm... Precisa parar de beber. Comprou o remédio para parar de fumar?
-Mas doutor, o dedão já até desinchou. Só a unha é que está ficando roxa.
-E exercícios. Precisa de exercícios. Caminhada, corrida, mas tem que ser supervisionado. Vamos fazer uma avaliação... Diz, te olhando pela primeira vez, o dono da vida, da morte e de uma polpuda conta bancária amealhada graças a esse monte de “consultas”, “exames” e “recomendações”.

Se nessa altura você ainda tiver paciência e, pior, resolver seguir os conselhos da figura, estará entrando num carro$$el de emoções.
Parou de fumar? Parou de beber? Entrou na academia que te recomendei? Está fazendo exercícios?
Hmmm... Não está bom não... Agora precisa tomar esses complementos (vai nessa farmácia, é de confiança).
Precisa também cuidar da dieta (essa endocrinologista é de confiança).
Tá magrinho, saudável e a vida perdeu completamente o sentido?
Vai nessa psicóloga cuidar da cabeça dançada (minha aluna, de confiança).
E por aí afora.

Lembrando uma frase antiga: “O cirurgião faz tudo, mas não sabe nada; o clínico sabe tudo, mas não faz nada; o psiquiatra não sabe nem faz nada; e o patologista sabe tudo, mas é tarde demais.”

Claro, existem exceções que só fazem confirmar a regra...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

DESPERTAI!

Várias são as maneiras de acordar e/ou ser acordado.

Se você está numa boa, acorda rindo até de coices na panturrilha. Que normalmente acontecem quando a mulher amada está (imaginamos nós) tendo sonhos não bons.
Se você não está numa boa, até champagne com morangos trazidos ao leito, fica chato.

Isso também vale quando você é quem vai acordar a pobrezinha.
Se ela estiver numa boa, um tranco legal (em futebolês, violento esbarrão de ombro no decorrer da jogada) vira um carinho digno de ser recebido com um lânguido espreguiçar e um sorriso de olhos fechados.
Se ela não estiver numa boa, abraços e carinhos e beijinhos sem ter fim produzirão o mesmo efeito que o tranco legal deveria.

Então, o que - e como - fazer?
O Haja também é auto-ajuda! Seus pobrema se acabaram-se! Seguem algumas situações mais comuns.

Situação 1 - Você está numa boa, acha que ela também e vocês têm um belo dia pela frente:
Qualquer coisa vai dar certo. Mas, não se deixe levar pela preguiça. Aproveite para arrebentar “la bouche de balon”...

Situação 2 - Você não está numa boa, o dia vai ser uma chatura e você acha que ela também sabe disso:
Levante, vá fazer xixi, escove os dentes e faça barulhos de atividade.
A reação poderá variar entre o simples bom-dia e a tentativa de agressão (a sutil diferença entre mulher amada e mulher armada). Dane-se. Vida sem emoção não é vida que preste.

Situação 3 - Você está numa boa, tão boa que não interessa como ela está.
Situação 3.1. - Ela te acorda com beijinhos:
Retribua com alegria.
Situação 3.2. - Ela te acorda com um coice na panturrilha:
Abra seu melhor sorriso e pergunte em que páreo ela está inscrita. Se ela reclamar, reabra seu melhor sorriso, dê beijinhos e ignore o resto.

Situação 4 - Você não está numa boa, ela está pulando mais que a Noviça Rebelde, hoje é domingo e ela te acorda com ansiedade porque está quase na hora de ir para o almoço na mamãe:
Vomite nela. Só um pouquinho, “en passant”, de modo a não configurar agressão.

(Caso você pretenda se aprofundar no assunto solicite nosso guia “Acorde Bem e Viva Melhor Enquanto 2012 Não Chega”.)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

VÔO DEMOCRÁTICO


E lá fomos nós pro Rio numa dessas carroças voadoras. Mais barato que ônibus, então é ótimo! Ótimo pra companhia aérea. Ruim pra quem tem que escolher pelo menor preço.

De cara, as poltronas são espaçosas e confortáveis; se você for o Nelson Ned ou parente próximo. O carpete do corredor parece ter sido aproveitado de alguma sucata da Panair. Olho pela janela e vejo a asa. A pintura toda descascada. Adoro avião, mas esse começa a me preocupar.

As aeromoças seriam até bonitinhas se não estivessem vestindo uma roupa que envergonharia a Wanderléa nos bons tempos da Jovem Guarda. E anunciam que logo vão dar início à venda de lanche. Venda de lanche? What porra is that? Entendo quando descubro um cardápio todo amarfanhado na bolsa da poltrona.

Sacolejos insistentes, o serviço de bordo está adiado até a passagem da zona de turbulência. Passada a turbulência, começa o procedimento de pouso. Núsfu os que estávamos com fome e sífu a companhia que deixou de faturar mais um trocado.

Engraçadinho e original, o comandante anuncia que o tempo no Rio de Janeiro está ótimo pra quem vende guarda-chuvas. Ficamos mais uns vinte minutos rodando até que venha a autorização de pouso. O engraçadinho e original joga a carroça na pista e chegamos bem. A comissária anuncia que (sic) “The desembarque will be pela front door”.

Surpresa boa é o Santos Dumont. Reformado, está bonito, moderno, bem sinalizado e cheirando a novo. Apesar da inacreditável Webjet (que o motorista do táxi chamou de uébijégui), chegar no Rio sempre vale a pena.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

DOMINÓ ÁRABE

Paulo Emílio, nosso bravo correspondente na Tailândia, enviou essa charge publicada hoje (ontem? amanhã? o fuso horário é complicado...) no The Nation de Bangkok.

Como toda boa charge, não precisa de muita explicação.

ROXO TENDEPÁ

Era só mais uma quinta-feira, mais um dia chato cheio de ações mecânicas, conversas mecânicas, sorrisos mecânicos. Mas, sabe-se lá por que, Madame estava num tremendo bom humor.

Entrou no salão para fazer as unhas. Salão novo, não conhecia as manicures nem a vizinhança. Sentou quietinha, a manicure começou a limpeza das garras, o papo de sempre: novela, big brother e outras bobagens globais. Quando chegou a hora de escolher o esmalte, olhou para os lados, um truque antigo que ela usava. É que nessa hora difícil - afinal são cerca de 1327 opções de cores, tonalidades e adjetivos improváveis como vermelho alarmante, geada perolado, amarelo balada - ela sempre dava uma checada na vizinhança e escolhia o que mais agradava nas unhas alheias. Mas, não viu nada que chamasse a atenção.

Então, num lampejo, olhou candidamente para a manicure e disse:
-Quero roxo tendepá. Tem?
A manicure não se alterou: -Só um minutinho, querida.
Foi pro fundo da sala e, com toda a naturalidade possível, perguntou para a dona do salão: -Cadê o roxo tendepá?
Waldirene, a dona do Wal’s Maison, estava no telefone e nem se abalou: -Tá aí. Procura.
Rebeca, a manicure, saiu pisando duro, pegou um roxinho no fundo do armário e foi pra luta.
Já sentou esfregando o esmalte e provocando aquele barulhinho irritante (tlec, tlec, tlec) do anel batendo no vidro.
Madame embatucou e, fazendo cara de paisagem: -Esse roxo não é tendepá.
-É sim! Aqui, ó: número 111.
-Não é não. Mas, tudo bem, se você não tem o roxo tendepá pode passar um vermelho qualquer.

Aí chegou a Waldirene: -Rebeca, minha filha, o roxo tendepá é aquele lançamento da Colorama! Tá lá na prateleira.
Lá foi a Rebeca, puta da vida (são sensíveis as manicures).
Enquanto isso, a Waldirene fazia o social: -Desculpe a Rebeca, ela é muito distraidinha. Pois então, querida, é a primeira vez que você vem aqui, não é?
-É sim. Bonito o seu salão...
-Estamos melhorando...
Volta a Rebeca: -Wal, não tem roxo tendepá, não.
-Ó minina, claro que tem. Ai, meu Deus... Deixa que eu pego.

Nessa altura Madame não corria perigo uma vez que as cutículas já tinham sido feitas. Se fosse antes ela sairia com várias escoriações; porque a Rebeca já estava bufando.
Volta a Wal com outro roxinho, quase enfia no nariz da Rebeca que (tlec, tlec, tlec) já ia abrindo quando Madame interrompe com a maior segurança: -Peraí querida, esse não é o roxo tendepá.
A Rebeca não conseguiu esconder o sorriso e olhou para a Wal.
-Querida, é claro que é! Lançamento da Colorama, olha!
Madame não arredou pé: -Pode deixar. Passa um vermelho...
A Wal desistiu e se afastou. A Rebeca achou um vermelho do agrado de Madame e completou o serviço. Madame agradeceu, pagou e saiu.

Deu um girinho rápido na galeria, voltou com a desculpa de ter esquecido alguma coisa e se deliciou com sua obra: Waldirene e Rebeca estavam a ponto de voar uma na outra.
-Que manicure é você que não conhece roxo tendepá?
-E que dona de salão é você que nunca ouviu falar de roxo tendepá? Ela sacou logo que não tinha!
-Minha filha, quando você nasceu eu já pintava unhas e gdfdfklrsss... Querida! De volta? Esqueceu alguma coisa?
-Esqueci, sim. Esqueci de explicar que tendepá é uma palavra de origem tupi e significa briga, confusão, discussão.

Madame estava de bem com a vida...