sexta-feira, 30 de setembro de 2011

SE ISSO NÃO É UM ROTEIRO CINEMATOGRÁFICO...

Deu no “Público” de Portugal:

Detido em Portugal um dos homens mais procurados nos EUA
27.09.2011 - 19:36 Por Hugo Torres

As autoridades norte-americanas anunciaram a detenção de George Wright, um dos homens mais procurados nos Estados Unidos, que conseguiu evadir-se de um estabelecimento prisional em Nova Jérsia, há mais de 41 anos. O fugitivo foi encontrado e capturado em Portugal, nos arredores de Lisboa.


José Luís Jorge dos Santos, 68 anos, cidadão português natural da Guiné-Bissau. Era esta a segunda vida, numa pequena localidade em Sintra, de um dos homens mais procurados dos EUA, detido na segunda-feira pela Polícia Judiciária, ao fim de 41 anos, em cumprimento de um mandado de detenção internacional. Na verdade o seu nome era George Wright. Perderam-lhe o rasto em 1972, depois de ter aterrado na Argélia, num avião sequestrado com outros membros do Exército de Libertação Negra.

Após décadas de buscas, na semana passada deu-se um súbito desenlace: a polícia estabeleceu a coincidência entre as impressões digitais do fugitivo e um cartão de residência em Portugal.

George Wright, actualmente com 68 anos, foi condenado a uma pena de prisão de 15 a 30 anos, pelo homicídio de um veterano condecorado da Segunda Guerra Mundial durante um assalto a uma bomba de gasolina em Nova Jérsia. Walter Patterson, a vítima, tinha 70 dólares no bolso. Wright foi detido dois dias depois, a 13 de Dezembro de 1962.

A sentença do julgamento por homicídio foi lida a 15 de Fevereiro de 1963. George Wright passou alguns anos no cárcere, mas conseguiu escapar da prisão estadual de Leesburg, Nova Jérsia, onde cumpria a pena, a 19 de Agosto de 1970. Encontrava-se a monte desde então.

Wright não atravessou de imediato o Atlântico. A fuga levou-o para Detroit, onde se tornou membro do Black Liberation Army e se manteve durante cerca de dois anos, conta o FBI na nota em que deu conta da detenção, realizada ontem, segunda-feira.

A 31 Julho de 1972, um avião que seguia de Detroit para Miami foi sequestrado por três homens e duas mulheres, que levavam consigo três crianças. Quando chegaram ao destino, exigiram o maior resgate de que na altura havia memória, de um milhão de dólares. Receberam-no e acabaram por libertar os passageiros.

A história não acaba aí. George Wright, que as investigações subsequentes identificaram como um dos sequestradores, desviou depois, com os restantes companheiros, o avião para Boston, a fim de reabastecer e de conseguir mais um piloto para a viagem transatlântica. Conseguiram – e seguiram para a Argélia. A MSNBC, que recorda a cobertura do acontecimento, fala num dos sequestros mais “arrojados da História”.

Viajaram para aquele país do Norte de África com o intuito de ali conseguir asilo. Acabaram por ser detidos e, a pedido dos Estados Unidos, as autoridades argelinas devolveram o avião e o dinheiro do resgate. Dias mais tarde, o grupo foi libertado e desapareceu dos radares norte-americanos.

George Wright transformou-se num fugitivo solitário em 1976. Foi nesse ano, a 26 de Maio, que os quatro companheiros da aventura transatlântica foram detidos pela polícia francesa, em Paris. Foram julgados e condenados em França. Wright conseguiu manter-se longe do cárcere e entrou na lista dos mais procurados.

A detenção em Portugal foi comunicada pelo FBI, em parceria com os US Marshals e o Departamento Penitenciário de Nova Jérsia, nesta terça-feira. A nota informa que os “Estados Unidos estão a tentar a extradição de Portugal para que [George Wright] possa cumprir o que falta dos 15 a 30 anos da sentença por homicídio”. O texto não refere o eventual julgamento do crime pelo desvio do avião.

Aguarda-se para breve o lançamento de “Wright or Wrong” com Denzel Washington ou outro do mesmo naipe... (Perdão, leitores.)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

STING SESSENTÃO

Apesar do cidadão ser politicamente correto demais pro meu gosto, até que as músicas, principalmente da época do The Police, são boas de ouvir. Já ele falando... Se vocês tiverem paciência pra três minutos e meio de lugares comuns, é só clicar aí embaixo.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

OLHA O IBN* AÍ, GEEENTE!

Como seria a vida sem notícias como essas?
(Cartas para a redação)

Gisele Bündchen chega despercebida em SP e participa de evento

Camila Pitanga e Mariana Ximenes prestigiam evento de poesia

Alinne Moraes e Thiago Fragoso gravam cenas quentes na praia

Daniele Suzuki passeia com o filho Kauai no Rio

Luciano Huck e Ronaldo prestigiam evento em São Paulo

Mayara Magri e Flávio Galvão estão namorando

* Índice de Babaquice Nacional

terça-feira, 27 de setembro de 2011

EMPRESA JAPONESA CRIA PRIVADA DE OURO

O que faz lembrar uma piada velha.

O cidadão chega de uma viagem a Porto Alegre e comenta com um amigo:
- Cara, Porto Alegre é demais! Uma loucura! Imagina que fui numa boate que tem uma privada de ouro!
- Quêisso?
- É sério! Uma privada todinha de ouro!

Passado um tempo, os dois vão para Porto Alegre e o primeiro diz, todo orgulhoso: - Você duvidou e agora vou te mostrar a privada de ouro. Acho que a boate é aqui perto.

Chegam na porta da boate, o cidadão pergunta pro porteiro:
- Não é aqui que tem uma privada de ouro?
O porteiro dá nele uma gravata e grita lá pra dentro:
- Ô Juvenal, corre aqui que eu peguei o fiadaputa que cagou no seu trombone!

domingo, 25 de setembro de 2011

sábado, 24 de setembro de 2011

BALZAC MAIS DEZ

Esse texto já circulou bastante, pra variar.
Mas, tirante os exageros (itens 2 e 6) e quase impossibilidades (item 3), seria adorável se fosse real...

1. Uma mulher com mais de 40, nunca vai te acordar no meio da noite, para perguntar com o que você está sonhando... Simplesmente porque não lhe interessa com o que você está sonhando.

2. Se uma mulher com mais de 40 anos, não quer assistir um jogo de futebol, ela não fica reclamando e andando em círculos no meio da sala. Ela simplesmente vai fazer algo que ela quer fazer, com grandes chances de ser muito mais interessante.

3. Uma mulher com mais de 40 se conhece o suficiente para estar segura de si mesma, para saber o que quer, para saber quem quer. São poucas as mulheres com mais de 40 que se importam com o que você pensa delas.

4. Uma mulher com mais de 40 já tem completa a sua cota de relações "importantes" e "compromissos". A última coisa que quer, na sua vida, é outro amante possessivo.

5. As mulheres com mais de 40 são superiores. Nunca dão uma baixaria no meio do restaurante. Se você aprontou alguma, ela certamente pode até te acertar um tabefe, mas, em regra, simplesmente te abandonam.

6. As mulheres com mais de 40 geralmente são muito carinhosas, atenciosas e te elogiam muito. Elas sabem como é desagradável que a pessoa de quem gostamos não seja carinhosa e cuidadosa.

7. As mulheres com mais de 40 têm segurança o suficiente para te apresentar as suas amigas. Uma mulher mais jovem, quando está com você, pode ignorar a existência da sua melhor amiga.

8. As mulheres com mais de 40, independentemente da sua área de atuação, acabam se tornando meio psicólogas: você não precisa confessar os seus pecados, porque elas sempre sabem.

9. Uma mulher com mais de 40 fica absolutamente linda com um batom vermelho.

10. Uma mulher com mais de 40 é honesta e direta: vai te dizer que você é um completo imbecil, se pensar mesmo isso de você.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

INFORMAÇÕES FUNDAMENTAIS DE SEXTA-FEIRA

A bandeira do Brasil tem 27 estrelas. Elas correspondem ao número total de Estados brasileiros e também o Distrito Federal. O desenho celeste estampado na nossa bandeira representa o céu do Rio de Janeiro, às 20 horas e 30 minutos, no dia 15 de novembro de 1889, data da Proclamação da República. A estrela que está acima da faixa branca representa o Estado do Pará. O nome dela é Spica, a estrela alfa – a mais brilhante – da constelação de Virgem.

Vários fatores fazem com que o beija-flor seja a única ave capaz de voar para trás. Em primeiro lugar, a articulação de seus ombros é muito flexível e, portanto, pode ser movimentada mais livremente do que a de outras aves. A asa, em contrapartida, é pouco flexível, fazendo com que o conjunto se comporte como uma hélice. “Esta hélice, aliada a potentes músculos peitorais, faz com que o beija-flor seja capaz de se movimentar em qualquer direção”, afirma Luís Fábio Silveira, biólogo curador do Museu de Zoologia de São Paulo.

Acredita-se que o homem (ou a mulher...) tenha começado a falar cerca de 60 mil anos antes da Era Cristã. Essa possibilidade foi levantada após a descoberta de um osso hióide - situado na base da língua - em uma caverna do Monte Carmelo, em Israel.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

BRILHOU A PRESIDENTA

Acabei de ler o discurso do Supremo Baiacu da Nação* na abertura da assembléia geral da ONU onde a madame deitou e rolou!

Passeou por todos os temas recorrentes, com direito a pieguices feministas e foi direto ao ponto central: “Essa crise é séria demais para que seja administrada apenas por uns poucos países. Seus governos e bancos centrais continuam com a responsabilidade maior na condução do processo, mas como todos os países sofrem as consequências da crise, todos têm o direito de participar das soluções. Não é por falta de recursos financeiros que os líderes dos países desenvolvidos ainda não encontraram uma solução para a crise. É, permitam-me dizer, por falta de recursos políticos e algumas vezes, por clareza de idéias”.

Defendeu a presença do Brasil no Conselho de Segurança ressaltando que “O ex-presidente Joseph Deiss recordou-me um fato impressionante: o debate em torno da reforma do Conselho já entra em seu 18º ano. Não é possível, senhor presidente, protelar mais. O mundo precisa de um Conselho de Segurança que venha a refletir a realidade contemporânea; um Conselho que incorpore novos membros permanentes e não-permanentes, em especial representantes dos países em desenvolvimento. O Brasil está pronto a assumir suas responsabilidades como membro permanente do Conselho”.

E mais, lamentou “ainda não poder saudar, desta tribuna, o ingresso pleno da Palestina na Organização das Nações Unidas”, salientando ainda: “Venho de um país onde descendentes de árabes e judeus são compatriotas e convivem em harmonia - como deve ser”.

* copyright Edson Aran

Não vi ao vivo. Ainda bem, porque ela falando é um desânimo.
Mas, no papel, ficou bom pra caramba.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

RIO 2016


Como vocês podem constatar, continuo muuito ocupado!

domingo, 18 de setembro de 2011

RRRESUMO DA SEMANA - 12

sábado, 17 de setembro de 2011

SETTIMANA D'ITALIA – FINAL

Sergio Endrigo, destaque do estilo “romântico derramado”, é o autor de Canzone per Te que deu a Roberto Carlos a vitória no Festival de San Remo / 1968. Além disso fez parceria com Vinícius de Moraes em algumas canções infantis e gravou A Rosa com Chico Buarque. Morreu patrioticamente (para nós) em 7 de setembro de 2005 aos 72 anos.

Rita Pavone estourou aos 17 anos de idade com La partita di pallone que está no vídeo aí embaixo. (Vou poupar vocês de Datemi um martello...) Fez muito sucesso, casou, mudou, se candidatou ao senado italiano, perdeu e hoje mora na Suíça vivendo a respeitável vida de uma senhora de 66 anos que, apesar das rugas, ainda tem a carinha de garoto levado.

Sergio Endrigo – Io che amo solo Te - 1965


Rita Pavone - La partita di pallone – 1962

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

SETTIMANA D'ITALIA - 4

Aos quatro anos de idade Giuseppe Faiella tocava piano para as tropas americanas que estavam sediadas na Ilha de Capri. Daí em diante, seguiu tocando e cantando nos bares da ilha até virar, é claro, Peppino di Capri.

Pino Donaggio, também ainda garoto, começou tocando violino e seguiu até descobrir o rock (?!?). Estourou, pra variar, no Festival de San Remo. Em 1965 lançou Io Che non vivo, seu maior sucesso, tendo sido gravado por inúmeros cantantes em inúmeras línguas, incluindo aí, Elvis Presley (You don't have to say you love me).


Peppino di Capri – Roberta - 1964



Pino Donaggio – Io che non vivo – San Remo/1965

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

SETTIMANA D'ITALIA - 3

Bobby Solo, Gianni Morandi e mais uma penca de cantores e cantoras, deitaram e rolaram na década de sessenta com o Festival de San Remo e outros mais.

Seguem o “Elvis italiano” Bobby Solo com Una lacrima sul viso que deveria ter ganho o Festival de San Remo de 1965 (onde ele, com problemas vocais, se apresentou em play-back e foi consequentemente desclassificado) e o Gianni Morandi com In ginocchio da Te - cena de um filme cujo, ainda bem, não tenho a menor idéia de qual seja.

Bobby Solo – Una lacrima sul viso


Gianni Morandi – In ginocchio da Te

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

VONTADE POLÍTICA? BLEARGH!

Dentre as inúmeras coisas que me enojam na prática da tal da democracia, a tal da “vontade política” ocupa lugar de destaque.

“A vontade política é a capacidade de satisfazer as necessidades de uma sociedade, de forma reconhecida pela maioria dos seus integrantes. Quando se diz ‘o que falta é vontade política’, significa que ainda não foram reunidas todas as condições necessárias para que uma determinada necessidade social comece a ser satisfeita. Por isso a importância das associações de bairros, da escolha correta dos vereadores, deputados e senadores.”

Seria lindo se não fosse utópico.
O que vemos, pra variar, é o uso de uma bela definição deturpada pela safadeza reinante desde os tempos imperiais.

Segundo Roberto Maltchik n’O Globo de hoje, o Tribunal de Contas da União constatou que só na área da Saúde (uma coisa de somenos importância) foram desviados (roubados) mais de 2 bilhões e 300 milhões de reais entre 2002 e 2011.

São, aproximadamente, 256 milhões por ano, 21 milhões por mês, 700.000 reais por dia, 30.000 reais por hora, 500 reais por minuto durante os últimos 9 (nove) anos!

Será que o que falta é “vontade política” pra acabar com essa esbórnia?
Pi-ri-go, hein? 

SETTIMANA D'ITALIA - 2

Momento mela-cueca total.

Al Di Là com Emilio Pericoli em cena de Candelabro Italiano (filme de 1962 com Troy Donahue e Suzanne Pleshette) e Dio Come Ti amo (o hino nacional da zona) com a Gigliola Cinquetti também em cena de um filme feito pra ela se lançar.


Emilio Pericoli – Al Di Là (Candelabro Italiano – 1962)




Gigliola Cinquetti – Dio come Ti amo - 1966

terça-feira, 13 de setembro de 2011

SETTIMANA D'ITALIA – 1

Acho impressionante como a música italiana fez parte da nossa adolescência (“nossa” de quem tem mais de 50, bem entendido)
e depois foi fondo, foi fondo e... foi!
Mas, deixou marcas indeléveis. (“indeléveis” é ótimo, né não?)

Então, vamos lá, num esforço concentrado de hoje a sábado.

Começando com Domenico Modugno com, é claro, Volare (Nel blu di pinto di blu) e Nico Fidenco com Legata a um granello di sabbia.


Domenico Modugno – Volare - 1958




Nico Fidenco – Legata a un granello di sabbia

AINDA TEM “YEARS AFTER”?

Em 1966 Alvin Lee e Leo Lyons (mais Chick Churchill e Ric Lee) fundaram o Ten Years After assim batizado em louvor ao ano de 1956 quando Elvis Presley - ídolo de Alvin Lee - começou a arrebentar la bouche du balon.

Estiveram em Woodstock, gravaram uma dúzia de álbuns, duraram até 1974, ensaiaram alguns retornos em 1983, 88 e 94 e ficou tudo por isso mesmo.

Alvin Lee foi um tremendo guitarrista, etc, etc.
Mas, pra mim, o melhor que eles fizeram foi essa imbatível I’d Love to Change the World (but I don’t know what to do, so I’ll leave it up to you).

O vídeo é uma bosta, mas a música é ótima.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

PAULICÉIA DESVAIRADA

ROUBO A BANCO MILIONÁRIO EM UMA
AGÊNCIA DO ITAÚ NA AVENIDA PAULISTA,
MÊS PASSADO.

O assalto ocorreu entre a noite do 27 de agosto e a madrugada do dia seguinte, mas só na semana passada a delegacia de roubo a bancos do Departamento de Investigação do Crime Organizado (Deic) foi acionada.

A ação durou dez horas. A quadrilha entrou na agência do Itaú pela porta da frente e roubou cerca de 170 cofres, levando jóias e dinheiro que podem chegar a milhões de reais. O alarme estava desligado e o botão de pânico foi desativado pelos criminosos, que foram até o subsolo do prédio.

Os ladrões levaram uma fortuna em jóias e dinheiro, que havia sido guardada pelos clientes nos cofres. Não é possível estimar o prejuízo exato, já que apenas os clientes sabiam o que estava guardado nos cofres.
Segundo o delegado, até agora, apenas cinco donos de cofres fizeram boletins de ocorrência.

Por que será que:
1. Quase duas semanas para o roubo ser denunciado?
2. Mesmo sendo de sábado para domingo, 10 (dez) horas configuram um tempo livre digno de enredo de filme, né não?
3. Dos 170 (cento e setenta) donos dos cofres, apenas 05 (cinco) fizeram boletim de ocorrência!!?

Sei não, tá parecendo que ou o prejuízo não foi tão grande assim ou é melhor ficar quietinho e jogar nas “perdas e danos”... Ou ainda, como diz o Chico Buarque, "Chame o ladrão, Chame o ladrão!"

domingo, 11 de setembro de 2011

JUANITA E RAMON

Talvez tenha sido uma combinação de charme, mistério e ascendência. Não importa. O fato é que Juanita estava, pela primeira vez na vida, completamente apaixonada. Havia conhecido Ramon durante as férias na Flórida e foram duas semanas de descobertas e paixão avassaladora.

Ela era funcionária de uma grande corretora de valores, profissional competente. Filha de pai americano e mãe porto-riquenha, bonita, o fogo latino, contido por muita disciplina, se reavivou. Bem mais novo, Ramon estava estudando alguma coisa em alguma faculdade.

De poucas e genéricas palavras, conquistou Juanita justamente por isso. Os dois eram introvertidos e Ramon dizia frases como “- A partir do alcance do olhar é que se inicia o inexplicável.”
O que não significa absolutamente nada mas Juanita achava profundo e lindo. Principalmente quando dito por aquela voz rouca e pausada, acompanhada de um olhar cheio de oitavas intenções. Além do mais ele era moreno, cabelos lisos e olhos muito pretos, o que incendiava Juanita. Foram para a cama no segundo dia e Ramon, burocrático e apressado, não foi lá esse futebol todo, mas Juanita, com a guarda
(y otras cositas mas) aberta, adorou.

Na realidade, formavam um belo casal de chatos. Não achavam graça em nada, gostavam de ficar quietos olhando o mar, comiam comidas sem imaginação, bebiam pouco e frequentavam eventos só por frequentar. (Foram assistir a um show do Joe Cocker e, quando o dinossauro cantou With a Little Help From My Friends, acenderam os isqueirinhos, levantaram os braços e ficaram balançando pra lá e pra cá só porque todos estavam fazendo a mesma coisa.)

Ao final das férias, voltaram para a rotina de suas respectivas vidas. Agora com pequenas alterações. Eram e-mails e telefonemas cruzando os ares, fortalecendo os sentimentos e amenizando as saudades. Promessas e planos se formavam mas, sempre, de forma quase indecifrável.
Ramon era incapaz de se exprimir com clareza. Juanita, que a princípio achava tudo ótimo, começou a ficar intrigada, curiosa e cobradora:
- O que você tanto estuda? Porque você sumiu dois dias? Quando é que a gente se vê?
- Minha querida, a imponderabilidade é como o vôo da borboleta.
(Isso é resposta que se dê a uma namorada carente?)
Todas as tentativas que Juanita fazia para saber o que ele estudava, o que fazia, eram candidamente rechaçadas com evasivas no gênero.

Numa oportunidade Ramon surgiu de surpresa no escritório da corretora. Juanita achou que estivesse vivendo um filme. Emoldurado na porta, com um buquê de flores na mão, o cabelo cuidadosamente descuidado, ele era o próprio canastrão de filme mexicano.
Ela achou lindo e comovente. Passaram o fim de semana entre beijos apaixonados, sexo apressado e as famosas frases de significado dúbio: “- Tudo o que pode ou não pode acontecer, é resultante de fatores interligados.”
Juanita interpretava do jeito lá dela e seguia em frente. Mas sentia, nas atitudes de Ramon, uma tensão e uma melancolia crescentes.
No aeroporto, minutos antes dele ir embora, tentou abordar com cuidado:
- Está tudo correndo bem com você?
- As pegadas do tempo deixam marcas somente na alma.
Um beijo rápido e ele embarcou.

Algum tempo depois Juanita abriu um e-mail de Ramon que terminava assim: “- Quero estar junto de você para sempre. Amor, Ramon.”
Ficou feliz e espantada com a objetividade. Porém conhecedora do namorado, começou a imaginar quais poderiam ser os significados ocultos da mensagem, uma vez que ele nunca falava diretamente.

No dia seguinte, terça-feira, chegou cedo no escritório e leu novamente o e-mail. Estava matutando sobre a vida, desejando que Ramon, pelo menos naquela vez, estivesse sendo claro e direto, quando uma sombra escureceu a sala e ela escutou um barulho de vidro quebrando. O nariz do Boeing estava entrando alguns andares abaixo e a cabine do piloto invadindo a sala.

A última coisa que Juanita viu foi Ramon - que na verdade se chamava Ahmed Al-Shariff - aqueles olhos muito pretos, o cabelo caindo na testa e, no rosto, uma estranha expressão de completa paz.


Obs.1: A preguiça e essa avalanche midiática de pieguices sobre a data em que Bin Laden mudou o curso da história me dão direito a esse pitaco.


Obs.2: Esse conto foi publicado no “Crônicas em Movimento” cujo está à venda aí no Haja Loja. (Baratinho, viu? Seus unhas de fome...)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

FEIRA DE SEXTA-FRASES

Eu tenho sido imitado tão bem que ouço as pessoas copiarem meus erros. (Jimi Hendrix)


Para que ter olhos azuis, se a natureza deixa os meus vermelhos? (Bob Marley)

Não bebo, não fumo, não cheiro. Só minto de vez em quando... (Tim Maia)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

É BOM SER GRANDE?

Tuniquinha completa, no fim deste mês, um ano de idade.

Nascida no Brasil - uma das maiores economias do mundo, uma das maiores extensões territoriais do mundo, um dos países mais populosos do mundo com uma das maiores reservas minerais do mundo, num estado que é maior do que a França, vive em Uberlândia (onde as porlrtas estão sempre aberlrtas para o amorlr) - a maior cidade do interior brasileiro (tudo bem que Campinas, São José dos Campos e Ribeirão Preto são maiores, mas São Paulo não vale: é outro país).

Tuniquinha não terá chance de conhecer mais de 25% de seus contemporâneos (em Minas Gerais a taxa de mortalidade infantil é estimada em 27,2%, segundo o IBGE).

Ela hoje vive num país que ocupa o 73º lugar em 169 países listados no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU. Atrás de Argentina e Uruguai (46º e 52º respectivamente) só pra citar os vizinhos mais próximos.

Um país que, segundo o relatório anual da entidade Transparência Internacional, ocupa o 59º lugar no ranking mundial de corrupção e vem lutando diariamente para descer ainda mais.

Nesse quase um ano de vida, ela já passou por mais de oitenta escândalos no Congresso, chuvas na região serrana do Rio que deixaram mais de mil mortos, a “ocupação” do Complexo do Alemão - uma guerra que dura até hoje - e muito, muito mais...

Não admira que ela esteja com essa carinha de "-Putz! Onde é que eu vim parar?".

domingo, 4 de setembro de 2011

SOBRE CORRUPÇÃO E LIDERANÇA

Muito melhor do que o RRResumo (que não vai ao ar essa semana
por "problemas técnicos") é esse texto do nosso prezado
Fernando Coelho.

Olhando o nobre esforço liderado pela nossa Presidente da República, para minimizar o impacto das quadrilhas que sistematicamente se organizam em torno do poder público praticando a pilhagem, não consigo deixar de relembrar uma interessantíssima passagem minha pelos universos da corrupção e da liderança.

Certa feita, quando ainda mantinha laços profissionais com uma grande empresa brasileira, fomos instados a agir com firmeza para debelar um foco criminoso operando dentro de um dos grandes Centros de Distribuição que a organização mantinha no país.
Era evidente que o patamar de perda naquele CD havia atingido níveis insustentáveis e a causa era furto premeditado e organizado por funcionários. Havia muito a fazer em termos de melhorias em processos e controles, porém o principal problema era mesmo o grupo que trabalhava lá e a cultura de corrupção que havia se instalado na operação.

Um aspecto pouco comentado em nossa sociedade é o problema da corrupção no ambiente privado. Praticamos a infantilidade coletiva de criticar intensamente, com muita indignação, somente a locupletação no ambiente público, que não tem dono aparente. É fácil criticar o governo, pois ficamos sempre protegidos de culpa direta, dado que a espessa camada de dificuldades para endereçar esse combate nos confere um distanciamento, com a conveniente muleta e desculpa para a não ação.

Já no mundo privado, bem debaixo dos nossos narizes, e bem ao lado, no cubículo vizinho, a coisa fica mais pessoal. Nossas tradições cordiais nos inibem de estabelecer esse enfrentamento. Logo o colega é promovido e em poucos anos alça um cargo de diretoria. Monta cuidadosamente seu império de bolas, comissões, coparticipações, furtos e tantas outras formas de envolvimento antiético e ilegal, no ambiente profissional.

Somos econômicos e zelosos para criticar essa prática, que é efetivamente tão danosa quanto tudo de podre que acontece no ambiente público. Nosso problema no CD contaminado precisaria de um eficiente trabalho cirúrgico de substituição de pessoas.
Não tínhamos como trocar todos os quase mil funcionários que havia no local. Nem era preciso, pois o dano era causado por apenas um grupo bem articulado. A questão era como identificar o grupo e seus simpatizantes, para efetivar as necessárias mudanças.

Para isso recorremos a uma insólita solução. Contratamos os serviços de um profissional militar aposentado, de nacionalidade israelense, ex-coronel do célebre Mossad, órgão de informação e segurança do Estado de Israel.
Não. A solução não era espionagem high-tech ou ações espetaculares de flagrantes, apoiadas por super-mega-grampos telefônicos que gravavam os suspeitos. A solução viria de um teste matricial de perfil de personalidade que o Mossad havia desenvolvido para recrutar agentes em sua sociedade extremamente heterogênea. Nosso consultor, um especialista em psicologia prática, adaptou o teste para uso corporativo e vendia seus serviços nessa área. Pelo processo que ele estabeleceu, com um teste em duas fases, conseguiríamos determinar o nível de confiabilidade e integridade de cada colaborador.

A primeira fase era aplicada no contingente todo. A análise dos resultados separava os testados em três grupos. No primeiro grupo estavam aqueles decididamente corruptos e inconfiáveis. Esses deveriam ser demitidos prontamente. No segundo grupo estavam os solidamente confiáveis e íntegros. No terceiro grupo estavam os “Marias-vão-com-as-outras”. Esse grupo ambíguo não era necessariamente culpado. Continha indivíduos contaminados, outros coniventes e até mesmo uma dose de inocentes. Para esse grupo aplicava-se uma segunda rodada de testes, destinados a refinar a seleção, identificando os contaminados que também deveriam ser demitidos. O sistema funcionou direitinho. Identificamos as maçãs podres e reformamos o quadro do CD.
No final desse processo o placar ficou assim:
Podres corruptos = 15%
Inocentes íntegros = 10%
“Marias-vão-com-as-outras” = 75%.

Impressionou-me a vertiginosa proporção (75%!) de gente sem caráter próprio. A lição mais interessante dessa experiência veio no final. Nosso consultor nos ensinou a usar corretamente o resultado dos testes. Com seu forte sotaque, carregado das sonoridades do hebraico, o coronel compartilhou conosco que os resultados que havíamos obtido eram bem comuns nas empresas brasileiras. Aconselhou-nos a promover todos os que haviam se saído bem nesses testes. Cada um em sua área deveria ser guindado a um posto de liderança. Não importa se fosse o ascensorista ou o diretor. Uma vez promovida, a preciosa liderança de um exemplo íntegro movia toda a massa de ambíguos (total de 75%) para se alinhar com a ética, indistinto de patamar profissional, fosse um como chefe dos ascensoristas, e o outro, diretor geral da unidade.

Esse simples e objetivo aprendizado, nascido no ambiente militar, era infalível: liderança respeitável gera equipe respeitada; liderança confiável gera equipe confiante.
Lembro-me da última vez que vi o eficiente coronel. Em pé, com seu notebook na pasta, olhou para mim, com uma cara serena de quem tem mil anos, esboçou um leve sorriso técnico, estendeu a mão e despediu-se, “Shalom”.
Enquanto olhava ele descer o corredor para pegar seu táxi, pensei comigo: somos verdadeiramente uma espécie social e orgânica. Refletimo-nos em nossa liderança, que enxergamos de maneira capital.

Nossa ainda precoce e inexperiente Presidente está correndo ávida para ocupar esse volume, buscando merecer o respeito e o reconhecimento por um lado, antes que vença o outro.
Que a força esteja com ela.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

MAIS FRASES DE SEXTA-FEIRA

A pior hora pra se ter um ataque cardíaco
é durante um jogo de mímica.


Sabe aquela hora em que dá aquela vontade de arrumar
a casa e lavar a louça... Pois é... Eu também não!


Quanto menos uma mulher entende de um assunto
mais certezas ela tem sobre esse assunto.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

QUEM É QUEM?

Novo Código Florestal
volta a dividir ruralistas
e ambientalistas