segunda-feira, 30 de setembro de 2013

AS MAGRELAS ESTÃO À SOLTA

Como são carinhosamente chamadas por quem gosta dessa chatura pseudossaudável e ecológica (argh!), as bicicletas ganham espaço nas ruas de Belo Horizonte.

Ganham? Duvido.
Numa cidade cheia de ladeiras, com o trânsito caótico, o que fazem os especialistas? Apertam as ruas e pioram tudo, é claro! Com o agravante de, em alguns trechos, colocarem as pentelhas entre o estacionamento e a rua! Quer dizer, o cidadão vai estacionar, invade a ciclovia e, se bobear, ainda ganha uma multa de algum zeloso mantenedor da ordem.

E, como sempre, os tais dos especialistas conseguem desagradar todo mundo. Como comprovam as notícias a seguir:

Ciclovias têm trechos isolados que não fazem conexão entre os destinos.

Ciclovia da Savassi tem um usuário a cada 15 minutos.

Tinta usada em faixas exclusivas para ciclistas da capital representa perigo por tornar piso escorregadio. Posicionamento não segue padrão e falta de continuidade gera risco.

As ciclovias estão se espalhando pela cidade. Ao custo médio de 150.000 reais por quilômetro, será um investimento de cerca de 50 milhões de reais, com recursos do cofre municipal e do Banco Mundial.

(R$ 150.000,00 por quilômetro!!!)

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

CURIOSIDADES RUBRO NEGRAS - 13

A Bocha é um dos esportes mais antigos do mundo tendo registros de seu início na Roma antiga.

No Brasil, a modalidade nasceu no Rio Grande do Sul e se estendeu ao Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

No Flamengo, o esporte foi introduzido em 1961, na gestão Fadel Fadel.
Em 1965, quatro anos após a implantação do esporte na Gávea, o Clube se filiou à Federação Carioca de Bocha - o que ajudou a divulgação da modalidade e atraiu ilustres jogadores como Ademar Toscano, Nilson Nogaroli, Nelson Nogaroli, Drasto Angeli, César Angeli e Américo Angeli.

Na verdade a Bocha, no Flamengo, é uma grande família. Esses praticantes fizeram tanto sucesso, que receberam justa homenagem na Calçada da Fama, situada dentro do Clube de Regatas do Flamengo.

O rubro negro tem 14 títulos cariocas de Bocha, além de cinco conquistas Sul-Americanas.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Ô VEIÊRA!


Dois amigos estão no boteco quando um fala para o outro:
- Está vendo aqueles dois velhos bebendo na outra mesa?

- Estou. Por quê?

- Mais uns vinte anos e a gente vai estar que nem eles.

O outro olha e diz:
- Cara, é melhor você parar de beber. Aquilo é um espelho!

(Valeu, Fernando Lobato.)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

PÉROLAS AOS PORCOS

José 'Pepe' Mujica, presidente do Uruguai (que anda de fusca e mora em casa)
fez, na ONU, mais um discurso memorável. Memorável pelo menos para os gatos pingados que presenciaram.
Porque a ONU é igualzinha a todas as corjas políticas mundo afora.
Então, é claro que um cara que diz algo que preste deve ser, convenientemente, deixado de lado.
Em compensação, tome de acordos que nunca serão cumpridos, "afrontas", "repúdios", "reflexões", e outras bobagens no gênero que são, sempre, ignoradas pelos donos do mundo.
E o pior: vemos a versão tupiniquim desse filme todos os dias.

Seguem pequenos trechos do discurso:

"A humanidade sacrificou os deuses imateriais e ocupou o templo com o ‘deus mercado’, que organiza a economia, a vida e financia a aparência de felicidade. Parece que nascemos só para consumir e consumir. E quando não podemos, carregamos a frustração, a pobreza, a autoexclusão".

"A cada 2 minutos se gastam dois milhões de dólares em insumos militares. As pesquisas médicas correspondem à quinta parte dos investimentos militares".

..."Enquanto o homem recorrer à guerra quando fracassar a política, estaremos na pré-história".

Pra quem quiser ver na íntegra: http://youtu.be/bVGCezoSwqE

terça-feira, 24 de setembro de 2013

DIGNÍSSIMO CANALHA


Segue texto primoroso do Sergio Sayeg - veja mais aqui: http://www.oquedemimsoueu.blogspot.com.br/
cujo, nas palavras do amigo Morici, “cuspiu fogo e pegou pesado”.
E carregado de razão...

Pelo presente instrumento, venho dirigir-me a vossa excelência.
Com minúsculas e na segunda pessoa, pessoa de segunda que és, mauricinho de nariz empertigado. Tu, que te ocultas, sorrateiro, por trás dessa impecável e pretíssima toga escrota. Tu que recebes aprumado a reverência do povo de joelhos à espera de tuas soberanas e irretocáveis decisões peremptórias. Tu que estás imbuído da divina prerrogativa, intransferível e vitalícia, de julgar e decidir o destino dos homens que habitam o mundo dos vivos, já que o dos mortos foge à tua jurisprudência, instância suprema à do teu supremo. Embora nutras anseios em manter paridade e equiparação divina com Aquele que exerce tal competência. Tu, cordeiro em pele d’urso, que reclamas indignamente indignado por direitos inalienáveis e vives na intimidade inescrutável da tua vida pri­vada de práticas inconfessáveis. Tu mesmo, nobre calhorda, que de tanto exercer o ofício de julgar os outros, julgas-te acima dos outros.

Venho oficiar-te, honorável patife, que há mais retidão e honra na palavra espontânea e honesta que brota do coração de um humilde iletrado do que no alfarrábio que sustém tuas áridas, infindáveis, mirabolantes e ordinárias sentenças. As mesmas que revestes, impávido, em capa dura, fazendo-as constar com letras doura­das dos anais que ostentas nas prateleiras intermináveis onde expões tua soberba grandiloquência farisaica e tua rocambolesca sapiência estéril.

Amealhas com vileza recursos tomados do povo injustiçado para manter intacto esse intrincado e indecifrável sistema, tão inócuo quanto iníquo, que qualificas cinicamente de Justiça, a fim de cobrir com aura de magnificência e infalibilidade essa espetaculosa e suntuosa pantomima patética e embusteira a fim de deixar boquiabertas as legiões dos sem-justiça desse país, mantendo-os sob o jugo do teu julgar.

Cultivaste esse interminável cipoal de leis, decretos, normas, códigos, tratados, regimentos, resoluções, regulamentações, pareceres, dispositivos, medidas provisórias e embargos infringentes, para reservares a ti próprio o monopólio do conhecimento e das práticas a ti outorgadas (adivinha!) “por lei”, afastando o povaréu ‘abestado’ de teu demarcado território. Para que, na mesma medida em que amplias a doutrina do direito, reduzas o primado da justiça.

A chave de tua inoperância chama-se prazo. Consideraste, eminente pulha, que, após décadas de espera, a sentença já foi dada, independente do transitado em julgado? Abstrais, emérito canalha, a variável tempo sob presunção de que o tempo é uma mera ‘questão de tempo’. Adias, protelas, procrastinas, prorrogas, retardas, demoras, protrais, diferes, pospões, alongas, espichas, espacejas, alastras, esticas, dilatas, intervalas, encompridas, acresces, amplias, expandes, empurras com a barriga. Pois, então, devo informar-te, distinto safardana, que quem aguarda por anos, seja nutrindo a raiva da privação de benesses não fruídas, seja gozando do deleite de penas não cumpridas, já é repositório da sentença, seja esta qual for. Em meio a tantos réus, jurados e testemunhas, apenas um deve ser declarado culpado em todas as instâncias: tu, criatura ignóbil.

Sai da tocaia, egrégio velhaco. Desce desse palácio de letras, capítulos, parágrafos, alíneas, incisos, caputs e cláusulas em que te enclausuras. Cumpre salientar, excelentíssimo pústula, que as ruas, caso não observes do palácio que construíste, sem decurso de prazo, para te isolares da realidade de fato e de direito, estão repletas de malfeitores que pomposamente livrastes das masmorras. Não por um sentimento benevolente de perdão ou por uma crença abnegada no poder de recuperação humana, mas por um displicente pragmatismo jurídico. Delinquentes de toda a espécie a quem remistes da pena, hoje libertos de punição, em uníssono, zombam, sob tua retumbante indiferença, dos tolos que se pautam em princípios e honradez.

Vivem os justos à margem das formalidades legais que queres agrilhoar a cada cidadão, a fim de emparelhares todos pelo mesmo nível de calhordice que imaginas sermos, por natureza, dotados. Por certo, espelhando tua maneira de te comportar e de enxergares os homens para necessitarem de tua mediadora e interesseira presença, seu justiceiro de araque?

Sob o manto do teu garganteado ‘estado de direito’, canalhas, corruptos, patifes, ladrões de todas as espécies ascenderam aos postos de direção com a tua serena condescendência. Mais: com a tua cruel cumplicidade. São estes que tratas com a mais alta leniência, amparando-os com a força irrefutável da lei, draconiana indulgência e into­lerância zero. Cobrindo a impunidade com o manto legalista da imunidade.

De quem é a culpa? “Dos legisladores, do governo, da polícia, da falta de juízes, da falta de vagas no sistema prisional, da falta de investimento, da má distribuição da renda, do desemprego, da falta de políticas públicas, dos baixos salários, da alta dos juros, do neoliberalismo, da crise do euro, da colonização portuguesa, da gripe suína, do derretimento das calotas polares”, bradas indignado. Tu, homo vermis, és o único triplamente qualificado como “not guilty” nessa história. Justo tu! “Por falta de provas”, provas.

Todo teu empenho é de não punir. Inocentes ou culpados, pouco importa. ‘In dubio pro reo’, desde que teus honorários sejam quitados ‘in specie’ com correção, exatidão, integridade e... justiça.

E assim, por todos os pretextos, vais libertando das grades todos os poderosos tubarões, reservando os horrores dos calabouços aos despossuídos que não participam do pecúlio que sustenta a devassidão moral que apadrinhas, consagrando esse país como o paraíso da impunidade.

Deixa de hipocrisia. A quem pretendes enganar dizendo que és a fonte da Justiça? Teu ofício é apenas advogar em prol de vermes, devolvendo-lhes em serviços pérfidos o peso do ouro que repassam a teus confrades. A justiça é o contrário de ti. É tornar o mundo humano, decente, com as pessoas podendo se olhar de frente, confiando umas nas outras. Prescindindo de teus sórdidos préstimos.

Justiça seja feita: quem te sustenta, respeitável biltre, são apenas os safados. Os fora-da-lei que, por fora da lei, julgas. Crápulas que, dispensando nobres considerações morais, estudam teus intrincados preceitos e se formam doutores para assimilar os meios legais, penais, constitucionais e amorais de permanecer impunes e qualificarem-se a ingressar em tuas rodinhas infames. Partilharem do papo do cafezinho do fórum. Onde, restritas às indevassáveis paredes que os protegem, rolam torpezas inimagináveis. Tornam-se teus amigos e cupinchas. Uma corporação fechada de rábulas parasitas. Justamente!

Os princípios de retidão e civilidade estão dentro de nós (e fora de ti). Num mundo de justos, tua justiça não se ajusta. Gente honrada entende-se entre si, sem necessitar da tua protocolar intermediação. Bastam os princípios. Quem carece de lei são os que dela vivem à margem. Se para os honrados, é desnecessária e para os bandidos, ineficaz, para os da escória que integras, é verba no bolso.

Data vênia, vai pro quinto dos infernos.

sábado, 21 de setembro de 2013

AINDA RESTA ESPERANÇA


Dois exemplos de como produzir propaganda com categoria, fazem a gente acreditar que nem tudo está perdido nessa selva de bobagens, mau gosto e absurdos que nos são dados a ver e ouvir diariamente.

O primeiro é a Lajotinha. Doce criado nos anos 40 e famoso até hoje por combinar folhas de waffer com recheio de castanha de caju, toque de canela e cobertura de chocolate ao leite, é um dos clássicos da Kopenhagen.
Aí, aproveitando a comemoração de seus 85 anos de existência, a Kopenhagen criou cinco versões do doce, colocou 16 milhões na mão da DM9DDB, chamou o Rodrigo Santoro e o resultado é um comercial simples, direto e com um final ótimo (no estilo making off) onde o gringo tenta pronunciar “lajotinha” e, claro, sai “la Xotinha”...

O segundo exemplo é o lançamento da Campanha Nacional de Doação de Órgãos. Christian Fontana, da Leo Burnett, um dos responsáveis pela criação da campanha em que Chiquinho Scarpa prometia enterrar, no jardim de sua mansão, seu Bentley Continental, informa que a previsão era que Chiquinho fosse "crucificado" pela ação. “O ideal era que as pessoas descessem a lenha mesmo”, disse.
O enterro do carro de luxo estava prometido por Scarpa desde segunda-feira (16) através do seu perfil no Facebook.
Mas, na manhã desta sexta-feira (20), após demonstrar tristeza e simular um choro, o empresário disse que não estava louco para enterrar um carro valioso:
“Eu não sou louco. Fui julgado por querer enterrar uma Bentley, mas a verdade é que a grande maioria das pessoas enterra coisas muito mais valiosas que meu carro. Elas enterram corações, rins, fígados, pulmões, olhos.”

Essas duas situações comprovam que é possível usar celebridades em propaganda sem cair na imbecilidade recorrente.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

CURIOSIDADES RUBRO NEGRAS - 12


Zenny de Azevedo, o Algodão, foi um dos mais notáveis jogadores brasileiros de basquete.
Conquistou inúmeros títulos para o Flamengo, destacando-se o decacampeonato estadual do Rio de Janeiro de 1951 a 1960.
Algodão participou de toda a campanha do "deca" e foi tricampeão brasileiro em 1949, 1951 e 1953.
Pela seleção brasileira foi campeão sul-americano em 1958 e campeão mundial em 1959. Integrante das seleções do Brasil, foi bicampeão mundial, conquistou a medalha de bronze nas Olimpíadas de 1948 em Londres e foi um dos maiores ídolos rubro negros de todos os tempos.

Milton Setrini Junior, o Carioquinha, faz parte da história do basquete brasileiro. Ele era o armador da equipe que, no último segundo, conquistou a vitória sobre a Itália no Mundial de 1978. O resultado valeu o terceiro lugar – melhor colocação, até então, de uma seleção brasileira masculina em mundiais. "Quando fui para o Mundial das Filipinas, eu jogava no Flamengo e era o único representante na equipe de clubes do Rio de Janeiro", relembra. Hoje, aos 58 anos, administra uma escolinha de futebol do Flamengo em Brasília, onde mantém uma escola de basquete chamada Ponte Aérea – nome da jogada em que lançava Oscar Schimidt para uma enterrada ou bandeja. "Ter a alegria de vestir a camisa do Flamengo foi um momento marcante na minha carreira. Tive propostas para atuar em outras equipes do Rio, mas eu sou da época em que ainda era importante identificar-se com a camisa", conclui.

Oscar Schmidt, o Mão Santa, transferiu-se em 1999 para o basquete carioca, vestindo a camisa do Flamengo. Na equipe da Gávea, Mão Santa descobriu uma nova família, chegou trazendo sorte e garantindo o título Estadual.
Em seus quatro anos de Flamengo, Oscar disputou 218 jogos e marcou 7.247 pontos, com média de 33,3 por confronto.
Antes de se aposentar, realizou seu sonho de jogar junto com o seu filho Felipe Schmidt no Flamengo.
Em sua despedida disse a seguinte frase: "O único arrependimento que tenho na vida, foi não ter vestido este manto sagrado antes."
Com sua aposentadoria, o Flamengo decidiu também aposentar a camisa 14, com a qual defendeu o clube.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

QUERIDO FILHO,

como anda difícil a nossa comunicação, vamos tentar por carta.
É, você deve estar estranhando, carta, coisa tão antiga, né? Mas, você sabe, eu sou antigo.
Fiquei sabendo, não me pergunte como, que você anda pensando (não vá tropeçar...) em ir a Ituiutaba. Aprazível cidade do nariz de Minas. Foi lá que você foi gerado, sabia? Em chegando, pergunte pelo Hotel Tiradentes e, se ainda existir, faça uma reverência ao local de sua concepção (totalmente contra minha vontade, naqueles tempos).
Estávamos, sua mãe e eu, começando a vida e sua vinda poderia esperar mais um pouco. Acho até que seria melhor para você. Mas, início dos anos 50, não havia toda essa facilidade contraceptiva, tanto física quanto moral, dos seus tempos atuais. Então... Salve o Hotel Tiradentes!
Antes que você faça essa cara espantada, lembre-se que entre a geração e o parto são mais ou menos nove meses e, assim, você foi nascer em Belo Horizonte. Sua mãe, como toda mulher, fazia questão de parir com todas as garantias tecnológicas existentes na época desde que fossem ao alcance do bolso. Eram. Consequência, aí está este cidadão. Mineiro de belzonte, mas do mundo – não vá me envergonhar! Como te conheço, não vá também fazer cara feia por causa do “totalmente contra minha vontade”. Eram tempos difíceis, início de vida, de carreira, mudança de cidade, sonhos, etc, etc. Não preciso lembrar o quanto te amo. Ou preciso? Se sim, você não cresceu nada, continua um bobão carente. Tomara que não.
Sinto o equivalente a saudades de Ituiutaba. Sua mãe e eu éramos jovens, começando a vida e Ituiutaba era, para nós, o umbigo do mundo. O cotidiano se resumia em trabalho, cinema e cama. Mas, grande qualidade humana, a paixão faz de tudo um nirvana. Para sua mãe era uma breve escala na grande e vitoriosa jornada que tínhamos pela frente. Para mim era um trampolim onde eu iria ensaiar meus primeiros saltos. Ornamentais.
Mas, tudo isso é só pretexto para essa carta. Sei lá, depois de tanto tempo sem te ver, a notícia desse seu plano de ir a Ituiutaba me impeliu a falar com você. Repetindo, dada a nossa incapacidade de comunicação, resolvi te escrever.
Já sei, já sei... Você sempre tentou falar comigo, nhém-nhém-nhém, coisa e tal. Mas, você não pensa que eu também tento me comunicar (às vezes) e você não percebe? Cabeça dura você é! (Saiu à mãe...)
As coisas aqui são difíceis de explicar. Só quando você vier é que vai entender. Tentando fazer um paralelo que seja inteligível para sua limitada forma de raciocínio, tudo pode ser resumido em sensações. Não pense que é o paraíso. Ainda estamos longe dele. Mas, com certeza, é infinitamente melhor do que aí.
Claro que sinto algo parecido com falta de vocês todos. Mas, são tantas coisas novas, e, principalmente, tão diferentes. As etapas vão se sucedendo e, pra piorar, não existe essa noção de tempo. Você lembra que, aí, eu já tinha problemas de sincronização. Agora então, para relacionar com o seu relógio é uma dificuldade! Aqui não há essa coisa de tempo fixo, determinado em segundos, minutos, etc. São, como já disse, etapas. Que vão se sucedendo em paralelo. É muito legal. Você vai gostar. Sinto muito, mas não dá pra explicar melhor. Ainda bem, pois se desse, te manjo, você ia sair contando pra todo mundo e ia virar guru ou beato ou outras bobagens cujas, definitivamente, não seriam o melhor caminho para meu filho querido.
Percebo o quanto você sente minha falta. E percebo também que você está indo muito bem sem mim. Não faz drama! Sei dos sufocos que você tem passado, mas sei também das alegrias. Então dê mais valor às alegrias e deixa de ser chato. E para também com essa mania de achar que, só porque estou aqui, tenho poderes superiores. Não é nada disso. Claro que uma ajudinha, às vezes, a gente pode negociar. Mas, geralmente, vocês só querem coisas inviáveis. Ou muito difíceis. Ou, pior, quando pedem coisas simples, não entendem os sinais. A gente bem que tenta, mas nós temos mais o que fazer, sabia? Ou vocês acham que é só festa, musiquinha de flauta, todo mundo de branco, imagens desfocadas de lindas paisagens? Ledo engano.
Lembrei agora de uma expressão que eu gostava muito: “Ledo e Ivo engano”. Do Stanislaw, brincando com o Ledo Ivo, estou correto? Aliás, ótima figura o Stanislaw. Temos compartilhado excelentes realizações. Babou? Eu sei que você sempre foi fã da fina flor dos Ponte Preta. Mas, pasme, aqui ele é outra configuração. Organizado, cheio de disciplina... Quem conheceu, até estranha. Quanto ao Ledo Ivo, acho que ainda está por aí... Não sei, aqui não costumamos nos tratar pelo nome. Como já te disse, são sensações. Ou algo parecido.
Quero te esclarecer sobre a partida. Não teve dor, só susto. Muito susto. Aquele caminhão entrando pela frente foi, no mínimo, uma situação inenarrável. Depois, a adaptação – já entendi que, nesses casos súbitos, é mais demorada. Pra mim foi complicado. Entendeu agora aquela aparição “sobrenatural” que eu aprontei depois da missa de sétimo dia? Foi isso. A adaptação ainda estava difícil. A gente demora um pouco pra entender. Mas logo ficou tudo bem. Depois que a gente “entra no clima” vai descobrindo que é muito bom. (Não espalha e não se empolga. Tudo tem sua hora.)
Foi chato aquele velório. Não tive oportunidade de deixar o pedido de cremação. Ainda bem que você sacou que o invólucro não tem nada a ver com a alma. Acabou, acabou. Mas você bem que podia ter dado uma olhadinha no caixão. Apesar da trombada eu ainda estava bonitinho.
É isso.
Se, realmente, você estiver em Ituiutaba no dia 13 de dezembro (meu aniversário, lembra?) espero que possa sentir a mesma alegria que eu tinha quando ali vivi.
Sensações, meu filho, são maravilhosas e inexplicáveis.
Graças a Deus.
Fico por aqui. Te cuida e tenta prestar mais atenção nas coisas em geral.
Um beijo.
Papai.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

NEM LÁ NEM CÁ

De um lado os “mervais pereira”, “reinaldos azevedos”, “augustos nunes” e outros, chancelados pelos "globos", “vejas”, “folhas de s.paulo”, etc, clamando pela execução em praça pública dos réus do mensalão.

Do outro, os “pha”, “azenhas”, “nassifs” e outros, chancelados, segundo os opositores, pelo governo, clamando pela estrita aplicação da letra da lei.

A diferença, na minha humilde opinião, é a chancela. A oposição usa a grande mídia cuja, por mais que detestemos, tem enorme influência nas cabeças desse país grande e bobo enquanto a situação usa blogs, redes sociais, etc.

São espantosas as reações dos leitores nos comentários das “vejas”, "globos" e “folhas”.
Como também são espantosas as reações dos participantes das famigeradas redes sociais.

Acho que, na verdade, tudo se resume na onda do momento.
É como uma final de campeonato. Quem perde xinga o juiz, quem ganha endeusa seus jogadores. Que podem, tranquilamente, como estamos fartos de ver, mudar de time a qualquer momento.

Enfim, o resultado disso tudo vai ser demonstrado mesmo é no ano que vem. Aí, vamos ver se os revoltadinhos de ocasião vão demonstrar sua imensa ira nas urnas.

Duvido.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

IBN* A MIL

Acho tudo impressionante: as frases imbecis e redundantes, os meios de comunicação que difundem essas coisas e, principalmente, os leitores/espectadores que se alimentam disso e, em consequência, estimulam essas manifestações deploráveis.


Chegou o momento de viver a minha vida, chega de dançar.
Gretchen, ao anunciar aposentadoria no programa de Luciana Gimenez

Estou um pouco budista.
Caio Blat, sobre personagem em "Joia Rara"

Você deve seguir o que acredita para se sentir bem.
Adriana Lima, ao explicar o motivo que a fez casar virgem

O importante é aprender com erros.
Sthefany Brito, sobre casamento com Alexandre Pato

*Índice de Babaquice Nacional

sábado, 14 de setembro de 2013

NOTÍCIA FUNDAMENTAL


Mulher com sobrenome de 35 letras obriga autoridades havaianas a mudar documentos oficiais.


Quando solteira chamava-se Janice Worth. Depois de casada assumiu o sobrenome do marido: Keihanaikukauakahihuliheekahaunaele.
E deixou de caber nos documentos oficiais.

Em vez de usar uma versão condensada do seu nome,
Janice Keihanaikukauakahihuliheekahaunaele, que é chamada pelos amigos de "Loke", conseguiu que as autoridades havaianas mudassem o formato de seu documento de identidade e outros.

“Eu amo a cultura polinésia em que casei. Eu amo o meu nome havaiano. É uma honra e tenho tido muito trabalho para ter os nomes que tenho”, disse Janice à AFP.

(E bota trabalho nisso, né não?)

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

CURIOSIDADES RUBRO NEGRAS - 11


Em 1979, os cariocas assistiram a dois dos maiores jogadores de todos os tempos atuarem lado a lado com a camisa do Flamengo.

Zico e Pelé fizeram com que aquela noite fosse histórica para os rubro negros. Já com 39 anos, Pelé teve uma boa atuação, apesar de não ter marcado nenhum gol. Zico, que usou a camisa 9 dando a 10 para o novo companheiro, fez o seu de pênalti na goleada por 5 a 1 sobre o Atlético-MG.

A renda da partida, que chegou a CR$ 8.781.290,00, com um público de 139.953 pagantes, foi revertida para vítimas das enchentes em Minas Gerais.

Quem também não se esquece daquela partida é Julio Cesar, o Uri Geller, um dos grandes destaques da partida, com seus dribles e cruzamentos.
"Ele até brincou que queria que eu desse os passes para os gols dele. Eu tentei muitas vezes achá-lo em campo, mas achei só o Zico. Foi fantástico. Fiz grandes partidas com aquele time, mas este foi um dia especial por jogar ao lado de Zico e Pelé".

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

MOMENTO CULTURA INÚTIL


O que Ray Charles, Sammy Davis Jr, Harry Belafonte, Dizzy Gillespie, Lionel Hampton, B.B. King, Sidney Poitier, Bill Cosby, Stevie Wonder, Chuck Berry, Quincy Jones, James Brown, Tina Turner, Diana Ross, Morgan Freeman, Oprah Winfrey e Herbie Hancock têm em comum?

Além da cor da pele, todos foram agraciados com o Kennedy Center Honors - uma honraria americana (ô povinho chegado numa premiação!) que, desde 1978, é concedida anualmente a cinco artistas de diferentes disciplinas por sua contribuição para as artes cênicas na cultura americana.

Ainda bem que não temos isso por aqui. Porque certamente teríamos figurinhas de funk, axé e vários horrores no gênero enquanto Tom Jobim, Chico, Vinícius e muitos outros ficariam na geladeira.

Ou não?

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

TRISTE VERDADE

Frase do Tostão na coluna de hoje:
“O Flamengo, em campo, parece um time pequeno, arrumadinho, certinho. Ameaça ganhar e perde.”

Resta o consolo e a esperança das palavras do mesmo Tostão, ditas em outro contexto, mas serve:
“O mundo e o futebol dão muitas voltas.”

terça-feira, 10 de setembro de 2013

CPI DA ESPIONAGEM


Mais uma palhaçada regiamente patrocinada pela corja que habita o planalto.

Um país que nem lei tem sobre a matéria - atrasado em mais de dez ou quinze anos em relação ao resto do mundo - vai realizar uma importantíssima CPI para, através de reflexões profundas, saber o que o Obama encontrou, como encontrou e o que fez com isso. 
(Além de se dobrar de rir, é claro.)

E, segundo notícias, lá vão os nobres representantes do povo turistar na Rússia a fim de encontrar o Snowden.
(Já imaginou o nível da conversa?!)

Enfim, outra (de incontáveis) inutilidade que vai consumir mais um pouquinho do dinheiro público. Coisa de todo dia...

domingo, 8 de setembro de 2013

O PNEU ASSASSINO!

É o que dá zapear na madrugada.
Dei de cara com “Rubber” do Quentin Dupieux (que também é conhecido como Mr. Oizo).

Ridiculamente, como sempre, abrasileirado para “O Pneu Assassino”,
o filme é bizarro, sem nexo, com muito nexo, enfim, uma doideira.

Começa com um carro andando em ziguezague derrubando cadeiras que estão no meio de uma estrada. O carro para, sai um policial do porta malas, pega um copo d’água e começa a falar para a câmera sobre como as coisas, no cinema e na vida, não fazem sentido.
No filme de Steven Spielberg, “E.T.”, por que o extraterrestre é marrom? Nenhuma razão.
Em “Love Story”, por que os protagonistas se apaixonam perdidamente? Nenhuma razão.
Por que não podemos ver o ar ao nosso redor? Nenhuma razão.
Por que estamos sempre pensando? Nenhuma razão.

E aí começa o filme (que é um filme dentro de um filme) sobre um pneu telepático (!!!) que rola pra lá e pra cá, vai pra um motel, assiste TV, toma banho de chuveiro e, quando fica irritado, desanda a tremelicar e explode as cabeças de pessoas e animais.

Já deu pra ter uma ideia do naipe, né?
Mas, eu gostei!

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

CURIOSIDADES RUBRO NEGRAS - 10

Leônidas da Silva (Rio de Janeiro, 6 de Setembro de 1913 - Cotia, 24 de Janeiro de 2004).

"Era um mágico do futebol", disse o jornalista Mário Filho. E com toda a razão. O "Diamante Negro", nome imortalizado em um chocolate vendido até hoje, é um dos maiores nomes da história do futebol brasileiro.

Também conhecido como "Homem Borracha", devido a sua elasticidade em campo, e inventor da bicicleta, era capaz de criar grandes jogadas e produzir momentos inesquecíveis aos que o assistiam.

Nascido em São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro, Leônidas começou sua carreira no infantil do São Cristóvão, passando posteriormente por Sírio e Libanês, Bangu e Peñarol do Uruguai. De lá foi para o Vasco e depois para o Botafogo. Porém, foi no Flamengo que ele se consagrou.

O craque, que foi um dos motivos para a meteórica popularização do Flamengo, chegou ao rubro negro em 1936.

Artilheiro dos cariocas de 1938 e 1940, e principal jogador na campanha do título de 39 - que pôs fim a um jejum de nove anos sem título para o clube da Gávea - o jogador marcou 153 gols em 149 partidas pelo rubro negro.

O "Diamante Negro", apelido dado pelo jornalista francês Raymond Thourmagem, da revista Paris Match, maravilhado pela habilidade do brasileiro, teve que interromper sua carreira de radialista em 1974 devido ao mal de Alzheimer. Durante trinta anos ele viveu em uma casa para tratamento de idosos em São Paulo até morrer em 24 de janeiro de 2004 por causa de complicações relacionadas à doença.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

MUDARIA, SIM!

Perguntinha idiota e recorrente das "marílias gabrielas" da vida é: -Se você pudesse voltar atrás, mudaria alguma coisa?

A resposta imediata: -Não mudaria nada! Sou muito feliz, a vida é bela, tudo que fiz foi blkjlddlfgrhgh...”

Acho isso um cristalino atestado de burrice.

No meu caso, é claro que mudaria um montão de coisas. Errei desde que me entendo por gente e, pelo andar da carruagem, ainda vou errar por mais tempo do que eu gostaria.
Perdi incontáveis ótimas oportunidades, deixei passar ofensas imperdoáveis, ofendi sem dó e por aí afora.

Lembro, pra variar, de um personagem do Chico Anysio que tinha como bordão: “Sou. Mas, quem não é?”

Em resumo, não aguento essa galera que não erra nunca, não se arrepende de nada, não muda nada. Normalmente são os mesmos que nutrem profundas e suspirantes saudades da infância, da adolescência e de todas as outras mazelas a que somos submetidos.
É aquela história: se eu encarar a realidade, vai machucar.
Então, o melhor é embarcar na canoa politicamente correta e piegas.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

COUSAS QUE PODEMOS FAZER

Quem está na faixa dos 100 / 110 anos certamente se lembra do Tesouro da Juventude - coleção obrigatória nos lares da classe média junto com Delta-Larousse e a Enciclopédia Britannica.

Pois bem. A valiosa coleção trazia capítulos incríveis como “Cousas que podemos fazer num dia de chuva.”
Para total decepção dos pré-adolescentes babões, as tais “cousas” se resumiam em cortar papelão, pintar, colar e outras chaturas do gênero.
Quando encontrávamos fórmulas para experiências químicas, estas eram prontamente rechaçadas pelas mães ou, quando conseguíamos burlar a vigilância “orwelliana”, nunca encontrávamos os ingredientes necessários para explodir com tudo.

(E ainda tem gente que incensa a infância...)

Essas reminiscências são decorrentes do seguinte paralelo: as “cousas” que podemos fazer em  momentos de solidão. Cujas, graças a Deus, são íntimas.
Acho que ninguém se sentiria bem assistindo ou protagonizando o deprimente espetáculo de um ser humano cortando as unhas dos pés, aparando fios nasais e por aí afora.
Mas, convenhamos, desde a escatologia - arrotar alto, peidar, etc - até as inconfessáveis, as tais das “cousas” são, em sua maioria, absolutamente comuns a todo ser humano.

Ou não?

PEQUENAS TRANSAÇÕES


Em 2011 o Google comprou, por US$ 12,5 bilhões, a divisão de celulares da Motorola.

Hoje foi anunciado que a Microsoft comprou, por US$ 7,2 bilhões, a divisão de celulares da Nokia. O presidente da Nokia declarou que a empresa "se concentrará agora em serviços e redes, o melhor caminho para avançar, tanto para a empresa como para seus acionistas".

Duas perguntinhas:
1. What porra means “serviços e redes”?
2. O que faz a Motorola, então em flagrante decadência, ter valido quase o dobro da Nokia, que disputa a liderança do ramo?

Aguardo os analistas, especialistas, etc...