segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A PRIMEIRA GELADEIRA


Segue texto primoroso do Tim Vickery - colunista da BBC Brasil e formado em História e Política pela Universidade de Warwick.


Minha primeira geladeira
e por que o Brasil de hoje
lembra a Inglaterra dos anos 60

Acho que nasci com alguma parte virada para a lua. Chegar ao mundo na Inglaterra em 1965 foi um golpe e tanto de sorte.
Que momento! The Rolling Stones cantavam I Can’t Get no Satisfaction, mas a minha trilha sonora estava mais para uma música do The Who, Anyway, Anyhow, Anywhere.

Na minha infância, nossa família nunca teve carro ou telefone, e lembro a vida sem geladeira, televisão ou máquina de lavar.
Mas eram apenas limitações, e não o medo e a pobreza que marcaram o início da vida dos meus pais.

Tive saúde e escolas dignas e de graça, um bairro novo e verde nos arredores de Londres, um apartamento com aluguel a preço popular – tudo fornecido pelo Estado. E tive oportunidades inéditas. Fui o primeiro da minha família a fazer faculdade, uma possibilidade além dos horizontes de gerações anteriores. E não era de graça. Melhor ainda, o Estado me bancava.

Olhando para trás, fica fácil identificar esse período como uma época de ouro.
O curioso é que, quando lemos os jornais dessa época, a impressão é outra. Crise aqui, crise lá, turbulência econômica, política e de relações exteriores.
Talvez isso revele um pouco a natureza do jornalismo, sempre procurando mazelas. É preciso dar um passo para trás das manchetes para ganhar perspectiva.

Será que, em parte, isso também se aplica ao Brasil de 2015?

Não tenho dúvidas de que o país é hoje melhor do que quando cheguei aqui, 21 anos atrás. A estabilidade relativa da moeda, o acesso ao crédito, a ampliação das oportunidades e as manchetes de crise – tudo me faz lembrar um pouco da Inglaterra da minha infância.

Por lá, a arquitetura das novas oportunidades foi construída pelo governo do Partido Trabalhista nos anos depois da Segunda Guerra (1945-55). E o Partido Conservador governou nos primeiros anos da expansão do consumo popular (1955-64). Eles contavam com um primeiro-ministro hábil e carismático, Harold Macmillan, que, em 1957, inventou a frase emblemática da época: "nunca foi tão bom para você" ("you’ve never had it so good", em inglês).

É a versão britânica do "nunca antes na história desse país". Impressionante, por sinal, como o discurso de Macmillan trazia quase as mesmas palavras, comemorando um "estado de prosperidade como nunca tivemos na história deste país" ("a state of prosperity such as we have never had in the history of this country", em inglês).

Macmillan, "Supermac" na mídia, era inteligente o suficiente para saber que uma ação gera uma reação. Sentia na pele que setores da classe média, base de apoio principal de seu partido, ficaram incomodados com a ascensão popular.

Em 1958, em meio a greves e negociações com os sindicatos, notou "a raiva da classe média" e temeu uma "luta de classes". Quatro anos mais tarde, com o seu partido indo mal nas pesquisas, ele interpretou o desempenho como resultado da "revolta da classe média e da classe média baixa", que se ressentiam da intensa melhora das condições de vida dos mais pobres ou da chamada "classe trabalhadora" ("working class", em inglês) na Inglaterra.

Em outras palavras, parte da crise política que ele enfrentava foi vista como um protesto contra o próprio progresso que o país tinha alcançado entre os mais pobres.

Mais uma vez, eu faço a pergunta – será que isso também se aplica ao Brasil de 2015?

Alguns anos atrás, encontrei um conterrâneo em uma pousada no litoral carioca. Ele, já senhor de idade, trabalhava como corretor da bolsa de valores. Me contou que saiu da Inglaterra no início da década de 70, revoltado porque a classe operária estava ganhando demais.

No Brasil semifeudal, achou o seu paraíso. Cortei a conversa, com vontade de vomitar. Como ele podia achar que suas atividades valessem mais do que as de trabalhadores em setores menos "nobres"? Me despedi do elemento com a mesquinha esperança de que um assalto pudesse mudar sua maneira de pensar a distribuição de renda.

Mais tarde, de cabeça fria, tentei entender. Ele crescera em uma ordem social que estava sendo ameaçada, e fugiu para um lugar onde as suas ultrapassadas certezas continuavam intactas.

Agora, não preciso nem fazer a pergunta. Posso fazer uma afirmação.
Essa história se aplica perfeitamente ao Brasil de 2015. Tem muita gente por aqui com sentimentos parecidos. No fim das contas, estamos falando de uma sociedade com uma noção muito enraizada de hierarquia, onde, de uma maneira ainda leve e superficial, a ordem social está passando por transformações. Óbvio que isso vai gerar uma reação.

No cenário atual, sobram motivos para protestar. Um Estado ineficiente, um modelo econômico míope sofrendo desgaste, burocracia insana, corrupção generalizada, incentivada por um sistema político onde governabilidade se negocia.
A revolta contra tudo isso se sente na onda de protestos.
Mas tem um outro fator muito mais nocivo que inegavelmente também faz parte dos protestos: uma reação contra o progresso popular.
Há vozes estridentes incomodadas com o fato de que, agora, tem que dividir certos espaços (aeroportos, faculdades) com pessoas de origem mais humilde.
Firme e forte é a mentalidade do: "de que adianta ir a Paris para cruzar com o meu porteiro".

Harold Macmillan, décadas atrás, teve que administrar o mesmo sentimento elitista de seus seguidores. Mas, apesar das manchetes alarmistas da época, foi mais fácil para ele. Há mais riscos e volatilidade neste lado do Atlântico. Uma crise prolongada ameaça, inclusive, anular algumas das conquistas dos últimos anos.

Consumo não é tudo, mas tem seu valor.
Sei por experiência própria que a primeira geladeira a gente nunca esquece.       

sábado, 28 de novembro de 2015

PASTOR ADELIO - DEFINITIVO




Nada a acrescentar.
E muito pra pensar.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

TRISTE LEMBRANÇA

A enquete abaixo foi postada em maio de 2014.
E continua valendo.
Como já valia muito antes de 2014 e, infelizmente, parece que ainda vai continuar valendo por muito tempo.

Você aí, leitor ligadão, diga lá: em qual dessas classes profissionais encontramos os exemplares mais arrogantes?

1. Publicitários paulistas (os pais e mentores dos coxinhas);

2. Marketeiros em geral (os donos da verdade que habita em nossos íntimos e nós não sabemos);

3. Médicos (os donos da vida, da morte, das comissões de laboratórios e sabe-se lá mais o que);

4. Engenheiros (os críticos do Todo Poderoso cujo deveria ter se consultado com eles para realizar uma obra mais bem acabada);

5. Juízes e Advogados (que, empolados em suas togas fedorentas, despejam intermináveis considerações que sempre terminam em defesa de seus próprios interesses - data máxima vênia);

6. Analistas, Especialistas, e todos os outros “istas” (que nada mais fazem do que jogar purpurina na merda de suas ideias para torná-las brilhantes);

7. Nenhuma das anteriores;

8. Todas as anteriores.

Obs.: como já percebeu o arguto leitor, os políticos ficam fora dessa palpitante enquete por uma simples razão: nos dias de hoje eles não formam uma classe profissional e sim uma corja que não merece qualquer classificação.
Ou não?

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

BRASIL 2015

Preencha as bolinhas brancas com as caras que você quiser.
A triste verdade é que vai dar tudo na mesma.


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

DE MIM PARA COMIGO MESMO


É o seguinte: semana que vem este blog completa 78 meses (Seis Anos e Meio!) de existência, sem interrupções dignas de nota.

De acordo com o Google Analytics são, até agora, 1.758 post's; o que dá uma média de 22,5 post's por mês.
(E, reconheço, o que tem de "meio" post no meio deste bololô é uma grandeza.)

Nesse longo período detenho a formidável, incrível e inebriante média de 83,7 visitas/dia.
Cujas, para ser honesto, devem ser contabilizadas próximas de 70%; uma vez que, no total, estão somadas as minhas próprias visitas para moderar e responder comentários, editar algumas bobagens publicadas e, claro, me autocurtir.
(Até porque, se eu não me achar o rei do rock não há de ser você quem vai achar. Procede, amável leitor?)

Minha deformação profissional clama por mostrar mais dados, percentuais, cruzamentos, etc, sobre o fabuloso desempenho do Haja. Mas, minha natural timidez e o respeito à paciência dos leitores falam mais alto.

Assim sendo, vamos à rápidas Tavern's Bullshit Philosophies (Abobrinhas Filosóficas de Botequim).

• O que faz um cidadão perpetrar, constantemente, tanta prosopopeia?

Escritor, sei que não sou. Não tenho "as manha".

"Cronista menor" poderia caber se não fosse minha natural implicância para com essa arrogante e babaca denominação disfarçada de modéstia.

Me resta a singela conclusão de que tudo isso não passa de uma tentativa de manutenção de boas conversas comigo mesmo.
Conversas estas que, volta e meia, são entremeadas por valiosas intervenções dos milhares e milhares de leitores deste blog.

(Que são preguiçosos pra cacete, diga-se de passagem.)

Beijos, Abraços e Apareçam Sempre!

domingo, 22 de novembro de 2015

IN


Já dizia o imortal Stanislaw Ponte Preta:
"Quem fuma cachimbo na rua é In. In-glês ou In-becil."

E dentre as inúmeras categorias "In's" que podemos apreciar hoje em dia, a dos Inseridos no celular me chama especial atenção.

Seguem três cenas presenciadas pelo locutor que vos fala.

1. Patinador matinal, cheio de acessórios, fazendo charme para as patinadoras. Só que nem ele nem elas se dão a mínima. Estão todos patinando e olhando o celular. Aí ele arranca e vai se filmando enquanto desliza. Tão embevecido está consigo mesmo que não repara um táxi estacionado com a porta aberta. Toma um estabaco e consequente bronca do taxista.

2. Mãe moderna com filho pequeno na praia. Ela se levanta para ir embora, agarra a criança num braço, vai pegar a bolsa com o outro e o celular - que está enganchado na calcinha - ameaça cair. Ela se contorce, evita a queda do "my precious" mas, ao fazer tão importante salvamento, dá uma gravata na criança que começa a chorar. Ela dá um esporro na criança!

3. Cidadão moderno, trajando mochila, óculos escuros, fones de ouvido, etc, está na calçada aguardando uma carona. A carona chega, estaciona do outro lado, buzina, ele, por instantes, volta ao mundo real e vai atravessar a avenida. Olhando para o celular, é claro. Quase é atropelado por um ciclista e... Xinga o ciclista!

É mole ou quer mais?

sábado, 21 de novembro de 2015

TOMARA!


Construindo o cenário para o imaginativo leitor: sabadão, fim de tarde, mar num azul indescritível, maré baixa, ondinhas quebrando mansamente, calçadão cheio de gente, praia vazia.

E vem um casal de velhinhos, espigadinhos, andando e chapinhando na água rasa, ele com o indefectível chapéu panamá, ela com a indefectível viseira, mão dadas e aquele clima de total tranquilidade.
Só falta um neon piscando "estamos de férias".

Vão passando lá na beira e estão de mãos dadas, conversando.
Lá pelas tantas o cidadão estanca, faz uma elegante meia volta, enlaça a anciã e sapeca-lhe um cinematográfico beijão na boca.
Ela se inclina, se envolve, abraça e afagueia.

Provando que sabem bem o que fazem, nem o chapéu nem a viseira caem, eles voltam à caminhada e seguem conversando - agora abraçados.

E eu fico aqui torcendo para que eles permaneçam assim quando as férias acabarem e eles retornarem à 'vida real'.

ACORDA, CORONEL!


É o grito da rua.

“É preciso colocar ordem em ‘tudo isso aí’”, “É preciso restaurar a moralidade”, “É preciso varrer a corrupção” e tantas outras frases que parecem ter sido cunhadas para uma Copa Brasil de Hipocrisia, se encaixam perfeitamente após esse grito.

Só que não é bem assim.

Esse “Acorda, Coronel” (que me acordou hoje cedo) veio acompanhado de “Vem correr com a gente”.

Explicando: no prédio vizinho habita um coronel cujos amigos, colegas, sei lá, passam cedinho em seus saudáveis exercícios e, como é comum a todos os saudáveis, cagam e andam solenemente pra quem quer dormir.
Incluindo o coronel. Cujo, do alto de sua patente, ignora, finge que não é com ele e segue dormindo.
Que ele não é besta...

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

VÁ DE VAAAN!


Está precisando de uma caroninha para Rio, São Paulo, Búzios, Brasília ou qualquer outro destino?
Embarque na VAAAN: Viação Aérea Amigos do Aécim Neves!

Infelizmente, agora parece que a vigorosa companhia está voando baixo mas, dependendo do seu apoio, logo você poderá desfrutar das delícias inebriantes de voar na VAAAN.

O DCM teve acesso à relação completa dos vôos de Aécio Neves durante os 7 anos e três meses de seu governo em Minas Gerais, entre 2003 e 2010, através da Lei de Acesso à Informação.
O uso que Aécio fez dos dois jatos, um Citation e um Learjet, um helicóptero Dauphin e um turboélice King Air pertencentes ao estado é um caso de estudo em matéria de patrimonialismo.
Foram 1430 viagens ao todo, 110 com pouso ou decolagem do famoso aeroporto de Cláudio, construído nas terras do tio Múcio Toletino, que ficou com a chave por um bom tempo.
Pelo menos 198 vezes ele não estava a bordo. Um decreto de 2005 estabelece que esse equipamento destina-se “ao transporte do governador, vice-governador, secretários de Estado, ao presidente da Assembleia Legislativa e outras autoridades públicas” e serve “para desempenho de atividades próprias dos serviços públicos”. A linha entre o interesse público e o privado é tênue.
... Luciano Huck, companheiro de Aécio presente nas horas incertas como a “festa da vitória” em 2014, foi a Tiradentes em agosto de 2004. Alguns dias depois, com Sandy, Junior e o empresário da dupla, rumou para Santa Bárbara. Estavam gravando um quadro para o programa.
Milton Gonçalves, José Wilker e Boni também foram usufrutuários, assim como Boni, que foi, segundo ele, “fazer uma análise da TV Minas”.
Ricardo Teixeira fez seis vôos, três em 2006 e mais três em 2010, um deles com José Serra a bordo. O detalhe é que, em 28 de agosto de 2007, um dos passageiros era Ray Whelan, executivo-chefe da Match Services acusado de envolvimento num esquema de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo do Brasil. Whelan chegou a ser preso no Complexo de Bangu.
Roberto Civita, ex-dono da Abril, e a mulher Maria Antônia passaram o fim de semana de 27 e 28 de março de 2010 em Minas. O casal foi de Belo Horizonte a Brumadinho, onde fica o fabuloso museu de Inhotim, no helicóptero. De volta à capital, Aécio os levou a São João del Rey no Learjet. No domingo, pegaram novamente uma carona nas hélices do Dauphin até Confins.
... Fernando Henrique Cardoso usou os aviões e o helicóptero em pelo menos dez ocasiões, sem a presença do governador. A maioria em 2006 (três, uma delas com uma “comitiva”) e 2008.
... Roberto Irineu Marinho, um dos donos da Globo, foi de BH a Brasília em 11 de setembro de 2007. No dia seguinte, da capital mineira a Diamantina. Esteve acompanhado do então senador Sérgio Guerra, do PSDB.
... O amigo Alexandre Acciolly foi premiado, também. Dono de academias de ginástica, sócio do Gero e do Fasano, bon vivant, ele é da turma carioca de Aécio, integrada por Huck, Mário Garnero e outros. Foi padrinho do casamento de Aécio com Letícia Weber em 2013, no Rio.
... Houve espaço até para o presidente do Rotary International, Dong Kurn Lee, e Hipólito Ferreira, ex-membro de um certo Comitê de Revisão da entidade. Em setembro de 2008, eles viajaram de helicóptero de Belo Horizonte a Ouro Preto com suas respectivas senhoras.
A generosidade com a própria família é enorme. Tios, primos (inclusive Tancredo Tolentino, o Quedo, que seria denunciado em 2012 por negociar a compra de habeas corpus de dois traficantes), ex-mulher, parentes, contraparentes — todos voaram. Andrea Neves, a irmã de Aécio, esteve em São João del Rey, Brasília, Viçosa e Rio de Janeiro, com e sem o irmão.
Em 31 de março de 2010, o King Air aterrissou na Cidade Maravilhosa com Andréa Falcão (ex-mulher de Aécio), Gabriela Falcão Neves, Luiza Falcão e Matheus Falcão.
A listagem de vôos, como foi dito, é grande e cada uma tem sua história com suas imbricações. Outras serão contadas aqui.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

ELES NÃO SE ACHAM. ELES TÊM CERTEZA.

"A 14ª Câmara Cível do tribunal de Justiça do Rio manteve, por unanimidade, a decisão da juíza de primeira instância Andrea Quintella, que condenou Luciana Silva Tamburini a pagar indenização de R$ 5 mil por danos morais ao magistrado João Carlos de Souza Correa.

Ele foi parado numa blitz da Lei Seca, em fevereiro de 2011 e se apresentou como juiz.

Luciana, que trabalhava como agente da operação, retrucou, dizendo 'Você é juiz, mas não é Deus', e recebeu, em seguida, ordem de prisão do juiz por entender que ela o desacatou".

"O caso ocorreu em 2011, quando João Carlos foi parado pela fiscal quando dirigia um carro sem placa e estava sem a carteira de motorista".

"Em 2013, João Carlos de Souza Correa teve mais problemas no trânsito. Em 14 de março, em blitz em Copacabana, se recusou a soprar o bafômetro.
Foi multado em R$ 1.915,40 e teve a carteira suspensa por um ano. A recusa em fazer o teste é infração gravíssima."

terça-feira, 17 de novembro de 2015

ELE VIVE!

Considerando que nos tempos de hoje não existem mais notícias, segundo vazamentos 'apurados pela reportagem', Chaves reencarnou no redator publicitário que emanou as últimas campanhas da Fiat.

Na do Strada o locutor passa o tempo falando "Espera, Não Espera" para situações ridículas.

Na do Uno, é "Isso, Isso, Isso" o tempo todo.

Resta aguardar as próximas cujas, pelo andar da 'carruagem', deverão vir recheadas que "Quero, Quero, Dá, Dá", por aí...

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

ALÁ MORA NOS DETALHES

Ataque em estádio de Paris poderia ter sido o pior e "falha" de terroristas intriga

Do UOL, em São Paulo 16/11/2015 20h07

"Os homens-bomba que atacaram os arredores do Stade de France, que sediava um amistoso entre França e Alemanha com a presença do presidente francês, François Hollande ... Poderiam ter feito um número muito maior de vítimas."

... "Uma teoria da polícia acredita que os [três] terroristas nunca imaginaram que seria possível entrar no estádio com os explosivos, sabendo que não passariam pelas revistas da segurança com seus coletes com bombas. Por isso, estariam planejando detoná-las durante a entrada ou saída do amistoso. Mas eles não conseguiram."

... "Ainda não se sabe o motivo pelo qual o terceiro terrorista demorou 23 minutos depois da segunda explosão para detonar os seus explosivos e em uma área vazia e não tão perto do estádio, tornando-se a única vítima de seu ataque. Houve danos nos arredores, mas apenas estilhaços."

Minha teoria é a seguinte:
O Plano era se detonarem na entrada dos torcedores.
Os terroristas 1 e 2, excitadíssimos, só pensando nas 72 virgens, se detonaram antes da hora.
O terrorista 3 sacou a cagada dos colegas e resolveu esperar a saída dos torcedores para promover um rebu que, certamente, lhe daria o triplo de virgens prometidas.

Retirou-se então em busca de um local ermo para aguardar o momento certo.
Enquanto isso lembrou-se que, no afã dos preparativos para tão agradável evento, havia se esquecido de orar.
Ajoelhou-se em direção a Meca e, ao fazê-lo, a barriga pressionou o botão do passaporte para as delícias do além.

Salvou várias centenas de infiéis e sifu.
Em vez das 72 virgens, Alá o premiou com o cargo de segurança de shows sertanejos universitários. Além de decorrentes sacrifícios sexuais que não merecem descrição num blog de respeito.

SIN EMBARGO...


Pra mim esse cara foi, é, e sempre será um dos grandes 'Reis do Rock' na literatura mundial.

E, como dizia Raul Seixas, -"Fim de papo."


domingo, 15 de novembro de 2015

E VEM CHEGANDO O VERÃO...


Nesse universo feicibuquiano onde qualquer um posta o que quer sem dar a mínima importância à veracidade, dou de cara com esse slogan aí de cima, atribuído ao Dalai Lama.

Torço para que seja do naipe das incontáveis citações atribuídas ao Luis Fernando Veríssimo, por exemplo.
Porque acho de uma babaquice inenarrável um suposto líder espiritual emanar um merchandising desses.

Enfim...
Tenha ele emanado essa pérola - com a melhor das intenções - ou não, os antenados publicitários e seus clientes estão sempre alertas, o faturamento importa mais do que tudo na vida, dane-se o Dalai e viva o oportunismo!

Minha esperança é que o público alvo das agências de viagem tenha discernimento suficiente para filtrar suas escolhas.
E que os consumidores de facilidades internetianas tenham um espasmo de raciocínio.

Esperanças estas que, de acordo com profundos estudos estatísticos do DataHaja, têm a mesma chance de você ganhar na mega sena com um jogo de seis números: 1:52 milhões.

E segue o baile.

PRAIAS


É o seguinte:
Pra ser contemplada, uma praia deserta é o que há.
Até a página dois.
Porque depois de um certo tempo, enjoa.

Então, pra ser contemplada, praia com gente é o que há.
Enquanto absorvemos o inacreditável e inconstante visual do marzão, vemos seres humanos por vezes também inacreditáveis - em todos os sentidos.
E eles andam pra lá e pra cá, jogam bola, fazem selfies, cavam piscininhas na beira d'água, etc.
Me divirto tentando imaginar o que eles fazem 'na vida real', o que pensam e tudo o mais.
Depois de um certo tempo, enjoa.

Aí chega o fim de tarde e a praia esvazia.
Pra ser contemplada, uma praia deserta é o que há...

sábado, 14 de novembro de 2015

JE SUIS BATACLAN


E vamos de novo surfar a onda de indignações, repúdios e condenações dos líderes mundiais aos atentados da vez.

Com direito aos eternos especialistas (os que nada sabem de tudo) despejando falatório inundado de "pode ser", "especula-se", "acredita-se", "é preciso repensar o combate ao terrorismo" (essa é carimbada) e chegando a lugar nenhum, como sempre.

Certamente esses atentados foram executados por algum grupo lá dos muçulmanos radicais, estado islâmico ou coisa no gênero - que, como todo indignado online está cansado de saber, não passam de representantes internacionais dos odiosos petralhas bolivarianos.

Sacanagens à parte, desde Bin Laden que estamos assistindo verdadeiros shows de organização, planejamento, produção e execução de ações terroristas. Uns mais espetaculares que outros mas, todos dignos de admiração.

E aí me vem a "reflexão profunda": Pra quê tudo isso?
É parte de uma guerra santa? Se sim, que katzo de guerra é essa que já dura mais do que qualquer outra e não tem vencedor?
O que esses caras ganham?
As 72 virgens no paraíso prometidas por Alá?
É pouco, né não?

(Cartas para a redação.)

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

DEFINITIVO


Seguem trechos pinçados do artigo (publicado em 10/11/15 - link aí embaixo)
de Juremir Machado da Silva:

"O principal inimigo da inteligência é o senso comum.

... A sua grande astúcia é se exibir como o máximo da sabedoria e da sensatez. O senso comum é a inteligência da burrice. Em todas as situações, ele escolhe o caminho mais fácil e só aparentemente mais lógico.

... O senso comum nunca se olha no espelho. Inculto por excesso de confiança, o senso comum adora dar conselhos de especialista.

... O senso comum detesta intelectuais e teóricos, salvo quando eles legitimam seus dogmas. O senso comum é pragmático, oportunista e antagônico.

... O senso comum tem a incomum capacidade de errar por excesso de acerto."

Quer ver o artigo completo?

terça-feira, 10 de novembro de 2015

MEU NOME É KÁTIA FLÁVIA, GODIVA DO IRAJÁ!


Foi, em 1987, o primeiro rap gravado no Brasil.

Os responsáveis foram Fausto Fawcett e os Robôs Efêmeros.
Que, convenhamos, soa muitíssimo melhor do que Bruno & Marrone, George & Henrique, João Neto & Frederico, Brenno & Barreto, Sorriso Maroto e infinitos outros.

Acredito também que o Fausto Fawcett deve ser Guinness de velocidade de pronúncia de palavras ininteligíveis.

Mas, importante é que nesse novembro comemora-se uma "data históóórica" - como diriam os patrióticos locutores esportivos: são 28 anos do lançamento da pedra fundamental do rap tupiniquim.

Claro que uma data tão importante deveria incentivar improváveis iniciativas na criatividade em geral.
Aguardemos esperançosos.


E LA NAVE VA...

Duas notícias sobre a tragédia de Mariana: a primeira teve pouca repercussão (afinal, eram só 58 crianças).

Mas a segunda...
Oh! Que emoção! Que heróis! Que exemplo! Compartilhe!
(Me abstenho de comentários.)

REUTERS
segunda-feira, 9 de novembro de 2015 - 15h42 Atualizado em segunda-feira, 9 de novembro de 2015 - 17h01
Diretora salva 58 crianças de desastre em Mariana
Moradores correram para locais altos após saber do rompimento das barragens, mas ninguém do colégio estava ciente da gravidade da situação

Diretora retira alunos de escola e salva 58REUTERS/Ricardo Moraes







A primeira reação que Eliene Almeida, diretora de uma escola municipal em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, em Minas Gerais, recebeu sobre a inundação de lama que destruiu seu vilarejo foi um grito de seu marido. Então ela reuniu as crianças e salvou 58.

A maioria dos moradores correu para locais altos após ouvir notícias sobre o rompimento de barragens da mineradora Samarco, mas ninguém dentro da escola estava ciente de que uma muralha de 20 metros de lama e água estava se aproximando.

O marido de Eliene correu para a escola e alertou todos.

"Ele chegou gritando que tínhamos que correr", disse Eliene, em entrevista em um hotel que está recebendo sobreviventes do desastre ocorrido na quinta-feira no distrito do município mineiro de Mariana.
Desesperada, ela reuniu as crianças, na maioria com idades entre 11 e 16 anos. "Em três minutos todos já estavam fora", disse.


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Toda vida é sagrada!! Palmas e minha eterna gratidão aos heróis de Mariana/ MG!!! Que esta imagem sirva de exemplo p todos! Por favor, alguma ong da região entre em contato comigo p q eu possa ajudá-los de alguma maneira!! Bom dia amigos!!


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