sexta-feira, 29 de outubro de 2010

TIRADA

Adolescentes e crianças, gosto muito.
Fritas no azeite.

Mas, passando ontem pela rua, presenciei uma cena do tipo exceção que confirma a regra.
A mãe, já à beira do desespero, gritando com a adorável pentelhinha:
-Maria Luisa, EU NÃO ESTOU BRINCANDO!
E a Maria Luisa, num fiapo de voz, com a carinha mais lavada:
-Então começa a brincar...

Pano rápido.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

TÃO DE SACANAGEM?




Conmovedora vigilia en Plaza de Mayo tras el fallecimiento de Néstor Kirchner




Continuando na imprensa, olha a foto que o La Nacion colocou no site. Comovedora, mesmo!
(http://www.lanacion.com.ar/)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

NO QUE PENSA A IMPRENSA?

Segundo o censo de 2007, o Brasil tem cerca de 185 milhões de habitantes.
Segundo informações um pouco mais recentes, nossos dez jornais de maior circulação somam, em média, 2 milhões e 100 mil exemplares por dia o que representa o espetacular percentual de 1,13% de habitantes que compram e/ou assinam jornais.

Desses dez jornais, quatro são considerados populares e apresentam manchetes do tipo:
Super - “Bancário é morto pelo namorado”
Extra - “Jovem arromba salão de beleza e é espancado por populares”
Meia Hora - “Traficante cornudo comandou chacina na Baixada”
Diário Gaúcho - “Guaíba: tráfico lidera ranking de mortes”

Cinco formam a chamada grande imprensa: Folha, Globo, Estadão, Zero Hora e Correio do Povo. O décimo é o Lance, jornal esportivo (entenda-se futebol).

Se somarmos os números da tal “grande imprensa”, chegaremos à média de 1 milhão e 100 mil exemplares diários que representam o incrível percentual de 0,6% da população. Tudo bem que esse número cresça uma vez que, com boa vontade, os jornais têm 3 ou 4 leitores por exemplar. Aí então, chegamos ao fabuloso percentual de 2,4% da população: mais ou menos 444.000 pessoas.

Pra que tanta conta? Só pra dar raiva. O Japão tem 128 milhões de habitantes e média de 70 milhões de exemplares de jornais vendidos diariamente para mais de 54% dos olhinhos puxados, mas arregalados.
Talvez se nossos barões da mídia impressa pensassem no que disse Max Frankel, ex-editor do New York Times, as coisas, por aqui, poderiam melhorar nem que fosse um pouquinho: “O jornalismo é uma arte narrativa que une o passado ao futuro, a causa à conseqüência; a função dos jornalistas é transformar a mera informação em conhecimento.”

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

TICO MICO



Boas histórias sempre aparecem numa conversa de boteco. E nada melhor do que conversar com quem tem o que contar. É o caso do meu amigo Renê, criado na zona norte, numa época em que os bairros do Rio de Janeiro se pareciam com cidades do interior - tanto pelos costumes quanto pelo cotidiano.

A história:
Semana santa, a turma prepara o Judas para a malhação, boneco montado, cartazes provocativos em relação à vizinhança, tudo arrumado, resta fazer hora para, na madrugada, instalar o boneco num lugar estratégico.

Caem todos na noite, via sacra nos botecos e, lá pelas 4 da manhã, parada no Bob’s da Avenida Brasil para uma recarregada nas baterias. Mas, o que fazer com o Judas? Lembram de um velho carro abandonado numa rua próxima e depositam o boneco no banco traseiro. Vários cheeseburgers e milk-shakes de ovomaltine depois, é preciso buscar o boneco. O escalado é o Tico Mico cujo carrega esse apelido por ser igual ao parceiro do Peter Potamus - magrinho, desengonçado e solícito.

Lá vai o Tico Mico, a galera fica fazendo zona no Bob’s, volta o Tico Mico correndo feito louco, abanando os braços e gritando: “Ele falou comigo! O Judas falou comigo!!!”.
Vão todos ao local e descobrem que, ao jogarem o boneco no carro, não repararam que havia um mendigo dormindo no banco traseiro. O Tico Mico chegou e puxou o pé do mendigo achando que era o boneco. O mendigo rosnou “Larga o meu pé!” e o Tico Mico entrou em pânico.

Resultado: a mais inesquecível e bem humorada malhação de Judas em Bonsucesso...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

FREQUÊNCIA EM MÍDIA

Ou “media frequency” como preferem alguns (muitos) publicitários antenados com a matriz.
O fato é que essa equação vem sendo buscada há muitos anos sem maiores avanços uma vez que as variáveis são muitas e têm esse mau hábito: variar.

Tentando explicar, a frequência em mídia é um fator que procura medir quando o seu público para de registrar a sua mensagem. Pensando só em TV, quantas vezes o seu comercial precisa ser exibido para ter a compreensão e assimilação do seu público alvo?
Vamos supor que o seu consumidor, depois de assistir o comercial por três vezes numa semana, já entendeu, já decidiu e, mentalmente, bloqueia todas as outras vezes que assistir. A partir daí você, que programou muito mais do que isso, está simplesmente jogando dinheiro no bolso do veículo e seu retorno é zero.

É aí que entram as variáveis. Por exemplo, o famoso comercial do primeiro sutiã foi ao ar pouquíssimas vezes porque foi inovador, de alta qualidade e com consequente recall muito alto. Enquanto as campanhas de varejo, além de continuarem gritando como se o público fosse surdo, bobo ou as duas coisas, abusam da freqüência e da falta de criatividade.

Entretanto temos uma situação interessante acontecendo. As TV’s por assinatura e também algumas abertas de baixa audiência estão vendendo seus espaços comerciais como se fossem emissoras de rádio. Não importa o programa, a adequação, o target. Vendem “X” inserções por dia. O anunciante “esperto” e a agência que só pensa em faturamento imediato compram pensando que estão fazendo um ótimo negócio. Ignoram olimpicamente a raiva que podem provocar no público, a rejeição que o produto pode ter, etc. Importante é levar vantagem, certo? É claro que se essas agências e anunciantes fecharem as portas depois de amanhã a culpa, como sempre, é do governo.

Aí entra a parte interessante. Algumas agências e anunciantes, inteligentemente, aproveitam essa política (?) comercial e produzem excelentes campanhas que precisam de maior frequência para serem entendidas e assimiladas.
Exemplos atuais, a campanha do Xperia da Sony Ericsson (“Seu smartphone morreu...”) bem como as campanhas da Topper para o futsal e para o rugby. São perfeitas. Precisam de frequência para serem bem assimiladas e fazem tão bem feito que não cansam nem dão raiva.

Ou seja, se não temos como medir a coisa, vamos nos aproveitar dela...

obs.: Quem estiver com paciência e quiser ler mais um pouco sobre isso é só clicar aqui: FAZER PROPAGANDA NÃO É PRECISO

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A GORDINHA TEM BOROGODÓ?

Mulher troca marido por enteado e, depois, pelo melhor amigo dele
Dawn Smith, de 35 anos, estava casada com Andrew, de 38. Foi quando conheceu o filho do marido, de 18 anos, que voltara a ter contato com o pai após anos de separação. Meses depois, Dawn e Ben, o enteado, estavam tendo um caso. Dawn se separou de Andrew e passou a viver com Ben.
No último Natal, Dawn deixou Ben e o trocou pelo melhor amigo do enteado, Mark Donnison, de 20 anos.
Tudo começou a ruir quando Ben, ingenuamente, mostrou a foto de Dawn ao melhor amigo. Alguns dias depois, Dawn recebeu um torpedo de Mark.
"Nós nos encontramos e foi amor à primeira vista. Nosso primeiro beijo foi maravilhoso. Sabia que nós estávamos destinados a ficar juntos. Agora minha vida é perfeita", contou.

Ou será que ela é um $uce$$o...?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

PENSAR CANSA?

Não tenho grandes simpatias pela Dilma, possível “Supremo Baiacu da Nação”, no dizer do Aran. Mas, é legítima candidata à presidência do Brasil e fim de papo.

Quanto a essa eleição, a internet, mais do que nunca, me espanta. Já falei diversas vezes que não acredito no tão propalado poder da tal da grande rede. As várias conclamações como panelaços, buzinaços, abaixo assinados que vão chegar no cu do judas e outras indignadas bobagens no gênero, nunca dão em nada e provam o que digo.

Mas, o que me surpreende mesmo é ver diversos e queridos amigos, todos com QI acima de 100, embarcando nas mais escabrosas correntes estilo Dilma Lésbica, Matadora de Criancinhas, photoshops mal feitos, etc.
(Talvez pelo PT ter dado como certa a vitória no 1º. turno, os tucanos deitaram e rolaram desde então.)
Só posso entender a confusão entre procurar analisar as propostas de governo (elas existem?) com a atitude de torcida organizada de futebol, como maniqueísmo bobo. No mais alto grau.

Me faz lembrar de uma reuniãozinha onde cometi a suprema asneira de comentar sobre a impressionante bobeira que assola muitas das melhores mentes quando estão na frente do monitor. Pessoas de comprovada inteligência repassando centenas de babaquices como “Ajuda pra Raquelzinha do Zimbábue”, “Microsoft e AOL dão dinheiro por e-mails enviados”, causam, em mim, a desconfiança que hipnotizantes raios cósmicos alienígenas podem nos atingir em cheio quando navegamos.

Ah, Margarida, pra quê! Quase fui escorraçado da sala, todos de cara feia vociferando pérolas como “Ah, mas nunca se sabe, né???”, “Que mal faz???” e muito mais.
Baixei o facho, nunca mais toquei no assunto e, hoje, faço cara de paisagem quando ouço comentários profundos sobre o Progesterex, a doença de Chagas no feijão e tantas outras idiotices.

Se neguinho acha que raciocinar dá mais trabalho do que repassar asneiras, é problema dele.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

WALTER FRANCO

Poucas pessoas sabem quem é Walter Franco, algo bem normal em um país que desconhece quem busca um caminho totalmente pessoal e não se prende às armadilhas da indústria musical.

Mas, esse paulistano nascido em 6 de janeiro de 1945, foi um dos principais expoentes da música brasileira dos anos 70, ao lado de Jards Macalé, Itamar Assumpção, e por que não, Arnaldo Baptista.

Desde jovem, Walter mostrou tendências artísticas e por isso resolveu estudar teatro, onde compunha trilhas para algumas peças, além de se apresentar em festivais na virada dos anos 60 para os 70. Conseguiu alguma projeção quando Geraldo Vandré defendeu sua canção "Não se Queima um Sonho", entre outras.

Porém, seu primeiro momento solo aconteceu em 1972, no Festival Internacional da Canção, da Rede Globo, quando tocou "Cabeça". A confusão começou quando o júri formado por Nara Leão, Roberto Freire, Rogério Duprat, Júlio Medaglia e Décio Pignatari, resolveu premiar aquela música estranha, experimental, com poesia cortada, com o primeiro lugar, apesar das vaias da platéia.

Se a platéia odiou, o que dirá a conservadora emissora, nos anos de chumbo da ditadura. O resultado é que o júri foi demitido. Mas, o momento de tensão ficou ainda maior, quando Roberto Freire foi ao palco e denunciou toda a armação, junto com o grupo Pholhas. Acabou sendo preso por isso.
(fonte: http://www.beatrix.pro.br/
)


Obs.: Em fins de 70, eu e a avó da Maria Antonia, assistimos um show do Walter Franco num teatrinho em Copacabana. Estavam ele, a banda, nós e mais três gatos pingados. Mas, como o cidadão “não sabia bem” o que estava acontecendo, o show rolou como se fosse no Carnegie Hall... Bons tempos!

Segue vídeo dele dando uma canja para o filho Diogo - em “Respire Fundo” - durante um show no SESC Pompéia em maio de 2010.

sábado, 16 de outubro de 2010

DEPOIS DO VÉRTICE DA NOITE

Família grande tem essas vantagens. Gabriela Marcondes, cuja não conheço, é minha prima e, claro, boa de bola.
O livro (segundo dela) está à venda na Livraria da Travessa.

Corram!

Segue pequeno - porém valioso - exemplo do que os espera:


vértice

relembro a queda
em quatro movimentos

na ponta dos dedos
posso ainda sentir o quase
equilibrando-se num precário futuro

fecho a porta e as janelas
a casa se foi
vou
leve como quem conhece o amor

nenhum pássaro
sabe como é voar com os pés no chão
eu sei

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

SEM ESCAPATÓRIA

O fato: o presidente do Chile, Sebastián Piñera e seu ministro da mineração, Laurence Golborne montaram acampamento na mina de San Jose e não arredaram pé até o fim das operações de resgate dos 33 soterrados.

As interpretações dos “analistas internacionais”, “cientistas políticos” e outros oportunistas de ocasião: “Ele se aproveitou do fato para aparecer na mídia”; “Não deveria fazer isso”; “Está faturando imagem às custas do acontecimento” e por aí afora.

Se ele tivesse ficado “em palácio”, certamente seria xingado de insensível, distante do povo e outras besteiras do gênero. Ou seja, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

É mais ou menos como as interpretações eleitorais. Cada um só vê o que quer ver e não se dá ao trabalho de olhar para o outro lado.

REFLEXÕES CRISTALINAS

Eleição não é futebol. E já vou logo avisando: não conheço o autor.
É longo, vocês não vão ler mesmo, mas fica o registro.

Em tempo: como já disse para um amigo, acho perfeita a frase que, dizem, é do Delfim Netto: "É preciso que o PT chegue logo ao poder pra ficar igual a nós."
A decepção foi grande. Mas, por que negar o que de bom foi feito?

Há alguns anos, acho que todos vão se lembrar, no Rio de Janeiro, quatro rapazes de classe média alta estavam voltando de carro da “balada”, bastante animados com a farra, quando viram uma mulher parada num ponto de ônibus. Pararam o carro, desceram e começaram a se divertir batendo nela. A moça resolveu prestar queixa na delegacia, e disse que era uma empregada doméstica. Os rapazes foram convocados a depor. Em sua defesa, alegaram que não tiveram a intenção de agredir uma doméstica – eles pensavam que era uma prostituta.

Até aí já teríamos elementos suficientes para uma grande discussão. O que leva mauricinhos de “boas famílias”, que tiveram “de tudo”, a sentir prazer em espancar uma pessoa? E o que leva a pensar que, se fosse uma prostituta, tudo bem, prostitutas são seres humanos que merecem apanhar?
Para piorar, vieram os pais, empresários, com seus carrões dirigidos por motoristas particulares, chegando na delegacia com seus advogados cheios de termos técnicos. Um dos pais não parava de dizer que seria um absurdo colocar aqueles jovens, de boas famílias, de berço, que faziam faculdade, na prisão, junto com os marginais. Iria acabar com a vida dos coitados. Só porque bateram numa empregadinha qualquer...

O que está em jogo aí? Muito mais do que a ação de jovenzinhos ricos cujo prazer é bater nos outros, de preferência mulheres, sozinhas, e pobres, e sabendo que serão protegidos pelo dinheiro dos pais. Estão em jogo os valores das pessoas, as mentalidades. Gente que acha que existem seres humanos melhores que outros. Que nas favelas estão os marginais que merecem a prisão. E nas “boas famílias” da gente “bacana” estão pessoas de bem, de berço, que vão à missa, até fazem caridade, e que infelizmente de vez em quando cometem um deslizezinho ou outro, como espancar domésticas ou (se lembram disso?) queimar índios e se defender dizendo que achavam que eram mendigos.

Pois agora, em época de eleição, vivemos novamente um choque de valores, de mentalidades. Está em jogo muito mais do que a escolha de um ou outro candidato. Vemos isso não tanto pelas propostas dos próprios candidatos – mas pelos spams e correntes espalhados pelos eleitores na internet e os argumentos usados para a decisão do voto.

Vamos a eles. O primeiro, mais importante, são os vários e-mails que falam de Lula como o analfabeto, o ignorante, que nem sabe falar direito. Tais críticas são o espelho perfeito do pai do mauricinho que escapou da prisão. Trata-se de um pensamento que considera um absurdo que uma pessoa pobre, que veio do nordeste, que foi operário, ocupe a presidência do país. É o típico pensamento daqueles que dizem que não são racistas, e justificam dizendo que tratam muito bem o porteiro, a empregada doméstica. Tratam muito bem, sim, desde que eles fiquem no lugar deles – nada de tentar fazer faculdade, de tentar conseguir um emprego melhor, quererem ser chefes. Em suma: a idéia de que existem seres humanos melhores do que outros, independente dos seus atos.

Segundo: gente que diz que Dilma é terrorista. Bem, quem diz isso deve conhecer muito pouco de história. Sabem quem mais já foi definido como “terrorista”? Mandela! Podem conferir na wikipedia. Gandhi! Se a palavra existisse antes, provavelmente os romanos teriam chamado Jesus de terrorista também. Por outro lado, sabem quem já foi denominado “inimigo dos terroristas”? George Bush! Os ditadores militares que ocuparam a presidência do Brasil e de outros países da América Latina e instituíram a tortura como prática comum. Até Hitler! Ou seja, ao vermos alguém ser chamado de “terrorista”, é importante saber quem está chamando e o que realmente a pessoa fez. O regime vergonhoso do Apartheid identificou como terrorista um homem que lutou pela igualdade, justiça e paz. O mesmo fez a ditadura brasileira com os militantes que lutavam por um outro Brasil.

Mais um? O pessoal que agora inventou uma corrente a favor da liberdade de imprensa. Tenha dó! Quer dizer que alguém acha que vivemos numa plena liberdade de imprensa, em que algumas poucas famílias são donas das emissoras de TV, rádios, jornais e revistas? Os jornalistas todos sabem que, dentro das redações, é proibido dizer certas coisas, ferir interesses dos anunciantes, denunciar a corrupção de certas empresas... Essa semana tivemos um bom exemplo. A psicanalista Maria Rita Kehl foi demitida do Estado de São Paulo após escrever um texto em que apontava pontos positivos do Bolsa Família.

Na verdade, o que vem ocorrendo é o contrário. Nunca houve tanta liberdade de imprensa, para se denunciar e divulgar atos corruptos. É tão engraçado ver as pessoas falando de mensalão como se fosse uma razão para não votar no PT. Esquecem que o tal mensalão teve origem no PSDB de Minas com o Eduardo Azeredo. E mais: alguém acha mesmo que antes não havia corrupção e só agora é que há funcionários do governo e políticos corruptos? Por favor! Na época da ditadura a corrupção andava solta, só que ninguém podia divulgar nada. E mesmo agora. O Estado de São Paulo se declarou, num editorial, a favor de Serra. Alguém acha que esse jornal tem interesse em divulgar fatos contrários ao interesse do PSDB? Pior faz a Veja, que posa de “imparcial” e tem uma equipe de redatores que reescreve todas as matérias, eliminando qualquer coisa que possa ser positiva para o governo Lula ou o PT. Na Veja, até eclipse solar é culpa do PT! Grande liberdade de imprensa...

Algumas pessoas, nessa época de eleição, alegam que querem argumentar. Pois vamos argumentar! Vamos comparar os indicadores da economia, da educação, da saúde, da distribuição de renda, da estabilidade do Brasil e sua visibilidade no exterior. Em tudo isso, o governo Lula vence o de FHC.
Aí começam a aparecer esses outros argumentos: que Lula é analfabeto, Dilma é terrorista e lésbica, só no governo Lula houve corrupção e a liberdade de imprensa está para acabar. Não são argumentos relacionados com competência para conduzir um país nem com propostas de governo. Antes, são manifestações do mesmo tipo de mentalidade de quem acha que os coitados dos meninos de classe média alta não podem agora perder a vida só porque exageraram um pouquinho e espancaram uma doméstica. Uma doméstica! Foi mal! Era para ser uma prostituta. Dá um dinheirinho para ela para compensar e a coisa morre aqui...

Carlos Alberto Ávila Araújo
Em resposta aos vários e-mails que tenho recebido com pedidos para não votar em Dilma (e piadinhas “inocentes” sobre Lula e o PT).

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

GOL INAUGURA NOVA ROTA PARA O CHILE


A tal da cápsula de resgate dos mineiros do Chile é uma ode à claustrofobia. Cinqüenta e poucos centímetros de diâmetro, correias atando o corpo e várias outras amarrações.

Só de pensar, já dá aflição. Mas, para eles não deve ser grandes coisas. Afinal os caras trabalham a 700 metros de profundidade, ficaram soterrados mais de dois meses e, pra sair desse sufoco, os 15 minutos dentro da cápsula devem ser mais agradáveis do que voar de Gol.
E sem barrinha de cereal...

Atualização 22h:
Acabou. Ou quase porque, afinal, ainda tem meia dúzia de “socorristas” lá embaixo que não dão audiência.
De qualquer maneira, entre mortos e feridos salvaram-se todos e, aposto, breve teremos a reedição de filme-catástrofe-com-final-feliz que vai dar emprego pra um monte de atores e atrizes encostados em Hollywood. Vai ser que nem filme de guerra da década de 60.
Se bobear vira série.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

JOHN LENNON - SETENTÃO


É o seguinte: existe rock e existem (ou existiram) os Beatles. Nenhum conjunto chega perto em nenhum aspecto.

Mas, tem sempre um entretanto: pra mim, o John Lennon era um grande pentelho. “Imagine” e “Happy Christmas” são de uma pieguice inenarrável, “Woman is the Nigger of the World” é outra enorme babaquice panfletária e dispensável - assim como aquela japonesa dele que sempre foi uma chatura.

Tá certo que sem ele não haveria Beatles e o planeta teria outra trilha sonora.
Então, resta agradecer o fato dele ter saído de cena para entrar na história. Porque se não, com certeza, o cidadão estaria por aí enchendo o saco, fazendo música pra plantinha, greenpeace e outras pentelhices politicamente corretas.

sábado, 9 de outubro de 2010

500!

Engraçado como a vista se acostuma e a gente para de ver o entorno.
Só agora me dei conta que o post de ontem foi, somando 226 de 2010 com 274 de 2009, o de número 500 (Quingentésimo, olhaí que estranho!).

Mais estranho é pensar que já sentei aqui (muito) mais de 500 vezes pra escrever bobagem. Putz!
Pensando bem, que esquisitice é escrever coisas para o éter esperando que sejam lidas.
Pensando melhor, não é isso que, afinal, todos fazemos todos os dias? Falamos coisas esperando que alguém entenda, rebata, etc.
E aí, entra outra doidêra: Para onde vão as palavras? Elas se esgotam no ouvido do pobre ouvinte ou se perpetuam universo afora? Se a segunda opção é verdadeira, em algum lugar desse universo a loucura deve ser geral.

Ô sabadão preguiçoso...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

MULTIPLICATION

Bobby Darin (Harlem, Nova Iorque, 14 de maio de 1936 - Los Angeles, 20 de dezembro de 1973). Ainda na infância, o médico após examiná-lo, constatou que ele sofria de problemas cardíacos e lhe estimou pouco tempo de vida, devido a tamanha gravidade da sua enfermidade.

E foi pouco mesmo. Mas, em 37 anos deu tempo pra ele fazer muito sucesso e casar com a Sandra Dee (a lourinha com quem ele dança no final da cena) logo após as gravações de “Quando Setembro Vier” – filme que qualquer pessoa com mais de 50 anos tem obrigação de lembrar.


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

RECEITA

Pegue um monte de atores que você já cansou de ver, mas não sabe o nome de nenhum.
Coloque todos num prédio antigo que um ganancioso empresário do mal quer demolir.
Junte um casal de velhinhos, sendo ela engraçadinha e doida, que moram e são proprietários de uma lanchonete no prédio.
Acrescente um armário escuro na forma de ex-lutador de box, um artista incompreendido e uma grávida solteira fazendo caras e bocas.
Polvilhe com mini-alienígenas (!!) que são do bem e, claro, resolvem ajudar os moradores que não querem sair do prédio.
Misture tudo com situações imbecis, clichês melosos, gracinhas previsíveis e, contratado pelo ganancioso empresário mau para expulsar os heróis de suas casas, um bandido que fica bonzinho no final.
Assine como produtor: Steven Spielberg.

Pronto.

Você acabou de criar uma bosta de filme: “Batteries not Included”. (Como sempre, idiotamente traduzido para “O Milagre Vem do Céu”).

A prova definitiva que os gênios também têm seus dias de merda.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

MARKETING CONJUGAL – POR PHILIP KOTLER

Para Kotler, a principal função do marketing é conduzir a estratégia da empresa e fazer com que as promessas sejam cumpridas a seus clientes.
A visão holística, assim, é enfatizada em três pontos:

1 - As empresas precisam ampliar sua visão das necessidades e estilos de vida de seus clientes, deixar de vê-los como simples consumidores de seus produtos atuais e começar a vislumbrar uma maneira mais ampla de servi-los.

2 - Devem, sobretudo, avaliar o impacto de suas ações operacionais sobre o comportamento do cliente: efeitos negativos decorrentes de atrasos, faturas com erros, e, sobretudo, baixa qualidade de atendimento.

3 - É fundamental que a empresa tenha uma visão mais ampla do seu setor de atividade, de sua evolução e de todos os protagonistas envolvidos (destacando-se aqui uma perfeita visão de sua cadeia de fornecimento).

Obs.1: Se os(as) amáveis leitores(as) pensarem na palavra “empresa” como sendo Esposas, Companheiras, Amantes, Namoradas, etc, e substituírem a palavra “cliente” por Marido, Companheiro, Amante, Namorado, etc, poderão comprovar a competência do cidadão.
Obs.2: Vice-versa também funciona.
Mas, perde a graça. (observação machista, chovinista, nhén-nhén-nhén...)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

E LÁ VOU EU, PELA IMENSIDÃO DO MAR...

Recebi essa do Fernando Fabbrini quando ele estava no Maranhão:

Aqui em São Luis, estou abismado com a lenta e gradual transferência física do território nacional para a China e outros destinos.
Explico: no caminho diário para a produtora, onde trabalho, vou pela Av. Litorânea, cujo nome dispensa explicações.

Invariavelmente, olhando para o horizonte pela janela do carro, conto de 15 a 20 navios graneleiros gigantescos saindo do porto em direção ao mar aberto. Todos os dias, dia e noite, sem parar, levando o minério de Carajás e Paraopebas.
Estes "15 a 20 navios" estão lá apenas durante o tempo do meu trajeto pela avenida, veja bem! Procurei saber do total e me informaram que são mais ou menos 100 navios a cada 24 horas!
Depois falam em equilíbrio ecológico...

Lembra a piada do português na prisão cujo vizinho de cela era leproso. A cada dia caía um dedo, um pedaço do pé, etc, e ele jogava pela janela. Zeloso, o luso chamou o guarda e confidenciou: “Olha, não é que eu seja dedo-duro, mas o vizinho está a fugir aos pouquinhos...”

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

SAUDADE NENHUMA!



Claro que a grande movimentação internetiana - Não Reeleja Ninguém -, pra variar, não deu em nada.

Parênteses: mas como tem neguinho que acredita!

De qualquer maneira, já foi um avanço.
Pra mim, esses aí (e vários outros) deixam saudades zero.

Ou não?

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

FRASES CINEMATOGRÁFICAS

O cinema é um infinito manancial de situações, fotografias, cenas e frases marcantes, inesquecíveis. Filme bom, a gente vai descobrindo detalhes e sutilezas a cada vez que assiste. (Tenho um grande amigo que já assistiu Blade Runner trinta e duas vezes e tem sempre história nova pra contar...)


Ontem assisti, pela enésima vez, Casablanca.
Não vou listar os inúmeros detalhes desse filme impressionante pelo ritmo, construção, atores, direção, trilha sonora etc.

Só duas frases que, no contexto ou não, são espetaculares.

Capitão Renault, depois que o Rick atira no Major Strasser:
- (para os guardas): Round up the usual suspects.

Rick, ao final da cena, sendo suavemente achacado pelo Capitão Louis Renault: - Louis, I think this is the beginning of a beautiful friendship…