sábado, 31 de janeiro de 2015

COMO VAI SER?

Outro dia, em conversa com um amigo, comentei que pode ficar difícil pras novas gerações distinguirem o virtual do real.
Me serviram de argumentos o "Life of Pi" e o fato dos comerciais já deverem estar beirando os 100% de photoshop ou algo equivalente e mais "muderno".

Aí, sou premiado com esse da 'Leroá-Merlan'.
Não sei se pela música (uma pérola da enlutada Calcanhotto) ou pelas imagens ou por ambas, o photoshopinho lazarento se instalou na minha mente conturbada.
E foi uma alegria inesperada nesse deserto publicitário que estamos, ultimamente, percorrendo.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

QUEM FAZ A SUA CABEÇA?


Chargistas são - ou deveriam ser - os "resumidores" do momento; devem - ou deveriam - seguir sua intuição e sua visão para expor suas ideias e não as ideias do patrão.

Temos então dois exemplos: o Duke, um grande chargista que expõe suas ideias num pequeno jornal e o Caruso, um pequeno chargista que expõe as ideias do patrão num "grande" jornal.

Ficam aí as duas com a intenção de provocar as 'profundas reflexões' dos milhares e milhares de leitores deste blog.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O FAMILISTÉRIO

O Familistério de Godin foi uma tentativa de aplicação das teorias socialistas utópicas, em Guise, no norte da França, inspirado nos falanstérios propostos por Charles Fourier na sua obra “A harmonia universal e o falanstério”.

Com a intenção de concretizar suas ideias sócio-políticas, Jean-Baptiste Godin decidiu comprar, em 1859, 18 hectares de um terreno onde mandou construir um complexo arquitetônico de habitações para operários. A luminosidade dos apartamentos, a circulação do ar, o acesso a água potável em cada piso, são todos elementos fundamentais que eram garantidos pela arquitetura própria dos edifícios. O cuidado com o corpo era igualmente assegurado pela criação de uma lavanderia, situada perto do curso de água, na qual se lava e seca a roupa (evitando assim os odores da umidade nos alojamentos), havia chuveiros e uma piscina (com uma prancha móvel, para permitir às crianças nadar em total segurança) onde a água, proveniente da fábrica próxima, chega em perfeita temperatura.

Finalmente, Godin põe em prática todo um sistema de proteção social criando caixas de segurança que protegiam contra as doenças, os acidentes laborais e asseguravam uma reforma aos 60 anos. À medida que o projeto foi se consolidando, ficou conhecido como Palácio Social.

Gerido de uma perspectiva empresarial, ainda que segundo um espírito comunitário (de acordo com as teorias sociais de Saint-Simon e Owen, além do já referido Fourier), o familistério durou até 1968, o que o torna um exemplo de sucesso.
Fonte: portalarquitetonico.com.br

Bonito, né?
Legal esse Godin, né?

Vi ontem um resto de programa, no Arte 1 (acho), contando sobre as maravilhas desse “Palácio Social” que mais parece um presídio. Contaram também das regras de convivência que incluíam multas, advertências e expulsões aos desobedientes.

Só me ficou uma dúvida: se todo esse projeto espetacular surgiu de suas “idéias sócio-políticas”, por que ele nunca morou lá?

(Pimenta no orobó alheio é refresco...)

domingo, 25 de janeiro de 2015

TCHEKHOV E O ÓBVIO

Em "O Professor de Letras", conto escrito no final do século 19, há um personagem fugaz - Hipolit Hipolítitch - professor de geografia e história, colega do protagonista, que só fala o óbvio.

Por exemplo, quando o protagonista se casa, nos cumprimentos Hipolit declara com emoção: "-Até aqui você ficou solteiro e viveu sozinho, mas agora está casado e vai viver a dois."

Essa e mais algumas do mesmo naipe devem ter enchido o saco do seu criador que se apressa em matar o personagem de erisipela.

Mas, não mata meu espanto em constatar que Hipolit continua vivo nos dias de hoje como podemos comprovar nas atitudes de seus inúmeros seguidores.

Diga lá, leitor observador: você não tropeça em um monte de gente que estufa o peito e faz cara de profunda reflexão para vomitar o óbvio?

Se não, sorte sua. Porque, para meu desconforto, volta e meia identifico exemplares dessa turma. O que, pelo menos, me serve como treinamento da paciência e da cara de paisagem.

sábado, 24 de janeiro de 2015

CENAS DE DOIS CASAMENTOS


Lá vou eu em meu 'pps' (passeio ao por do sol) e dou de cara com essas cenas tocantes: um duplo casamento de surfistas com direito a altar de prancha, noivas chegando de buggy pela areia e a galera aplaudindo na calçada.

Tudo regado a alegria...

E o "repórter do fato" registrou em porcas - porém emocionantes - imagens de celular, essas coisas que só acontecem por aqui.

Obs.:
1. Antes que me truquem pelo "só acontecem por aqui", devo explicar que esse evento rolou na praia de Manaíra, sem maiores pompas, sem seguranças, sem "exclusivismos", tudo na maior tranquilidade, com amigos, parentes, simpatizantes e simples passantes (como eu e muitos mais) curtindo numa boa.
2. A noiva com o filho no colo, pra mim, foi a mais perfeita definição da festa.

MINHA NAMORADA


Um dos exercícios que mais gosto de fazer é (tentar) me colocar no lugar de outra pessoa. Ou seja: em determinadas circunstâncias, como eu agiria se fosse o outro? É uma grande viagem sem destino certo.

E isso fica mais desafiante quando o "outro" é do sexo feminino.
Nesse caso o percentual de acerto deve girar em torno de 1%.
Se tanto.

Aí, escutei agorinha essa pérola do Vinícius.
Não há como negar o tremendo poeta que ele foi.
Mas... "Fôra eu mulher,  me casava com Rui Barbosa!"

(Em 1967, na Faculdade de Direito de São Paulo, o Professor Soares de Melo, grande apreciador de Rui Barbosa, tendo inclusive proposto a criação de uma cadeira só sobre o tribuno baiano, terminou uma aula de Direito Penal com esta confissão categórica.
Fonte: 2º Febeapá, Stanislaw Ponte Preta.)

Perdão, leitores.
Back to the cold cow, olha só a letra da incensada "Minha Namorada":

Minha Namorada

Se você quer ser minha namorada
Ah, que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser
Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer

E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber por quê
Porém, se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada

Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo em meu caminho
E talvez o meu caminho seja triste pra você
Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos
Os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois

E você tem que ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois
Leva a mal não mas, fôra eu mulher...
Mandava o poetinha ir catar coquinho.
Ou não?

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

JE SUIS BANDIT

É como me sinto ao percorrer essa verdadeira maratona que é enfrentar a burocracia tupiniquim.

Vá você querer abrir uma microempresa fazendo tudo certo e terá que conviver com situações no mínimo esdrúxulas.

Para ficar em um só exemplo, abrir uma conta “pessoa jurídica” num banco é uma experiência instigante.
Um calhamaço de papéis, declarações, cópias autenticadas, firmas reconhecidas e o gerente fiscalizador incansável.

Depois de tudo pronto, copiado, reconhecido e entregue, sou informado que o cartão da conta chegará em aproximadamente 15 (quinze) dias e o cartão de crédito irá depender da movimentação que a empresa apresentar ao banco.

Uma questão inevitável vem à minha mente e trato de colocá-la para o gerente com todo o cuidado – porque ele pode se zangar, complicar ainda mais a burocracia e, consequentemente, explodir minha já diminuta paciência:
-Deixa eu ver se estou entendendo direito. Você me pede quilos de documentos, comprovações, etc, como se eu fosse, por definição, um bandido. Ou seja, quando entro no banco já sou culpado até que eu prove o contrário. Entretanto são vocês que vão lucrar absurdos movimentando o meu dinheiro, além de me cobrar taxas sequenciais e muitas vezes inexplicáveis. Não seria eu quem teria que pedir todos esses atestados a vocês?

O gerente engole em seco, me olha de banda e diz com entonação de telemarketing:
-Sinto muito, senhor. São as normas...

Vou embora rápido porque ainda tenho que pagar as taxas de fiscalização, localização, funcionamento, certificados, tef's, danfe's,
e sei lá mais o quê...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

DOIS BANHOS QUENTES POR DIA!

Ricardo Darín é um tremendo ator argentino e essa entrevista já fez aniversário. Mas, como tudo que é bom, tem vida longa.

Obs.: Os paulistas devem estar morrendo de inveja dele.


domingo, 18 de janeiro de 2015

O WALT SLADE DE MANAÍRA

Quem é do século passado pode ser que lembre do Texas Ranger.
Eram livros de bolso quase que semanais onde nosso herói, invariavelmente, chegava a uma cidadezinha perdida no oeste americano que, claro, estava ameaçada por bandidos vários, exterminava todos, mantinha um suave romance com a filha de algum fazendeiro local e, no final, partia cavalgando em direção ao poente.
Uma bosta mas, a gente seguia lendo.

Aí, hoje, capturei esse cavaleiro que me fez lembrar do "Falcão do Texas". Conversando com uma galera que está sempre na orla, fico sabendo que ele desfila todos os sábados e domingos ao por do sol.
Meus respeitos à elegância do exibidinho.


JAMBÁ, JAMBÉ, JAMBI, JAMBÓ, JAMBU!

Segundo fontes muito mais confiáveis do que a mídia em geral, google ou wikipedia, sou informado que o jambu é uma planta comum no Pará utilizada pra fins nobres como, por exemplo, a cachaça da foto.

Manja aquelas situações em que você é socialmente obrigado a comparecer? Pois é. O locutor que vos fala, gentilmente intimado por um casal amigo, foi capturado para uma feijoada - sem conhecer mais nenhum participante do lauto regabofe. Pra vocês pode ser fichinha mas, pra mim, isso é motivo de alta ansiedade.

Breve resumo da ópera: fiquei conhecendo pessoas da melhor qualidade, desfrutei de uma feijoada indescritível, ri pra-ca-ce-te e lamentei a ausência da sábia-que-me-acompanha (cuja teria se esbaldado com os 'causos' e com o jambu).

E o mais impressionante é que estavam presentes migrantes de Minas, Pará, Paraná e Rio Grande do Sul - se não me falta ou falha a memória.
Ou seja, diferentes visões desse brasilzão se encontrando, rindo, debatendo, rindo, aprendendo, rindo, criticando, rindo, elogiando, rindo e constatando que somos uma nação muito maior do que a que vemos nas redigrôbo da vida.
Enfim, um sabadão sem defeito.

Obs.: a cachaça de jambu é um perigo! Você toma um golinho, bochecha e sua boca fica anestesiada. É necessária uma lata de cerveja pra anular o efeito. Aí, você quer experimentar de novo. Mesma sequência. Aí... Sei lá.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

MIAMI NELES!


What porra is that?
Olha o artigo do Ricardo Kotscho aí embaixo!
Já estão começando a “descobrir” JP?

Mas, o nordeste, segundo as profundas análises mainardianas, não é “bovino”?

De minha parte, vou propor uma campanha “Fale Mal de João Pessoa” que é para evitar a invasão das hordas do sul maravilha.
Que se mudem pra Miami e deixem o nordeste em paz.

Obs.: Toda regra tem exceção e o Kotscho, claro, é benvindo.


Publicado em 16/01/15 às 11h08

Ricardo Kotscho
Para onde ir?
Já tem muita gente pensando nisso, depois de mais uma semana de cão em São Paulo, sem água e sem luz por boa parte do tempo, enchentes diárias e reservatórios secos, trânsito caótico, árvores e postes caídos, obras e consertos intermináveis, mau humor generalizado, as pessoas se tratando mal. E a cidade ainda está meio vazia, com muita gente de férias.
Quem vive aqui sabe bem do que estou falando. Como será quando todo mundo voltar e o inverno chegar? Nem quero pensar nisso, mas ao subir mais uma vez a escadaria do prédio no escuro (a bateria da luz de emergência só dura duas horas), voltei a pensar num sonho antigo e recorrente.
Quando me perguntam qual é o sonho, quais são meus planos nestes anos que me restam de vida, sempre respondo na lata: é ir morar em João Pessoa, a pacata e bela capital da Paraíba. Nem sei explicar quais são os motivos, já que não tenho lá amigos nem parentes,
nada em especial que me faça escolher este canto do mundo para viver.
Nas minhas andanças pelo país como repórter, que já me levaram a todos os Estados brasileiros, capitais e interiores, sem exceção _ até a Fernando de Noronha já fui, ficava pensando  onde gostaria de ficar de vez quando me aposentasse.
Minhas escolhas mudaram várias vezes ao longo deste último meio século, porque esta nossa terra tem muitas cidades bonitas e acolhedoras. Já conheci também lugares incríveis em boa parte do mundo, mas viver fora do Brasil, nem pensar.
De uns tempos para cá, fixei-me em João Pessoa, onde já tinha ido muitas vezes, sempre a trabalho. Em 2013, finalmente, consegui passar lá dez dias de férias _ e me encantei, definitivamente.
Não descobri lá nenhuma praia do outro mundo, um restaurante espetacular, alguma atração turística imperdível. Acho que o que mais me atraiu foi exatamente isso: a simplicidade do lugar e das pessoas.
É difícil explicar. Parece que é todo mundo igual, não tem gente que quer se mostrar mais importante do que o outro, ninguém quer te enganar e os nativos parecem sempre disponíveis para uma conversa, sorriem de graça. A vida flui mansamente, sem atropelos, cada coisa no seu lugar e no seu tempo certo.
Outro dia, no final de um almoço com amigos da minha idade, o papo era sobre sonhos, planos, projetos de vida. Claro que falei de João Pessoa. Falei até que, ao final do meu contrato, iria pedir à Record minha transferência para a emissora da Paraíba.
Pois não é que um diretor da empresa levou minha conversa a sério? Quando o reencontrei, semanas depois, no mesmo lugar, ele me chamou de lado, e confidenciou: "Já estou encaminhando aquele teu pedido". Nem me lembrava qual era, mas ele não esqueceu.
Tenho agora um pequeno problema: convencer minha mulher, as filhas, os genros e os netos a irem junto comigo... Já estou aposentado faz mais de dez anos, continuo com dois empregos, o tempo voa cada vez mais rápido, sei que tenho menos tempo pela frente do que para trás. Será que um dia vou conseguir?
Acho que minha única chance é chegar o dia em que todos seremos, simplesmente, obrigados a ir embora daqui. Eu, pelo menos, já sei para onde ir.
E você, caro leitor do Balaio?
Vida que segue.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

MATOU A PAU

Literalmente!


sábado, 10 de janeiro de 2015

FAAALA MEU CAMARADA!

Era assim que o Renê me saudava sempre.
Quase dois metros de altura e um coração e uma suavidade muito, mas muito, maiores do que seu tamanho.
(Não há como escapar do lugar comum.)

Um cidadão que vai deixar muitas saudades e também o exemplo de como devemos nos comportar nessa vidinha besta: com atenção e carinho inacreditáveis para com os amigos e com o perdão sempre pronto a ser entregue aos que lhe enchiam o saco.

Como convém a pessoas dessa estirpe, teve a família fantástica que merecia. Márcia, Renezinho e Fernanda, recebam minha tristeza e minhas orações junto com o alívio de saber que ele se foi em paz e com a suavidade que sempre foi sua característica.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

JANEIRO É DE MATAR!


Já estava demorando.
Seja pelas catástrofes "naturais", seja pelas provocadas, Janeiro não perdoa.
Pelo menos desta vez (até agora) a coisa só foi pavorosa na Europa com as mortes da galera do Charlie Hebdo. (Pra mim, Wolinski foi um dos maiores da história dos quadrinhos.)
Segue um breve - e muito curto - resumo dos cinco últimos Janeiros.
Medo!

5/1/2014
Eusébio, o maior craque de Portugal (até que Cristiano Ronaldo se mande) e Nelson Ned, o maior anão musical do Brasil.

3/1/2013
Temporal e chuvas deixaram 3.000 pessoas desalojadas no Rio de Janeiro. Entre as regiões mais afetadas estão: Angra dos Reis, Xerém e a região serrana (pra variar). 

27/1/2013
Incêndio deixa mais de 230 mortos na boate Kiss em Santa Maria - RS.

25/1/2012
Três prédios desabaram no Centro do Rio de Janeiro. Tragédia aconteceu no dia 25 de janeiro próximo ao Theatro Municipal.
Acidente teria sido causado por problemas estruturais do edifício maior, de 20 andares. 22 pessoas morreram.

21/1/2011
Chuvas intensas que caíram na região serrana do Rio de Janeiro provocaram o pior deslizamento da história do Brasil. Até o último dia 18 de janeiro, o número de mortos chegava a 710 em quatro cidades. Outras 7.780 pessoas estão desalojadas – morando em casa de vizinhos ou familiares – e 6.050 desabrigadas. Um total de 207 estão desaparecidas.

3/1/2010
Angra dos Reis é o caso mais dramático e, também, o retrato mais preciso do conjunto de fatores que desencadeia esse tipo de tragédia. Ali, morreram 52 pessoas, na virada do ano, vítimas de deslizamentos de encostas. Tudo era previsível. Na bela região em torno da Baía de Angra, com suas 365 ilhas e mais de 2 000 praias, chove quase o dobro da média do Rio de Janeiro, e a instabilidade das encostas é conhecida.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

ANDA MEIO ESQUISITO...

... Mas é o dia da festa de Santo Reis,
Anda meio esquecido... 
Mas é o dia da festa de Santo Reis...

E para provar a esquisitice, a rêdigrobo - que comemora 50 anos bem vividos a partir da ditadura - aprimora sua mania de criar fatos e inventar histórias de acordo com suas preferências políticas e/ou comerciais.

A última aprontada foi com o Tim Maia: "reeditaram" o filme de Mauro Lima cujo, depois de chiar “Sugiro que não assistam essa versão na Globo. Trata-se de um subproduto que não escrevi daquele modo, nem dirigi ou editei.”, 
se apressou em publicar que “'Não foi uma declaração dirigida ao público da TV Globo. O que, aliás, seria pífio e ridículo da minha parte', afirmou. Dessa forma, Mauro acredita que usaram a sua declaração em um perfil no Instagram para criar confusão."

O que só vem comprovar o grande "pudê" ainda exercido pela venus platinada sobre o público e a classe(?) artística.

Segue nossa singela homenagem à data e ao Síndico.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

AULA DE BRASIL

Considerando que ninguém mais lê qualquer coisa além de 140 caracteres, imagina 7.665!
Mas, tenho esperança que nesse fim de semana ressaqueado vocês tenham paciência para degustar esse espetacular artigo do
Mauro Santayana.


1 de jan de 2015

FELIZ ANO NOVO!
O BRASIL NÃO É FEITO SÓ DE LADRÕES.

(Jornal do Brasil) - Inaugura-se, nesta quinta-feira, novo ano do Calendário Gregoriano, o de número 2015 após o nascimento de Jesus Cristo, 515, depois do Descobrimento, 193, da Independência, e 125, da Proclamação da República.

Tais referências cronológicas ajudam a lembrar que nem o mundo, nem o Brasil, foram feitos em um dia, e que estamos aqui como parte de longo processo histórico que flui em velocidade e forma muitíssimo diferentes daquelas que podem ser apreendidas e entendidas, no plano individual, pela maioria dos cidadãos brasileiros.

Ao longo de todo esse tempo, e mesmo antes do nascimento de Cristo, já existíamos, lutávamos, travávamos batalhas, construíamos barcos e pirâmides, cidades e templos, nações e impérios, observávamos as estrelas, o cair da chuva, o movimento do Sol e da Lua sobre nossas cabeças, e o crescimento das plantas e dos animais.

Em que ponto estamos de nossa História ?

Nesta passagem de ano, somos 200 milhões de brasileiros, que, em sua imensa maioria, trabalham, estudam, plantam,  criam, empreendem, realizam, todos os dias.

Nos últimos anos, voltamos a construir navios, hidrelétricas, refinarias, aeroportos, ferrovias, portos, rodovias, hidrovias, e a fazer coisas que nunca fizemos antes, como submarinos - até mesmo atômicos - ou trens de levitação magnética.

Desde 2002, a safra agrícola duplicou - vai bater novo recorde  este ano - e a produção de automóveis, triplicou.

Há 12 anos, com 500 bilhões de dólares de PIB, devíamos 40 bilhões de dólares ao FMI, tínhamos uma dívida líquida de mais de 50%, e éramos a décima-quarta economia do mundo.

Hoje, com 2 trilhões e 300 bilhões de dólares de PIB, e 370 bilhões de dólares em reservas monetárias,  somos a sétima maior economia do mundo. Com menos de 6% de desemprego, temos uma dívida líquida de 33%, e um salário mínimo, em dólares, mais de três vezes superior ao que tínhamos naquele momento.

De onde vieram essas conquistas?

Do suor, da persistência, do talento e da criatividade de milhões de brasileiros. E, sobretudo, da confiança que temos em nós mesmos, no nosso trabalho e determinação, e no nosso país.

Não podemos nos iludir.

Não estamos sozinhos neste mundo. Competimos com outras grandes nações, que conosco dividem as 10 primeiras posições da economia mundial, por recursos, mercados, influência política e econômica, em escala global.

Não são poucos os países e lideranças externas, que torcem para que nossa nação sucumba, esmoreça, perca o rumo e a confiança, e se entregue, totalmente, a países e regiões do mundo que sempre nos exploraram no passado - e ainda continuam a fazê-lo - e que adorariam ver diminuída a projeção do Brasil sobre áreas em que temos forte influência geopolítica, como a África e a América Latina. 

Nosso espaço neste planeta, nosso lugar na História, foi conquistado com suor e sangue, por antepassados conhecidos e anônimos, entre outras muitas batalhas, nas lutas coloniais contra portugueses, holandeses, espanhóis e franceses; na Inconfidência Mineira, e nas revoltas que a precederam como a dos Beckman e a de Filipe dos Santos; nas Conjurações Baiana e Carioca, na Revolução Pernambucana; na Revolta dos Malês e no Quilombo de Palmares; na Guerra de Independência até a expulsão das tropas lusitanas; nas Entradas e Bandeiras, com a Conquista do Oeste, da qual tomaram parte também Rondon, Getúlio e Juscelino Kubitscheck; na luta pela Liberdade e a Democracia nos campos de batalha da Europa, na Segunda Guerra Mundial.

As passagens de um ano para outro, deveriam servir para isso: refletir sobre o que somos, e reverenciar patriotas do passado e do presente.

Brasileiros como os que estão trabalhando, neste momento, na selva amazônica, construindo algumas das maiores hidrelétricas do mundo, como Belo Monte, Jirau e Santo Antônio;
como os que vão passar o réveillon em clareiras no meio da floresta, longe de suas famílias, instalando torres de linhas de alta tensão de transmissão de eletricidade de centenas de quilômetros de extensão;
ou os que estão trabalhando, a dezenas de metros de altura, em nossas praias e montanhas, montando ou dando manutenção em geradores eólicos;
ou os que estão construindo gigantescas plataformas de  petróleo com capacidade de exploração de 120.000 barris por dia, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, como as 9 que foram instaladas este ano;
ou os que estão construindo novas refinarias e complexos petroquímicos, como a RENEST e o COMPERJ, em Pernambuco e no Rio de Janeiro;
ou os que estão trabalhando na ampliação e reforma de portos, como os de Fortaleza, Natal, Salvador, Santos, Recife, ou no término da construção do Superporto do Açu, no Rio de Janeiro;
ou os técnicos, oficiais e engenheiros da iniciativa privada e da Marinha que trabalham em estaleiros, siderúrgicas e fundições, para construir nossos novos submarinos convencionais e atômicos, em Itaguaí;
os técnicos da AEB - Agência Espacial Brasileira, e do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que acabam de lançar, com colegas chineses, o satélite CBERS-4, com 50% de conteúdo totalmente nacional;
os que trabalham nas bases de lançamento espacial de Alcântara e Barreira do Inferno;
os oficiais e técnicos da Aeronáutica e da Embraer, que se empenham para que o primeiro teste de voo do cargueiro militar KC-390, o maior avião já construído no Brasil, se dê com sucesso e dentro dos prazos, até o início de 2015;
os operários da linha de montagem dos novos blindados do Exército, da família  Guarani, em Sete Lagoas, Minas Gerais, e os engenheiros do exército que os desenvolveram;
os que trabalham na linha de montagem dos novos helicópteros das Forças Armadas, na Helibras, e os oficiais, técnicos e operários da IMBEL, que estão montando nossos novos fuzis de assalto, da família IA-2, em Itajubá;
os que produzem novos cultivares de cana, feijão, soja e outros alimentos, nos diferentes laboratórios da EMBRAPA;
os que estão produzindo navios com o comprimento de mais de dois campos de futebol, e a altura da Torre de Pisa, como o João Candido, o Dragão do Mar, o Celso Furtado, o Henrique Dias, o Quilombo de Palmares, o José Alencar, em Pernambuco e no Rio de Janeiro;
os que estão construindo navios-patrulha para a Marinha do Brasil e para marinhas estrangeiras como a da Namíbia, no Ceará;
os engenheiros que desenvolvem mísseis de cruzeiro e o Sistema Astros 2020 na AVIBRAS;
os que estão na Suécia, trabalhando, junto à Força Aérea daquele país e da SAAB, no desenvolvimento do futuro caça supersônico da FAB, o Gripen NG BR, e na África do Sul, nas instalações da DENEL, e também no Brasil, na Avibras, na Mectron, e na Opto Eletrônica, no projeto do míssil ar-ar A-Darter, que irá equipá-los;
os nossos soldados, marinheiros e aviadores, que estão na selva, na caatinga, no mar territorial, ou voando sobre nossas fronteiras, cumprindo o seu papel de defender o país, que precisam dessas novas armas;
os pesquisadores brasileiros das nossas universidades, institutos tecnológicos e empresas privadas, como os que trabalham ITA e no IME, no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, ou no projeto de construção e instalação do nosso novo Acelerador Nacional de Partículas, no Projeto Sirius, em São Paulo;
os técnicos e engenheiros da COPPE, que trabalham com a construção do ônibus brasileiro a hidrogênio, com turbinas projetadas para aproveitar as ondas do mar na geração de energia, com a construção da primeira linha nacional de trem a levitação magnética, com o MAGLEV COBRA;
nossos estudantes e professores da área de robótica, do Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, várias vezes campeões da Robogames, nos Estados Unidos.  

Neste momento, é preciso homenagear esses milhões de compatriotas, afirmando, mostrando e lembrando - e eles sabem e sentem profundamente isso - que o Brasil é muito, mas muito, muitíssimo maior que a corrupção.

É esse sentimento, que eles têm e dividem entre si e suas famílias, que  faz com que saíam para trabalhar, com garra e determinação, todos os dias, cheios de  orgulho pelo que fazem, e pelo nosso país.

E é por causa dessa certeza, que esses brasileiros estão se unindo e vão se mobilizar, ainda mais, em 2015, para proteger e defender as obras, os projetos e programas em que estão trabalhando, lutando, no Congresso, na Justiça, e junto à opinião pública, para que eles não sejam descontinuados, destruídos, interrompidos, colocando em risco seus empregos, sua carreira, e a  sobrevivência de suas famílias.

Eles não têm tempo para ficar teclando na internet, mas sabem que não são bandidos, que não cometeram nenhum crime e que não merecem ser punidos, direta ou indiretamente, por atos  dos quais não participaram, assim como a Nação não pode ser punida pelos mesmos motivos.

Eles têm a mais absoluta certeza de que a verdadeira face do Brasil pode ser vista nesses projetos e empresas - e no trabalho de cada um deles - e não na corrupção, que se perpetua há anos, praticada por uma ínfima e sedenta minoria. E intuem que, às vezes, na História, a Pátria consegue estabelecer seus próprios objetivos, e estes conseguem se sobrepor aos interesses de grupos e segmentos daquele momento, estejam estes na oposição ou no governo.