sábado, 12 de julho de 2014

PÁ DE CAL

 
Depois do hino a capela, da torcida coxinha, dos “problemas emocionais”, do “psicológico”, do “acidente de percurso”, da carta da Dona Lúcia (será que vem outra?), do safadíssimo vídeo “vazado” em que Felipão falava sobre como demos azar (!), do futebol precário, da falta de tática, da falta de um esquema de jogo (que se resumiu a chutões pra frente), a seleção da CBF afundou num vexame que, conforme vi numa faixa levantada por um torcedor, fez com que Barbosa, 64 anos depois, finalmente possa descansar em paz.

A seleção da CBF, num mínimo do que se esperaria de um anfitrião, não teve nem a educação de ficar em campo para respeitar a entrega de medalhas aos adversários no final do jogo. O que comprova o que já escrevi antes: a nossa arrogância futebolística é diretamente proporcional à nossa viralatice encroada e estimulada pelos intere$$e$ que todos conhecemos.

Ou essa arrogância termina agora ou vamos continuar arrumando desculpas e vendo os adversários jogando futebol enquanto nos afundamos em estatísticas e saudades do passado.

Obs.: Detesto comentaristas que adoram posar de independentes, isentos, críticos ferozes, mas que, quando estão cara a cara com os criticados, se encolhem.

Detesto, muito mais ainda, concordar com o Tra(rgh)jano mas, hoje ele explicitou uma atitude recorrente desses comentaristas que me incomoda muito, há muito tempo. Mais ou menos assim: “Não concordo com quem fica falando das atitudes da imprensa esportiva sem citar nomes.”

É o que faz, frequentemente, o colega dele, Mauro Cezar Pereira que adora falar, com ironia, sobre como os “coleguinhas da mídia” se comportam mal - sem jamais citar nomes.

O que é um claro exemplo da primorosa definição de Sandro Vaia: “Existe na nossa narrativa política e no imaginário do eleitor brasileiro, a indefinível e confortável figura do 'eles' - aqueles seres melífluos, estranhos, misteriosos e sem identificação em quem podemos jogar as responsabilidades que nós mesmos não temos coragem de assumir.”


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