sábado, 31 de maio de 2014

GRATEFUL DEAD



A banda extraiu seu nome de um conto folclórico da velha Inglaterra, que conta a história de um viajante que chega a um vilarejo onde um cadáver apodrece em público, pois o povo se recusa a enterrá-lo devido a dívidas contraídas e não pagas enquanto vivo. O viajante resolve pagar as dividas e enterra do homem. Ao seguir viagem, ele é salvo em situação misteriosa creditado ao espírito agradecido do cadáver. Daí o nome "Morto Agradecido".

Em 1965 estavam se iniciando as experiências monitoradas com o LSD no Veterans Hospital perto da universidade de Stanford. Foi lá que esta turma conheceu Robert Hunter (principal letrista do Dead) e o escritor Ken Kesey ("Um estranho no ninho"), que estavam literalmente caindo de boca no escancaramento de todas as portas da percepção. Isto teve uma importância mais que fundamental na formação da consciência, no som e em toda a maneira de ver a vida do que viria a ser o Grateful Dead.

Ken Kesey arrumou um químico fabricante de ácido, encheu um ônibus de alucinados do mesmo calibre e com Neal Cassady, inspirador de Kerouac em "On the Road" de motorista (virado de anfetamina birita e LSD), atravessou os EUA divulgando um estilo de vida e consciência que chocava todos por onde passava. Dizem que a chegada em Wall Street em NY foi antológica, com distribuição de ácido e flores pros passantes engravatados.

Outras experiências do grupo eram os chamados acid tests que nada mais eram que enormes festas, muitas vezes ao ar livre (tem gente que pensa que rave é novidade), onde em meio à projeção de slides psicodélicos, luzes estroboscópicas e ácido gratuito o Grateful Dead tocava horas e horas sem parar, improvisando direto e formatando sua identidade sonora futura no meio daquela doideira generalizada. Muitas destas intermináveis sessões de improviso abriram caminho pra coisas posteriores como, por exemplo, os Allman Brothers e outros grupos chegados a uma estrutura jazzística.

Eram os "anti-super-stars". Garcia tocava sempre com um jeans surrado e uma camiseta destas de ficar em casa, meio gorducho e barbudão, uma espécie de Papai Noel hippie meio parado mandando uns solos intermináveis na guitarra. Uma figura muito simpática. Enquanto na plateia um pessoal que parecia saído do túnel do tempo ou de Santa Teresa (RJ), o que dá no mesmo, fazendo umas danças performáticas junto com seus filhos e netos.

Fonte: Jerry Garcia - O Anti-Super-Star http://whiplash.net/materias/ontheroad/000028-gratefuldead.html#ixzz33Jm2vnn7

Obs.: Eu estava nos EUA em 9/8/1995, dia em que Jerry Garcia morreu. Vi a notícia na Tv, desci direto para o lobby do hotel – que tinha uma loja de discos. Peguei o CD duplo “Without a Net” e fui pagar. Comentário do caixa: “Você foi rápido. Amanhã vou dobrar o preço...”

quinta-feira, 29 de maio de 2014

MAS QUE TURMINHA, HEIN?

 
Joana Havelange, Ronaldo Fenômeno (cada vez mais fenomenal), Tricky Ricky e Boboca, quer dizer, Bebeto, os alegres da foto, como todos sabemos, estão cada vez mais alegres.

Não é? Ah, é Sim!

Só uma curiosidade:
Por que a loura criatura usa o sobrenome do avô e não o do pai?
Não que fosse mudar muita coisa...

O PROBLEMA NÃO É O BRASIL. É VOCÊ.


Segue texto de Priscila Silva (cuja nunca tinha ouvido falar até poucos instantes) que copiei do Viomundo.

O endereço dela é: https://medium.com/@prisciiiiiiiila
(assim mesmo, cheio de “I”s.)


Toda vez que um assunto polêmico surge na mídia, viraliza nas redes sociais e chega às rodas de amigos, reuniões de família e mesas de bar, começam a pipocar, por toda parte, juízos de valor genéricos a respeito “do Brasil” e “do povo brasileiro”.
Essas “análises”, que estão em alta no atual período pré-Copa, costumam ser, mais especificamente, materializadas na forma de chavões babacas mais antigos que a minha avó: são os famosos “só no Brasil”, “isso é Brasil!”, e, ainda, o clássico e meu preferido “o problema é a cabeça do brasileiro” (que também pode aparecer na carinhosa versão “o povo brasileiro é burro”).

Que a internet e os círculos sociais estão recheados de ideias idiotas, preconceituosas e desprovidas de qualquer senso lógico ou nexo com a realidade não é novidade.
O problema aqui é que as pérolas pertencentes à categoria “Brasil é uma merda porque é uma merda, e eu não tenho nada a ver com isso” não vêm sendo enquadradas como apatia mental, como deveriam, mas como demonstração de revolta consciente e politizada “contra tudo que está aí”.

Um quarto dos brasileiros acha que uma mulher de shortinho merece ser estuprada? “Isso é Brasil!”. A Petrobrás fez um mau negócio em Pasadena? “Brasil, né?”. Algumas obras da Copa do Mundo atrasaram? “Só no Brasil mesmo!”.

Não. Não. E não. Na verdade, esse tipo de pensamento vazio, reducionista e arrogante empobrece o debate dos problemas que estão por detrás dos acontecimentos (que acabam sendo levianamente rotulados como “coisa do Brasil”), além de estimular e legitimar uma atitude resignada e egoísta ao melhor (ou pior) estilo Pôncio Pilatos (“lavo minhas mãos, porque a merda já estava feita quando eu cheguei aqui”).

“Só no Brasil”? Não.
Em primeiro lugar, vale uma pesquisa prévia a respeito do assunto sobre o qual se está emitindo opinião: será mesmo que o Brasil é o único país a enfrentar esse problema específico que você conheceu superficialmente através do link que seu amigo compartilhou no Facebook? Pode ter certeza que, em 99% dos casos, a gente carrega o fardo junto com mais algumas dezenas de países (se não com todas as nações do planeta), ainda que ele pese mais ou menos conforme o caso.

E não estamos falando apenas de países considerados “mais atrasados” e “menos civilizados” que o Brasil.
Tem corrupção na Europa, os Estados Unidos mal possuem um sistema público de saúde, o racismo segue forte em diversos países “desenvolvidos”, e a Inglaterra é descaradamente sexista. Por isso, antes de iniciar um festival de ignorância, babar ovo de gringo gratuitamente e resumir seu discurso a uma frase despolitizada como essa, lembre-se que o Google está a apenas um clique.
Caso contrário, você corre o risco de continuar contribuindo para que 40% dos nascidos no Brasil prefiram ter outra nacionalidade (apesar de o Brasil ser sonho de consumo internacionalmente).

Se “isso é Brasil”, então “isso” é você também.
Dou a qualquer um o direito de achar o Brasil uma merda monumental e sem precedentes, desde que admita ser uma merda de pessoa também. Assim, quando alguém disser “o Brasil é um lixo” ou “o povo brasileiro é burro”, na verdade estará dizendo “eu sou um lixo” e “eu sou burro”. Combinado?

Porque, caros amigos niilistas radicais, é estranhamente conveniente excluir-se, deliberadamente, do conjunto de brasileiros, negando a própria cultura e origem, bem na hora em que “a coisa aperta”, não é?

As expressões “isso é Brasil” ou “esse é o povo brasileiro” não são, portanto, apenas generalizantes e reducionistas, mas também um tanto arrogantes. Quem as profere se julga acima dos defeitos da sociedade brasileira, e é incapaz de perceber que suas próprias convicções, ideias e preconceitos são na verdade um reflexo das características e problemas da sociedade brasileira como um todo.

Nem é preciso nem dizer que esse tipo de perspectiva segregatória, em que o locutor se coloca em posição imparcial e de superioridade em relação ao restante da população, gera verdadeiros fenômenos de cegueira coletiva.
Um exemplo clássico é a inabilidade de algumas pessoas em enxergar o próprio racismo, o que popularizou expressões como “não sou racista, mas…”, culminando com a negação da existência de racismo no Brasil por determinadas “correntes ideológicas”.

Então, antes que comecemos a negar outros “ismos” por aí (o que, a bem da verdade, já acontece), vamos parar de subir em pedestais imaginários e nos colocar em nossos devidos lugares: na arquibancada junto com o resto do povão e toda a torcida do Flamengo.

Se “isso é Brasil”, repetir esse chavão não vai mudar nada (talvez só pra pior).

Imagine a seguinte situação hipotética: um sujeito dito “politizado” está surfando na rede, checando o feed de notícias do Facebook, dando um rolê pelo Twitter e teclando no WhatsApp, quando, casualmente, se depara com uma notícia revoltante (sabemos que a internet está cheia delas).

Indignado com a situação ultrajante da qual acaba de tomar conhecimento, nosso amigo resolve mostrar toda a sua revolta por meio de um comentário impactante no perfil de quem, muito sagazmente, compartilhou aquela notícia chocante com ele. “Fazer o que, né, colega? Isso é o país em que vivemos. Viva o Bra-ziu!”.

Satisfeito com sua contribuição, o internauta bem informado segue para os próximos “hits do dia” nas redes sociais, afinal, “isso é Brasil”não tem jeito. E ele, pessoa politizada e, portanto, ciente do “beco sem saída” que é o nosso país, nem vai se dar ao trabalho de pensar sobre o assunto (e muito menos fazer algo a respeito), uma vez que essa nação é feita de pessoas naturalmente incompetentes e políticos naturalmente corruptos.

Confere? Não confere.
Na verdade, cidadão politizado, o problema, neste cenário, não é o Brasil.
É você.

Quando um indivíduo, ao deparar-se com determinado problema que considera sério, resume seu pensamento e manifestação à depreciação verbal genérica e gratuita de seu país, só podemos concluir que ele atingiu um nível sobre-humano de apatia mental e social.

Além de não mover uma palha para mudar a situação que o indignou, contribui para difundir um clima negativo, conformista e preguiçoso por onde passa, contagiando outras pessoas com a ideia deturpada de que é impossível mudar as coisas para melhor (ou que simplesmente não vale a pena), porque “o povo brasileiro é assim mesmo”.

Resumo da ópera: quem não quiser realmente tentar entender o problema, trocar ideias sobre como solucioná-lo, contribuir com organizações e movimentos sociais envolvidos no assunto, criar ou participar de campanhas de conscientização, e procurar votar em políticos empenhados na causa em questão, que pelo menos pare de encher o saco com reducionismos pessimistas e burros. A esfera pública agradece.

“Isso é Brasil” agora, mas pode mudar. E depende de você também.
Imaginem se, há 30, 40 anos atrás, quando ainda vivíamos uma ditadura, todos pensassem que o “Brasil é assim mesmo”, que “somos um povo submisso que só funciona na ‘base da porrada’”?

Imaginem se a população tivesse desistido de exigir a redemocratização, e se resignado, limitando-se a comentar com seus conhecidos, em cafés e restaurantes, que “aquilo era o Brasil”.

Foi porque as pessoas não se conformaram com o que o Brasil era ou parecia ser que hoje nós vivemos uma democracia plena, onde todos podem se manifestar da forma que julgam melhor (até de forma superficial e não construtiva, como a que estamos tratando neste texto).

O direito à liberdade de pensamento e expressão é indiscutível, e o que deixo aqui é apenas um humilde conselho: vamos usar essas prerrogativas de verdade. Para debater, e não para cair em chavões limitados e vazios de que o país é uma porcaria generalizada, pior que qualquer outro, que nosso povo é burro e corrupto, que estamos no fundo poço e nunca sairemos dele, e que é impossível mudar a realidade em que vivemos.

Isso não quer dizer, de forma alguma, que devemos fugir dos problemas ou nos conformarmos com o que já foi conquistado, pois ainda existem inúmeros desafios a serem superados nesse Brasil continental.
Se “isso” é mesmo o Brasil, a mudança só depende de nós.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

FUTEBOL BRASILEIRO: PODRE PARAÍSO DOS RATOS

 
Um levantamento com base nos números do site Transfermarkt mostra as seguintes relevâncias.
Entre os 100 clubes de futebol com maior valor de mercado, destacam-se:

1º. FC Barcelona           588,10 Milh. €
2º. Real Madrid             571,40 Milh. €
3º. Bayern Munique       534,55 Milh. €
4º. Manchester City       451,00 Milh. €
5º. FC Chelsea              395,75 Milh. €

O São Paulo é o único clube brasileiro na lista, ocupando um honroso 78º lugar com o valor de 66,50 Milh. €.

Por outro lado, nos últimos cinco anos o Brasil tem tido sempre o maior contingente de jogadores estrangeiros na Europa: 529 em 2009, 566 em 2010, 524 em 2011, 515 em 2012 e 471 em 2013.

Nos últimos oito anos os clubes brasileiros receberam mais de 1 bilhão de euros (cerca de 3 bilhões de reais) em vendas de jogadores. Contra 438 milhões de euros em compras (cerca de 1,3 bilhões de reais).

Numa continha simplória, se considerarmos que somente os vinte clubes da primeira divisão tenham vendido essa valiosa mercadoria, nos últimos oito anos teríamos um faturamento de 375 milhões de reais por ano; 18,750 milhões/ano para cada um dos clubes vendedores.

Em compras, cada um teria gasto 8,125 milhões de reais ao ano.
O que, sempre teoricamente, resultaria em mais de 10 milhões por ano nos cofres destes clubes. Que estão todos, absolutamente todos, quebrados.

Como se justifica que um país com cerca de 200 milhões de habitantes tenha uma média de espectadores nos estádios inferior às segundas divisões da Inglaterra (53 milhões de habitantes) e da Alemanha (82 milhões de habitantes)?

terça-feira, 27 de maio de 2014

EU ERA ASSIM, FIQUEI ASSIM

 
O desavisado que vos fala levou um tempão para descobrir a causa das manhãs terem se tornado um pouco menos irritantes: é que a Cotochés (Perdigão, BRF) alterou o design das caixas do leite.

Aumentaram aproximadamente um centímetro o diâmetro da tampa e inclinaram o plano superior.

O resultado é que o precioso líquido matinal não regurgita mais e consequentemente, não tenho mais uma poça ao redor da xícara.

Simples, bem feito e, como não sou muito assíduo em supermercados, acho que muito provavelmente deve ser cópia tardia de algum similar.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

AH, GORDIM!


sábado, 24 de maio de 2014

A PLACENTA DA ÉGUA

 
Real e Atlético de Madrid disputam a final da UEFA.

Antes do jogo, as “trepidantes” entrevistas à porta do lindo Estádio da Luz, em Lisboa.
Um torcedor do Real declara que “Es precioso”, que nunca tinha entrado com tanta calma num estádio. Indagado sobre quem ele acha que vai ganhar (dããã...), vem o inusitado: “Quero pelo menos 1 a 0 para o Real. Mas, já estamos felizes pelo fato de serem dois clubes de Madrid.”

Ou seja, para ele (jovem cidadão aparentemente esclarecido e equilibrado) é como se fosse FlaXFlu, CruzeiroXAtlético ou GrêmioX Internacional disputando uma final de Mundial de Clubes e trazendo orgulho para a cidade. (“Mundial de Clubes” porque, perto da UEFA, a Libertadores fica parecendo torneio de aspirantes [manja “aspirantes”?])

Diego Costa, do Atlético, machucado uma semana antes da final, foi fazer tratamento - à base de aplicações de placenta de égua - com uma curandeira da Romênia.
Voltou e está no jogo. Dura nove minutos em campo, sai sentindo e a curandeira, segundo fontes não confiáveis, já emigrou para a Sibéria.

Até os vinte minutos, joguinho murrinha.

Vinte e oito minutos, o joguinho continua murrinha e, à falta do que dizer, os comentaristas embarcam em viagens alucinantes em torno de 4-5-1, 4-3-3 e outras bobagens.

Trinta e seis, gol do Atlético.

Acaba o primeiro tempo e Cristiano Ronaldo manda avisar que ainda não chegou, mas está pensando nos torcedores.

Aos oito do segundo tempo, Cristiano Ronaldo bate falta, ganha escanteio, cabeceia, outro escanteio, toca no canto e vai pra fora. Parece que o gajo está a chegar.

Trinta do segundo tempo, o joguinho continua assim como direi e o gajo, pelo visto, está ficando no meio do caminho.

Quarenta e nove, Sérgio Ramos empata e o Atlético começa a viver o fantasma de 1974 - última vez que chegou à final - quando vencia o Bayern, sofreu o empate no último minuto e tomou de 4 a 0 no jogo extra (que existia na época).

Primeiro tempo da prorrogação, joguinho murrinha. Narrador e comentaristas se esforçam para transmitir uma graaande emoção que não existiu.

Cinco do segundo tempo da prorrogação, Di Maria deita e rola, chuta, respinga para Bale e o Real vira o jogo.

Aos treze, Marcelo fecha a tampa do caixão.

Aos quatorze, um pênaltizinho bem arrumado faz a alegria do gajo e das torcidas madrilenha e portuguesa.

Fim de papo, Real campeão europeu pela décima vez.

No frigir dos ovos, pareceu jogo de basquete: um tempão de jogo chato a ser resolvido nos últimos segundos.

Obs. Final:
Simeoni, técnico do Atlético, terno preto, camisa preta, gravata preta, jogadores tatuados até o pescoço, Cristiano Ronaldo e vários outros com quilos de gel nos cabelos.
Não resta dúvida: o esporte mais popular do mundo é muito brega!

JESSIER QUIRINO




“Arquiteto por profissão, poeta por vocação, matuto por convicção”, Jessier Quirino nasceu em 1954, na cidade de Campina Grande, na Paraíba.
Já publicou livros, cordéis, gravou CDs, entre diversos materiais de expressão artística, destacando-se: Paisagem de interior (poesia, também em CD); Agruras da lata d’água (poesia); O chapéu mau e o lobinho vermelho (livro infantil); Prosa morena (poesia); Bandeira nordestina (poesia também em CDs); Política de pé de muro: o comitê do povão (legendas e imagens gargalhativas sobre folclore político popular);  A folha de boldo: notícias de cachaceiros (em parceria com Joselito Nunes);  Virgulino Lampião: Deputado Federal (folheto de cordel).

“Com relação ao tamanho dum bonde do universo popular, a riqueza, a sabença ali depositada, as particularidades históricas, sociológicas e tudo mais, essa forma de cultura é muito pouco cavucada em sala de aula. Principalmente em se tratando de Nordeste que é palco e celeiro desse tesouro, muitas vezes ciscado pra detrás do pote.
Com a vertiginosa e esmagadora transformação dos costumes imposta pelo trator da modernidade, esse baú cultural tende a ser que nem promessa de vereador: fadado ao completo esquecimento. Tende a virar uma rolinha em borná, aquela coisa cemitérica isolada dos vivos. Cabe a escola resgatar todos esses valores.”

“O que digo na minha poesia é o que todo mundo diz na diária, só que com métrica e com rima.”

“Fazer cócegas em balancete de banco oficial. Esse é o ofício de quem persegue o humor.”

sexta-feira, 23 de maio de 2014

CURIOSIDADES RUBRO NEGRAS - 33

 
Agustín Valido nasceu no dia 31 de Janeiro de 1914 em Buenos Aires na Argentina.
Começou a carreira no Boca Juniors da Argentina, onde foi Campeão Nacional em 1934. Logo depois se transferiu para o Lanús ficando até 1937. Em 1937 foi jogar no Rio de Janeiro pelo Combinado Becar-Varella e atraiu a atenção da Presidência do Flamengo que acabou contratando Valido.

Marcou 45 gols em sua passagem sendo o mais importante na final do Campeonato Carioca de 1944 que garantiu o primeiro Tricampeonato carioca do Flamengo em sua história.

Agustín largou o futebol ao fim do campeonato de 1942 e era um próspero industrial no Rio de Janeiro. Só pensava no futebol como torcedor do "Mais Querido".

No entanto, faltando dois jogos para o término do campeonato de 1944, deu um pulinho na Gávea para dar apoio moral para seus amigos (e também para disputar uma pelada com operários da sua gráfica) e, curiosamente, o treinador Flávio Costa, sem poder contar com Perácio (servindo ao Exército) e Pirillo (com uma "inflamação" nas partes baixas), convidou o argentino, de 37 anos, para disputar as partidas derradeiras.

Relutante, Valido aceitou convite do técnico Flávio Costa e voltou aos gramados depois de dois anos sem ver uma bola, marcando presença na acachapante goleada de 6x1 contra o Fluminense.

O esforço na partida deixou Valido quase incapaz de andar e ainda contraiu um resfriado no decorrer da semana decisiva. Flávio Costa, teimoso como sempre, não abria mão de sua presença na partida contra o Vasco. E lá foi o febril argentino, trocando pijama por uniforme, para a grande partida.

Durante o transcorrer do jogo o Flamengo parecia com 10 em campo, pois Agustín Valido apenas fazia número na ponta direita, e o Vasco aproveitava pressionando. Até que a quatro minutos do fim, uma falta é marcada para o Flamengo na lateral esquerda da área vascaína. Vevé cruzou e, no meio do tumulto, um quase moribundo Valido saltou mais que o zagueiro Argemiro e testou para as redes.

Uma vitória com a marca rubro negra: no fim do jogo, suada, heróica, inesquecível e em cima do Vasco.

Valido faleceu com 84 anos no Rio de Janeiro, no dia 23 de fevereiro de 1998.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

O MUSO DOS COXINHAS ATACA NOVAMENTE

 
Deu no Público (Lisboa, 21/5/2014):

Ébola “pode resolver” o problema de imigração da Europa, considera Jean-Marie Le Pen

O fundador da Frente Nacional e patriarca da extrema-direita francesa, Jean Marie Le Pen, entrou com estrondo na campanha eleitoral ao considerar que as pressões de imigração que a Europa atravessa poderiam ser resolvidas com o vírus ébola, cuja infecção provoca uma febre hemorrágica com uma elevada taxa de mortalidade.

Numa conversa ouvida por jornalistas da agência France Press, que acompanhavam os bastidores de um comício da Frente Nacional em Marselha, Le Pen aludiu à “explosão demográfica” que alegadamente está a deixar a França e o mundo em “risco de submersão”, e logo identificou uma solução para a “actual substituição da população natural”: “O senhor Ébola é capaz de resolver tudo isso em três meses”, declarou.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

SCHADENFREUDE

Palavra alemã que significa alegria com a tragédia alheia. O prazer no insucesso dos outros.

E os argentinos têm um ditado que diz: "No basta ser feliz, es necessário también que los demás sean desgraciados".

Pra mim, isso estampa a atual atitude da imensa maioria dos habitantes desse país grande e bobo.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

SIMPLES ASSIM

Sábias palavras de Weber Oliveira - um dos meus filósofos prediletos:

"Quer saber, nós brasileiros achamos que quem dá educação é a escola, transferimos a responsabilidade para a sala de aula, quando na verdade dentro de casa os pais não ensinam porra nenhuma, ainda ligam a merda da tv para distrair a criança e manda a pobre coitada ficar calada na hora da novela...!"

domingo, 18 de maio de 2014

IMPOSSÍVEL VOCÊ NÃO SE EMOCIONAR!

Incrível!! Veja o que essa criança faz!!!

Você vai se mijar de rir!!!

Se você ama sua mãe, Compartilhe! Compartilhe!! Compartilhe!!!

HAJA MUUITO SACO pra essas chamadinhas bestas, piegas e irritantes que pululam por todas as redes.

Acho que cada vez mais se comprova minha teoria de que existe um tipo de emanação que transforma pessoas normais em idiotas quando se encontram frente a uma tela de computador, celular, tablet, etc.

Antigamente as pessoas se amontoavam na frente das bancas de jornais lendo manchetes como “Gata Fuzila Rival”, “Cantora Apanhou Dentro da Boate”, “Louco de Ciúme Deu Dois Tiros na Esposa” e por aí afora. Liam, riam, lamentavam e seguiam.

Hoje, “compartilham” qualquer imbecilidade e, pior, acrescentam esse estilinho podre de chamada pseudoinstigante que em qualquer pré-escola de jornalismo seria motivo para reprovação ou segunda época (manja “segunda época”?).

Resta a brilhante definição do Leonardo Sakamoto sobre a internet: “Prazer! Já ouviu falar de mim? Eu sou o tudo. E sou o nada. E você vai me amar por isso.”

quinta-feira, 15 de maio de 2014

MANIFESTO UTÓPICO

Não conheço o autor. Mas, bem que gostaria.
 

quarta-feira, 14 de maio de 2014

PARTICULARIDADES REGIONAIS

Cada cidade, cada região, tem seus costumes e esquisitices que, para quem lá vive, são coisas rotineiras. Enquanto quem lá chega, toma susto.

Por exemplo, quem chega a Belo Horizonte certamente enlouquece com o traçado das ruas que desembocam em oito na mesma praça. Por mais que se tente, as diagonais desafiam qualquer raciocínio baseado nos tradicionais quarteirões.

Quem chega no Rio, pode ficar meio perdido com as ruas que trocam de nome nos limites não visíveis de um bairro para outro.

Enfim, cada cidade tem sua doideira própria.

E lá foi o locutor que vos fala na captura de um endereço em João Pessoa para participar de uma importantíssima repone (reunião de porra nenhuma).

Me achando o sortudo, verifico que o endereço é na mesma rua do hotel, com a simples diferença entre o número 400 (do hotel) e 823 (do destino). O google maps me informa que são pouco mais de três quarteirões à esquerda.

Mole pra nós. Saio andando na maior tranquilidade. Um quarteirão percorrido, verifico que o número da casa branca, bonitinha e antiga é 510 e uma estranha sensação me invade ao constatar que a casa vizinha ostenta o número 125. Mais uns vinte metros e dou de cara com outra casa apresentando o número 1500. Chego ao fim da rua, não acho nada e começa a chover. Forte.

Dou sorte de encontrar um ponto de táxi. Porque, em JP, os táxis ficam nos pontos e só se mexem quando são chamados por telefone (Enquanto que no Rio, se você se espreguiçar na calçada, param três...).

Resumo da ópera: deposito minha carcaça encharcada no veículo, dou a direção de volta para o hotel e comento com o motorista sobre minhas desventuras. A risadinha é tranquila. "Ôxe, essa rua é assim mesmo. É antiga, cada um foi pondo o número que queria e a prefeitura não muda."

No caminho de volta o motorista me mostra que o número 823 fica a um quarteirão à direita do hotel!
E chove.

A única vantagem é que nessas plagas nordestinas é muito difícil a gente se irritar.
Mas, eles estão se esforçando...

segunda-feira, 12 de maio de 2014

ABSURDO!


O Flamengo demite Jayme de Almeida.

Uma diretoria que, justiça seja feita, vem desempenhando um papel até digno em relação às anteriores, cai na mesmice calhorda de sempre.

Uma diretoria que contrata bondes como Carlos Eduardo, André Santos e outros, demite um técnico -  que vinha fazendo um bom trabalho - sem o menor respeito por sua história no clube. Assim como outras diretorias fizeram com Zico, Andrade e muitos outros.

Sigo acreditando que o Flamengo é maior do que seus desastrosos dirigentes.
Mas, até quando?

sábado, 10 de maio de 2014

PROFUNDOS ESTUDOS

 
Aguardo, ansioso, a revelação de pesquisas ou investigações científicas (claro que realizadas por renomados professores de Stanford ou coisa que o valha) que comprovem a influência dos nomes das localidades sobre seus habitantes.

Enquanto tão relevantes estudos não aparecem, vamos imaginar alguns cenários:

Ruas com nomes militares (Rua General Fulano, Avenida Marechal Beltrano), encontráveis em qualquer cidade brasileira, influenciariam seus habitantes a assumir posições bolsonarianas perante os acontecimentos.

Enquanto nomes como Rua Rock Estrela (SP) e Rua das Borboletas Psicodélicas (Jabaquara, SP), certamente transformariam seus moradores em usuários de drogas leves.

Localidades batizadas como Travessa Doce Presença (Iguatemi, SP) e Travessa Na Paz do Seu Sorriso (Jardim da Conquista, SP) acabariam por tornar seus habitantes em ávidos consumidores de cruzeiros marítimos embalados por Roberto Carlos ou horrores afins.

A Travessa Somos Todos Iguais (Iguatemi, SP), conforme comprovação dos estudos, incentivaria seus moradores a produzir camisetas oportunistas a cada notícia de racismo no futebol.

Os moradores das Travessas Deusa do Asfalto (Iguatemi, SP) e Nega Manhosa (Jardim da Conquista, SP) estariam em constante perigo de se transformar em sexopatas.

Por outro lado, os da Rua Amor-Agarradinho (Uberlândia, MG), teriam certa dificuldade em sair de casa.

E os moradores da Rua dos Pensamentos Poéticos (Tiradentes, MG), certamente se perderiam em devaneios inúteis como essa crônica.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

CURIOSIDADES RUBRO NEGRAS - 32

 
O Campeonato Carioca de 1920 (organizado pela Liga Metropolitana de Desportos Terrestres) foi marcado pelo título do Clube de Regatas Flamengo, que encerrou uma sequencia de três títulos seguidos pelo Fluminense Football Club.
Afinal, o fato do tricolor das Laranjeiras ter vencido as últimas três edições do estadual com uma equipe tida como imbatível, acabou sendo um prazer a mais para os rubro-negros e, consequentemente, aumentando a rivalidade entre os dois clubes.

O Flamengo, de forma surpreendente, venceu o campeonato com duas rodadas de antecedência.
Contudo a última rodada tinha frente a frente Fluminense x Flamengo, nas Laranjeiras e muita coisa em jogo.

O tricolor queria vencer de qualquer jeito, pois se o título já estava nas mãos do rival, a invencibilidade ainda não. E uma vitória representaria jogar “água no chope” no caneco rubro negro.

Afinal de contas, até ali (1906-19), das 14 edições do Estadual apenas em três oportunidades o campeão fechou sem nenhuma derrota: Fluminense em 1908 e 1909 (ambos em 10 jogos) e o Flamengo em 1915 (12 jogos).

Enfim, chegou a última rodada, no dia 19 de dezembro de 1920.

Com sede de vitória, o Fluminense abriu o placar aos 16 minutos com o atacante Zezé. Mas o Flamengo empatou com Candiota aos 31 minutos.

Na segunda etapa, novamente o Fluminense voltou a passar a frente do placar, logo aos 4 minutos por intermédio de Welfare. Contudo, o Flamengo provou que o título não foi à toa e voltou a empatar aos 15 minutos com Valdemar.

Fim de jogo e o Flamengo festou mais uma conquista na casa do rival, com direito a empatar em número de conquistas invictas com o Tricolor: dois para cada lado.

Aníbal Candiota (marcado na foto), conhecido como "Rei do Passe" (devido à precisão de seus lançamentos), começou sua carreira no Guarany de Bagé, transferindo-se para o Cruzeiro de Porto Alegre e para o Flamengo-RJ.
Foi o primeiro jogador do Flamengo a marcar um gol pela Seleção Brasileira em 1921, na vitória por 3x0 sobre o Paraguai.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

PRESERVANDO UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO


Que belo exemplo!
Seja você também ecologicamente correto!
Cuide das áreas verdes de seu bairro!
Abrace uma árvore, ande descalço, sinta a força da terra!

OBRA$ DA COPA

(Millôr morreu em março de 2012. E nem parece.)

Custo das obras da Copa têm aumento de até 166%
Relação dos maiores acréscimos das obras da Copa (em janeiro/2014)

1º Aeroporto/Curitiba
Reforma do terminal de passageiros do aeroporto Afonso Pena: 166,7% (de R$ 41,3 milhões para R$ 110,16 milhões)

2º Aeroporto/Salvador
Reforma do terminal de passageiros do aeroporto Dep. Luís Eduardo Magalhães: 164,1% (de R$ 30 milhões para R$ 79,23 milhões)


3º Estádio/Porto Alegre
Reforma do Beira-Rio: 153,8% (de R$ 130 milhões para R$ 330 milhões)


4° Mobilidade/Curitiba
Corredor Marechal Floriano: 104,6% (de R$ 30,3 milhões para 62 milhões)


5º Porto/Fortaleza
Reforma do terminal marítimo de Fortaleza (Mucuripe): 91,3% (de R$ 105,9 milhões para R$ 202,6 milhões)


6º Estádio/Brasília
Construção do novo Mané Garrincha: 88,3% (de R$ 745,3 milhões para R$ 1,403 bilhão)

7º Estádio/Curitiba
Reforma da Arena da Baixada: 77,1% (de R$ 184,5 milhões para R$ 326,7 milhões)


8º Estádio/Rio de Janeiro
Reforma do Maracanã: 75% (de R$ 600 milhões para R$ 1,050 bilhão)


9º Aeroporto/Campinas
Construção do Módulo Operacional Provisório (MOP): 69,3% (de R$ 2,9 milhões para R$ 4,91 milhões)


10º Estádio/Belo Horizonte
Reforma do Mineirão: 63,1% (de R$ 426,1 milhões para R$ 695 milhões)


11º Mobilidade/Cuiabá
Corredor Mário Andreazza: 46,9% (de R$ 31,3 milhões para R$ 46 milhões)


12º Mobilidade/Recife
BRT: Leste / Oeste - Ramal Cidade da Copa: 38,4% (de 99 milhões para 137 milhões)


13º Mobilidade/Curitiba
Requalificação da Rodoferroviária e acesso: 35,1% (de R$ 36,2 milhões para 48,9 milhões)


14º Porto/Natal
Reforma do terminal marítimo de Natal: 35% (de R$ 53,7 milhões para R$ 72,5 milhões)