segunda-feira, 31 de agosto de 2009

CHATURINHA - RESPOSTAS

> Quem era o ídolo de George Gershwin?
Joseph-Maurice Ravel - o do Boléro. (Que achava seu maior sucesso trivial e o descreveu certa vez como "uma peça para orquestra sem música"...)

> Quando, onde e em que espetáculo, a sinfonia An American em Paris foi apresentada pela primeira vez?
Há controvérsias. No site oficial dos Gershwyn consta ter sido num musical da Broadway - Showgirl - em 1929.
Nossa prezada Maria-google-queen-Paula diz que foi em 1928 no Carnegie Hall.
Você resolvem...

> Quantos Oscar’s George Gershwin conquistou?
Nenhum. George Gershwin recebeu somente uma indicação ao Oscar, por "They Can't Take That Away From Me" escrita por seu irmão Ira para o filme de 1937 - Shall We Dance.

MERCHANDISING É ISSO AÍ - ATUALIZAÇÃO


Depois de uma semana de insuportáveis expectativas, pistas falsas, entrevistas de parceiros, sócios e empresários, eis que a vibrante reportagem do fantástico "descobriu" o rapazinho latino-americano no Uruguai...

Aguardamos, para até o fim do ano, novas e sensacionais investigações nessa incessante luta das assessorias de imprensa, gravadoras no buraco e "jornalismo-com-falta-de-assunto" pela atenção do distinto público.
Nas fotos, algumas sugestões.

sábado, 29 de agosto de 2009

PERGUNTINHA INQUIETANTE


Só pra ficar nos mais recentes, a “máfia do apito”, caso comprovado de manipulação de resultados de partidas do campeonato brasileiro, foi arquivado.

O trio Palocci, Mattoso e Marcelo, caso comprovado de abuso de poder e muito mais, foi arquivado.


Então, quem irá nos proteger da polícia, dos advogados e dos juízes?

PÛM, PÛM!

-Pûmpûm!
-Nããão... É bumbum! Bum-Bum! Esquece, gringo burro. Bunda. Fala: bun-da.
-Oh, yeah! Pûn-dha! I love brazilian pûn-dha!
-(Lóvi, né? Gringo safado…) É BUNDA!!! Repete: BUUNDA!
-Aah, PÛÛNDHA!
-Gúdi, gúdi, é issaí.

Especializada em capturar gringos em Copacabana, Zildinha Pérola Negra, como a alcunha deixa antever, era uma mulher bonita com todos os predicados para reinar no pedaço: pele lisa, muito preta, com poucas e discretas manchas, cabelos trançados, carnes protuberantes nos locais exatos, (des)cobertas por diminutos tecidos.

O dia-a-dia era caminhar pelo calçadão em torno dos quiosques com a natural elegância da raça e, com a experiência adquirida por quilômetros de labuta, escolher o gringo que aparentasse maior disposição para se ver livre de diversos dólares em troca de promessas que poderiam até se cumprir. Dependendo do naipe do escolhido.
Esse holandês, com sua profunda admiração pelas brazilian pûûndhas, não estava levando muito jeito. Mas, início da tarde, poderia ser um aperitivo para a noite vizinha. Caipirinhas, conversa aos arrancos, mímicas variadas. (Zildinha entendia e falava inglês suficiente para se defender em qualquer lugar do mundo, mas preferia se fazer de besta. Era mais prático, seguro e lucrativo.)

Rupert Van Daahen era um ambicioso estagiário de um núcleo de doação de sangue no centro de Amsterdã. Ganhara um concurso de viagens na internet e, graças às opções exóticas dos destinos apresentados, pôde escolher sua fantasia: Brasil. Rio de Janeiro, para ser mais preciso.
Aos 21 anos era obcecado por ginástica, internet e mulheres negras. Coisas comuns lá entre os (só eles?) nórdicos. Administrava a vida entre o estudo, a burocracia do trabalho, malhação na academia e as solitárias contemplações da internet. Era um cidadão comum, adaptado, bem quisto na escola, no trabalho e na vizinhança.

Prática, Zildinha propôs o trivial: massagem com cremes para aliviar a ardência provocada pelo sol naquela pele branca azeda. Hundred bucks, fora o hotel... Rupert entendeu direitinho, sorriu seu sorriso de 32 dentes, pagou as caipirinhas e atravessaram a avenida de mãos dadas. Cruzaram com o Betão e a Gabi. Ela fez que não viu e ficou com o coração apertado.

No quarto do hotel, Zildinha foi direto ao banheiro. Rupert desarmou a mochila, desvestiu a roupa e desabou na cama.
Retornando rotineiramente em calcinha e sutiã, Zildinha arregalou os olhos ao encarar as descargas que saíam daquele buraco negro, muito mais vermelhas do que a pele do gringo. Foi a última coisa que tentou entender antes de sua cabeça explodir.
Rupert limpou e guardou a arma. Ficou no quarto até dez minutos antes de vencer o período, pagou os trinta dólares da conta, pegou um táxi para o aeroporto e embarcou. Levou, de lembrança, um frasquinho com um pouco de sangue da Zildinha. Sabe-se lá por quê e pra quê.

Betão, quando ficou sabendo que Zildinha havia dançado, raciocinou que seria um bom exemplo para as outras e seguiu sua vida.
Gabi, quando ficou sabendo que Zildinha havia dançado, sentiu muita raiva, muito medo e seguiu sua vida.
Rupert formou, casou, mudou para Bruxelas onde hoje administra um hospital. Continua fazendo ginástica e tentando a sorte nos concursos de viagens. De vez em quando ainda lembra daqueles barulhinhos tropicais: Pûm, Pûm!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Uma Babaquice às Sextas

Colesterol, raiva e intenções têm coisas em comum: podem ser bons ou maus.
Assim, essa pérola a seguir definitivamente foi perpetrada por uma entidade com péssimas intenções. Mas desperta uma raiva boa... Raiva que faz a gente ter certeza que “A estupidez é infinitamente mais fascinante do que a inteligência porque a inteligência tem limites e a estupidez não”.
(frase atribuída a Claude Chabrol)

LÊ SOZINHO/A .....ESPECIALMENTE A ÚLTIMA PARTE!
Faz sentido, e todos os dias deveríamos tirar um tempo para fazer o que diz na mensagem. Acreditar nos casos ou não, isso é contigo.

Caso 1:
Kelly Sedey tinha um desejo: que seu namorado de há três anos, David Marsden, a pedisse em casamento. Um dia, durante um almoço, David fez a proposta! Ela aceitou, mas teve que ir para o escritório, para uma reunião dali a 20min. Quando chegou ao escritório, viu que tinha e-mails no seu computador. Ela leu-os - as coisas de sempre de seus amigos -, mas então viu um que nunca tinha recebido. Era esta carta. Ela apagou sem sequer a ler toda.
Grande Erro! Mais tarde naquele dia, recebeu um telefonema da polícia. Era sobre David! Tinha sofrido um acidente. Não sobreviveu.

Caso 2:
Katie Robbenson - Ela recebeu a carta e mandou para alguns amigos, mas não tinha os 10 e-mails necessários. Três dias depois foi a um baile de máscaras. Mais tarde quando foi pegar no carro para ir para casa, foi atropelada por um condutor bêbado.

Caso 3:
Richard S. Willis mandou essa carta 45 min depois de a ter lido. Nem tinham passado 4 horas quando ia para uma entrevista de trabalho numa grande empresa e encontrou Cynthia Bell, o seu amor secreto de há 5 anos. Cynthia disse-lhe que estava apaixonada por ele há 2 anos. 3 dias depois ele pediu-a em casamento, e casaram. Hoje ainda estão casados, têm três filhos e estão muito felizes!

ESTA É A CARTA:
Na esquina tenho um amigo, nesta grande cidade que não tem fim, os dias passam e as semanas correm, e antes mesmo que perceba, um ano passou. E eu nunca vejo meus velhos amigos, porque a vida é uma corrida rápida e terrível... ele sabe que gosto dele, como nos dias em que batia à sua porta. E ele batia à minha porta, nós éramos mais jovens, e agora somos homens ocupados, cansados. Cansados de jogar esse jogo idiota, cansados de tentar ter sucesso. Amanhã - digo - vou ligar ao Jim, só para lhe mostrar que penso nele. Mas amanhã vem a amanhã vai, e a distância entre nós cresce e cresce...
Na esquina! O mesmo que a milhas de distância...
Aqui está o telegrama, senhor. Jim morreu hoje.
É isso que recebemos e merecemos no fim de contas... Na esquina, um amigo desaparecido. Lembra-te de dizer sempre o que sentes.
Se amas alguém, diz. Não tenhas medo de te expressar. Diz a alguém o que significa para ti. Porque quando decidires que é a hora certa, pode ser tarde demais.
Aproveita o dia. Nunca te arrependas. E o mais importante: fica perto dos teus amigos e
família, pois foram eles que ajudaram a formar a pessoa que és hoje.
Manda essa mensagem, no máximo 3 horas, para um mínimo de 25 pessoas.
Se fizeres isso, vais ter muito boa sorte no amor. A pessoa por quem estás atraído vai corresponder os teus sentimentos. Se não a mandares, a má sorte vai chegar até ti...
* * * ISTO NÃO É UMA BRINCADEIRA! * * *
Leste os avisos, os casos e as consequências...
OBS.: Quanto mais mandares a carta, mais sorte terás.


(Valeu, Cláudia!)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

CHATURINHA MÚSICO-CINEMATOGRÁFICA

"An American in Paris",
composta por George Gershwin em 1928, é uma sinfonia inspirada no período em que o compositor viveu em Paris (é lógico!) evocando o clima local dos anos 20.

Dirigido por Vincente Minnelli, "An American in Paris" é um filme de 1951 com Gene Kelly - que indicou para parceira uma dançarina francesa estreante de 19 anos com um adorável narizinho arrebitado: Leslie Caron. (Que voltaria a trabalhar com Minnelli em "Gigi".)

"An American in Paris" teve oito indicações para o Oscar e levou seis, incluindo melhor filme. Minnelli foi indicado para melhor diretor e perdeu para John Ford com "The Quiet Man" - no Brasil, “Depois do Vendaval”.
(E a gente ainda tem coragem de sacanear os portugueses por causa de "Ben Hur" - “O Charreteiro Infernal”.)

Diz a lenda que ele ficou muito puto por não ter ganho. Mas é que ele devia estar com altos níveis de stress - a filhinha Liza Minnelli estava com 5 anos. Já imaginou o que é aturar Judy Garland e Liza Minnelli juntas? Livre das duas, levou o Oscar de melhor direção por "Gigi" em 1958. (Benditos Maurice Chevalier e Leslie Caron...)

Nascido no Brooklin, NY e batizado de Jacob Gershowitz, George Gershwin morreu em Hollywood aos 38 anos após um colapso (e uma conseqüente cirurgia) causado por um tumor no cérebro quando estava trabalhando na partitura de "The Goldwyn Follies".

Coincidentemente, poucos meses depois morreria - também após uma cirurgia no cérebro - o ídolo de Gershwin.

Então...

> Quem era o ídolo de George Gershwin?

> Quando, onde e em que espetáculo, a sinfonia "An American em Paris" foi apresentada pela primeira vez?

> Quantos Oscar’s George Gershwin conquistou?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

VÂMU LÁ GALERA!!! (ATUALIZAÇÃO)

Deu no G1:

26/08/09 - 18h48 - Atualizado em 26/08/09 - 19h27
Brasil é o país com maior número de mortos pela nova gripe, diz Saúde.

Mortes pelo vírus no Brasil chegam a 557, diz boletim.

Taxa de mortalidade, no entanto, é menor do que em outros seis países.

"U campionatu inda num acabô, o grupo tá focadu, o profeçô tá dandu todapôiu e cum certeza vâmu buscá mais eçi títul pru nóçu Brasíu!"

VÂMU LÁ GALERA!!!


BRASIL ULTRAPASSA ARGENTINA
E SÓ PERDE PARA OS ESTADOS UNIDOS

O Brasil já registra 488 vítimas fatais da gripe suína, contra 439 na Argentina. Com essa atualização o país se tornou o segundo do mundo com maior número de mortes, atrás apenas dos EUA que já registraram 522.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

CRÔNICAS TAILANDESAS – 5

O REINO DAS CORES - IV

Paulo Emilio de Medeiros

Depois do período de cores vivas em 2006 e 2007, a Tailândia teve um acesso de alergia cromática. O festival colorido iniciado com camisas pólo amarelas perdeu sua inocência, a partir do final de 2008. Passada a cerimônia de cremação da princesa irmã do rei, as cores foram seqüestradas.

O amarelo, cor da segunda-feira – e do rei, que nasceu numa segunda-feira – passou a ser a cor dos camisas-amarelas da “Aliança Popular pela Democracia”, que, alegando defender a monarquia, invadiram e ocuparam os aeroportos de Bangkok durante vários dias, no final de 2008, e organizaram grandes manifestações contra o então governo. Este acabou caindo.

O vermelho, cor do domingo, passou a ser a cor dos camisas-vermelhas da “Frente Nacional pela Democracia e contra a Ditadura”, organizada para protestar contra o novo governo. Em abril de 2009, os camisas-vermelhas invadiram, em cidade próxima a Bangkok, o local de uma importante reunião internacional, da qual participariam 16 chefes de governo — provocando assim seu cancelamento. Em seguida, fizeram arruaças e queimaram alguns ônibus em Bangkok. A capital tailandesa, em vez de muitas cores, teve um dia de cinza e preto de fumaça.

O azul, cor da sexta-feira – e da rainha, que nasceu numa sexta-feira – foi a cor de um grupo de camisas-azuis que surgiu do nada para, por um dia, confrontar os camisas-vermelhas, e depois sumir misteriosamente.

Resultado: as pessoas passaram a evitar usar amarelo ou vermelho, por receio de serem confundidas com manifestantes e de se tornarem alvo de agressões por motivos políticos. As segundas-feiras, antes intensamente amarelas, passaram a ser dias quase normais, em termos cromáticos.

O fim oficial do reinado das cores talvez tenha sido marcado por um acontecimento em Bangkok. Uma senhora de 47 anos, vestindo uma camiseta amarela (provavelmente por ser segunda-feira, e também em homenagem ao rei) dirigiu-se a um local onde havia uma manifestação dos camisas-vermelhas, para visitar uma amiga que participava do protesto. Foi agredida a tapas por manifestantes, e teve que ser socorrida pela polícia. Afirmou não ter tido intenção política ao vestir a blusa amarela. E teria acrescentado: “Pensei que a cor não tinha importância”.
Tem, sim.

Houve um estrangeiro ou outro que, com raciocínio de estrangeiro, sonhasse com um movimento de camisas-laranjas, que unisse o amarelo e o vermelho. Mas isso não aconteceu. Apareceu, sim, um tímido esboço de movimento de camisas-brancas, a favor da paz. O povo, já em busca de novidades, saiu em busca de outro veículo, que não as cores das roupas, para expressar sua criatividade e expressão estética.

Mas, pelo menos em um aspecto, Bangkok continua sendo gloriosamente a capital de um reino colorido: nas cores dos táxis. Cada companhia ou cooperativa de táxis tem sua cor, que ostenta nos automóveis: alaranjado, verde, azul turquesa, vermelho, rosa choque; ou então duas cores, tipo saia-e-blusa: verde e amarelo (que faz lembrar a bandeira do Brasil), vermelho e azul turquesa, rosa e verde, e outras combinações, que dão vida à cidade.

P.S.: O amarelo aos poucos está voltando. E uma minoria visível segue, firme, o costume de se vestir conforme a cor do dia – por amor à tradição ou às cores!

O REINO DAS CORES - RESUMO VISUAL







segunda-feira, 24 de agosto de 2009

MERCHANDISING É ISSO AÍ

Deu no G1:

Fãs e amigos comentam sumiço do compositor Belchior
“Tem gente que diz que ele está na Holanda, tem gente que diz que ele está em São Paulo”, conta o fã Luiz do Monte.

“Eu procurei alguns empresários que eu sei que trabalhavam com ele. Eles disseram que nunca mais fizeram show com ele, porque não o encontram”, diz o ex-sócio e parceiro Jorge Mello.

A dúvida que todo mundo tem: Belchior vai voltar? “Eu quero acreditar que nós vamos ter uma surpresa muito em breve.”

Tem gente, em BH, que deve saber muito direitinho por onde anda a figura...

domingo, 23 de agosto de 2009

CHATURINHA CINEMATOGRÁFICA - RESPOSTAS


Os atores são Richard Widmark e Henry Fonda;

O filme é esse aí do lado que no Brasil foi brilhantemente rebatizado de "Os Impiedosos".

O acertador é nosso já conhecido Rodrigo - que vai perder o prêmio do "Mistééério" se não vier buscar até sexta que vem...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Uma Babaquice às Sextas


A babaquice de hoje é de todos nós porque se essa corja está onde está, fomos nós que os colocamos lá.


BRASÍLIA - O Conselho de Ética do Senado manteve, por nove votos a seis, o arquivamento de seis denúncias e cinco representações contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP).
O colegiado também arquivou, por unanimidade, uma representação contra o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM).


(obs.: Acho até legal a campanha “Não Reeleja Ninguém” mas com uma ressalva - é preciso ter muuito cuidado com o voto. Afinal, os “novos” sempre podem ser “velhos de guerra”...)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O PAÍS DAS GAVETAS

Processo é arquivado e 'Máfia do Apito' termina sem punidos

SÃO PAULO - Quatro anos após vir à tona, o escândalo da 'Máfia do Apito' chegou ao fim nesta quinta-feira sem nenhum réu punido judicialmente.
Depois de ser adiada sucessivamente, a decisão sobre o caso ocorreu com os desembargadores votando pelo arquivamento do processo.

UMA INUTILIDADE ÀS QUINTAS

Já vivi, até agora a pouco, 1.819.627.200 - um bilhão, oitocentos e dezenove milhões, seiscentos e vinte e sete mil e duzentos segundos.

E daí?

CHATURINHA CINEMATOGRÁFICA

Um dos últimos épicos da MGM, How the West Was Won (1962) teve quatro diretores responsáveis pelos cinco segmentos da história: John Ford (The Civil War), Henry Hathaway (The Rivers, The Plains, The Outlaws), George Marshall (The Railroad) e Richard Thorpe (sequências históricas).

Além de um elenco respeitável: John Wayne, Gregory Peck, Henry Fonda, James Stewart, Karl Malden, Lee J. Cobb, George Peppard, Richard Widmark, Debbie Reynolds, Carrol Baker, Agnes Moorehead (a mãe da “Feiticeira”), Harry Dean Stanton e Lee Van Cleef fazendo pontas e Spencer Tracy na narração.

Tá bom ou quer mais?

Então, vamos à encheção de saco: deste elenco, seis anos depois, dois atores atuaram em outro filme - policial em que um deles morre dizendo “It´s too late...” e a fala final do outro, não na mesma cena, é “It´s monday...”.

> Que filme é esse?
> Quem são os atores?
Pra facilitar: o primeiro morreu em 2008 aos 93 anos e o segundo em 1982 aos 77 anos.

Atenção:
1. Ninguém ganha nada a não ser o prazer de se sentir o rei de Hollywood!
2. Respostas no domingo.

CACÁ

-Sabia que berinjela em inglês é eggplant? Vê se pode, ovo-planta, planta de ovo, sei lá, esses americanos são doidos, né?

Alzirinha (63 anos, 43 quilos de magreza seca como sua vida) mantinha um olhar meio perdido enquanto Dona Elza (65 anos, 88 quilos de veneno concentrado) se esforçava pra engatar a fofoca matinal. Mas Alzirinha estava alheia. O hortifruti, quase vazio, era ambiente perfeito para a primeira destilada do dia. Dona Elza em cólicas e Alzirinha se fazendo de boba.
Entre eggplants, rúculas, alhos e cebolas, Dona Elza não se conteve:
-Alzirinha, quê-qui-tá-con-te-cen-do?

A ansiedade era explicável. Alzirinha tinha visão e audição praticamente total da sala da casa dos Albuquerque, família tradicional do bairro e rica matéria-prima de fatos a serem comentados e saboreados pelas víboras de plantão.

Como na noite anterior o pau tinha comido na casa de noca, quer dizer, dos Albuquerque, Dona Elza estava com as glândulas estufadas. Morava na diagonal oposta e só tinha percebido a movimentação e os agudos de Camilla, caçula dos Albuquerque.
Porcaria de distância, não entendeu nada, dormiu mal, ansiosa pela hora de encontrar Alzirinha. E justo agora a peste se fazia de difícil. Mas, como sempre, acabou soltando.

-É coisa dessa internet.
-In-ter-net?
-É, parece que a Cacá aprontou alguma nessa internet. Doutor Roberto gritou que ia tirar o computador da Cacá. E ela berrou que não estava nem aí! Acho que ela está fazendo a tal de transa virtual.
-Trans-ô-quê?!?!

Marieta Lopes de Albuquerque, com a classe das bem nascidas, flutuou pelo hortifruti, deu bons dias às duas, comprou suas coisas e saiu tranqüila. Os acontecimentos da noite anterior foram, para ela, apenas mais um capítulo dessa adorável, porém cansativa, chatice denominada criação de filhos.

Camilla, 18 anos, inteligente e talentosa, apresentava, ainda, diversos espasmos adolescentes (ocorrências que assolam algumas mulheres de idades até mais avançadas, como todos sabemos).
A talentosinha era ligada em música, cinema, computador, terapias alternativas, etc, etc. Vai daí que, num desses inomináveis grupos de discussão da internet, ela conheceu o Wellington. Conversa vai, e-mail vem, resolveram se encontrar. E acabou pintando uma grande paixão. Na noite anterior Camilla havia comunicado aos pais sua situação emocional e, em mais um arroubo adolescente, aventado a possibilidade de morar com o Wellington em Buenos Aires.

-Morar em Buenos Aires? Vivendo de quê?
-O Well está acertando um contrato para tocar no restaurante do Sheraton.
-Tocar o quê?
-Teclado, ué! Ele é tecladista.
-Um músico... Acorda, Camilla Albuquerque! Onde foi que você conheceu esse vagabundo?
-Vocês estão me desrespeitando! O Well não é vagabundo, é um músico sensível, estou apaixonada por ele e vou viver com ele e pronto!
-Aposto que foi essa droga de internet!
-Pois foi sim senhor!

E por aí seguiu.
Marieta não se preocupou muito. Certamente era mais uma das loucurinhas da Camilla. Chato ter servido de alimento para essas serpentes. Ah, deixa estar, essa gentinha não tem mais o que fazer. Por falar em coisas pra fazer, meu Deus, estou atrasada para a manicure, o Roberto tinha que inventar esse jantar logo hoje...

Só que a coisa estava séria. Decidida a ser a grande mulher por trás daquele gênio musical sensível, Cacá já estava até freqüentando um curso intensivo de espanhol.
O Wellington dava aulas particulares de segunda a quarta e se defendia num barzinho cult de quinta a sábado. Camilla Albuquerque ficava lá o tempo todo ostentando a pose tradicional das namoradas-de-músicos: olhares carinhosos para o amado e fuzilantes para as “meiguinhas” que ousavam se aproximar demais.

-Passei pela Cacá hoje de manhã. Tá alegrinha, né?
-Olha Elza, não sei não, alguma, essa menina tá aprontando. Aquele rostinho não me engana. E a Marieta, você tem visto?
-Ontem. Está como se nada tivesse acontecido, mas ela nós conhecemos, né? É macaca velha... Bom, deixeuir, tô com um bolinho no forno. Quer provar mais tarde?

O contrato do Sheraton de Buenos Aires não saiu (lógico) mas o Wellington arrumou vaga numa banda especializada em bailes de debutantes, de clubes, de colunistas sociais do interior, o escambau.
-Tchau mãe, tô indo pra Seropédica.
-Serô-quê?
-Seropédica, uma cidade aqui perto, o Well vai tocar lá.
-Camilla Albuquerque, que história é essa?
-Ô mamãe, é a banda, Namorados do Ritmo, vamos fazer um baile.
-Vamos?
-É, eu sou promôuter da banda, descolei esse baile, domingo eu tô de volta.

Marieta, macaca velha e astuta, foi com jeitinho.
-Minha filha, eu e seu pai queremos conhecer o Well. Porque vocês não tomam um lanchinho aqui em casa antes de ir?
-Legal mãnhê, que bom que vocês estão me entendendo.

-Alzirinha dê-Deus! Nem te conto, Cacá embarcou ontem pros Estados Unidos!
A ‘do Carmo me contou tudo: aquela tal de transa virtual era sem-vergonhice mesmo!
O imundo é músico, viaja pra lá e pra cá com uma orquestra de degenerados e a Camilla tava indo junto.
-Não brinca!
-Pois é, a essa altura ela já deve estar chegando no Oregon!
-Mas que coisa... E o canalha?
-Ah, nem tchum... É músico, sabe como é, né? O nome dele é Washington, acho. E ainda por cima, preto.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

PARADOXAL, PERO NO MUCHO!


Quer coisa mais chata do que aniversário em restaurante?

Quer coisa melhor do que estar com gente que você gosta, chopp gelado, boa conversa, brisa do mar, “pode fumar”, etc?

Quer coisa mais chata do que “Páá-ra-béns-pravo-Cêê-nes-tádá-ta-quê-Ríí-da” com o restaurante cheio de estranhos fingindo que estão alegres, que acham esse berreiro válido, lúcido e inserido no contexto?

Quer saber o segredo de não estar nem aí - e feliz - com o pagamento desse gorilão?
A resposta é simples: Basta ser o aniversário da sua filha!

CRÔNICAS TAILANDESAS - 4

O REINO DAS CORES - III

Paulo Emilio de Medeiros

Logo no início de 2008, houve uma mudança radical nas cores predominantes na Tailândia. Do amarelo, acompanhado do rosa, verde, azul e de outras cores, panorama que tanto havia beneficiado os olhos em 2007, passou-se de repente para o preto.

A causa foi o falecimento da irmã do rei, na madrugada de 2 de janeiro. O acontecimento provocou luto geral. Na manhã do mesmo dia, os professores e funcionários públicos que ainda não tinham sabido do falecimento receberam permissão para ir em casa, vestir preto e voltar para o trabalho. Deveriam manter luto durante quinze dias; os ministros e outras altas autoridades, durante cem dias.

O preto espalhou-se por toda parte: nas roupas dos apresentadores e repórteres da televisão, nos ternos dos entrevistados nos programas sobre a princesa falecida, e até mesmo na roupa da nossa empregada, que passou a vir ao trabalho vestindo camisa pólo preta. Na rua, as pessoas que não usavam preto vestiam pelo menos — em sua maioria — cores sóbrias.

Passada a fase inicial do luto mais fechado, começou a aparecer o cinza: às vezes misturado com o branco, às vezes adquirindo um tom prateado — mas sempre em companhia do preto. Tornou-se comum um padrão cinza-prateado de filigranas, como pano de fundo em programas de notícias ou de entrevistas na televisão.

De todo o jeito, cor continuava sendo algo importante.
As cores mais vivas permaneceram sumidas durante quase o ano inteiro, até novembro de 2008, quando houve a cerimônia de cremação da princesa.
(Na próxima, mais uma surpresa nessa epopéia das cores no Reino do Sião.)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

DÉCIO ABREU EM INTERLAGOS

Diálogo rápido entre eu e uma namoradinha paulista quando corria em Interlagos, lá pelos idos de 72. Neste dia começou a chover na hora que íamos sair dos boxes para a largada, e ela ficou nervosa. Eu estava sentado na moto, checando os pneus com o mecânico (Paulinho) e ela em pé ao meu lado:

Ela: Boa corrida.
Eu: Obrigado. Paulinho, acha que devemos mudar a calibragem?
Ela: Está começando a chover.
Eu: Já percebi. Então, mudamos ou não?
Ela: A pista vai ficar molhada.
Eu: Sei, sei... Diga, Paulinho.
Ela: Cuidado, hein!
Eu: Ok, ok. Então, que fazemos Paulinho?
Ela: E não corra, viu...
Eu: Tira essa mulher daqui!!!

(E só eu que levo a fama de mal humorado...)

SOLUÇÃO DO "MISTÉÉÉRIO"

> Quem eram os três?Eram os filhos cujos ela já tinha esquecido há muito tempo.> O que eles iam fazer na casa dela?
Comemorar o aniversário dela. A caixa de violino era um violino mesmo. O caçula tinha acabado de ser aprovado na orquestra sinfônica.
(Tudo bem, errei na mão e/ou superestimei a capacidade analítica dos milhares e milhares de leitores. Prometo que, caso haja outro mistééério, será mais simples...)

De qualquer maneira, nosso corpo de magníficos jurados tomou a irrecorrível decisão de premiar o cidadão abaixo que foi considerado o mais criativo e adequado.
Parabéns, Rodrigo! Apareça pra pegar seu valiosíssimo prêmio!

Rodrigo disse...
Realmente, ainda mais que ultimamente vc anda vendo mensagens subliminares políticas em qualquer texto de web...
Mas acho que era uma promoção do tele pizza, de tanto pedir por telefone ganhou um buquê e ia ganhar uma serenata...10 de Agosto de 2009 18:01

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Uma Babaquice às Sextas

Vai adiantado porque amanhã tô fora.

A BOMBA D'ÁGUA
Um homem estava perdido no deserto, prestes a morrer de sede...
Quando, esgotado, chegou a uma construção velha, desmoronando, sem janelas e sem teto. Andou por ali e encontrou uma pequena sombra onde se acomodou, fugindo do calor do sol.
(Esgotado, morrendo de sede mas “andou por ali” até achar uma “pequena sombra”. Devia ser um urubu vigiando...)
Olhando ao redor, viu uma velha bomba d’água, bem enferrujada.
Ele se arrastou até a bomba, agarrou a manivela e começou a bombear, bombear, bombear sem parar.
(Depois de “andar por ali” ele se arrasta, bombea, bombea e bombea... Deve ter esquecido que estava "prestes a morrer".)
Nada aconteceu... (Lógico!)Desapontado, caiu prostrado, para trás. (Que azar! Se caísse pra frente podia encher a boca de areia, engasgar e acabar com essa tortura de vez...)
Então notou (Pelo canto do olho - ficou faltando. Nessas histórias o herói sempre nota "pelo canto do olho") que ao seu lado havia uma velha garrafa.
Limpou-a, removendo a sujeira e o pó, e leu um recado que dizia:
“Meu Amigo, você precisa primeiro preparar a bomba derramando nela toda a água desta garrafa.”
(Que simpático, que agradável! O recado estava escrito em inglês com legendas ou ele estava na caatinga?) “Depois faça o favor de encher a garrafa outra vez, antes de partir, para o próximo viajante.”
O homem olhou bem e, de fato, lá estava a água. A garrafa estava quase cheia de água!
De repente, ele se viu num dilema.
(Oh!)Se bebesse aquela água, poderia sobreviver.
Mas se despejasse toda aquela água na velha bomba enferrujada, e ela não funcionasse, morreria de sede. Que fazer?
(Oh! Oh!!)
Com relutância, o homem despejou toda a água na bomba. Em seguida, agarrou a manivela e começou a bombear... A bomba pôs-se a ranger e chiar, mas nada aconteceu! (Ohhh!!! Que suspense insuportável!!!)Então, surgiu um fiozinho de água, depois um pequeno fluxo e, finalmente, a água jorrou com abundância! (Ahhh!!!)
Ele encheu a garrafa e bebeu dela ansiosamente. Encheu-a outra vez e tornou a beber seu conteúdo refrescante. (Aproveitou e escovou os dentes com seu creme dental hiperrefrescante...)
Em seguida, voltou a encher a garrafa para o próximo viajante (cujo, é claro, também vai chegar ali prestes a morrer de sede, etc, etc), acrescentando uma pequena nota (num pedacinho de papel branco que estava "por ali"):
“Creia-me, funciona. Você precisa dar toda a água antes de poder obtê-la de volta.” (Com sua inseparável caneta Bic. Em inglês, português e árabe. Nunca se sabe nesses desertos, né?)

(E agora, tchan, tchan, tchan, tchan!!! O grande, profundo e definitivo ensinamento)Quantas vezes temos medo de iniciar um novo projeto pois este demandará um enorme investimento de tempo, recursos, preparo e conhecimento.
O que falta para despejar esta garrafa de água que você guarda, e conseguir água fresca em abundância, de uma nova fonte???

(Pronto. Agora vocês já estão aptos a mudar suas vidinhas sem sentido. Basta achar um deserto, quase morrer de sede, encontrar uma garrafa com legendas, repassar essa idiotice para seus milhares de "amigos" e serem bons meninos.)

HOJE É DIA DOS CANHOTOS

Em 1976 foi criado o Dia Mundial dos Canhotos.
Propositalmente numa sexta-feira 13 para exemplificar o preconceito e as superstições contra nós.
Tirado do http://www.lefthandersday.com/, segue um teste interessante para saber o quanto as pessoas são canhotas ou destras:

Imagine uma coceira no centro das costas. Com qual mão você coça?
Entrelace os dedos. Qual polegar fica por cima?
Na hora de aplaudir, qual mão fica por cima?
Pisque para uma pessoa imaginária em sua frente. Com qual olho você pisca?
(Muuito cuidado com essa resposta…)
Ponha suas mãos atrás das costas, uma segurando a outra. Qual mão segura a outra?
Alguém está falando mas você não está escutando bem. Qual orelha você “estica”?
Incline sua cabeça sobre o ombro. Qual ombro ela tocou?
Fixe a vista num ponto distante e aponte com um dedo. Feche um olho. Troque. Qual olho estava aberto quando o dedo estava em linha com o ponto?
(Isso também é chamado de “olho de mira”)
Cruze os braços. Qual deles fica por cima?

Segundo pesquisas, menos de 2% respondem todas as questões com “esquerda” ou “direita”. Assim sendo, prezados destros pentelhos, pensem melhor antes de nos encher a paciência...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

OLFATOS ESPECIALIZADOS

Um texto primoroso como só o Morici sabe fazer!
Seja você fumante ou não, vale a leitura.

OLFATOS ESPECIALIZADOS
Carlos Morici

Acho que nasci fumante, em que pese o fato de minha mãe só ter fumado a fumaça que vinha do Hollywood sem filtro de meu pai. Eu, o feto, recebi as rebarbas. Meu avô e meu pai fumavam. Gostavam de fumar. Acho que aprendi com eles a gostar de fumar porque gostava deles.

Lá pelo olhar de Freud, talvez eu fume por efeito de transferência, como uma maneira de trazer meu pai ao presente, recebê-lo em visita e lembrança, nas baforadas do meu inconsciente tabagista. Se for, bom motivo esse.

Como fumante habitual, dependente químico, já parei algumas vezes de fumar, uma delas por quinze anos seguidos. Como Churchill dizia, “parar de fumar é muito facil, eu mesmo parei centenas de vezes...”
Consumi remédios, fiz manobras perigosíssimas para afastar-me do tabaco, espetei-me, quase mutilei-me, mas, acredito, os transtornos dele decorrentes tem sido, à aparência, menores que seus encantos. Isso, sem ter dependido de filmes antigos ou do glamour social, inspirador de tantas fumaças pelo planeta para consolidar minha escolha pelo fumo.

Formei-me professor de ioga, onde a respiração é tudo, aprendi a nadar em tardia época para nunca mais interromper o maravilhoso hábito, e por isso, por este prazer, corto as águas diariamente. Fumante, tenho excelentes tempos nas competições aquáticas de que participo, com minha equipe, nadador master que sou. Tusso com reduzida frequencia, como tussiria um não fumante. Como pessoa comum, tenho uma vida com um pé no céu, outro no inferno. Banal, boba de dar pena.

Posso passar por sabatina até no Vaticano sobre todos os males já foram cadastrados, atribuídos ao hábito de fumar qualquer coisa.
Mas continuo fumando. Gosto.
Fumo, cada dia em menores e piores espaços, cada dia mais deslocado de qualquer ambiente onde um humano razoável possa se encantar.
Já fui obrigado, pelas circunstancias, a fumar até pendurado numa janela e a devorar em segundos, cigarros nas mais diversas e inusitadas situações. Já coletei e fumei baganas deixadas por mim mesmo, em momentos de opulencia tabágica, no cinzeiro ou no lixinho da cozinha.

Fui alçado à condição de rejeito no aeroporto de Congonhas, acendendo meu cigarro entre latões, sacos de restos putrefatos e saudáveis ratazanas. Devo confessar que em inúmeros momentos, disputei com algozes narizes, a plenitude do ar abarrotado de múltiplas toxinas odoríficas, mas onde o único agente poluidor identificado era o meu cigarro...

Já devo ter sido apontado na rua como Aquele!! o fumante que ataca diuturnamente as saúdes alheias...
Alimentei meu vício até agachado perto de um cano de descarga a diesel e estou começando a achar que não gostam que eu fume...ou não querem que eu escolha fumar. Seria possível isso?
Pelo meu relato desencanado, trato do assunto com liberalidade, num misto de auto flagelação e riso. Como deve ser entendida a vida, uma grande, maravilhosa passagem.

O cigarro e o vício já me fizeram ridículos, mas o amor, a saudade, a falta de dinheiro, a incompreensão, as carências, os desapontamentos, será que não?
O que não consigo compreender nessa altura da vida, é como tanta gente, nos últimos anos - piorando rápido agora - cismou de falar mal do fumo, como se os fumantes não soubessem dos riscos...Ou, pior, como se só existisse o cigarro como carrasco de todas as existências.
Já notaram, por exemplo, como as pessoas que não fumam, não morrem? Ah, dirá alguém, morre sim. Mas morre com saúde...Sim, já entendi...Mela berda.

Como se nos privar de ir à rua nos impedisse de sermos atingidos, vitimados, violentados por algo evitável...
O que sinto, chato isso, é uma crescente síndrome de pânico em relação a qualquer coisa, um medo e um apego desesperados por não morrer, por economizar vida, por guardar para usar depois, em boa ou melhor hora.
Tá cheio de gente por aí, abarrotada de dinheiro, amargurada pela mente adoecida.
Cheio de gente que não pode usar as roupas que possui porque não acha hora pra fazer isso...Gente que acusa pai e mãe, que sacaneia o vizinho, que maltrata bicho, que arrebenta nascentes ou o colega de trabalho, que alardeia falsidades sobre o outro. Gente que nem fuma... Nossa, mãe, quanta hipocrisia!

Minha dependencia já me causou contratempos, mas amigos falsos nunca me fizeram mal maior?
A fumaça, indiscutivelmente, é desagradável. Até nos olhos do fumante. Mas tenho visto muita gente que reclama, lançando toneladas de sujeira no ar, afetando a todos, sem distinção... mas, claro, sem cigarro. Afinal, é só a minha camionete zero, a diesel...

Muita gente - e como conheço gente assim – detesta o fumo, critica o cigarro, mas trapaceia, ilude, mente aos borbotões, que refulge de egoísmo e intolerância, que eu acabo preferindo a fumaça, me faz menos mal...
Banqueiros querem viver muito, se pudessem, comprariam vida, tomariam, arrestariam, arrancariam as dos avalistas, adoram viver para ter mais lucro. Você conhece banqueiro que fuma ? Claro, eles tem hábitos muito saudáveis, mesmo... A usura, por exemplo, tem muita vitamina A, é vasoconstritora e anti oxidante...

Mas cá pra nós, esse Macartismo tá ficando exagerado demais. E a história é mestre em narrar, tudo começa a apodrecer quando a livre escolha é ofendida.
Teimam, os nazistas da valorosa saúde, que o carrasco da humanidade é o cigarro, o fumo em geral, porque de palha, cachimbo e charuto também não pode.
Em resumo, brasa de um lado, boca do outro, tá proibido!!

Tenho algum discernimento, eu acho.
Tenho 55+, como sou chamado nas provas de natação, tenho filhos adultos e me sinto em condições de ser pai, ainda antes de ser avô. Tecnicamente, ando bastante bem.
O que minha alguma inteligencia ainda não me explicou é como o Human Being, o velho Ser Humano precisa tanto encontrar quem pague o pato, a conta, quem seja culpado de alguma coisa, para justificar outras.

Num governo recente de triste memória, o ministro czar da Economia convocou a Brasília um bando de desconcertados cabeleireiros e barbeiros de todo o país, para brandir-lhes o dedo em riste nas humildes fuças e acusá-los de serem os responsáveis pela inflação que campeava, à larga, gestada e mantida alta por outros interessados que não poderiam aparecer...

Tom Jobim já tratou dos ouvidos privilegiados que se arrepiavam com vozes desafinadas...Lembrava que no peito dos desafinados, também batia um coração. No dos fumantes, combalidos corações teimam em bater.

Fico intrigado mesmo é com o tal de fumante passivo, excepcional indivíduo dotado de um sensibilíssimo nariz, em cujo prosaico ato respiratório é capaz de detectar, selecionar, separar e respirar apenas o que se deriva do tabaco, eliminando quaisquer outros odores e selecionando as especiais narinas para aspirar apenas as partículas originadas dos fumos em brasa.
Continuarei incompreendido mesmo...

Vi, em recente viagem à Itália, uma profusão generalizada de fumantes, permeando idades, sexos, lugares e situações. Não vi nenhuma caça à bruxas contra os fumantes, apenas o que o bom senso deve indicar: cinzeiros nos locais adequados para o hábito ser exercitado, limitações naturais e controle do fumo em certos locais para que as pessoas não sejam obrigadas a fumar o cigarro alheio não desejado. Nada de mais. Lá, fuma-se, inclusive, nos taxis.

Mas a coisa aqui tá ficando perigosa. Neste país, até que enfim acharam um responsável por tudo que nos acontece de ruim: o fumo. Já começaram as perseguições, as multas, os impedimentos, os denuncismos. As leis interferindo mais ainda no privado, na vontade individual, no livre arbítrio de cada cidadão fumante. Uma rediviva caça às bruxas, agora aos bruxos fumantes, bem dito. Ninguém mais pode ser acusado de nada, a não ser o fumo e seus asseclas.

Acho que Serra, Sarney, Renan e Collor não fumam... Eles são um bom exemplo para todos nós, você não acha ?

terça-feira, 11 de agosto de 2009

NOTÍCIAS TREPIDANTES

Uma rápida - muito rápida - olhada nos principais portais faz a gente pensar em ilha deserta, excursão ao Himalaia, por aí...

Ex-Miss Brasil tem novo namorado.
Débora Bloch só pensa nas férias.
Controle de temperatura mantém os alimentos frescos.
Diretoria se apressa para buscar reforços para segundo turno.
Musa se bronzeia para último dia de sol. (?!?!)
Urubu albino é roubado em Sergipe.
Sem camisa, Kayky Brito grava filme na praia e exibe barriga sarada.

CYRILLO


Em sua própria definição:

Cyrillo, mineiro de Barbacena, criado em Caeté. Brasileiro inconformado com a política e os políticos, todos. Formei na EBA - Escola de Belas Artes da UFMG. Artista de formação e Publicitário de profissão. Passei por várias agências e hoje trabalho na Libra Comunicação.

Corre um boato que ele vai aparecer mais vezes por aqui...

CRÔNICAS TAILANDESAS - 3

O REINO DAS CORES - II
Paulo Emilio de Medeiros

De 2006 (conforme narrado na crônica anterior), o uso de roupas amarelas na Tailândia estendeu-se para 2007, desta vez como homenagem ao 80º aniversário do Rei Bhumibol Adulyadej.

Entretanto, mais para o final de 2007, o próprio rei abalou o império até então indiscutível da cor amarela. Em novembro, causou impacto visual ao deixar um hospital, após internamento de algumas semanas, vestindo blazer cor-de-rosa, acompanhado de camisa com gola Mao da mesma cor em tom bem mais claro, e calças escuras.

Imediatamente começou a febre do cor-de-rosa. Em apenas um ou dois dias, a cidade inundou-se de camisas pólo cor-de-rosa. Estas, a seguir, ganharam detalhes amarelos na gola — e as camisas amarelas, detalhes cor-de-rosa.

Uma semana mais tarde, a onda rosa sofreu um choque, provocado novamente pelo rei, que, ao visitar sua irmã em um hospital, foi filmado trajando blazer verde. Dois dias foram suficientes para aparecerem por toda parte camisas pólo verdes — às vezes com detalhes cor-de-rosa.

O amarelo permaneceu majoritário, mas o rosa e o verde passaram a ser alternativas freqüentes. Outras cores fizeram sua aparição em camisas pólo, tais como o alaranjado e o azul-turquesa. Camisas pólo azuis, aliás, já vinham sendo usadas às sextas-feiras por várias pessoas, para homenagear a rainha, nascida em uma sexta-feira, dia da cor azul. A Tailândia tornou-se um verdadeiro reino das cores. Vender camisa pólo era negócio altamente lucrativo, naquele momento...
O rei, de seu lado, continuou a vestir blazers de cores variadas, em suas visitas à irmã no hospital: azul claro, branco, vinho, etc.

Em 5 de dezembro de 2007, uma onda amarela marcou o 80º aniversário do rei. Este, ao falar ao povo da sacada do palácio, explicou, bem humorado, a razão de seus blazers de diferentes cores:
— Um homem da minha idade que se vista sempre da mesma cor torna-se monótono. Como o Sr. Primeiro-Ministro [presente ao evento], que, embora mais novo que eu, vem sempre me ver vestido de branco [cor do uniforme dos funcionários públicos na Tailândia]. O senhor devia vestir outras cores, Sr. Primeiro-Ministro, é muito sem graça vestir sempre branco.
Assim terminou 2007. Mas não terminaram as reviravoltas cromáticas tailandesas...

domingo, 9 de agosto de 2009

PROMOÇÃO: MISTÉÉÉRIO...

É o seguinte, de hoje até as 22h de domingo 16/8, o primeiro que acertar a solução do texto a seguir, ganha essa linda, exclusiva, fantástica, incrível obra-prima: um quadro, formato 50X25cm, assinado pelo locutor que vos fala.
Regulamento: Será considerada vencedora a primeira resposta correta às questões propostas - postada nos comentários. Caso o ganhador não more em Belo Horizonte, o frete correrá por conta dele, ganhador (tão achando que é essa moleza toda?). Convém deixar nome e modo de contato porque vai que um "anônimo" ganha. Como é que eu faço?
Depois de uma vida de muitas peripécias, enviuvou.
Enclausurada no apartamento, não atende o telefone, se esquiva dos pretensos amigos.
Viveu com muita intensidade. Agora, vive com lembranças, fotografias, reminiscências e com a gorda poupança.

Foram muitas as aprontações: grandes golpes, situações incríveis que se fossem contadas em filmes ninguém acreditaria.
E, com ele, ela viveu tudo.
Sozinha, a vida ficou boba. Sem incentivo. Resta viver os dias remoendo o passado e torcendo para que as situações pregressas prescrevam.

A alimentação chega por telefone.
As contas são pagas pela internet.
A angústia não é paga por ninguém.
Depois de uma vida na - muito bem sucedida - marginalidade, a velhice e o medo cobram um alto preço.

O interfone soa mais alto que o zumbido nos ouvidos:
-“Flores pra senhora!”
-“De quem?”
-“Sei lá! Só deixaram com um cartão.”
-“Daqui a pouco eu pego.”

Pânico.
Flores.
Sinal de descoberta, de mau agouro.

Uma nesga da cortina revela um carro estacionando na frente do prédio. Preto.
Descem três homens de terno e atravessam rapidamente a rua em direção à portaria do prédio. Um deles carrega um embrulho. Parece uma caixa de violino.

É chegada a hora e ela sempre esteve preparada para esse momento.
Com espantosa agilidade carrega a metralhadora, arrasta a poltrona para o centro da sala e senta-se com um sorriso.
A campainha toca.
-“Pode entrar...”
Caem os três numa grande poça comum de sangue quente.

Na delegacia, muda, apática, olhar ausente, não reclama, não fala, não explica, não se defende.

> Quem eram os três?
> O que eles iam fazer na casa dela?

sábado, 8 de agosto de 2009

RESULTADO ENQUETE MALUF E A PRÓXIMA

(Pra variar, não soma 100 mas já chegamos a 99. Núú, véi!)
Engasgou de tanto rir = 22%
Disse que não, não e não = 11%
Devolveu o pedido ao remetente = 11%
Estupra, mas não leva = 33%
Disse que é problema da Eucatex = 22%

A próxima:
Quantas pessoas você conhece?
Vale: conheço de "já vi por aí”;
Vale: “conheço mesmo”;
Vale: “conheço mais ou menos”;
Enfim, vale o que for mais importante pra você.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Uma Babaquice às Sextas

Que maravilha!!!
Um texto singelo e profundo onde podemos meditar sobre os intrincados aspectos dos relacionamentos humanos, da pirâmide social, da cadeia alimentar e, de quebra, resolver de uma vez por todas o problema da violência mundial!!!
Enviem-no a todos os que vocês amam!!!
Repassem para o mundo inteiro!!!

O Círculo do Ódio

O dono de uma empresa gritou com o administrador, porque estava aborrecido naquele momento. (Hemorróidas)

O administrador chegou em casa e gritou com sua esposa, acusando-a de gastar muito, ao vê-la com um vestido novo. (Perua)

A esposa gritou com a empregada porque ela quebrou um prato. (Desastrada)

A empregada deu um pontapé no cachorro porque ele a fez tropeçar. (Desastrada e desequilibrada)

O cachorro saiu correndo e mordeu uma senhora que passava pela alameda, porque ela estava em frente à porta de saída. (Abelhuda)

Essa senhora foi ao hospital para vacinar-se contra a raiva e gritou com o médico, porque doeu quando ele aplicou a vacina.
(Ela, histérica. Ele, incompetente)

O jovem médico chegou em sua casa e gritou com a sua mãe, porque a comida não era de seu agrado. (Na verdade era a avó)

A mãe acariciou seus cabelos dizendo-lhe: “Filho querido, amanhã farei tua comida favorita. Tu trabalhas muito, estás cansado e necessitas de uma boa noite de sono. Vou trocar as roupas de tua cama por outras bem limpas e perfumadas, para que descanses com tranqüilidade. Amanhã te sentirás melhor". (Imbecil subserviente)

Em seguida lhe abençoou e saiu do aposento, deixando-o sozinho com seus pensamentos... (Sites de sacanagem)

Neste momento, interrompeu-se o CÍRCULO DO ÓDIO, porque chocou-se com a TOLERÂNCIA, o PERDÃO e o AMOR.
(Oh! Como eu não pensei nisso???)

Se entraste em um CÍRCULO DE ÓDIO, lembra-te que com tolerância, e disposição ao perdão e sobretudo, com amor, podes rompê-lo.
(Podes rompê-lo também se tiveres um QI pouco acima de 12)

Por favor, passa esta mensagem a outras pessoas. Não há nenhuma recompensa por enviá-la ou castigo por não fazê-lo. Mas, quem sabe, alguém que a receba possa colocá-la em prática. E isso deixaria o mundo com menos violência!
(Oh! Oh! Onde estás, Pollyana, que não me escutas?)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

THAT´S MY GIRL!

Pode acreditar: semestre passado, na faculdade, um professor perguntou à turma:
-"Vocês leram 'Capitu' na escola, né? Todo mundo teve que ler esse livro..."
E o pior, teve gente que meneou a cabeça feito vaca de presépio.

Aí eu não aguentei e mandei, com cara de paisagem:
-"Capitu? Nããão! Eu li Dom Casmurro..."

(Maria Paula)

HEIN???

Nintendo Wii comunica-se com o iPhone via Bluetooth.
O projeto BTStack, que promete dar liberdade de pareamento do Bluetooth no iPhone, começa a ter mais desdobramentos. A última novidade é a comunicação do smartphone da Apple com o Wiimote. Teoricamente, o hack foi feito em OpenGL ES.

Katzo!
(O pior é que nem adianta pedir pra alguma jovem e caridosa alma me traduzir isso...)

Atualização às 19,10h:
Méri Grossi disse...
Eu (e minha cara dura) explico (amos).

É simplérrimo: o cara fala, joga, vê futebol, tira foto, filma, emagrece, escreve, transmite imagens, gela a cerveja, esquenta o jantar...
Só com um aparelhinho pequenininho que tem um chipzinho para fazer tudinho.
Entendeu?

É VELHA MAS É NOVA (?!?!?)

Chapeuzinho Vermelho na mídia. Todo mundo já viu.
Mas essas, pra mim, são novas. E boas.

O Dia
Lenhador desempregado tem dia de herói

Extra
Promoção do mês: junte 20 selos mais 9,90 e troque por uma capa vermelha igual a da Chapeuzinho!

O Povo
Sangue e tragédia na casa da vovó.

Meia hora
Lenhador passou o rodo e mandou
lobo pedófilo pro saco!

(Valeu, Hugo.)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

FEBEAPÁ VIROU FEBEAPLÁ

Comitê descarta conceder Prêmio Nobel da Paz para Michael Jackson
Um porta-voz do Comitê Nobel indicou que o organismo está recebendo uma grande quantidade de e-mails propondo o nome de Michael Jackson como candidato, mas ressaltou que o Nobel da Paz não é concedido a pessoas que já morreram.
Os idealizadores da campanha querem recolher 1 milhão de assinaturas e afirmam que Michael Jackson merece a indicação por ter dedicado a vida sem descanso dedicada à melhoria das condições de vida das crianças e de toda a humanidade.

(Valeu, Alcione.)

São essas coisas que justificam a alcunha: haja muuito saco pra aturar uma "vida sem descanso dedicada à melhoria das condições de vida das crianças (!?!?!)..." e blá-blá-blarghhh!

Em tempo:
Inesquecível criação do inesquecível guru Stanislaw Ponte Preta, FEBEAPÁ significa FEstival de BEsteira Que Assola o PAís.
Por extensão, FEBEAPLÁ fica sendo o FEstival de BEsteira Que Assola o PLAneta.

O RATO QUE RUGE

TENSÃO NA AMÉRICA DO SUL
Concessão de bases aos EUA pode provocar guerra, diz Chávez

CARACAS -
A concessão de bases militares colombianas para uso dos Estados Unidos pode desatar um confronto na América do Sul, disse nesta quarta-feira o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Seria cômico se, etc, etc.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

CRÔNICAS TAILANDESAS - 2

O REINO DAS CORES
Paulo Emílio de Medeiros

Durante dois anos, até o segundo semestre de 2008, a Tailândia foi um verdadeiro reino das cores. Muitas cores. Começou assim:

Na Tailândia, cada dia da semana tem uma cor:
domingo - vermelho;
segunda-feira - amarelo;
terça-feira - rosa;
quarta-feira - verde;
quinta-feira - alaranjado;
sexta-feira - azul;
sábado - roxo.

Aparentemente trata-se de tradição antiga, ligada ao hinduísmo. Várias pessoas - sobretudo mulheres - vestem-se a cada dia na cor a ele correspondente.

Em 2006, comemorava-se o 60º aniversário da ascensão ao trono do Rei Bhumibol Adulyadej (ou Rama IX), imensamente respeitado pelo povo tailandês. É o soberano reinante há mais tempo no mundo, atualmente, e o de mais longo reinado em toda a história tailandesa. Como nasceu numa segunda-feira, sua cor é o amarelo. Para homenageá-lo, o povo passou, em massa, a vestir roupas de cor amarela, naquele dia da semana.

Bangkok tornou-se uma cidade amarela nas segundas-feiras. Passava-se ao lado de um ônibus às seis da tarde e via-se mais de 90% dos passageiros vestindo uma camisa ou blusa amarela. No metrô, no trem elevado, nos elevadores, nas lojas, a mesma coisa. Aos poucos, mesmo nos demais dias da semana, o amarelo tornou-se a cor mais comum. Camisas pólo amarelas passaram a ser a roupa mais vista, usada por homens e mulheres, e às vezes substituindo a camisa social dos homens, mesmo com terno.

Tornou-se um costume simpático e igualitário: uma camisa pólo amarela é uma camisa pólo amarela, seja ela comprada numa loja chique ou numa banca de camelô; seja vestida por um feirante, por um ministro ou por um apresentador de televisão. As próprias camisas sociais passaram, com freqüência, a ser amarelas, algumas com o brasão do rei. Gravatas amarelas foram também incorporadas ao vestuário masculino, com ou sem brasão. Para as mulheres, vestidos de seda amarela tornaram-se o mais elegante para ser usado em festas.

Tudo culminou em junho, quando imperadores, reis, rainhas, sultões, emires ou príncipes de todas as monarquias do mundo - européias, asiáticas, africanas e até do Pacífico Sul - compareceram a Bangkok para a celebração final dos 60 anos de reinado do soberano tailandês. A foto oficial da festa é impressionante e é encontrada em quase todas as casas tailandesas (e na minha também).

Mas o festival de cores não ficou só no amarelo. Depois eu conto...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

TODO MUNDO

Você está usando essa roupinha desconfortável porque todo mundo está?
Você está devendo essas calças apertadas porque todo mundo vai pra Bariloche e você tem que ir também?
Você está comendo essa comidinha safada e tomando esse espumantezinho caro e ruim porque todo mundo está comendo e bebendo isso?
Você está pontuando sobre a “coisa da literatura” ou a “densidade do som” porque todo mundo anda falando assim?

Que merda, hein? Larga dessa adolescência!

ENQUETE RAPIDINHA

Porque vai dar em pizza na sexta à noite, ô meu...

O Ministério Público do Estado de São Paulo, através da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, entrou com uma ação civil pública, no início da noite desta segunda-feira, contra o ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf. Na ação, o ex-prefeito e os outros envolvidos devem devolver mais de R$ 300 milhões resultantes de superafaturamento de obras públicas, dinheiro ilegalmente enviado ao exterior, segundo o MP.

domingo, 2 de agosto de 2009

CAMINHANDO E CANTANDO E SEGUINDO...

Tenho um objetivo e o persigo por esse caminho cheio de gente esquisita a começar por mim. O chão é quadriculado, ondulado e sujo. Estranhas aparições vão se sucedendo.

Membros de uma vetusta confraria praticam um jogo com bola que consiste em tentar fazê-la tocar o chão do campo adversário. Também conhecido por vôlei. Mas aqui tudo é feito em câmera muuito leenta. Sacam... A bola cai no lado de lá... Eles aandam pra pegar a bola... Abaaixam pra pegar a bola... Pegam. Camiinham pra dar o saque... Conversam entre si... Checam as condições... Sacam... A bola cai no lado de lá... Eles aandam pra pegar a bola... Abaaixam pra pegar a bola... Pegam.
Camiinham pra dar o... Chega.
Assim eu acabo perdendo o ritmo. E o ritmo é tudo.

Diversas senhoras aparentando ser de boas famílias, se entregam a um estranho ritual de uma seita que, acredito, deve propor uma inusitada forma de energização lombar, pois todas as ditas senhoras, incentivadas por um guru mulato, magro e sonolento, estão de quatro na areia com os respectivos bumbuns empinados em direção ao sol nascente.
O tempo é cruel: 30 ou 40 anos para trás, se estas mesmas coitadinhas resolvessem ficar nessa mesma posição, a praia parava, juntava gente, vinha fotógrafo, polícia, o diabo.
Mas, com a plástica que apresentam hoje, o melhor é desviar, rápido, o olhar. Ainda não tomei café e não quero perder o apetite.
Nem o ritmo. O ritmo é fundamental.

Minha missão primária é alcançar o Posto 5, bater pique e retornar à base em 50 minutos.
A secundária, mas não menos importante, é ter na mente a idéia formada, límpida e indiscutível de que este martírio é agradável, bom pra saúde e, como sempre, é o primeiro de uma série sem data pra terminar.
Concentração.
O que tenho para fazer hoje? Que dia é hoje?
O tênis está apertado. Parada pra arrumar.
Mais rápido agora. Recuperar o ritmo.

Respirar pelo nariz. Mas... Como? Os fedores se sucedem: cocô, xixi, cc, cânhamo... Cânhamo? (Eufemismo besta porque o cheiro é de uma boa maconha mesmo.)
É a galerinha que dorme na praia. Esses nobres representantes de um dos segmentos do carioca malemolente e marginal, têm residência ali e, para quem está acordando, deitado no colo da gatinha, embaixo das frondosas árvores da princesinha do mar, nada mais agradável do que um tranqüilo baseado para o início de mais um dia.

Nesse horário obsceno é possível assistir um desfile onde todas as opções de como poderemos estar daqui a alguns anos nos são espelhadas. Pode ser muito triste e pode ser pouco triste. Mas, triste. Desconfio que todos pensam do mesmo jeito e estão aqui para comprovar que, sempre, existe alguém mais feio e mal acabado do que a gente.

Só rezo a Deus pra não ficar velho-com-prega-presa.
Explico: são aqueles velhos que andam com passinhos muito curtos e rápidos.
Parece que as pregas grudaram e eles não conseguem caminhar a passos largos.
Velhos-com-prega-presa-que-andam só perdem para os velhos-com-prega-presa-que-correm. Estes, os mais engraçados, lembram também aqueles passarinhos que ficam bicando comida na areia e fugindo do mar.

Muitas pessoas passam falando sozinhas e, importante, respondendo. A mim, antes de pena, provocam inveja e uma enorme curiosidade sobre o teor de tão animado papo.

Outras ostentam olhares mais perdidos que os redatores de Lost e usam fones de ouvido que devem perpetrar mensagens únicas e profundas ou, tomara, apenas um bom samba.

Narinas infladas, queixos erguidos e olhares fixos na linha do horizonte denunciam angustiadas senhorinhas vivendo a plenitude de suas obsessões estético-corporais, buscando, patéticas, reaver os 19 anos que, infelizmente, há muito ficaram para trás e em nenhuma hipótese irão voltar.
Tadinhas.

Suando e me sentindo irritantemente bem disposto, retorno de frente para o sol. Que ainda está baixo, bem baixo. O risco aumenta pois as aparições agora, em função da claridade nos olhos, são repentinas. Isso pode ser perigoso.
Para confirmar meus temores, uma enorme urna funerária da era pré-colombiana se desenha à minha frente. Uma sombra rápida revela um ser humano do sexo feminino, idade e peso estimados entre 85 e 115 anos/quilos, trajando sumários panos que deveriam cobrir suas partes mais íntimas. Cujas agora se apresentam em cascatas. Moles e balançantes.

Passo rápido, sprint final. Venho mantendo média de 4 minutos entre cada relógio do calçadão. Ritmo. O quiosque, derramando cocos subnutridos na calçada, acolhe salvados da noite e iniciados da GCPS (Grã-Cruz das Pessoas Saudáveis). Em tensa harmonia.

Alongando no elevador (tem que alongar antes e depois da tortura, quer dizer, do exercício), começo a salivar antevendo os inenarráveis prazeres que me serão proporcionados pelo cigarro após a coca-cola. E a rir da expressão de desânimo que ela certamente vai fazer.

sábado, 1 de agosto de 2009

A DERRADEIRA MISSÃO DO INTRÉPIDO COMANDANTE HIRSCH

- Leme a boreste.

- Leme a boreste, se-nhÔR!

- Máquinas a todo vapor.

- A todo vapor, se-nhÔR!

- Manter curso zero-um-zero.

- Curso zero-um-zero, se-nhÔR!

- Convés alagando.

- Convés alagando, se-nhÔR!

- Convés alagando, imbecil!
- Convés alag... glub!?
- Glub...