terça-feira, 28 de outubro de 2014

SIMPLIFICANDO

O nhem-nhem-nhem da regulação da mídia deve seguir sabe-se lá por quanto tempo.
É censura, não é.
É evitar monopólio, não é.

"A radiodifusão é, assim como a energia, o transporte e a saúde, um serviço público que, para ser prestado com base no interesse público, requer regras para o seu funcionamento".

"Na prática, só a Rede Globo concentra cerca de 70% dessas verbas governamentais. Sem pulverizá-las, jamais conseguiremos democratizar a comunicação no país."

"A tentativa de regulação dos meios de comunicação ainda sofre bastante oposição das famílias detentoras das concessões."

E por aí vai.

Fica minha sugestão de um singelo artigo para ser inserido nessa regulação - seja qual for e caso algum dia aconteça:
Fica terminantemente proibido - em todos os meios de comunicação - o uso do futuro do pretérito.

Assim, ficaremos livres das pseudo notícias em que fulano teria sido visto, beltrano estaria armando com sicrano, etc.

E consequentemente também ficaríamos livres de notícias ridículas onde, normalmente, vemos o suposto meliante sendo capturado pela suposta polícia e julgado por supostos juízes.

(Em tempo, a melhor que vi hoje: "Em uma reunião de emergência a diretoria da Abril resolveu unificar as revistas Veja e Exame. Será criada a revista VEXAME.")

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

PAULISTÃO PORRETA

Pesquei no fêicibúqui e achei ótimo.
(Valeu, Karina.)

domingo, 26 de outubro de 2014

TRAÍDO PELA SAVASSI E PELO LEBLON

Aécim, auto-proclamado melhor governador do país, sífu duas vezes em Minas e no Rio (seu quintal preferido) enquanto norte e nordeste reelegeram o Supremo Baiacu da Nação.

Entretanto, pra mim, o mais impressionante é a soma de abstenções, brancos e nulos: quarenta milhões de eleitores não compareceram ou votaram em branco ou anularam.
Esse resultado, na minha opinião, escancara o pouco caso dos brasileiros para com a política.
Essa é a grande preocupação que deveria estar na cabeça dos políticos em geral.
Mas, sabemos todos, a corja tem mais com que se preocupar.

Obs.: Na Globonews, a cara do Merval, ao ver o resultado, valeu toda a espera pelo resultado.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

CAMINHANDO E CANTANDO - O RETORNO


De volta à beira mar, de volta ao ritual de expiação dos meus maus hábitos. Então, vamos à caminhada na praia. No calçadão, bem entendido, porque não é sempre que a maré fornece uma areia dura e plana como convém a tão saudável exercício.
As descobertas são sempre interessantes. Começando pelas tribos várias, temos os empolgados que correm, dão pulinhos e se esticam sem parar. Depois aparecem os sociais; andam no mínimo em duplas, falam pra cacete e volta e meia surpreendem como, por exemplo, dois senhores de aspecto pra lá de respeitável que andavam na minha frente em ritmo mais lento, conversando e gesticulando com movimentos graves. Fui ultrapassando também lentamente pra pegar um pedacinho de tão profundo diálogo que eles pareciam estar travando e escuto: "Ela é muito é da goshtósa, Ôxe!".

Depois passam os skatistas. Tenho a impressão que eles treinam exaustivamente em locais secretos porque torço muito mas nunca vejo nenhum deles tomando um estabaco.

Ciclistas são um caso à parte. Um grupo é formado pelos que estão ali para se divertir - pedalam, olham a paisagem, conversam (como esse povo tem fôlego!) e seguem numa boa.
Outro grupo é composto pelos atletas que parecem egressos do Tour de France. As bikes (bicicleta é coisa de pobre) são sofisticadas, os caras se apresentam com roupinhas coloridas de gosto duvidoso coladas no corpo dos tornozelos até o pescoço, capacetes e óculos invocadíssimos, fones de ouvido, garrafinhas estrategicamente colocadas no quadro da bike e mochilas nas costas! Katzo! Pra que mochila? Devem ter lá suas razões que definitivamente não me interessam.

Outra tribo impressionante é a das gordinhas velozes. Elas passam correndo ou andando numa velocidade inacreditável, não bufam e aparentam uma felicidade que não condiz com seus formatos.

E aí aparecem as patinadoras. Ah! As patinadoras! São novas, bonitas, corpos perfeitos e rápidas. Muito rápidas. Mas não o suficiente para esconder que carregam uma haste com uma GoPro na ponta: elas se filmam patinando! É a selfie elevada à penúltima potência.
Porque a última potência será, certamente, quando elas engolirem uma câmera para filmar seus intestinos malhados e colocar no fêici.

Sigo em frente e troco de praia. Essa agora é lugar chique e, consequentemente, coalhado de turistas. Um cidadão trajando um uniforme da segunda guerra mundial caititua passeios no seu jipe ornamentado como sendo da Royal Air Force. E vende! Às sete horas da madrugada o cara consegue arrumar clientes! É um gênio do comércio.
Nessa praia os quiosques estão abertos e a turistada se empapuça de água de côco, açaí e outras estranhezas naturebas.
Três alegres senhoras, de sotaque inegavelmente paulista, passam conversando sobre... Compras, é claro.
É o suficiente. Dou meia volta e volto ao aconchego da praia mais "normal".

Um bom banho aprofunda a irritante sensação de bem estar após o dever cumprido, uma coca-cola seguida de um delicioso cigarrinho justifica a expiação e estou pronto para começar o dia.

Sento na frente do computador e ouço gritos abafados debaixo da mesa. São os meus meniscos (ou o que resta deles) reivindicando um diclofenaco urgente. Informo que serão atendidos depois do almoço e eles parecem se acalmar.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

DOIS FATOS

1o.: Estava eu hoje de manhã numa loja operadora de celulares aguardando a inacreditavelmente demorada burocracia para comprar um simples chip (é dura a vida de quem está em novas plagas) quando uma senhora na minha faixa etária ou mais, que também passava pela mesma agonia, começa a falar com a atendente (cuja só fingia que prestava atenção, mas a loja estava cheia e todo mundo ficou de botuca):
-"Trabalhei desde os 16 anos de idade, casei, tive filhos, meu marido ficou inválido, batalhei, batalhei e só consegui comprar minha casa no governo do PT. Voto na Dilma. Se o Eduardo não tivesse morrido, votava nele. Mas, na Marina, de jeito nenhum. Ela não tem lado. O Aécio é candidato dos ricos. Fico com a Dilma."
A galera ao redor só faltou aplaudir. Incluindo a atendente.
Eu, gato escaldado, dei um sorrisinho e fiquei calado.
Como dizia o filósofo, das urnas e da cabeça de juiz pode sair qualquer coisa mas, pelo menos aqui no nordeste, acho que a coisa, como sempre, está feia pro Aécim.

2o.: O cidadão que porta esse cartaz na foto é, segundo consta, um dos filhos da família Mesquita - dona do Estadão. Foi tirada hoje num ato pró Aécio em São Paulo.
Sinto muito, mas é demais. Que ninguém tem vergonha de mais nada é público e notório mas, repito, é demais.

Em tempo: no Aécim eu não votaria de jeito nenhum. Minha inclinação estava pra anular. De qualquer maneira, como não estou no meu "domicílio eleitoral" vou engrossar o resultado das abstenções mas, depois desses ocorridos, caso lá estivesse, o Supremo Baiacu da Nação levaria meu voto.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

FALTA POUCO...


... Pra acabar esse festival de babaquices inacreditáveis que estão chamando de campanha eleitoral. Não bastassem as bobagens e promessas - que nunca serão cumpridas - comuns a todos os candidatos em todas as eleições, agora temos a suprema imbecilidade de pessoas se digladiando nas ruas, nos botecos, nas redes sociais (que de "sociais" só estão levando a alcunha) etc, por candidaturas cujas, todos sabemos, não vão mudar nada nesse país grande e bobo.

Entupindo ainda mais a minha paciência, aqui na Paraíba tem segundo turno para governador. Ou seja, babaquices ao quadrado.
E a coisa anda tão braba que não se pode contrariar ninguém sob pena de ser, no mínimo, execrado em praça pública.

Resta aguardar a próxima segunda-feira torcendo para que o povo vá cuidar de outra coisa.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

-31+83 = FUI!


Troquei de DDD, troquei de visual (Adeus montanhas, Alô Marzão!)
e me mandei pra João Pessoa.
Ôxe!

Vida nova e segue o baile...

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

CRÔNICA RUBRO NEGRA

 
Recebi essa saborosa narrativa perpetrada por meu irmão carioca e compartilho com a Nação.

Breve liturgia de um inesperado descompasso cruzeirense - ou:
O NOSSO MENGÃO É PHODDA!

Fernando Lobato

Considerações preliminares/anteriores:Imagina o sábado - antes do jogo do Mengão - almoço na Fiora com a conta sinalizando 18 chopes (só meus).
Num devaneio bebum declaro aos incautos estupefatos: -"Amanhã,  FLAMENGO 3X0".

Domingão: Êta joguim safado, porém com as mais delirantes jogadas de gol.
O Dedé, coitado (de coito) é Flamengo desde garotinho:
A) Ano passado, entregou a Copa do Brasil pra gente (Gol do Carlos Eduardo - aquele autista).
B) Disse no intervalo que ia virar o jogo.
C) Levou um chocolate do nosso pequeno Rafinha. (Golzim de encobridinha, se alembra?)
D) E, finalmente fez um dos gols mais bonitos (plasticamente) que eu vi no Maraca (na coruja e pro Mengão).
E) 2º gol: o hermano bate a carteira do Negão, tira limpo, sem falta, do goleiro, o ângulo vai fechando, estreitando, diminuindo, impossibilitando, o Negão chegando, o gringo duro de cintura, o ângulo... CARÁI!  GOL, PORRA!!
F) 3° gol: bolinha centrada, o nosso baianinho ajeita o corpo e bate de chapa.

Êxtase total. Haja coração!
Passa a régua, pede a saideira e a conta! MENGÃO 3X0.
É bão dimais, sô!


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

NA "MODA ELEITORAL"...


domingo, 12 de outubro de 2014

UMA CAIXINHA SEM SURPRESAS

 
Por imposição da minha caçula cometi a insanidade de deixar de ver Flamengo X Cruzeiro na televisão para ir ao Independência ver, ao vivo, uma pelada entre Atlético e São Paulo.

Os dois times cheios de desfalques, joguinho ruim de dar sono que só foi compensado pelas excelentes companhias. Além da minha adorável chantagista emocional, o namorado e mais um casal - todos gente boa de conversa - fizeram com que a tortura apresentada em campo fosse compensada pelo muito agradável convívio.

O bom de ver futebol no campo é ficar livre da escravatura das imagens televisivas. A gente sente muito mais o clima do jogo, vê os jogadores conversando, reclamando, etc e é muito legal.
Por exemplo, teve uma cena que não entendi até agora. Um jogador cai machucado e enquanto entram médicos, carrinho, etc, vejo o Muricy conversando longamente com o Maicon. Ambos falam, gesticulam, apontam para o campo, parecem estar combinando estratégias complexas e, dois minutos depois sai o Maicon para entrar sei lá quem!

Outra coisa engraçada, pra mim, foi observar a torcida.
A última vez que fui a um estádio (ainda se chamava estádio, agora é arena – argh!), deve ter sido muito no século passado ainda no Maracanã original.
Pois bem: nada mudou na torcida. O xingatório, as insanidades, o berreiro, as incoerências, as superstições continuam exatamente as mesmas. A impressão é que, ali dentro, o tempo parou.

Resumo da ópera, o Atlético ganhou, todos saíram felizes e, como sempre, o foguetório está rolando até agora. Resta lutar contra o sono para ver o VT da vitória do Flamengo que, apesar do profexô, vai dando alegria à nação.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

PARA A ESQUERDA, PARA A DIREITA, PARA TODOS


 
Eu proporia que se substituíssem
todos os capítulos da Constituição por:
Artigo Único - Todo brasileiro fica obrigado
a ter vergonha na cara.
Capistrano de Abreu - Historiador
* 1853 1927
 
(Valeu, Morici.)

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

QUE TIMAÇO!

 
Os deputados federais mais votados formam esse escrete:

Danrlei de Deus Goleiro (RS),
Sarney Filho (MA), Russomano, Tiririca e Feliciano (SP).
Bolsonaro, Clarissa Garotinho e Eduardo Cunha (RJ).
Heraclito (PI), Newton Cardoso Jr (MG) e Artur Bisneto (AM).

Com essa escalação não tem pra ninguém!
A república já está salva.

domingo, 5 de outubro de 2014

LEIS NÃO ESCRITAS QUE REALMENTE VALEM

Dentre as várias que conhecemos, a de Murphy (“Se algo pode dar errado dará errado”) e a de Gérson (“Gosto de levar vantagem em tudo, certo?) - criada pela Caio Domingues para o cigarro Vila Rica em 1976 - são as mais famosas.

O Gérson - um dos maiores craques que o Brasil já teve - entrou de gaiato nessa roubada pobremente defendida por José Monserrat Filho: "Houve um erro de interpretação, o pessoal começou a entender como ser malandro. No segundo anúncio dizíamos: ‘levar vantagem não é passar ninguém para trás, é chegar na frente’”.

Ora bolas, o segundo anúncio é igual a desmentido em jornais e revistas. O mal já está feito e ninguém presta atenção. Ainda mais depois desse aval à malandragem e ao famigerado jeitinho brasileiro que tanto orgulho provoca em tanta gente que posa de esclarecida e, sempre que pode, exercita com rara maestria.

Mas, por que essa conversa? Porque hoje fui votar e, por alguma conspiração cósmica, a minha seção é a mais lotada sempre.
Lá estou na fila quando chega uma avó acompanhada da filha e empurrando o neto - bebê numa cadeirinha que mais parecia uma nave espacial. A moderna vovó se adianta, fura a fila, vota, sai e entrega o carrinho para a filha furar a fila também.
Um cidadão, talvez menos acostumado a essas práticas tão constantes, gritou lá de trás: “Ôu! Dá pra alugar a criança?”

Gargalhadas, a avó e a mãe do instrumento da malandragem fazem cara feia, empinam os respectivos narizes e ignoram.

É só mais um retrato da falta de educação brasileira escorada no nosso maldito jeitinho. Que, como podemos comprovar, vem de longe e não parece estar perdendo terreno.

sábado, 4 de outubro de 2014

E LÁ SE VAI O RIO...

Junto com o Hugo Carvana que se mandou hoje.
Ou seja, o Rio de Janeiro que eu conheci e vivi, vai acabando.
Como tudo nessa vida besta.

Depois de “Vai trabalhar vagabundo” e “Bar Esperança”, ele não precisava fazer mais nada. Mas, fez. Bem ou mal, fez muito e, principalmente, representou com total galhardia o espírito carioca que vai, devagar e com triste firmeza, perdendo sua identidade.

Segundo a Wikipedia:
“O ator também foi um diretor subestimado no cinema nacional devido ao uso abundante de tomadas externas e em locais públicos (trens, ônibus, praças, ruas etc) de seus filmes, mostrando o trabalhador, o pobre na sua condição mais crua, muitas vezes até atuando diretamente com o público, que aparece como é, sem a necessidade de figurantes, o que nos deixa ter uma ótima noção dos costumes do Rio de Janeiro da década de 1970.

Nos seus filmes iniciais, ele expunha o cotidiano do carioca, abria espaço para uma crítica mais concreta, principalmente em seu segundo filme Se Segura, Malandro!, que foi rodado no governo Geisel. Tal filme se tornou possível devido ao momento político vivido em 1978, quando a produção foi lançada -um ano antes da anistia.”

Segundo o próprio:
“O humor, hoje, é moda. E se amanhã sair de moda, eu vou continuar fazendo humor. É uma devoção. Só consigo me olhar sob esse viés da alegria, da brincadeira, da ironia. Estou preso a essa bolha da alegria, e de dentro dela não pretendo sair.”

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O VOTO “NÃO”

Com essa tragicomédia de péssimo gosto que chamam (num paroxismo de hipocrisia) de “festa da democracia”,
o que resta é a certeza de que vamos - todos - votar no menos ruim.

Li, não me lembro mais onde, uma proposta singela: deveríamos ter a opção de votar “Não”.

Considerando que votos nulos e brancos, pela esperta legislação, só servem para engordar o vencedor, se pudéssemos votar “Não”, cada voto seria descontado do total dos candidatos. Caso nenhum candidato alcançasse um percentual mínimo de votos, eles seriam trocados e nova eleição ocorreria.

O que, considerando o panorama da política brasileira, nos empurraria para uns dez anos de eleições consecutivas.
E, certamente, teríamos somente uma renovação da bandalheira uma vez que a classe política sofre de mau caratismo endêmico.
Mas, ainda que utópica, poderia ser uma oportunidade do eleitor demonstrar suas reais convicções.

Uma grande frase que define o lamaçal em que estamos atolados, ouvi outro dia de um senhor de 75 anos: “Vou votar no Aécio. Prefiro o PSDB porque eles tem know-how para roubar, sabem esconder direitinho e a gente fica menos indignado.”

Essa é a apavorante realidade que vivemos.