domingo, 10 de abril de 2016

CAVALEIROS E MOINHOS

"Já não há mais moinhos
como os de antigamente."

Frase porreta que define os tempos em que vivemos - amigos virando a cara por posições políticas que ambos não sabem bem quais são.
Mas, as colocam com uma (in)certeza olímpica.

João Bosco (um tremendo músico e violonista por quem não tenho lá grandes empatias) e Aldir Blanc (por quem tenho total respeito e admiração) cometeram, na década de 70, essa pérola relembrada hoje pelo Fernando Brito.

Fica pra pensar que tempos melhores só virão quando conseguirmos voltar à civilização.


O Cavaleiro e os Moinhos

Acreditar na existência dourada do sol
Mesmo que em plena boca
Nos bata o açoite contínuo da noite

Arrebentar a corrente que envolve o amanhã
Despertar as espadas
Varrer as esfinges das encruzilhadas

Todo esse tempo foi igual a dormir no navio
Sem fazer movimento
Mas tecendo o fio da água e do vento

Eu, baderneiro, me tornei cavaleiro,
Malandramente, pelos caminhos

Meu companheiro tá armado até os dentes
Já não há mais moinhos como os de antigamente

3 comentários:

  1. Tão sofisticado que alguns devem achar que é discurso da Dilma ...

    ResponderExcluir
  2. Muito adiantada pra mim essa letra...mesmo/ assim, eu gosto.
    Abração

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. "Adiantada" é ótimo eufemismo!
      Pra mim é um emaranhado quixotesco de frases e versos que, no final das contas, dão o que pensar (muito mais do que eu gostaria) e me soam muito bem.

      Excluir