Cantei a pedra a menos de 15 dias, aqui: JÁ COMEÇOU!
E agora vem essa no impoluto Estadão.
Operação Lava Jato
Moro sonha com
fim da Lava Jato até dezembro
POR FAUSTO MACEDO, JULIA
AFFONSO E ALEXANDRE HISAYASU
13/04/2016, 17h25
Juiz
federal que conduz maior investigação sobre corrupção no País avalia a
interlocutores que sucessão de operações pode provocar desgaste até mesmo na
opinião pública
O
juiz federal Sérgio Moro gostaria que a Lava Jato chegasse ao seu fim até
dezembro. Ele tem dito a interlocutores que esta é a sua ‘expectativa’.
Considera que a sequência de desdobramentos da grande investigação pode
provocar um desgaste até mesmo na opinião pública que, hoje, presta apoio
maciço à força-tarefa da Lava Jato.
“Terminar
até dezembro a parte da primeira instância é uma expectativa ou um desejo”,
disse Moro a uma pessoa próxima, nesta quarta-feira, 13.
Mas
ele próprio admite que essa é uma meta ‘imprevisível’. A cada desdobramento da
Lava Jato surgem indicativos de outras tramas ilícitas envolvendo outros
agentes públicos e políticos. O que força a abertura de novos procedimentos no
âmbito da Polícia Federal e da Procuradoria da República.
Apesar
das declarações de solidariedade que têm recebido nas redes sociais e em
eventos dos quais participa, o juiz da Lava jato tem dito a interlocutores que
ficou ‘consternado’ com o que chama de ‘manifestações de raiva e intolerância’
registradas nas últimas semanas.
Tais
manifestações ganharam força sobretudo depois que a Lava Jato conduziu
coercitivamente o ex-presidente Lula, no dia 4 de março, para depor nos autos
da Operação Aletheia – fase da Lava Jato que investiga o sítio Santa Bárbara,
de Atibaia, cuja propriedade é atribuída ao ex-presidente.
A
condução coercitiva do petista foi decretada por Moro que, em sua decisão,
destacou que não se tratava de uma antecipação de condenação, mas apenas de uma
medida necessária para a investigação.
Moro
também tem insistido na linha de que a Justiça sozinha não pode ser a solução
para a crise política e ética que o País atravessa. Ele acredita que chegou a
hora de outras instituições, e também a sociedade, se empenharem para alcançar
mudanças importantes que possam levar a um combate mais eficaz à corrupção e à
redução do quadro de impunidade.
O
juiz considera que um primeiro passo nessa direção foi dado pelo Supremo
Tribunal Federal – em recente decisão, a Corte admitiu execução de prisão de
condenados em ações penais quando a sentença é confirmada por colegiado de
segundo grau.
A
Lava Jato está em sua 28.ª etapa ostensiva – a primeira foi deflagrada em março
de 2014. Desde então, vem sendo mantida média superior a uma operação por mês.
A
investigação, que inicialmente mirava em quatro grupos de doleiros, desvendou
um esquema complexo de corrupção, propinas e cartel de empreiteiras na
Petrobrás.
Com
a descoberta sobre supostos pagamentos a deputados, senadores e governadores a
Lava Jato chegou ao Supremo Tribunal Federal, instância máxima que detém
poderes para processar políticos com foro privilegiado.
Delações
premiadas, quase cinquenta, são o grande aliado da Lava Jato, mas recebem
pesadas críticas de advogados e juristas.
Todas
as ações penais da Lava Jato na primeira instância estão sob responsabilidade
do juiz Moro.
Em
uma atuação incomum para os padrões da Justiça brasileira, Moro tem conduzido
em ritmo acelerado os processos criminais, impondo pesadas condenações a
políticos, doleiros, empreiteiros, operadores de propinas e ex-dirigentes da
Petrobrás.
As
decisões de Moro têm sido confirmadas pelas instâncias superiores do
Judiciário, a partir do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4).
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