É um
ótimo site português (http://umhomemzangado.com/)
do qual copiei o texto abaixo.
(Cujo, óbvio, deve ser lido com s'táque.)
10 expressões
que dizes e nem sabes o que significam
Olá, sê muito bem-vindo/a a mais um
espaço “o Zangado Ensina”. Esta semana vamos debruçar-nos sobre expressões que
todos nós usamos mas, para não variar, não fazemos a mínima ideia do que querem
realmente dizer.
QUEIMAR AS PESTANAS
Usada para dizer que se lê/estuda
muito, a expressão teve a sua origem em tempos onde não havia electricidade.
Usavam-se por isso pequenas velas que por terem luz muito fraca… queimavam as
pestanas.
GATOS PINGADOS
Muitas vezes precedida de
“meia-duzia”, a expressão gatos pingados tem muito que se lhe diga. A expressão
remonta a uma tortura procedente do Japão que consistia em pingar óleo a ferver
em cima de pessoas ou animais, especialmente gatos. Como o evento tinha uma
assistência reduzida, tal a sua crueldade, a expressão “gatos pingados”
passou a denominar pequena assistência sem entusiasmo ou curiosidade.
DAR PÉROLAS A PORCOS
Entre as muitas expressões de origem
bíblica, esta é bem capaz de ser das minhas preferidas. Pretende dizer quando
se oferece algo de grande valor a alguém incapaz de apreciá-lo; dizer
preciosidades a quem não é capaz de as entender. Está numa passagem do
Evangelho de São Mateus que reza, salvo seja, assim: “Não dêem o que é sagrado
aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos; caso contrário, estes as pisarão,
e aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão.”
“O que é sagrado” refere-se aos
alimentos consagrados a sacrifícios, que só os sacerdotes podiam comer. Antes
tivesse continuado assim, já que hoje em dia, como sabemos, os padres preferem
comer coisas bem piores.
RÉS-VÉS CAMPO DE OURIQUE
Ou seja, ficar muito perto de
alcançar algo. A expressão “rés-vés Campo de Ourique” remonta a 1755 quando o
terramoto assolou Lisboa tendo destruído a cidade até à zona de Campo de
Ourique, que ficou intacta.
ERRO CRASSO
Outro erro que cometemos bastante.
Crasso tem origem nos tempos dos romanos. Marco Licínio
Crasso era um aristocrata, general e
político romano, que comandou a vitória da batalha da Porta Colina e esmagou a
revolta dos escravos liderada por Espártaco.
No entanto, em campanha contra os
Partos, apesar da enorme superioridade numérica, sofreu uma desastrosa derrota
na batalha de Carras, em 53 a.C.
Mais de 20 000 soldados perderam
a vida e cerca de 10 000 foram feitos prisioneiros, quem é como quem diz,
cometeu um erro crasso.
FICAR A VER NAVIOS
Acontece-me bastante. Quer dizer
ficar frustrado ou desiludido. Alusão aos armadores portugueses, ou aos
parentes de marinheiros, durante a época dos descobrimentos, que ficavam no
alto das colinas de Lisboa, esperando avistar as caravelas que deveriam chegar
das Índias, de África ou do Brasil. Alguns, até por D. Sebastião esperavam, os
tolinhos.
MAL E PORCAMENTE
Outra expressão que uso bastante.
Refere-se a fazer algo de modo imperfeito, descuidado. Inicialmente, a
expressão era “mal e parcamente”. Como parcamente não era palavra de amplo
conhecimento do povo, o uso popular tratou de substituí-la por outra, parecida,
bastante conhecida e adequada ao que se pretendia dizer. E ficou assim, que
sempre era mais fácil.
JURAR A PÉS JUNTOS
A expressão surgiu através das
torturas executadas pela Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as
mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado para lhe arrancarem a verdade
ou o que quer que fosse. Bons tempos.
LÁGRIMAS DE CROCODILO
O crocodilo, quando ingere a sua
refeição, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas
lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima e daí, lágrimas de
crocodilo.
À GRANDE E À FRANCESA
Relativa aos modos luxuosos do
general Jean Andoche Junot, auxiliar de Napoleão que chegou a Portugal na
primeira invasão francesa, e dos seus acompanhantes, que se passeavam vestidos
de gala pela capital. Ainda hoje é usada para descrever ostentação, luxo
exagerado e afins.
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