quinta-feira, 19 de maio de 2016

MUDANDO DE OPINIÃO


Assisti, acho que lá pela metade da longínqua década de 80, o Alceu Valença se apresentando no Palácio das Artes em Belo Horizonte.

Saí antes de acabar pela simples razão de constatar que ele devia estar com uma preguiça danada. Dava o refrão, mandava "Agora Vocêis...!!!" e a plateia, já devidamente globalizada, obedecia.
("Êêôô, vida de gado..." Que ele não cantou porque é do Zé Ramalho, mas se encaixaria perfeitamente.)
Meu saco estourou, me mandei no primeiro intervalo e tomei implicância do cidadão.

Mas, não de suas músicas.
O que sempre me provocava sensações conflitantes.
Tanto pela implicância quanto pela capacidade dele de produzir chicletes mentais como Morena Tropicana.
Cuja habitou minha mente por longos meses até ser substituída por Shine com David Gylmour, depois por Love Me Tender com Elvis, depois por mais um monte de músicas que, adoravelmente, me atormentam de tempos em tempos. (Hoje ando revezando entre o "Meu Chevette" e "Coisas da Mente" - o que comprova a força da música nordestina.)

Entretanto, depois desse vídeo, exerci o direito divino de mudar de opinião e voltei a admirar o cara.
Cujo, inteligente que é, chamou minha atual musa musical para (en)cantar esse arranjo fantástico e me cooptar de vez.

Obs.: música do Gonzagão. (Só podia ser!)
ATUALIZAÇÃO
Segundo informações colhidas, essa música é do Zé Marcolino - o poeta do Sumé - que a teria 'cedido' ao Gonzagão.
Tchan!
(Aguardo as controvérsias.)

OUTRA ATUALIZAÇÃO:

A cena dos meninos olhando o sarro do casal, pra mim, é antológica.


6 comentários:

  1. fantástico,meu novo e bom blogueiro nordestino.Esta moça deveria seguir na música,como atriz global é sofrível.Abs.Tiagão.

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    1. Grande e sumido Silvio!
      Não posso julgar a moça como 'atriz global' uma vez que não frequento 'canais baixos'.
      Mas, na música, ela é de primeiríssimo time.
      Abraço!

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  2. Gente inteligente muda de opinião. É por aí que duvido da inteligência dos esquerdistas ! O assunto não é este. Certa vez vi um show do Sérgio Reis. Começou a bater um solzinho no palco e o dito cujo parou o show. Ano seguinte o profissional Alceu fez um show completo, no mesmo local, com direito a bis, debaixo de uma tromba d'água. Eu fiz questão de aplaudi-lo pessoalmente. Eu já gostava, virou ídolo.

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    1. Mas, pelo visto, nesse show do aguaceiro ele cantou, né?
      Até porque ia ser engraçado de ver ele mandando o "Agora Vocêis" nessa situação...

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  3. Musiquinha arretada esta aí! Já mereceu busca e compra. Obrigado! Sobre shows que geram arrependimento, lembrei-me de um do Bob Dylan, há mais de vinte anos no Mineirão. O indivíduo não cantou uma única música sequer como a gravação de estúdio. Demorei uns dois minutos para reconhecer "Lay Lady Lay". Se não bastasse isto, ele conseguiu cantar uma música inteira de costas para o público. Com certeza, o homem estava chapadaço, num desrespeito monumental com os seus fãs. Se alguém me der um convite de camarote para vê-lo novamente, com a promessa de me pegar em casa com uma limousine, eu agradecerei e declinarei da proposta!
    Vitor Lemos

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    1. Também passei por situação menos traumática mas, semelhante: Eric Clapton no sambódromo - Praça da Apoteose. Um pontinho lá longe, som ruim, flagrante preguiça do cidadão.
      Foi o primeiro e último grande evento a que compareci. De lá pra cá, shows com milhares de pessoas, só pela TV e olhe lá!
      Quanto à 'Sala de Reboco', procura a versão original do Gonzagão e você vai comprovar que o arranjo dessa versão do Alceu é porreta.
      Abs.

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