Os milhares e milhares
de ilustrados e vetustos leitores deste blog certamente foram criados lendo
jornal. De papel.
Servido como indispensável
aperitivo na mesa do café da manhã e/ou na mesa do trabalho.
Já houve um tempo em
que o jornal - meio de comunicação - era vendido para os anunciantes como sendo o de
maior credibilidade.
O que transferiria essa qualidade para seus produtos.
-"Deu no jornal!" era a sentença de morte, ou de vida,
para qualquer acontecimento.
(A
Veja, depois da Escola de Base, se encarregou de começar (?) a destruir esse
mito.)
É inegável que o papel
perdeu, para o monitor ou o celular ou o tablet ou seja lá o que for, a guerra
contra a mídia virtual.
Mas, fosse a mídia
impressa ainda confiável, poderia citar a frase imortal de Darcy Ribeiro: -"Detestaria estar no lugar de quem me
venceu".
Infelizmente, não é o
caso.
O prejuízo
internetiano é fruto da preguiça inerente ao ser humano.
Não temos mais aquele "outdoor"
espalhado em nossa mesa.
Por mais que não nos
interessasse, a notícia com manchete no alto da página nos levava a, no mínimo,
dar uma lida no corpo da matéria e concordar - ou não - com o que nos era
apresentado de maneira quase sempre isenta e informativa.
Hoje, bastam, se
tanto, 140 caracteres para que as pessoas formem suas opiniões (?!) com a profundidade de um pires.
E, prezado leitor, se você chegou até aqui, já pode se considerar uma exceção pois segundo os "istas" de plantão, ninguém rola a página. ("Argh! Textão!")
E, triste constatação,
coleciono muitos amigos cujos, modernos que são, embarcaram nessa nau dos
insensatos navegando em manchetes absurdas que pululam nesse território deliciosamente
anárquico que é a internet.
Só que por mais
delicioso que possa parecer, esse território é recheado de armadilhas que estão
sempre armadas para, com a rapidez dos tempos em que vivemos, nos capturar fazendo com que, cada vez mais, nos dispensemos desse chato ofício de pensar.
Como dizia Caetano,
Atenção
Tudo
é perigoso
Tudo
é divino maravilhoso
Atenção
para o refrão
É
preciso estar atento e forte
Para não sucumbir a
essa perigosa preguiça mental.
(Enquete pentelha:
estamos na metade de maio.
Quantos
livros você leu esse ano, leitor ligadão?)
O último livro que li foi "O Velho e o Mar"- Hemingway, quando eu tinha dezessete anos. A leitura nunca me atraiu, a não ser a informativa. Meu tempo vago sempre foi destinado à música. Com a literatura, meu gozo seria individual, daí preferir a música, pois gozo com a minha mulher, e com os amigos, numa deliciosa suruba. A música potencializa tudo, propiciando incontáveis momentos de emoção a dois ou comunitária. Faça um exercício e tente listar as maiores emoções da sua vida vividas sem a música (não vale gol do Mengo). A listinha vai ficar deste tamaninho, ó!
ResponderExcluirVitor Lemos
A lista vai ficar pequena mesmo.
ExcluirEntretanto, ler um bom livro escutando boa música, convenhamos, é um prazer inenarrável.