sábado, 14 de maio de 2016

PREJUÍZOS INTERNETIANOS


Os milhares e milhares de ilustrados e vetustos leitores deste blog certamente foram criados lendo jornal. De papel.
Servido como indispensável aperitivo na mesa do café da manhã e/ou na mesa do trabalho.

Já houve um tempo em que o jornal - meio de comunicação - era vendido para os anunciantes como sendo o de maior credibilidade.
O que transferiria essa qualidade para seus produtos.
-"Deu no jornal!" era a sentença de morte, ou de vida, para qualquer acontecimento.
(A Veja, depois da Escola de Base, se encarregou de começar (?) a destruir esse mito.)

É inegável que o papel perdeu, para o monitor ou o celular ou o tablet ou seja lá o que for, a guerra contra a mídia virtual.

Mas, fosse a mídia impressa ainda confiável, poderia citar a frase imortal de Darcy Ribeiro: -"Detestaria estar no lugar de quem me venceu".
Infelizmente, não é o caso.

O prejuízo internetiano é fruto da preguiça inerente ao ser humano.

Não temos mais aquele "outdoor" espalhado em nossa mesa.
Por mais que não nos interessasse, a notícia com manchete no alto da página nos levava a, no mínimo, dar uma lida no corpo da matéria e concordar - ou não - com o que nos era apresentado de maneira quase sempre isenta e informativa.

Hoje, bastam, se tanto, 140 caracteres para que as pessoas formem suas opiniões (?!) com a profundidade de um pires.

E, prezado leitor, se você chegou até aqui, já pode se considerar uma exceção pois segundo os "istas" de plantão, ninguém rola a página. ("Argh! Textão!")

E, triste constatação, coleciono muitos amigos cujos, modernos que são, embarcaram nessa nau dos insensatos navegando em manchetes absurdas que pululam nesse território deliciosamente anárquico que é a internet.

Só que por mais delicioso que possa parecer, esse território é recheado de armadilhas que estão sempre armadas para, com a rapidez dos tempos em que vivemos, nos capturar fazendo com que, cada vez mais, nos dispensemos desse chato ofício de pensar.

Como dizia Caetano,
Atenção
Tudo é perigoso
Tudo é divino maravilhoso
Atenção para o refrão
É preciso estar atento e forte

Para não sucumbir a essa perigosa preguiça mental.

(Enquete pentelha: estamos na metade de maio.
Quantos livros você leu esse ano, leitor ligadão?)

2 comentários:

  1. O último livro que li foi "O Velho e o Mar"- Hemingway, quando eu tinha dezessete anos. A leitura nunca me atraiu, a não ser a informativa. Meu tempo vago sempre foi destinado à música. Com a literatura, meu gozo seria individual, daí preferir a música, pois gozo com a minha mulher, e com os amigos, numa deliciosa suruba. A música potencializa tudo, propiciando incontáveis momentos de emoção a dois ou comunitária. Faça um exercício e tente listar as maiores emoções da sua vida vividas sem a música (não vale gol do Mengo). A listinha vai ficar deste tamaninho, ó!
    Vitor Lemos

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    1. A lista vai ficar pequena mesmo.
      Entretanto, ler um bom livro escutando boa música, convenhamos, é um prazer inenarrável.

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