quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

SEM FIO


Acho muito doida a forma como todos nós, sem exceção, assimilamos as notícias. As mesmas notícias são vistas de maneiras totalmente assimétricas e, perigo, transmitidas ao próximo desavisado tal e qual um telefone sem fio (lembra dessa brincadeira?) sofrendo deturpações incríveis pelo caminho.

E ainda; a grande maioria das pessoas que se entrega a essa prática não faz por mal. É que nós assimilamos e interpretamos da maneira que fomos criados, da forma que nosso conjunto social reage, a partir da empatia - ou falta de - que sentimos pelo emissor da notícia, seja qual for. Pela televisão, rádio, internet, jornal ou o vizinho, a carga inconsciente de simpatia ou antipatia vai ter um peso danado no julgamento do fato.

Claro que nessa equação participam também a quantidade brutal de informações que nos são bombardeadas, a velocidade com que precisamos reagir (vício novo criado e alimentado pela internet) e o grau do nosso interesse na coisa.
Assim, se eu escuto que "Em Belo Horizonte um viaduto está com a estrutura trincada", dependendo do meu grau de pressa e de interesse, além da ligação com fato recente, essa notícia pode ser registrada como "Caiu mais um viaduto em BH."

Que foi o que escutei ontem de um cidadão que comandava a complexa instalação de um papel de parede.
-Quêisso??
-Pois foi... Vi na hora do almoço.

Fim do dia, chego ao cubiculum e vou checar. A notícia era quase essa (o viaduto é em Contagem) e terminava dizendo que o "caído" seria liberado para o trânsito.

CQD.

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