terça-feira, 23 de dezembro de 2014

CADA DOIDA COM SUA MANIA

Eu caminho no calçadão porque meus joelhos se revoltam com pisos desnivelados. Assim, areia é só pra passear e calçadão pra exercit(argh!).

E, do calçadão, vejo coisas engraçadas e também assustadoras.
Nessa hora da madrugada as mulheres que caminham na areia são sempre mais velhas e mais trubufus, claro. As mais novas e bonitinhas ou estão patinando em alta velocidade ou, mais espertas, em casa dormindo.

Dentre as caminhadoras da areia, algumas categorias se destacam:

1. As "transportadoras" - caminham na beira d'água com os braços levantados carregando sandálias, bolsa, canga, chapéu e sabe-se lá mais o que. São loucas as transportadoras.

2. As "garis eco-pentelhas" - caminham mais para cima, carregando sacos plásticos e vão catando objetos ecologicamente incorretos. Quando dão de cara com algum desavisado costumam fazer discursos cujos, pela distância, ainda bem que só posso imaginar.

3. As "devagar-eu-chego-lá" - correm em passinhos curtos e lentos na areia fofa! Normalmente estão em roupas colantes e são parrudas. Só de ver esse esforço absurdo meus pulmões berram por um aerolin.

4. As "esotéricas" - caminham, param, abrem os braços em direção ao sol, inclinam a cabeça, tremulam as mãos em direção ao mar, enfim, certamente se sentem responsáveis pelas marés e pelas migrações dos peixes.

5. As "comunicadoras" - essas são de matar. Elas andam na areia fofa berrando no celular. Putz! São seis horas da madrugada e essas criaturas já têm assunto. E pior: teoricamente do outro lado da linha existe um ser humano, tão ou mais idiota, que está ouvindo as imbecilidades gritadas ao vento.

Em resumo, esse negócio de caminhar em horários obscenos serve também para comprovar a frase do imortal Millôr: "O ser humano é inviável".

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