Eu caminho no calçadão
porque meus joelhos se revoltam com pisos desnivelados. Assim, areia é só pra passear
e calçadão pra exercit(argh!).
E, do calçadão, vejo
coisas engraçadas e também assustadoras.
Nessa hora da madrugada as
mulheres que caminham na areia são sempre mais velhas e mais trubufus, claro. As mais novas e bonitinhas ou estão patinando em alta velocidade ou, mais espertas, em casa dormindo.
Dentre as caminhadoras
da areia, algumas categorias se destacam:
1. As
"transportadoras" - caminham na beira d'água com os braços levantados
carregando sandálias, bolsa, canga, chapéu e sabe-se lá mais o que. São loucas
as transportadoras.
2. As "garis
eco-pentelhas" - caminham mais para cima, carregando sacos plásticos e vão
catando objetos ecologicamente incorretos. Quando dão de cara com algum
desavisado costumam fazer discursos cujos, pela distância, ainda bem que só posso
imaginar.
3. As
"devagar-eu-chego-lá" - correm em passinhos curtos e lentos na areia fofa!
Normalmente estão em roupas colantes e são parrudas. Só de ver esse esforço
absurdo meus pulmões berram por um aerolin.
4. As "esotéricas"
- caminham, param, abrem os braços em direção ao sol, inclinam a cabeça, tremulam
as mãos em direção ao mar, enfim, certamente se sentem responsáveis pelas marés e
pelas migrações dos peixes.
5. As
"comunicadoras" - essas são de matar. Elas andam na areia fofa
berrando no celular. Putz! São seis horas da madrugada e essas criaturas já têm
assunto. E pior: teoricamente do outro lado da linha existe um ser humano, tão ou mais idiota, que está
ouvindo as imbecilidades gritadas ao vento.
Em resumo, esse
negócio de caminhar em horários obscenos serve também para comprovar a frase do
imortal Millôr: "O ser humano é inviável".
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