quinta-feira, 13 de junho de 2013

NÃO CONSIGO ENTENDER

Aeroporto, sala de espera, esperando conexão, conto doze (ou “doUze” em carioquês) pessoas sentadas à minha frente.

Três louras gordas (ou "loIras" em paulistês) - com idades variando entre 35 e 135 anos - estão à esquerda.
As três falam no celular.
Duas cadeiras após, uma moreninha tremelicando o pé e...
Falando no celular.

Em seguida, um cidadão de média idade lendo uma revista (!).

Depois, duas figuras díspares: um carinha vestindo camisa de um time que não consegui identificar. Falando no celular.
Acompanhado por um cidadão de óculos olhando para o nada.

Duas cadeiras à direita, outro cidadão - mais velho e também de óculos, olhando para um nada infinitamente além do anterior.
Agarrado nele, um casal. Ela, com o celular na mão, observa o celular do companheiro. Os dois envolvidos num profundo embate intelectual sobre sabe-se lá o quê. Ou quem. (Aposto que era fêicibúqui.)

Finalizando, um executivo gritando babaquices como se estivesse sozinho no mundo e um garoto que, pelos esgares, só podia estar jogando um joguinho. Ambos no celular é claro. Ou vivo. (vivo não. Porque a vivo não cai. Despenca!)

Ou seja, nesse universo altamente representativo temos: 50% falando no celular, 25% olhando para o celular, 17% olhando para o nada, 8% lendo uma revista e 0% (zero por cento) conversando ao vivo.

Primeira dúvida: Com quem esse povo tem tanto assunto?
(Sim porque, a não ser que todos sejam grandes artistas, é de se supor que exista alguém do outro lado da linha.)

Segunda dúvida: Por que a moreninha balançava tanto o pé? 
(Aguardo profundas análises dos psis de plantão.)

Terceira dúvida: Que revista estaria lendo o digno representante do ser humano com ainda alguma saúde mental?
(Rezo pra que não seja “Caras”, “Quem” ou afins...)

2 comentários:

  1. Kkkkk... muito bom o texto, Tiago. Também não consigo entender essas atitudes. Você está se tornando um antropologista de primeira linha. E o melhor, fica puto (como todo ser normal deveria ficar) com o apego doentio das criaturas aos celulares e afins.

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    1. Pra você ver: hoje minha coleira eletrônica amanheceu surda e muda. Depois de exatos 82 minutos com a Vivo, fui informado que o meu problema "vai estar sendo encaminhado" para o setor de engenharia e, tudo correndo bem, amanhã eles me dão uma posição.

      É praga. Melhor não mexer com essas entidades...

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