As coisas demoram a acontecer e a criatura encarregada de encher nossos ouvidos de sons estranhos volta e meia derrapa. Aí, vai ficando cada vez melhor.
Pra inaugurar os trabalhos, a apresentadora chama o repórter
- ao vivo! - e pergunta se procede a notícia que a polícia estaria revistando as pessoas. O cidadão responde dizendo que a ligação tá ruim, que não está escutando direito. Ela, então, incorpora aquele personagem do Jô Soares: um “tradutor” de notícias para os que escutam, mas não entendem bem as palavras.
E sai gritando “Foi feita REVIISTAA???”. (Só faltou pegar uma Veja e balançar na frente da câmera.)
Ele responde que continua não escutando. (Acho que ele
estava de sacanagem porque entrou sempre no tempo certinho pra dizer que não
estava escutando.)
Segue o baile, o Rio dando um banho de civilização e, em São Paulo, apesar da repórter garantir que “A situação está tão relativamente calma que algumas lojas ainda estão abertas...”, as imagens mostravam uma certa tensão, sabe assim?
A do Rio chega na Cinelândia sem maiores palpitações mas,
para delírio global, o pau começa a comer em São Paulo.
“Como podemos ver pelas imagens, a polícia está parando ali
uns caminhões, uma espécie de... de... de caminhões mesmo!”
Daí em diante, asdfs-dkjbns-peblrrr. Parei de prestar
atenção.
Não me contenho a declarar que acho isso tudo – em São Paulo – meio fora de proporção. É muita revolta pra pouca coisa. E, pior: os caras depredam tudo, agências bancárias, estações do metrô, bares, pastelarias e perdem, imediatamente, qualquer razão.
(Engraçado: a imensa revolta que sinto ao ver uma pastelaria
depredada é inversamente proporcional em relação aos bancos.)
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