quarta-feira, 25 de agosto de 2010

ARTE E POLÍTICA

Temos incontáveis exemplos musicais - claro que muitos deles “engajados de ocasião” - em todas as partes do mundo.
Também temos, entre muitos outros, Guernica que pode representar a pintura nesse quadro. (Picasso, que se declarava apolítico, exerceu o divino direito de mudar de opinião virando garoto propaganda do partido comunista francês.)
E mais um monte de exemplos que servem para o que vocês quiserem imaginar.

Entretanto, na minha opinião, a arte mais entranhada com a política é a literatura.
“A política é como uma pedra amarrada ao pescoço da literatura e vai afogá-la em menos de seis meses.” A frase é de Stendhal cujo, no século 19, escrevia em pleno tumulto europeu gerado por Napoleão.

Continuando com citações, Sebastian Smee no The Guardian há uns sete ou oito anos, declarava que “Hoje, não há dúvida de que as pessoas no mundo artístico se empolgam com a arte que abertamente exibe tendências políticas. Ela reforça sua sensação de interferência no mundo e faz com que se sintam menos periféricas, menos redundantes. Mas pode-se argumentar que a vasta maioria da arte de intenção política feita no rico Ocidente é, ela mesma, um exercício de redundância.”

Mas, afinal, por que toda essa baboseira?
Simplesmente porque acho abominável, em todas as eleições, ver os auto-proclamados representantes da arte e cultura brasileiras ("produtores", globetes, aspirantes ou encostados) exercendo, com artimanhas variadas, o nojento papel de mendicância por mais e mais verbas públicas. Verbas essas que, é claro, sempre e sempre vão parar nos bolsos deles e de seus cupinchas.

Ou não?

10 comentários:

  1. Haja? Alguma coisa contra o comentário sobre este poste para não tê-lo publicado?
    Beijo,
    Amanda

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  2. ???
    O que me chegou foi esse. Pelo que entendi você deve ter feito outro. Mas não me chegou nada.

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  3. Deve não ter ido então.
    Desculpa o pé no saco, mas tá falando assunto interessante, então tem que explicar... =P
    1.Porque é redundante a argumentação política na arte do ocidente?
    2. vc faz uma relação com arte e cultura, mas acho que está se referindo a jornalistas e marketeiros. Entende-os como artistas também?
    Beijo,
    Amanda

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  4. Vamos lá:
    1. O redundante não é a "argumentação política da arte do ocidente"; é a arte com "intenção política". As ditas manifestações são quase sempre as mesmas ou seguem sempre os mesmos caminhos.
    2. Não estou me referindo a jornalistas e marketeiros. Estou me referindo a notícias da semana passada ou início dessa quando, pra variar, um bando de ditos artistas, produtores, etc, apareceram na mídia argumentando que a cultura, a arte precisa de apoio do governo, que a política cultural, etc, etc, etc. Pra no final serem sempre os mesmos que desfrutam das verbas.
    E, pra finalizar, são esses os mesmos que volta e meia descem a ripa no "estado paternalista", etc, etc.
    Abs,
    Tiago.

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  5. 1- Hummmmmmmmmm.
    2- Não estava informada sobre os ditos. Agora entendi...
    Brigadu

    Agora, deixando de lado o que motiva a "pedição" de verbas e etc. Você acha que o Estado investir em arte é ser paternalista? Uma vez que é possível entender que isso deveria ser de iniciativa privada, inclusive com já vem acontecendo?!
    beijo,
    Amanda

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  6. Amanda, não acho que o estado investir em arte é ser paternalista. É o modo que isso é feito. Tendo os "caminhos certos", você monta um projetinho mequetrefe e arranca uma grana preta das Leis Rouanet da vida. Enquanto inúmeros projetos sérios são postergados.
    Abs,
    Tiago.

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  7. Eu ia comentar, mas quando vi até onde já foi esse papo, fiquei até com preguiça.

    Resumo:

    A maneira que o país tem de investir em cultura é deprimente e piora nessa época de eleições.

    A postura de certos artistas para conseguir as coisas é deprimente e piora nessa época de eleições.

    Fazer o quê, né?

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  8. Maricota, você está apta a trabalhar na Seleções do Reader's Digest...
    Bj,
    T.

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  9. É que a Seleções é a revista campeã de resumos, sinopses, etc...

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