Ontem, sete-de-setembro cinco da tarde estava eu, de panela e colher, pronto para participar de um grande movimento político-internético-patriótico anunciado há alguns meses.
Deu cinco e quinze, cinco e vinte e nada. Não fosse minha natural timidez, teria pago o imenso gorila de ficar sozinho batendo panela na janela e sendo motivo de eternas gozações de toda a vizinhança.
Hoje dei uma geral nos principais noticiosos onde só vi “Feriado teve 50 mortes nas estradas paulistas”, “Tubarão pode ter feito mais uma vítima em Pernambuco” e por aí.
Nada sobre o tão divulgado - via internet - buzinaço, panelaço, indignação, revolta, diretas-já (ops) e cruzada pela moralização das 17h do dia 7 de setembro.
O que me remete ao nosso prezado Adelécio Freitas de quem publiquei um texto primoroso em 27/7 e vocês podem conferir direto por aqui: BMB's UNIDOS SEMPRE SERÃO VENCIDOS!
E também me faz pensar que esse tão propalado poder de multiplicação da internet só funciona mesmo para fotos e vídeos de sacanagem, correntes, alertas vermelhos sobre o perigo dos pratos contaminados nos restaurantes self-service, ajuda pra raquelzinha do Zimbábue, Microsoft distribuindo cheques e mais e muitas profundas indignações, “vamos, todos juntos, fazer esse e-mail chegar até o...” raio-que-o-parta!
Mas ação mesmo que é bom?
-Ah, dá muito trabalho...
-Sabe o que foi? É que hoje deu praia, aí já viu, né?
-Pô, cara! Até lembrei, mas é que estava no meio do jogo...
Tiago, pensei o mesmo que você..hahaha
ResponderExcluirCadê as panelas, foram abduzidas por um imenso fogão a lenha???
E eu tava de colher de pau e frigideira em punho, às 17h. Mas, cá como lá, só ouvi os grilinhos... cri-cri... cri-cri... aí não quis ser a única a fazer barulho... nem sei porque não quis ser a única... eu tava esperando tanto por esse barulho...
ResponderExcluirBoba eu...
Nem vou dizer que se eu tivesse feito o panelaço sozinha aqui, já seria um começo, porque senão vira "uma babaquice às sextas" e hoje ainda é quarta!
Hoje de manhã tinha um homem grisalho em plena Marquês de Abrantes, berrando à plenos pulmões que o brasileiro era carente de tudo, de comida, de educação, de saúde (eu acrescentaria "de vergonha na cara, de atenção")... e que aquilo era só prá "afinar as cordas vocais", que ele ia berrar bem mais...
será?