sexta-feira, 17 de julho de 2015

BLACKOUT


Justo quando uma simpática nadadora brasileira ganhava uma medalha numa prova que não me lembro qual, acaba a luz.

Preocupações imediatas: a cerveja não vai gelar, a comida não vai esquentar, a bateria não vai durar, o ar condicionado não vai esfriar, a música não vai tocar e a televisão não vai me chatear.

Resta pensar e/ou olhar pela janela.

Pra minha sorte (?) a luz só acabou no meu prédio.
Assim, posso contemplar a paisagem humana e o mar que...
Passa, saborosamente, a língua na areia... Que bem debochada,
cínica que é... Permite, deleitada, esses abusos do mar.

(Perdão, leitores. É que, por uma conjunção cósmica de Júpiter com Saturno, a "Folia no Matagal" do Dusek estava tocando no exato momento em que eu batucava estas mal traçadas.)

Constatação: pensar sem pressa é muito bom. É que, com a ausência da instantaneidade do computador, celular etc, descubro que meu cotidiano está irremediavelmente contaminado pelo imediatismo de nosso tempo.

Várias outras considerações profundas sobre o ocorrido me ocorreram, mas a luz voltou.

Preocupações imediatas: carregar os aparelhos, ligar a música, aumentar a potência da geladeira, regular o ar condicionado, ligar o computador e ver a empolgante cerimônia de premiação de uma prova de natação cuja não sei qual é.

Constatação: estou me sentindo um idiota e pretendo lutar bravamente para reverter essa situação, com a força da torcida, dos meus familiares, do professô e de toda a comissão técnica que vem dando todo apoio.

2 comentários:

  1. Interessante, até a CBN troca sempre falta de energia por falta de luz.

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    1. É porque nessas horas é mais difícil ir ao 'âmago da questão', caro anônimo.

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