sexta-feira, 3 de julho de 2015

EU PODIA...

... estar dormindo, eu podia estar comendo um cheeseburguer, tomando uma coca-cola, eu podia estar fumando um delicioso cigarrinho, mas não.
Estou andando, honestamente, em direção a lugar nenhum e suando feito um cavalo de corrida.

Me ajude a continuar nessa paranóia: doe uma cerveja - qualquer uma que não seja artesanal porque de frescurites já me bastam as que vejo nessas madrugadas saudáveis.

O que você leu acima é um esboço do que poderia ser um panfleto (flyer, volante, escolhe aí) para distribuição entre as boas almas que frequentam o calçadão e a praia de manhã.

Como a chance de eu frequentar a academia do luciano huck é a mesma de ser flagrado na igreja do edir macedo, restam essas caminhadas matinais para tentar amenizar meus maus hábitos. Assim sendo, se a maré está baixa, boto uma sunga e vou à luta.
Se está alta, acrescento tênis, meia e vou pro calçadão.

Aí, fico vendo a galera: a impressão é que essas criaturas passam a noite anterior se preparando adequadamente para tão importante procedimento.
O tênis, o calção, a camiseta, o protetor solar, o celular - com fones de ouvido, os óculos, o boné, a pose, tudo parece ser estudado nos mínimos detalhes.

Isso quando eles estão só andando ou correndo.
Se forem patinadores ou bicicleteiros, multiplicam-se as frescurites por dois. Se forem mulheres, por três. Se forem mulheres com cachorrinhos, por quatro.

É um desfile interminável de gente que parece estar vivendo seu momento-comercial-de-TV e ostentam uma incompreensível felicidade estampada na face.

Parafraseando Obelix, são loucos esses humanos.

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