sexta-feira, 31 de julho de 2015
quinta-feira, 30 de julho de 2015
APESAR (?) DA CRISE
Segue texto do Pablo Villaça:
Eu fico realmente impressionado ao perceber como os colunistas
políticos da grande mídia sentem prazer em pintar o país em cores sombrias:
tudo está sempre “terrível”, “desesperador”, “desalentador”. Nunca estivemos
“tão mal” ou numa crise “tão grande”.
Em primeiro lugar, é preciso perguntar: estes colunistas não
viveram os anos 90?! Mas, mesmo que não tenham vivido e realmente acreditem que
“crise” é o que o Brasil enfrenta hoje, outra indagação se faz necessária: não
lêem as informações que seus próprios jornais publicam, mesmo que escondidas em
pequenas notas no meio dos cadernos?
Vejamos: a safra agrícola é recordista, o setor automobilístico
tem imensas filas de espera por produtos, os supermercados seguem aumentando
lucros, a estimativa de ganhos da Ambev para 2015 é 14,5% maior do que o de
2014, os aeroportos estão lotados e as cidades turísticas têm atraído número
colossal de visitantes. Passem diante dos melhores bares e restaurantes de sua
cidade no fim de semana e perceberá que seguem lotados.
Aliás, isto é sintomático: quando um país se encontra realmente em
crise econômica, as primeiras indústrias que sofrem são as de entretenimento.
Sempre. Famílias com o bolso vazio não gastam com supérfluos – e o
entretenimento não consegue competir com a necessidade de economizar para
gastos em supermercado, escola, saúde, água, luz, etc.
Portanto, é revelador notar, por exemplo, como os cinemas
brasileiros estão tendo seu melhor ano desde 2011. Público recorde. “Apesar da
crise”. A venda de livros aumentou 7% no primeiro semestre. “Apesar da crise”.
Uma “crise” que, no entanto, não dissuadiu a China de anunciar
investimentos de mais de 60 bilhões no mercado brasileiro – porque, claro, os
chineses são conhecidos por investir em maus negócios, certo? Foi isto que os
tornou uma potência econômica, afinal de contas. Não?
Se banissem a expressão “apesar da crise” do jornalismo
brasileiro, a mídia não teria mais o que publicar. Faça uma rápida pesquisa no
Google pela expressão “apesar da crise”: quase 400 mil resultados.
“Apesar da
crise, cenário de investimentos no Brasil é promissor para 2015.”
“Cinemas do
país têm maior crescimento em 4 anos apesar da crise”
“Apesar da
crise, organização da Flip soube driblar os contratempos: mesas estiveram
sempre lotadas”
“Apesar da
crise, produção de batatas atrai investimentos em Minas”
“Apesar da
crise, vendas da Toyota crescem 3% no primeiro semestre”
“Apesar da
crise, Riachuelo vai inaugurar mais 40 lojas em 2015″
“Apesar da
crise, fabricantes de máquinas agrícolas estão otimistas para 2015″
“Apesar da
crise, Rock in Rio conseguiu licenciar 643 produtos – o recorde histórico do
festival.”
“Honda tem
fila de espera por carros e paga hora extra para produzir mais apesar da
crise”
“16º
Exposerra: Apesar da crise, hotéis estão lotados;”
“Apesar da
crise, brasileiros pretendem fazer mais viagens internacionais”
“Apesar da
crise, Piauí registra crescimento na abertura de empresas”
Apesar da
crise. Apesar da crise. Apesar da crise.
A crise que
nós vivemos no país é a de falta de caráter do jornalismo brasileiro.
Uma coisa
é dizer que o país está em situação maravilhosa, pois não está; outra é
inventar um caos que não corresponde à realidade. A verdade, como de hábito,
reside no meio do caminho: o país enfrenta problemas sérios, mas está longe de
viver “em crise”. E certamente teria mais facilidade para evitá-la caso a mídia
em peso não insistisse em semear o pânico na mente da população – o que, aí,
sim, tem potencial de provocar uma crise real.
Que é, afinal, o que eles querem. Porque nos momentos de
verdadeira crise econômica, os mais abastados permanecem confortáveis – no
máximo cortam uma viagem extra à Europa. Já da classe média para baixo, as
consequências são devastadoras, criando um quadro no qual, em desespero, a
população poderá tender a acreditar que a solução será devolver ao poder
aqueles mesmos que encabeçaram a verdadeira crise dos anos 90. Uma “crise”
neoliberal que sufocou os miseráveis, mas enriqueceu ainda mais os poderosos.
E quando nos damos conta disso, percebemos por que os colunistas
políticos insistem tanto em pintar um retrato tão sombrio do país. Porque estão
escrevendo as palavras desejadas pelas corporações que os empregam.
Como eu disse, a crise é de caráter. E, infelizmente, este não é
vendido nas prateleiras dos supermercados.
quarta-feira, 29 de julho de 2015
SERIA MUITO MAIS DIVERTIDO...
...
Se nós:
•
Tentássemos nos colocar no lugar dos outros antes de formar nossos conceitos;
•
Escutássemos o que o outro fala e pensássemos sobre o que escutamos antes de refutar com conceitos pré-definidos;
•
Considerássemos opiniões contrárias como uma porta aberta para novos pensamentos;
•
Buscássemos mais informações sobre o que achamos importante;
•
Aceitássemos essas premissas como um jeitinho de viver melhor.
(Pi-ri-go, hein?)
domingo, 26 de julho de 2015
BOM SUJEITO
Arrigo Barnabé, hoje
um respeitável senhor, comanda desde 2004 o Supertônica - programa da Rádio Cultura
FM.
Em 'Façanhas', CD de
1992, a maior foi a versão da chatinha 'Eu Não Sabia Que Você Existia'. (Para alguns parece uma confissão sob tortura, para outros parece que ele gravou sentado na privada.
Pra mim é um minuto de boa música.)
Pra mim é um minuto de boa música.)
Não achei vídeo, então
segue o som:
Arrigo atualiza o tropicalismo e vai além ao modificar a
estrutura da linguagem musical: essa foi sua grande revolução. Em nenhum outro
compositor popular brasileiro o entrecruzamento entre o erudito e o popular se
deu de forma mais intensa. É na obra deste artista singular que a linguagem da
música popular brasileira sofre uma nova transformação radical ao sair do campo
tonal e modal e incorporar as inovações que aconteceram na música erudita do
início do século XX. Com Arrigo a polirritmia, o serialismo, o atonalismo e o
dodecafonismo pedem passagem e ingressam na MPB escandalizando os ouvidos
tradicionais e desestabilizando os sentidos acostumados à fruição tranqüila da
música convencional. Nada será como antes.
Vanguarda paulista. A música popular em busca de novos
caminhos, Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Grupo Rumo. O cenário histórico de
onde emerge o mutante-marginal Clara
Crocodilo é o das águas lamacentas da frustração do projeto de
redemocratização do país. Final dos anos 70, início dos 80. Em lugar da
esperança, o desencanto. Os personagens da música de Arrigo movimentam-se num
espaço degradado, cidade violenta e desumana, submundo da diversão barata,
antro sujo de diversões solitárias e eletrônicas.
21/09/2012 11:44 | Autor: Eliete Negreiros
quinta-feira, 23 de julho de 2015
OU DEVERIA?
Esse
comercial não me passa credibilidade alguma.
Como bem informa o site lusitano M&P (http://www.meiosepublicidade.pt/2015/07/este-mupi-do-mcdonalds-da-gelados-quando-esta-muito-calor/), trata-se de uma ação "macdonalda":
A McDonald’s instalou
em Amesterdão, na Holanda, um MUPI (Mobiliário Urbano Para Informação) que oferece
gelados McFlurry quando a temperatura ultrapassa os 38,7 graus.
O MUPI tem um sensor
que, quando é atingida essa temperatura, abre o painel que permite que os
consumidores possam tirar 100 gelados.
Este projecto foi
desenvolvido pela JCDecaux.
Muito
bonitinho, instigante, mas não consigo acreditar nesses seres amistosos e civilizados na hora de
avançar nos sorvetes. Ou
deveria?
terça-feira, 21 de julho de 2015
DIVAGAÇÕES PAN
Numa das inúmeras competições do atletismo no Pan, escuto esse comentário: "Ele é alto, magro, longilíneo, perfeito para essa prova".
E
aí, se torna irresistível imaginar as possíveis reações a esse comentário em
algumas - hipotéticas - redes
de Tv.
Tv
Macho - "Hmmm sei... Alto, magro, longi qualquer coisa... Acho que é igual o
sol das oito da manhã: 'Você acha que não
queima mas... Queima!'"
Tv
Gay - "Alto, magro, longilíneo...? Aai!! Jesus Purinho!!!"
Tv
Fêicibúqui - "Curti - Descurti"
Tv
CâmEra - "Eduardo Cunha!!!" (Gritado
pelos cúmplices.)
Tv
PT - "Eduardo Cunha!!!" (Gritado
pela esquerda [?] 'politicamente' ignorando tudo o que vinha sendo gritado desde
o mensalão. Agora a delação premiada está valendo!)
Tv
O Resto - "Eduardo Cunha!!!" (Gritado
pelazelite em relação às supostas provas contundentes, apresentadas a cada supostos
quinze minutos, por supostos veículos de 'comunicação', das supostas falcatruas
do suposto Lula.)
IMAGEM SÍMBOLO DE UMA ÉPOCA
Protesto
durante coletiva tem dinheiro
falso arremessado sobre Blatter
O comediante inglês Lee
Nelson jogou notas de dinheiro no dirigente que, abalado, pediu para que se
retirasse da sala.
Nervoso, o dirigente anunciou apenas que sairia por alguns
momentos para que o chão, repleto de notas falsas de dinheiro, fossem retiradas.
"Isso não tem nada a ver com o futebol. Temos de limpar a casa",
declarou Blatter.
Isso rolou na reunião do Comitê Executivo da Fifa.
E Blatter mostrou que está afiado para sua nova aspiração profissional: comentarista de rádio.
Além da frase mais do que cínica sobre o ocorrido, disse ele sobre a ausência de Del Nero (que não sai de casa nem pra comprar pão):
"É problema dele".
"É problema dele".
segunda-feira, 20 de julho de 2015
SANGUE!
A política está
inominável; o futebol está de dar dó; a cultura está um marasmo; o pan alterna
monotonia com alguns poucos bons momentos;
os analistas, especialistas,
articulistas e todos os “istas” continuam divagando sobre a importância do nada
em relação à coisa nenhuma.
E os jornais tentam sobreviver
na empolgante disputa do GPSJ – Grande Prêmio do Sangue Jorrando, como podemos
ver por alguns exemplos colhidos nos jornais de hoje em BH e JP.
Importante: as manchetes
foram tiradas do Hoje em Dia e O Tempo de BH e Correio e Jornal da Paraíba em
JP.
Ou seja, nem passei perto
dos jornais que são líderes absolutos de venda como Super, Meia Hora, Diário Gaúcho, etc que
só cuidam de crimes bizarros.
Homem vende motocicleta por R$ 100,
não recebe e mata comprador
Jovem é perseguido e executado em quintal de imóvel na Grande
BH
Incêndio
em residência deixa uma pessoa morta em Teófilo Otoni, neste domingo
Mulher morre em batida entre carro e ônibus na MG-262, em
Mariana
Assaltantes matam ciclista na Rodovia Fernão Dias
Explosão mata ao menos 28 pessoas em cidade turca na
fronteira com a Síria
Exército egípcio mata 59 militantes na Península do Sinai
Três pessoas morrem em acidente na AMG-2014, em Guapé, no
Sul de Minas
Filha de ex-vereador morre,
aos 13 anos, vítima de acidente de moto, na Capital
Em duas horas, três pessoas
são mortas a tiros na Grande JP
Homem é assassinado a
tiros no bairro de Jaguaribe
Jovem baleado no Rangel
morre no Hospital de Trauma da Capital
Homem é morto a tiros no
bairro dos Bancários
domingo, 19 de julho de 2015
MAIS MALEFÍCIOS...
Aos 77 anos, a atriz Jane Fonda revela para a revista “Du Jour Magazine”, que fuma maconha dia sim, dia sim também…
“Eu fumo maconha todos os dias”, afirma Jane ao ser perguntada sobre a regularidade do seu hábito relaxante.
Jane diz que não assiste nenhum filme na condição de ‘doidona’ porque já perdeu a noção do que via na tela.
“Não
posso assistir nada sob o efeito da maconha. O número de filmes que assisti e
pensei ‘esse é provavelmente o melhor filme que já vi’ e depois de assistir novamente dizer ‘no que eu estava pensando pra achar isso?'”, diverte-se.
A
afirmação é no finalzinho de uma ótima conversa com Mickey Rapkin que está
aqui: http://dujour.com/news/jane-fonda-interview-pictures/
sábado, 18 de julho de 2015
PEQUENA FÁBULA
Não conheço esse cidadão. Pesquei esse comentário num artigo do Pedro
Benedito Maciel Neto cujo também desconhecia até então. (Pra quem tiver
curiosidade, o artigo está aqui: http://tijolaco.com.br/blog/?p=28363)
Achei o artigo muito bom e o comentário melhor ainda:
Sempre repito para
meus amigos uma pequena fábula que modestamente criei.
Imagine um boteco
que fature R$ 30 mil por mês. Tem vários aqui na minha cidade. Neste boteco
trabalha um balconista que, todos os dias, antes de deixar o serviço, abre e
consome escondido uma garrafa de cerveja. Também conheço muitos assim.
Com cada garrafa de
cerveja sendo vendida em torno de R$ 7, este camarada vai dar no final do mês o
mesmo prejuízo, proporcionalmente, que os delatores da Lava Jato deram em 10
anos à Petrobras.
Como na Petrobras,
o dono do boteco nem vai perceber a malandragem. O roubo também não vai
influenciar em nada o resultado do boteco, como não influenciou em nada os
resultados da Petrobras.
Mas se o dono do
boteco parar de vender cerveja para que o malandro deixe de roubar, aí sim, vai
se fuder de verde e amarelo.
O mesmo acontece
com a Petrobras. O roubo destes canalhas foi nada. São apenas ratos.
Quem está fudendo
tudo agora na hora de punir o crime são os juízes. Porque os juízes são mais
bandidos que os próprios ladrões. Apenas isto.
sexta-feira, 17 de julho de 2015
BLACKOUT
Justo
quando uma simpática nadadora brasileira ganhava uma medalha numa prova que não
me lembro qual, acaba a luz.
Preocupações
imediatas: a cerveja não vai gelar, a comida não vai esquentar, a bateria não vai durar, o ar condicionado não vai esfriar, a música não vai tocar e a televisão
não vai me chatear.
Resta
pensar e/ou olhar pela janela.
Pra
minha sorte (?) a luz só acabou no
meu prédio.
Assim, posso contemplar a paisagem humana e o mar que...
Passa, saborosamente, a língua na areia... Que bem debochada,
cínica que é... Permite, deleitada, esses
abusos do mar.
(Perdão, leitores. É
que, por uma conjunção cósmica de Júpiter com Saturno, a "Folia no
Matagal" do Dusek estava tocando no exato momento em que eu batucava estas
mal traçadas.)
Constatação: pensar sem pressa é muito bom. É que, com a ausência da instantaneidade do computador, celular etc, descubro que meu cotidiano está irremediavelmente contaminado pelo imediatismo de nosso tempo.
Várias outras considerações profundas sobre o ocorrido me ocorreram, mas a luz voltou.
Preocupações
imediatas: carregar os aparelhos, ligar a música, aumentar a potência da
geladeira, regular o ar condicionado, ligar o computador e ver a empolgante
cerimônia de premiação de uma prova de natação cuja não sei qual é.
Constatação:
estou me sentindo um idiota e pretendo lutar bravamente para reverter essa
situação, com a força da torcida, dos meus familiares, do professô e de toda a
comissão técnica que vem dando todo apoio.
FRASES DA SEMANA
São todas do Zé
Simão:
Tomounocunha!
Delator quando
delata petista vira herói nacional.
O mesmo delator quando delata o Cunha, é
mentiroso!
Cunha baixa nova
lei: maiores de 50 anos não podem ser presos por receber propina!
Diferença entre
Collor e Dilma: o Collor confiscou tudo de uma vez e a Dilma tá confiscando aos
poucos!
Pan! Mais um
bronze e a gente vai abrir uma fábrica de sino!
Pan! Se fosse
prova de tiro no pé, a Dilma só ganharia ouro!
quinta-feira, 16 de julho de 2015
FRESCURITES DO PAN
Meu xará Pereira
foi desclassificado por ter errado uma das viradas dos 400 medley. E os
famigerados comentaristas da SporTv patrioticamente se esquivaram de todas as
formas ao verem as imagens da irregularidade.
Não entendo
nada (e nem quero) das regrinhas
pentelhas da natação, mas pra mim foi claro: ele bateu uma mão antes da outra.
E não pode. Tem que ser as duas mãos simultaneamente.
(Cá entre nós: é muita viadagem, né
não?)
Além do
mais, ao final da prova, quando teria conquistado, com folga, sua 22a. medalha
em Pans, ele não vibrou.
Repórteres zanzando pra lá e pra cá, indignações, declarações óbvias, explicações que não
explicam nada e segue o baile.
Aí entra o
intervalo e, após imagens ridículas que pretendem transmitir a união da pátria em torno desse evento tão fundamental, escuto um idiota dizendo "Tudo de Bra pra Você".
É a
campanha do Bradesco. Segundo Washington Olivetto,
“A assinatura é a mais exclusiva e personalizada já criada para um
banco. Ela sintetiza com perfeição a campanha e tem tudo para entrar para a
cultura popular brasileira”.
Oh, céus! Cultura popular brasileira?!
Deus me
livre de escutar, na vida real, seres humanos mutuamente desejando Tudo de Bra pra Você. A
vergonha alheia fará que, com certeza, o vômito seja inevitável.
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O MELHOR LUGAR DELES
São
130 milicos e milicas entre os 600 atletas brasileiros no Pan 2015.
E
estão fazendo bonito.
Quem
não está fazendo bonito, pra variar, é a mídia questionando se eles podem ou
não bater continência na hora do hino.
Ora
bolas! Esse povo que está com tão profunda preocupação deveria seguir a
sugestão do Boechat para o Malafaia: “Vá procurar uma rola!”
De minha parte acho ótimo ver os milicos batendo continência no pódio. Muito melhor do que no planalto.
quarta-feira, 15 de julho de 2015
domingo, 12 de julho de 2015
MEeengoÔ!
Torcedor
adora uma ilusão. Principalmente porque de vez em quando elas se confirmam.
Quando não, rapidamente "promovemos uma alteração" e segue o jogo.
Assim
sendo, durante mais uma sapatada no Maracanã (já perdi a conta de quantas foram nesse brasileiro), prefiro
imaginar como o Guerrero irá levar o time ao título.
Num
esforço para voltar à realidade, me entrego a pensamentos divagantes sobre o
futebol em geral:
Não
gosto do Curíntia. Mas, acho o Tite o melhor técnico brasileiro e me parece ser um bom
sujeito.
Não
gosto do Atlético Mineiro. Mas, acho o Levir Culpi um bom técnico, me parece ser um bom
sujeito e me divirto com o Kalil.
Não
gosto do São Paulo. Mas, gosto do Rogério Ceni.
Não
gosto do Palmeiras. Mas, gosto do Marcelo Oliveira - bom técnico e me parece ser um bom sujeito.
Não
gosto do Internacional. Mas, gosto do D'Alessandro.
Não gosto do Fluminense. Nem de seus advogados.
Não gosto do Fluminense. Nem de seus advogados.
Não
gosto do Vasco. E muito menos do eurico miranda.
Não gosto da band. E muito menos do Neto.
Não
gosto da rêdigrobo. Mas, gosto do Casagrande comentando.
E
paro por aqui porque a lista ameaça ficar interminável.
TÔ COM ELE E NÃO ABRO
Disse Chicão:
"... Reconhecemos que as coisas não andam bem num mundo
onde há tantos camponeses sem terra, tantas famílias sem teto, tantos
trabalhadores sem direitos, tantas pessoas feridas na sua dignidade?
Reconhecemos que as coisas não andam bem, quando explodem tantas
guerras sem sentido e a violência fratricida se apodera até dos nossos bairros?
Reconhecemos que as coisas não andam bem, quando o solo, a água,
o ar e todos os seres da Criação estão sob ameaça constante?
Então digamos sem medo: precisamos e queremos uma mudança real, uma mudança de estruturas. Este sistema já não se aguenta,
os camponeses, trabalhadores, as comunidades e os povos tampouco o aguentam...”
Disse Silas Malafaia em seu twitter:
Católicos e evangélicos precisam ler o que Reinaldo Azevedo, de Veja, escreve sobre a ida do Papa à Bolívia.
Acesse http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/bergoglio-o-dito-papa-francisco-nao-me-representa-ou-o-sangue-de-cristo-e-de-150-milhoes-de-vitimas-do-comunismo/ …
Disse Reinaldo Azevedo no seu blog da Veja:
"É de embrulhar o estômago. Em
primeiro lugar, esse papa, com formação teológica de cura de aldeia, não tem
competência teórica e vivência prática para cuidar desse assunto."
Disse Rodrigo
Constantino em seu blog da Veja:
Sem símbolos adequados e
comprando a verborragia modernosa (como os ataques ao “racismo” cada vez mais
indefinido), a própria capacidade de Jorge Bergoglio ter contato com a
realidade é sempre dando um passo para frente e, logo, outro para trás.
Disse Diogo
Mainardi+Mario Sabino:
O Papa virou uma espécie
de Donald Trump da esquerda: dispara o que lhe dá na telha. Se não voltar logo
para a Europa, daqui a pouco ele vai acabar defendendo o canibalismo.
Disse Paulo Nogueira no DCM:
O que existe de mais atrasado, reacionário, vulgar na cena
brasileira se reuniu em torno do discurso de Francisco na Bolívia.
Concordo com o último
em gênero, número e grau.
sexta-feira, 10 de julho de 2015
PAN: RESPOSTAS IDEAIS PARA PERGUNTAS IMBECIS
Abertura do Pan de Toronto.
41 países competindo em 45 esportes com destaque para as incríveis emoções
proporcionadas por boliche, esgrima, levantamento de peso, nado sincronizado, raquetebol,
saltos ornamentais e mais algumas modalidades que atraem uma fabulosa audiência
composta por familiares, amigos chegados e, claro, outro tanto de especialistas
e analistas que brotam nesses eventos feito besouros depois da chuva.
E,
para meu desespero, serão 15 dias recheados de entrevistas com perguntas e
respostas ridículas, retardadas e decoradas.
Uma
profusão de "Você está empolgado
para participar desta competição?" seguida de "Áchuquiii... Áchuquiii... É muita emoção!".
Meu
sonho é ouvir, após uma das várias perguntas imbecis recorrentes, algo -
irônico - no gênero:
-"Você espera
fazer uma boa apresentação?"
- "Nãão... Vim só
porque tinha que vir. Acho que não tenho a menor chance mas, com sorte, posso comer
alguém, descolar um jabá, qualquer coisa..."
-"Você está
preparado?"
-"Nãão... Tô aqui
só de sacanagem. E numa ressaca danada depois do desfile de ontem..."
Mas, tudo
tem seu lado bom - ou quase: showzaço do Cirque du Soleil, maravilhoso como sempre. E,
como sempre, os narradores lendo e interpretando o 'press-kit' sobre o 'enredo'
me fizeram pensar na infinita capacidade da babaquice humana.
-"É a paisagem
canadense nos cultivando (sic) com suas expressões de amor. Isso inspira a que nós
possamos amar a quem nós desejamos."
-"São os caminhos
da exploração da terra e do sistema vascular humano!"
É
mole?
Será
que eu não posso me deliciar com as imagens e a música usando minha imaginação?
Certamente
não. Afinal, segundo o filósofo william bonner, eu sou um Homer Simpson e tenho
que ser guiado.
quarta-feira, 8 de julho de 2015
AUTOFLAGELO
Segue excelente
artigo do Kiko Nogueira:
O que explica a obsessão patológica brasileira com os
7 a 1 da Alemanha?
Postado em 08 jul 2015
O Brasil inteiro, ao que consta,
está relembrando o primeiro aniversário dos 7 a 1 para a Alemanha na Copa do
Mundo. Relembrando e comemorando.
Jornais e revistas produziram
“especiais” sobre a data, com fotos, piadas (algumas ótimas), causos, análises
etc. Um dia que envergonhou o país, uma desgraça de proporções bíblicas causada
pela gangue de Felipão.
Foi um resultado desastroso para o
futebol, sem dúvida, inédito, uma palhaçada de 90 minutos em que se viu uma
equipe desmoronar em campo. Tomamos um cacete.
Mas tudo isso você já sabe. Qual o
sentido, então, do barulho?
Nenhum, a não ser a velha mania de se
autoflagelar, dando importância transcendental a uma derrota num esporte que,
como outro qualquer, vive de derrotas e de vitórias. Um penitência patológica.
É preciso conferir ao futebol uma dimensão que, na vida real, ele não tem.
A Jovem Pan chama de “eternos” 7 a 1.
Colunistas traçam paralelos com a crise política. “Uma soma de fatores levou ao
7 x 1”, escreveu o acaciano PVC, descobrindo a pólvora. Milhares falam na
“perda da honra”. Testemunhas (!!!) estão sendo ouvidas. Nelson Rodrigues,
pobre Nelson, é evocado novamente, sem direito a defesa.
Vai ser assim pelos próximos séculos,
segundo essa vocação maníaca depressiva.
A goleada alemã será rememorada, daqui
por diante, como o “maracanazo”, quando o Brasil perdeu para o Uruguai na final
de 1950. Alguém já disse que, se todas as pessoas que garantem que estavam
no Maracanã naquela tarde estivessem mesmo ali, a capacidade do estádio teria
de ser de 800 mil lugares. Sim, foi marcante na história desportiva —
mas daí à transformação em catástrofe nacional é uma insanidade.
Depois, conquistamos cinco títulos. O
que costuma ser repisado, porém, é a arrancada de Ghiggia rumo ao gol de
Barbosa e o fictício apocalipse que se seguiu: suicídios, assassinatos com
requintes de crueldade, aumento radical no número de álcoolatras, abortos
espontâneos, enguias rastejando da Baía da Guanabara em direção às
casas.
O que aconteceu quando a Alemanha
aplicou aquela surra no Mineirão? Muita gente ficou triste, chocada ou
revoltada — eventualmente, as três opções.
Os alemães avançaram e conquistaram o título. Fim.
Os alemães avançaram e conquistaram o título. Fim.
Falta transformar o 8 de julho em
feriado nacional. Há quem acredite que essa obsessão seria uma autocrítica
necessária, que levaria, você já ouviu isso, a “salvar nosso futebol”.
Não. É puro auto flagelo. Paradoxalmente, uma auto importância masoquista.
Não. É puro auto flagelo. Paradoxalmente, uma auto importância masoquista.
A situação é tão absurda que a
Alemanha, que por uma lógica reversa deveria estar celebrando a paulada em nós,
passou batido na data. O maior jornal local, o Bild, preferiu falar dos 25 anos
do triunfo no Mundial de 1990.
Como assim?? Provavelmente, eles têm mais o que fazer. Uma sugestão é armar uma missão de senadores para exigir deles que enalteçam, enchendo a cara de cerveja quente durante uma semana, o resultado que os derrotados fazem questão absoluta de imortalizar.
Como assim?? Provavelmente, eles têm mais o que fazer. Uma sugestão é armar uma missão de senadores para exigir deles que enalteçam, enchendo a cara de cerveja quente durante uma semana, o resultado que os derrotados fazem questão absoluta de imortalizar.
segunda-feira, 6 de julho de 2015
ISMAEL DEIVES
Pra
mim, qualquer pessoa que faça qualquer coisa complicada parecer simples para o resto dos
mortais, é um gênio da raça.
Seja
no esporte (Pelé e mais incontáveis exemplos),
na crônica esportiva (Tostão e mais uns três
ou quatro), na crônica em geral (Verissimo
e mais uns dois ou três), na religião (Bergoglio
e mais ninguém) e em mais tantas quantas atividades que forem importantes
para nossos gostos individuais.
Na
música então, com certeza cada um de nós tem seus inúmeros exemplos. (Nem me arrisco a tentar fazer minha lista
'top ten'.)
Aí,
tropecei hoje nesse cidadão cujo nunca tinha ouvido falar. A facilidade com que
ele toca chega a irritar. E é, certamente, mais um dos muitos milhares de
músicos impressionantes que pululam no planeta.
Antes
que alguém venha trucar o fato dele ser um 'cover', quero dizer que não estou
nem aí para a voz, o sotaque ou a interpretação. Estou fascinado pela
performance dele ao violão. E pelo auxílio, pra lá de luxuoso, do 'cajon'.
Tenho
certeza que Mark Knopfler (o gênio
original) assinaria embaixo.
domingo, 5 de julho de 2015
DÁ-LHE GRÉCIA!
(Zero
chance de fazer algum paralelo com a atual pentelhação tupiniquim.)
Não
me importo com o resultado (desde que o
'não' se confirme como vencedor); mais do que isso, acho espetacular um
país realizar um plebiscito para decidir algo que afeta a todos.
Hmmm...
Democracia... Veio de onde mesmo?
Segue
notícia do uol:
Após
fim de votação, boca de urna aponta estreita vantagem para vitória do 'não' em
referendo na Grécia
Redação
| São Paulo - 05/07/2015 - 13h24
Milhões
de gregos foram hoje às urnas decidir entre o “sim” e o “não” a um acordo nos
moldes dos credores europeus, após uma breve campanha que foi marcada pela
polarização e sob a pressão do fechamento de bancos imposto pelo governo grego
no último fim de semana.
Em
meio ao controle de capitais, o governo garantiu transportes públicos gratuitos
em Atenas, a fim de facilitar a locomoção e não dificultar a situação
financeira da população.
Após votar, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, classificou o referendo deste domingo como uma “festa da democracia”. Após depositar sua cédula em uma urna em Atenas, o chefe de Governo deixou seu recado: “a democracia vai vencer o medo”.
Após votar, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, classificou o referendo deste domingo como uma “festa da democracia”. Após depositar sua cédula em uma urna em Atenas, o chefe de Governo deixou seu recado: “a democracia vai vencer o medo”.
sexta-feira, 3 de julho de 2015
EU PODIA...
...
estar dormindo, eu podia estar comendo um cheeseburguer, tomando uma coca-cola,
eu podia estar fumando um delicioso cigarrinho, mas não.
Estou andando,
honestamente, em direção a lugar nenhum e suando feito um cavalo de corrida.
Me
ajude a continuar nessa paranóia: doe uma cerveja - qualquer uma que não seja
artesanal porque de frescurites já me bastam as que vejo nessas madrugadas saudáveis.
O
que você leu acima é um esboço do que poderia ser um panfleto (flyer, volante, escolhe aí) para
distribuição entre as boas almas que frequentam o calçadão e a praia de manhã.
Como a chance de eu frequentar a academia do luciano huck é a mesma de ser flagrado na igreja do edir macedo, restam essas caminhadas matinais para tentar amenizar meus maus
hábitos. Assim sendo, se a maré está baixa, boto uma sunga e vou à luta.
Se
está alta, acrescento tênis, meia e vou pro calçadão.
Aí,
fico vendo a galera: a impressão é que essas criaturas passam a noite anterior
se preparando adequadamente para tão importante procedimento.
O tênis, o calção,
a camiseta, o protetor solar, o celular - com fones de ouvido, os óculos, o
boné, a pose, tudo parece ser estudado nos mínimos detalhes.
Isso
quando eles estão só andando ou correndo.
Se forem patinadores ou bicicleteiros,
multiplicam-se as frescurites por dois. Se forem mulheres, por três. Se forem
mulheres com cachorrinhos, por quatro.
É
um desfile interminável de gente que parece estar vivendo seu
momento-comercial-de-TV e ostentam uma incompreensível felicidade estampada na
face.
Parafraseando
Obelix, são loucos esses humanos.
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