Comecei
a ganhar essa alcunha aos cinquenta. Uma apertada maioria ainda me tratava de você,
mas a coisa (veiêra inegável) começou
a incomodar.
Agora,
passado dos sessenta, generalizou. É triste. Se essas pessoas me conhecessem, jamais me tratariam de "senhor" mas, hoje o que vale é a aparência,
certo, biscoito?
Então,
se não posso combater, é melhor aderir.
Respondo na mesma moeda a todos os que
assim me chamam.
Quer
dizer, quase todos. Porque em certas situações fica impossível.
Como
exemplo, estava eu hoje, fim de tarde preguiçoso, rumando em direção a um
delicioso sundae de chocolate quando no caminho sou chamado por uma menina de
sorriso e simpatia indescritíveis:
-Senhor!
Gostaria de adquirir nosso cartão?
O
máximo que consegui foi meu melhor sorriso seguido de um "Não" bem humorado. E aí a criaturinha fez o que parecia
impossível: ampliou ainda mais o sorriso e retrucou "-Mas o senhor tem um sorriso lindo, viu?"
Foda-se
o "senhor". Ganhei o dia!
Os primeiros "senhor" são mesmo um choque... Depois a gente acostuma.
ResponderExcluirSerá?
ExcluirÉ pior ainda quando dito pela atendente bancária responsável pela distribuição de senhas, e que lhe pergunta assim: "Senhor, é preferencial?"
ExcluirVitor Lemos
Ah, não! Aí eu estufo o peito e gosto de ser velho.
ExcluirEsse povo é muito conveniente. Outro dia fui comprar um ingresso - pagando meia - e a mulher me fez mostrar a carteira pra confirmar a veiêra...
Aos 80, quase 81, já me acostumei a ser o senhor...isso além de receber oferta de lugar pra sentar até de mulheres de meia idade, rsrsrsrsr
ResponderExcluirDucaralho....
abração
fernandão
Alguma coisa boa tem que sobrar, né?
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