quinta-feira, 8 de outubro de 2015

VACINA

"Cientistas da NASA, após muitos anos de pesquisas, apresentaram na semana passada os resultados de seus anos de esforços: a vacina da ética. Ela deverá ser inoculada no feto e fará com que o indivíduo decorrente seja sempre guiado pelos princípios nobres da raça humana."

Obs.: segundo o dicionário, "Indivíduo" é um substantivo sobrecomum masculino, apresentando um só gênero para indicar o masculino e o feminino.

É claro que essa notícia é cascata. Mas, já pensou?

Aos otimistas vou logo avisando: na minha humilde opinião não daria certo.

Já imaginou que chatura seria um mundo sem mídia, redes sociais, políticos, juízes, dirigentes de federações de futebol, sem a FIFA, a CBF, as a$$ociações de cla$$e e, mais importante, sem eu e você, indignado leitor?

Tá bom: você, ilibado leitor, já está nesse mundo sem precisar de vacina mas... Eu não.
Não posso negar.

Só como exemplo, tive hoje uma longa conversa com meu escritório de contabilidade onde contemplamos as inúmeras possibilidades - todas amparadas por artifícios legais - de burlar o fisco.

Na hora do almoço estacionei em local proibido pra pegar - rapidinho - uma encomenda no correio.

Agora à noite assisti um jogador do meu time cair no gramado em pré-coma e levantar, lépido e fagueiro, após o juiz marcar a falta inexistente. E aplaudi.

Serei eu, como dizem os cientistas sociais, um "produto do meio"?
Infelizmente, tenho que concordar.
O que não me impede de seguir lutando, bravamente, contra essa deformidade.

3 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...

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  2. Jogador que simula, para mim, é um babaca, seja do meu time ou não, Embora julgue um absurdo a forma como aplicam o dinheiro arrecadado dos impostos, nunca tentei burlar o fisco. Em lugares ermos, já cansei de estacionar rapidamente em locais proibidos, mas nunca, jamais, paro em fila dupla a não ser para o passageiro entrar imediatamente. Já tenho sessenta anos, mas me envergonho de furar uma fila (corro dez quilômetros em 53 minutos) porque sou alguns aninhos mais velho que aquele que já esperou mais que eu. No último Cruzeiro e Atlético, mesmo sendo cruzeirense, torci para o batedor perder o penalti erroneamente marcado a nosso favor aos quarenta e sete do segundo tempo. Se sou bonzinho ou se sou tolo? Bem, creio que a liberdade de um termina quando esta fere a liberdade de um outro.
    Vitor Lemos

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    1. Também tenho vergonha de furar fila.
      Outro dia, um mais alegre queria me ceder a vez. Respondi que não concordava com essa "lei" porque, teoricamente, os velhos têm mais tempo. Ele respondeu que era uma questão de respeito.
      Apesar da boa educação do cidadão, não resisti:
      Respeito? Ora meu amigo, isso já acabou há muito tempo!
      Ele riu e, a contragosto, concordou.

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