segunda-feira, 18 de julho de 2016

O BURACO É MAIS EMBAIXO


Tenho certeza que para profunda decepção da maioria dos meus (cada vez mais raros) amigos, sou proprietário de um exemplar - autografado - do livro 'O Quarto Poder" do Paulo Henrique Amorim. (Se é que se pode chamar uma apressada rubrica de autógrafo...)

Consequentemente, sou leitor de seu blog 'Conversa Afiada'. Concordo, discordo, mas gosto do jeitão dele.

E hoje ele postou uma entrevista com Márcio Moretto sobre o ensaio "Uma sociedade polarizada", de autoria de Pablo Ortellado, Esther Solano e Márcio Moretto, publicado no livro "Por que gritamos golpe - Para entender o impeachment e a crise política no Brasil" - da editora Boitempo.


Já começa assim:

"Uma das consequências mais dramáticas do processo de impeachment que o Brasil está passando é a binarização social em dois supostos bandos confrontados, não de adversários e, sim, de inimigos. A academia deve ajudar a sair dessa dialética do inimigo, autoritária, que simplifica os fatos, reproduz estigmas falsos, ataca desqualificando e insultando, não confrontando ideias. Nesse sentido, apresentamos nossa última pesquisa para explicar que a polarização 'coxinhas/petralhas' não corresponde exatamente à situação real na qual se encontra a sociedade brasileira, que é muito mais complexa e não responde às simplificações."

Me bastou a última fala do cidadão.

MÁRCIO MORETTO: Tipicamente, o que se observa nesses momentos de crise é que existem duas possibilidades, duas saídas mais comuns. De um lado, você pode buscar mais democracia e pedir mais participação popular. E, de outro lado, você pode pedir soluções mais autoritárias. E não está muito claro qual é a saída que a gente está aventando agora. O que está bem claro é que a gente está num momento de crise intensa, com uma polarização intensa, e essa crise atinge tanto os partidos políticos quanto a imprensa.
Márcio Moretto Ribeiro, é doutor em Ciências da Computação pelo Instituto de Matemática e Estatística da USP, professor de sistemas da informação da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP e membro do Grupo de Políticas Públicas em Acesso à Informação.

Então, vamos lá.

1. Pra mim, essa tal de polarização vai até a página dois. Uma coisa é sair com a galera pra gritar na rua ou ficar em casa batendo panela, etc. Outra coisa é entender bem sobre o que está se protestando.

2. Pra mim, a tal da participação popular só funciona por instigação da mídia ou por instigação de 'organizações' sejam lá quais forem seus objetivos.

3. Pra mim, buscar a tal da democracia no povão... Pi-ri-go! Na hora do vamos ver ninguém pensa nem no vizinho da vida inteira. Ou não?

4. Pra mim, a tal da imprensa, escrita, falada ou televisada, já foi pro saco há muito tempo.
Diga lá, arguto leitor: você ainda confia na frase símbolo - "Deu no Jornal!" - da credibilidade da imprensa escrita?
Você ainda acredita nas CBN's ou Jovem Pan's da vida?
Você ainda acredita nas rêdigrobo da vida?
E, pior: você se dá ao trabalho de checar as formidáveis denúncias que pululam nas tais das 'redes sociais' ou segue a confortável cartilha do "Gostei, Compartilhei e Foda-se"?

(Que sinuquinha, hein?)

8 comentários:

  1. Entre várias doenças há dezenas de anos, adquirimos um Câncer !
    PT e seus asseclas ! O mais importante é que o câncer foi extirpado. Próxima providência cuidar das centenas de metástases ! Segunda, evitar que as doenças rotineiras se instalem novamente ! A maior dificuldade para milhões de corpos sem imunidade cívica !

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    1. É isso aí, anônimo.
      O câncer foi extirpado!
      (Antes era só uma gripezinha, né?)

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  2. Tá bom! Tá bom! Então a tal da imprensa, escrita, falada ou televisada, já foi pro saco há muito tempo.
    Legal! Agora só vou acreditar nos blogs ``patrocinados``. O resto... tá todo mundo errado.

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    1. Prezado anônimo,
      não se trata de "acreditar"; se trata de não aceitar o que nos é empurrado goela abaixo venha de onde vier.
      Repetindo o primeiro parágrafo do cidadão Moretto:
      "Uma das consequências mais dramáticas do processo de impeachment que o Brasil está passando é a binarização social em dois supostos bandos confrontados, não de adversários e, sim, de inimigos."

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  3. Caro Thiago, a atual binarização foi esculpida pela forma de governar do PT, com todo o empenho para os bolsistas família que lhes rendiam votos, e desprezo pela classe média, inclusive verbais como a exaltação de ódio promovida por Marilena Chiarelli, como se fosse uma classe usurpadora, exploradora dos coitados e responsáveis pela sua carente condição. Tenho uma condição boa e não me sinto nem um pouco responsável pela desigualdade social presente neste país. 80% da classe média jamais votará novamente no PT, porque ela deseja que o presidente governe para ela também, para todos os brasileiros indistintamente, sem gerar uma dívida de 170 bilhões, e cumprindo as promessas de campanha.
    Vitor Lemos

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    1. Vitor, dessa vez vou discordar - quase - totalmente.
      Pra mim a dita binarização foi orquestrada pela grande mídia - notadamente a rêdigrobo e seus diversos tentáculos e cúmplices - visando a manutenção de suas verbas astronômicas e demais armações paralelas.
      Essa dívida de 170 bi, está mais que comprovada que foi devidamente inflada para atender a interesses que se tornam cada dia mais claros.
      Quanto às promessas de campanha, concordo. O Supremo Baiacu da Nação pisou feio na bola. O que até agora, espero que você concorde, nunca foi novidade em nenhum governo seja lá de que tendência tenha sido.
      Abs.

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  4. Devo concordar que dificilmente algum candidato cumpre as suas promessas de campanha, mas foi um absurdo o estelionato eleitoral promovido por Dilma, promovendo aumentos represados após a eleição, sendo que havia dito que não os faria, além de ocultar a real situação de vultoso deficit nas contas do governo, maquiadas com as inocentes pedaladas (atraso no repasse do que devia às instituições públicas bancárias para que o balanço fechasse bonitinho). Os eleitores que elegeram Dilma foram ludibriados, e não há peneira que tampe o sol desta verdade.
    Vitor Lemos

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    1. Eleitores de Dilma fomos, sim, ludibriados nesse ponto. E em mais outros.
      Dois poréns:
      1. Parodiando Alberto Roberto, "Fui. Mas, quem nunca foi?".
      2. E, a meu ver, nada disso justifica esse golpe. Sinto muito mas, nada me convence que isso não é golpe. E tão ou mais maquiavélico do que o de 64.

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