terça-feira, 12 de julho de 2016

APROVEITANDO ESSA TIRINHA...


... Do André Dahmer, vamos lá:

Pois é. Essa perda e "recuperação" da inocência é uma triste realidade. Cuja poderia ser evitada tanto pelos que acreditam no governo - seja lá qual for - quanto pelos políticos propriamente ditos.

Me impressiona a falta de caráter, de respeito ao próximo, dos mínimos conceitos éticos que assolam as pessoas - seja lá que posições ocupem - em nome da hipócrita filosofia do "Tenho que me dar bem a qualquer custo". (Uma variante da arcaica 'Lei de Gérson' - cracaço, gente boa, cujo, tadinho, sífu nessa faturadinha.)

Do alto da minha veiêra divido a responsabilidade por essa pérfida epidemia entre alguns fatores:

A começar pela ausência de ensinamento caseiro. Até prova em contrário (e já devem haver muitas), os filhos se espelham nos pais. Então, deveria ser dever deles, pais, mães, o que for, pelo menos tentar transmitir às crias os conceitos básicos do respeito ao próximo, da honestidade, da civilização.

Concordo que nos dias de hoje, repleto de corcundinhas eternamente debruçados nos celulares, assimilando e disseminando ideias absurdas, essa é uma tarefa e tanto. Cuja poderia ser menos complicada caso os pais também não estivessem corcundinhas...

Tenho inúmeras lembranças de professores, das mais variadas matérias, que me mostraram novos caminhos. Cujos foram discutidos, na hora do jantar, com meus pais. O que, concordando ou discordando, muito me ajudou na minha formação.

Algum 'djóvem' ainda janta com os pais? E, quando essa improvável situação acontece, eles conversam, trocam ideias ou só fotografam os pratos para 'compartilhar' e vida (?) que segue?

Resumo da ópera: falta educação.
No sentido mais amplo, mais geral, mais humano que possamos imaginar.

2 comentários:

  1. Educa-se muito melhor com ações do que com palavras. Tive muitas oportunidades para aprender enquanto o meu pai esteve por aqui. Um pequeno exemplo: em fevereiro de 1972, meu pai levava um caminhão em cima do outro para a sua fazenda situada no bico do papagaio, bem ao norte, no hoje estado do Tocantins. Fomos pela Belém-Brasília, que na época era de terra, com costeletas que balançavam o queixo. Velocidade média: 50 km/hora. Paramos em Gurupi para jantar e abastecer o caminhão. Após o jantar, ele pagou a conta ao garçon, e seguimos. Uma hora e meia após, consequentemente com 75 km já percorridos, no meio de uma conversa, subitamente, ele se lembrou que pagou, somente, a conta do jantar, mas não a do abastecimento. Ele começou a virar o caminhão na estrada, quando eu lhe perguntei: mas, o senhor vai voltar lá depois de todo este caminho percorrido? Não me esqueço da sua expressão de espanto com a minha pergunta ao responder: "Mas é lógico, Sr. Vitor!" Nem por um breve momento ele conjecturou não voltar. Ainda argumentei que ele poderia pagar na volta, mas ele permanecia com a sua cara de espanto olhando para mim e balançando a cabeça negativamente. Algo assim para um adolescente é como um murro moral inesquecível. O meu maior orgulho é ser filho de Nélio Silveira Lemos. Você se espanta com o baixo aspecto moral dos políticos, pois saiba que, nas condições de campanha que hoje se apresentam, o pré-requisito para que se candidatem é que sejam safados e que planejem o roubo. Para se eleger um deputado estadual, é sabido, o candidato necessita investir cinco milhões de reais. Se ele terá um salário de 30.000, ele perceberá 1.440.000,00 no decorrer do seu mandato. Jamais recuperará o dinheiro gasto sem o roubo posterior, e as formas são inúmeras neste país de grandes oportunidades. Em 1958, meu pai se candidatou a deputado estadual. Contava com os 10.000 votos (na época suficientes) dos eleitores da sua cidade natal, Campos Altos-MG. Entretanto, os votos foram divididos com um outro candidato que se apresentou, filho de uma família, também, bem conhecida e influente na cidade. Teve 5.700 votos, e fiquei sem saber o que poderia ter sido realizado por um raríssimo espécime de deputado honesto. Guardo o seu santinho até hoje.
    Vitor Lemos

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    1. Pra variar, ótima história.
      E, política à parte, "murro moral inesquecível" é pra se arquivar.
      Abs.

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