sexta-feira, 29 de julho de 2016

NÓS...

... Desde muito cedo desenvolvemos as idiossincrasias que serão exacerbadas no ocaso de nossas vidas.
Para o bem e para o mal.

E, claro, sem termos a menor ideia do que estamos aprontando para nós mesmos.

O locutor que vos fala cultiva adoráveis e odiosas manias cujas foram sendo aprimoradas com o correr do tempo.

Por exemplo, minha escrivaninha. Lembro, como se fosse hoje, das ameaças com as sete pragas do Egito que eram dirigidas a quem quer que se aproximasse da dita cuja.
Bem entendido, a tal da escrivaninha era uma "zona total" na visão das pessoas ditas normais. Porque pra mim era um primor de organização. Se alguém mexesse em qualquer coisa, seria execrada e, pior, eu teria que "formatar o computador".

(Hoje em dia, a minha "escrivaninha" cresceu em progressão geométrica. Mas, isso 'não vem ao caso'.)

Passando para uma esfera mais, digamos, genérica, tenho, desde que me entendo por gente, o complicado hábito de prestar atenção nas pessoas que me cercam.

Hábito este que me esforço para manter até hoje; estejam elas próximas ou não. Seja por telefone (manja 'telefone'?) ou pelo que for desde que possamos ter um contato real, no mínimo ouvindo ou, melhor, olhando um para o outro. (O corpo fala!)
Apesar de serem cada vez mais raras as conversas - e convivências - "olho no olho" (agora é "olho no zapzap, insta, snap, fêici", etc), continuo, sempre que possível, observando o jeitão, o que falam, como falam, a maneira como as pessoas reagem quando estão numa boa ou não e, principalmente, como elas agem em relação ao próximo. Próximo este que tanto pode ser um amigo quanto o porteiro do prédio.

Aí, vou catalogando e colecionando decepções e alegrias.
As decepções, tento, bravamente, bloquear da mente.
As alegrias, tento, bravamente, mantê-las no top ten dos meus pensamentos.
E a chatura é que as duas ficam, constantemente, brigando pelo podium.

Como sou um cara de sorte, as alegrias ainda estão vencendo.
(No "photochart", mas estão.)

2 comentários:

  1. Telefone fixo virando peça de museu. Falar ao telefone móvel atitude rara ! Esqueceu dos comentários anônimos ... falta mais nada para o isolamento total !

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