Tenho
certeza que para profunda decepção da maioria dos meus (cada vez mais raros) amigos, sou proprietário de um exemplar -
autografado - do livro 'O Quarto Poder" do Paulo Henrique Amorim. (Se é que se pode chamar uma apressada
rubrica de autógrafo...)
Consequentemente,
sou leitor de seu blog 'Conversa Afiada'. Concordo, discordo, mas gosto do
jeitão dele.
E
hoje ele postou uma entrevista com Márcio Moretto sobre o ensaio "Uma sociedade polarizada", de
autoria de Pablo Ortellado, Esther Solano e Márcio Moretto, publicado no
livro "Por que gritamos golpe - Para
entender o impeachment e a crise política no Brasil" - da editora
Boitempo.
Já
começa assim:
"Uma
das consequências mais dramáticas do processo de impeachment que o Brasil está
passando é a binarização social em dois supostos bandos confrontados, não de
adversários e, sim, de inimigos. A academia deve ajudar a sair dessa dialética
do inimigo, autoritária, que simplifica os fatos, reproduz estigmas falsos,
ataca desqualificando e insultando, não confrontando ideias. Nesse sentido,
apresentamos nossa última pesquisa para explicar que a polarização
'coxinhas/petralhas' não corresponde exatamente à situação real na qual se
encontra a sociedade brasileira, que é muito mais complexa e não responde às
simplificações."
Me
bastou a última fala do cidadão.
MÁRCIO
MORETTO: Tipicamente, o que se observa nesses momentos de crise é que existem
duas possibilidades, duas saídas mais comuns. De um lado, você pode buscar mais
democracia e pedir mais participação popular. E, de outro lado, você pode pedir
soluções mais autoritárias. E não está muito claro qual é a saída que a gente
está aventando agora. O que está bem claro é que a gente está num momento de
crise intensa, com uma polarização intensa, e essa crise atinge tanto os
partidos políticos quanto a imprensa.
Márcio
Moretto Ribeiro, é doutor em Ciências da Computação pelo Instituto de
Matemática e Estatística da USP, professor de sistemas da informação da Escola
de Artes, Ciências e Humanidades da USP e membro do Grupo de Políticas Públicas
em Acesso à Informação.
Então,
vamos lá.
1.
Pra mim, essa tal de polarização vai até a página dois. Uma coisa é sair com a
galera pra gritar na rua ou ficar em casa batendo panela, etc. Outra coisa é
entender bem sobre o que está se protestando.
2.
Pra mim, a tal da participação popular só funciona por instigação da mídia ou
por instigação de 'organizações' sejam lá quais forem seus objetivos.
3.
Pra mim, buscar a tal da democracia no povão... Pi-ri-go! Na hora do vamos ver
ninguém pensa nem no vizinho da vida inteira. Ou não?
4.
Pra mim, a tal da imprensa, escrita, falada ou televisada, já foi pro saco há
muito tempo.
Diga
lá, arguto leitor: você ainda confia na frase símbolo - "Deu no Jornal!" - da credibilidade da imprensa escrita?
Você
ainda acredita nas CBN's ou Jovem Pan's da vida?
Você
ainda acredita nas rêdigrobo da vida?
E,
pior: você se dá ao trabalho de checar as formidáveis denúncias que pululam nas
tais das 'redes sociais' ou segue a confortável cartilha do "Gostei, Compartilhei e Foda-se"?
(Que
sinuquinha, hein?)