É
comum ouvir que os presidentes de empresas, corporações, entidades etc, são os
responsáveis finais pelos resultados de suas administrações.
Quando
os resultados são positivos, eles estão sempre disponíveis a receber os louros.
Quando a cagada é geral, emitem comunicados afirmando que "Vamos apurar cuidadosamente".
Entretanto,
me parece claro que quanto maior a estrutura, menor é a chance de uma única pessoa
conseguir o controle completo.
Se assim fosse, nenhum presidente de
nenhuma agremiação esportiva, grande empresa ou governo estaria fora da cadeia.
Você,
equilibrado leitor, concorda com a afirmação acima?
Tomara que não.
Porque, pelo
menos na teoria, todos são inocentes até prova em contrário. Ou
não foi assim que aprendemos desde o primário?
(Manja "primário"?)
Mas,
como estamos vivendo a era da culpa instantânea a partir de notícias nem sempre
confiáveis somadas à preguiça de pensar, cada vez mais nos contentamos em
formar velozes conceitos que nos sejam confortáveis.
Fui
criado em rígidos princípios de justiça, honestidade, religião, etc. E, nesses pré-julgamentos, me pilho constantemente violando todos eles.
Por
exemplo, esse caso da FIFA: não consigo deixar de pensar que são todos culpados,
escrotos, ladrões. Que o Blatter, o Havelange, o Ricardo Teixeira, o Marin, o
Del Nero, a Globo e muitos mais são todos capazes de falcatruas inimagináveis.
O
mesmo acontece com inúmeros outros julgamentos que me são propostos, a cada
quinze minutos, em relação à política atual.
Até
onde estou certo? Até onde as notícias são confiáveis?
Tento
me proteger de mim mesmo lendo artigos da direita e da esquerda com isenção.
Está cada vez mais complicado. É difícil levar a sério os jabores, phas, reinaldos,
cafezinhos, mervais et caterva.
Mais
difícil ainda é ver, nos fêicibúquis da vida, os "compartilhamentos"
perpetrados por gente pseudoinformada.
E
o mais complicado: resistir à tentação de mandar tudo à merda, ignorar o mundo
ao redor e ir pra praia.
Mas,
juro, sigo tentando.
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