sexta-feira, 29 de maio de 2015

MEIO QUE


Dentre as incontáveis implicâncias que cultivo - carinhosamente - em relação ao linguajar modernoso, o "meio que" ocupa lugar de destaque.

Diferente do famigerado "agregar valor"
que normalmente só aparece em repones (reuniões de porra nenhuma) regadas a toneladas de lugares comuns, o "meio que" (um sucedâneo do "tipo" - tão irritante quantose incorporou ao vocabulário cotidiano de muita gente boa.

Me esforço no fingimento de naturalidade mas, pra mim, é no mínimo esquisito ver alguém, principalmente da minha faixa etária, falando frases como "Eu estava meio que confuso", "Ela chegou meio que atrasada", "Aconteceu meio que de repente" e por aí afora.
E, pra piorar, sempre apresentando um indisfarçável arzinho estilo "Olha como sou meio que moderno!".

Acho triste mas, ainda é menos ruim do que o - já decadente e causador de vergonha alheia nível máximo - "Beijo no coração".

2 comentários:

  1. "Agregar valor" me faz arrepiar. Como também "pró-ativo".
    Mas "meio que" - até que gosto...

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    1. E eu "meio que não gosto".
      Provavelmente porque faço associação imediata com o insuportável "tipo".

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