sábado, 24 de janeiro de 2015

MINHA NAMORADA


Um dos exercícios que mais gosto de fazer é (tentar) me colocar no lugar de outra pessoa. Ou seja: em determinadas circunstâncias, como eu agiria se fosse o outro? É uma grande viagem sem destino certo.

E isso fica mais desafiante quando o "outro" é do sexo feminino.
Nesse caso o percentual de acerto deve girar em torno de 1%.
Se tanto.

Aí, escutei agorinha essa pérola do Vinícius.
Não há como negar o tremendo poeta que ele foi.
Mas... "Fôra eu mulher,  me casava com Rui Barbosa!"

(Em 1967, na Faculdade de Direito de São Paulo, o Professor Soares de Melo, grande apreciador de Rui Barbosa, tendo inclusive proposto a criação de uma cadeira só sobre o tribuno baiano, terminou uma aula de Direito Penal com esta confissão categórica.
Fonte: 2º Febeapá, Stanislaw Ponte Preta.)

Perdão, leitores.
Back to the cold cow, olha só a letra da incensada "Minha Namorada":

Minha Namorada

Se você quer ser minha namorada
Ah, que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser
Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer

E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber por quê
Porém, se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada

Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo em meu caminho
E talvez o meu caminho seja triste pra você
Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos
Os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois

E você tem que ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois
Leva a mal não mas, fôra eu mulher...
Mandava o poetinha ir catar coquinho.
Ou não?

7 comentários:

  1. Coquinhos e cocões, ora pois
    abs
    fernandão

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  2. "Ninguém é de ninguém, na vida tudo passa...", já dizia Umberto Silva, poeta da música menos laureado, menos machão, e menos tolo, portanto.
    Vitor Lemos

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  3. A musiquinha (com o devido respeito), acima comentada, representou o retrato da época: água com açúcar. A mulherada derretia ... DuduGouvêa

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