quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

JE SUIS BANDIT

É como me sinto ao percorrer essa verdadeira maratona que é enfrentar a burocracia tupiniquim.

Vá você querer abrir uma microempresa fazendo tudo certo e terá que conviver com situações no mínimo esdrúxulas.

Para ficar em um só exemplo, abrir uma conta “pessoa jurídica” num banco é uma experiência instigante.
Um calhamaço de papéis, declarações, cópias autenticadas, firmas reconhecidas e o gerente fiscalizador incansável.

Depois de tudo pronto, copiado, reconhecido e entregue, sou informado que o cartão da conta chegará em aproximadamente 15 (quinze) dias e o cartão de crédito irá depender da movimentação que a empresa apresentar ao banco.

Uma questão inevitável vem à minha mente e trato de colocá-la para o gerente com todo o cuidado – porque ele pode se zangar, complicar ainda mais a burocracia e, consequentemente, explodir minha já diminuta paciência:
-Deixa eu ver se estou entendendo direito. Você me pede quilos de documentos, comprovações, etc, como se eu fosse, por definição, um bandido. Ou seja, quando entro no banco já sou culpado até que eu prove o contrário. Entretanto são vocês que vão lucrar absurdos movimentando o meu dinheiro, além de me cobrar taxas sequenciais e muitas vezes inexplicáveis. Não seria eu quem teria que pedir todos esses atestados a vocês?

O gerente engole em seco, me olha de banda e diz com entonação de telemarketing:
-Sinto muito, senhor. São as normas...

Vou embora rápido porque ainda tenho que pagar as taxas de fiscalização, localização, funcionamento, certificados, tef's, danfe's,
e sei lá mais o quê...

7 comentários:

  1. Um pesadelo.

    Precisamos de um super Helio Beltrão. Lembra do Ministro da Desburocratização do Figueiredo? Segundo texto que encontrei agora, enquanto buscava refrescar minha memória:

    "Com a desburocratização, o governo acabou na época com a exigência de atestados de vida, residência, dependência econômica, antecedentes, idoneidade moral e pobreza. Os documentos foram substituídos por declarações ou certidões, que eram expedidas com mais agilidade. O combate à burocracia levou o ministro Hélio Beltrão a promover uma resolução antiga do Ministério do Planejamento e Coordenação Geral, até então esquecida, que eliminava o reconhecimento de firmas nos documentos exigidos pelas repartições federais. A simples divulgação do decreto fez com que o movimento nos cartórios, nesse tipo de serviço, fosse reduzido em 50%."

    Depois várias dessas coisas voltaram...

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  2. Provavelmente tudo voltou por causa da redução do movimento dos cartórios.
    Segundo informações colhidas, um simples cartório em Contagem-MG fatura mais de milhão ao mês.
    Imagina o resto!

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  3. É foda no cu de Creuza!
    Paiseco de merda...
    abração
    fernandão

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  4. Caso não criem estas centenas de dificuldades como é que o Sistema vai faturar ? Sistema são os diversos grupos que vivem muito bem à custa do povão otário que, rala, ganha pouco, paga muitos impostos e tem direito apenas de reclamar. Sem ser nem escutado, obviamente.

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  5. Eu devia ter feito Ciências contábeis. Ia ganhar uma grana. E mais. Ser dona de cartório. Aí eu nem ia estar conversando com vcs. Ia estar na Soropa de férias.

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