What porra is that?
Olha o artigo do Ricardo Kotscho aí embaixo!
Já estão começando a “descobrir”
JP?
Mas, o nordeste, segundo as
profundas análises mainardianas, não é “bovino”?
De minha parte, vou propor
uma campanha “Fale Mal de João Pessoa” que é para evitar a invasão das hordas
do sul maravilha.
Que se mudem pra Miami e deixem o nordeste em paz.
Que se mudem pra Miami e deixem o nordeste em paz.
Obs.: Toda regra tem exceção e o Kotscho, claro, é
benvindo.
Publicado em 16/01/15 às 11h08
Ricardo
Kotscho
Para
onde ir?
Já
tem muita gente pensando nisso, depois de mais uma semana de cão em São Paulo,
sem água e sem luz por boa parte do tempo, enchentes diárias e reservatórios
secos, trânsito caótico, árvores e postes caídos, obras e consertos
intermináveis, mau humor generalizado, as pessoas se tratando mal. E a cidade
ainda está meio vazia, com muita gente de férias.
Quem
vive aqui sabe bem do que estou falando. Como será quando todo mundo voltar e o
inverno chegar? Nem quero pensar nisso, mas ao subir mais uma vez a escadaria
do prédio no escuro (a bateria da luz de emergência só dura duas horas), voltei
a pensar num sonho antigo e recorrente.
Quando
me perguntam qual é o sonho, quais são meus planos nestes anos que me restam de
vida, sempre respondo na lata: é ir morar em João Pessoa, a pacata e bela
capital da Paraíba. Nem sei explicar quais são os motivos, já que não tenho lá
amigos nem parentes,
Nas
minhas andanças pelo país como repórter, que já me levaram a todos os
Estados brasileiros, capitais e interiores, sem exceção _ até a
Fernando de Noronha já fui, ficava pensando onde gostaria de ficar de vez
quando me aposentasse.
Minhas
escolhas mudaram várias vezes ao longo deste último meio século, porque esta
nossa terra tem muitas cidades bonitas e acolhedoras. Já conheci também
lugares incríveis em boa parte do mundo, mas viver fora do Brasil, nem pensar.
De
uns tempos para cá, fixei-me em João Pessoa, onde já tinha ido muitas vezes,
sempre a trabalho. Em 2013, finalmente, consegui passar lá dez dias de férias _
e me encantei, definitivamente.
Não
descobri lá nenhuma praia do outro mundo, um restaurante espetacular, alguma
atração turística imperdível. Acho que o que mais me atraiu foi exatamente
isso: a simplicidade do lugar e das pessoas.
É
difícil explicar. Parece que é todo mundo igual, não tem gente que quer se
mostrar mais importante do que o outro, ninguém quer te enganar e os nativos
parecem sempre disponíveis para uma conversa, sorriem de graça. A vida flui
mansamente, sem atropelos, cada coisa no seu lugar e no seu tempo certo.
Outro
dia, no final de um almoço com amigos da minha idade, o papo era sobre sonhos,
planos, projetos de vida. Claro que falei de João Pessoa. Falei até que, ao
final do meu contrato, iria pedir à Record minha transferência para a emissora
da Paraíba.
Pois
não é que um diretor da empresa levou minha conversa a sério? Quando o
reencontrei, semanas depois, no mesmo lugar, ele me chamou de lado, e
confidenciou: "Já estou encaminhando aquele teu pedido". Nem me
lembrava qual era, mas ele não esqueceu.
Tenho
agora um pequeno problema: convencer minha mulher, as filhas, os genros e
os netos a irem junto comigo... Já estou aposentado faz mais de dez anos,
continuo com dois empregos, o tempo voa cada vez mais rápido, sei que tenho
menos tempo pela frente do que para trás. Será que um dia vou conseguir?
Acho
que minha única chance é chegar o dia em que todos seremos,
simplesmente, obrigados a ir embora daqui. Eu, pelo menos, já sei para
onde ir.
E
você, caro leitor do Balaio?
Vida
que segue.
Nenhum comentário:
Postar um comentário