sábado, 26 de outubro de 2013

O VANALHO

Década de 80, campeonato de boliche em São Paulo. Nossa seleção ficou hospedada nos alojamentos do Ibirapuera que eram bem debaixo da arquibancada.
E, no fim de semana, ia ter um show do Van Halen.

Instalados, transportados, treinos, primeira de quatro rodadas; ao término, muito chopp como é de praxe nesses palpitantes eventos.
De volta ao Ibirapuera, quem consegue dormir com o Eddie passando o som? Cuííímmm, cuóóóómmm, etc, o jeito é sair pra tomar mais uma.

Dia seguinte, segunda rodada; ao término, muito chopp como é de praxe nesses palpitantes eventos.
De volta ao Ibirapuera, uma zona incrível, filas quilométricas de fãs aguardando para desfrutar do esfuziante rock’n roll que se seguiria.
Putz! Não vai dar pra dormir.
Aí, o álcool produziu uma ideia genial. Em vez de ficar reclamando ou tentando arrumar mais uma pra apagar de vez, vamos faturar com essa galerinha entusiasmada.

Tínhamos várias camisetas brancas de treino. Pegamos algumas, uma caneta Bic, rabisquei “Van Halen” em todas e aí era só vender pros mais bobos. Até aí, tudo bem. O problema era saber quem iria oferecer à plebe ignara tão valiosa mercadoria. Mais uma vez o álcool cumpriu seu papel e um parceiro, já pra lá de Bagdá, pega com decisão: -“Xácomigo!”
E lá se foi ele percorrer a longa fila de entrada aos berros de:
-“Olha a camiseta do Vanalho! Camiseta do Vanalho!! Autografada!!!”
Como empresário de sucesso que sempre foi, vendeu todas e bebemos o apurado com muito gosto.

Terceiro e quarto dias de campeonato, não sei bem o resultado mas, na verdade, isso nunca importou.
Só que nunca mais pude ouvir o “Vanalho” sem rir.
O que provoca sempre reações inusitadas dos presentes...

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