quarta-feira, 9 de outubro de 2013

ENTÃO, TÁ.

Não param as manifestações, passeatas, etc etc, por todos os cantos.
Os políticos reagem com declarações hipócritas que pululam no noticiário, o congresso corre a tomar decisões demagógicas que todos sabemos que não vão dar em nada, medidas ri-gor-ro-sas são anunciadas, enfim, o show continua com todos os oportunistas fazendo de tudo para aparecer.

Aí, começa a tragicomédia: 10% dos deputados (52 em 513) trocam de partidos; cujos, em paralelo, saem à caça de celebridades para alcançar o “efeito Tiririca”.

O grande responsável pela procura de nomes famosos é o sistema representativo proporcional adotado na democracia brasileira.
Para determinar os eleitos, calcula-se o coeficiente eleitoral - que é o número de votos válidos dividido pelo número de cadeiras.
Divide-se, então, o número de votos de cada partido por esse coeficiente, e assim é determinado o número de cadeiras de cada sigla.

A ideia é repetir o que aconteceu com a eleição de Tiririca (PR-SP): com 1,35 milhão de votos em 2010, o palhaço levou três deputados de sua coligação em sua cola: Otoniel Lima (PRB), Vanderlei Siraque (PT) e Protógenes Queiroz (PC do B).

Entre os recrutados estão o jogador de vôlei Giba (PSDB-SP), a socialite Narcisa Tamborindeguy (PSDB-RJ), o ex-BBB Kléber Bambam, o estilista Ronaldo Ésper e a musa dos caminhoneiros Sula Miranda – os três pelo PRB-SP, o pagodeiro Belo (PP-RJ), o cirurgião plástico das estrelas Dr. Rey (PSC-SP), o nadador Fernando Scherer (PSB-SP) e o cantor José Rico (PMDB-GO), que faz dupla sertaneja com Milionário. 
No caso de Narcisa, sua filiação já deu o que falar. Ela se filiou ao PSD por engano e, depois que foi avisada do erro, teve de se desfiliar e em seguida entrar no partido certo, o PSDB.

Ou seja: como já falei aqui incontáveis vezes, não é que a corja política pense que o eleitorado é imbecil; ela tem certeza.
Certeza que é renovada a cada dois anos. E, cada vez mais, com o apoio das famigeradas celebridades.
Quando o Tiririca foi eleito, fizeram uma prova pra ver se ele sabia ler e escrever. Ele passou (ou foi passado) raspando.
Deveriam fazer também um testinho cretininho para essas celebridades poderem se candidatar. Mas, vivemos numa democracia plena em que qualquer idiota pode ser eleito desde que tenha o apoio da mídia.
Esta sim a grande geradora de excrescências desse tipo.

2 comentários:

  1. A corja política tem certeza que o eleitorado é imbecil, porque de fato é! Não vota para reformar, vota non sense, vota por um par de botinas, vota com escárnio, vota em Bam Bam (a audiência do BBB demonstra a qualidade cultural do nosso eleitorado), vota em rinoceronte famoso do zoológico desde priscas eras (maior votação nas eleições São Paulo/1959). E a corja delira com isso, e se perpetua.
    Vitor Lemos

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    1. Cacareco!
      "Um dos mais famosos casos de voto de protesto ou voto nulo em massa da história da política brasileira."
      O rinoceronte que teve mais de cem mil votos em SP enquanto o partido mais votado teve menos de 95 mil votos.
      Bons tempos em que a gente votava em cédulas de papel e podia escrever o que pensava.

      Você está certo: infelizmente, hoje, ao votar nos BamBams e Tiriricas da vida, que devido a essa estranhíssima legislação eleitoral, levam diversos ancorados ao congresso, o povo não está protestando. Está ajudando na manutenção da corja.

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