quarta-feira, 30 de maio de 2012

V CONGRESSO DA INDÚSTRIA DE COMUNICAÇÃO

Termina hoje o palpitante evento em epígrafe (É... E-pí-gra-fe! Tomou, papudo?).


Acho congresso um barato incrível: geralmente são três dias de farra remunerada, mordomia e teatro.
Muito teatro! Todos se conhecem, se abraçam, tiram fotos (muitas fotos) e escondem seus ódios com habilidade proporcional aos seus status profissionais momentâneos.


Temas pretensamente seriíssimos são, fingidamente, discutidos por poucos e, é claro, ignorados por muitos.
Por exemplo: O Futuro da Profissão / Comunicação, Crescimento Econômico e Desenvolvimento Humano / Sustentabilidade e Comunicação / O Consumidor com a Palavra / Criatividade e Sucesso.


Tenho 40 anos de profissão. Nunca vi um resultado concreto, líquido, certo, resultante dessas fundamentais e, sempre, óbvias discussões, comissões, debates, etc, etc.


Para análise imparcial dos milhares e milhares de leitores desse blog, reproduzo a seguir algumas históricas e inovadoras declarações perpetradas na abertura do dito cujo:
“O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, enfatizou a importância das comunicações para a economia, por ser uma das molas propulsoras com os veículos de comunicação, e as agências com sua criatividade.”


“Luiz Lara, presidente do V Congresso registrou que, pela primeira vez, 38 entidades se uniram à realização deste Congresso. ‘Isso mostra a maturidade da profissão e a força do negócio da propaganda na complexa tarefa da construção e consolidação das marcas’.”


E a grande estrela do evento:
“O arcebispo Desmond Tutu, prêmio Nobel da Paz participou em São Paulo da abertura do quinto Congresso da Indústria da Comunicação e defendeu a liberdade de expressão, como uma das bases da democracia.”
UAU!!! Então, pronto. A comunicação tupiniquim está às portas de uma nova e esplendorosa era!
Graças a Deus, minha cota de participações nessas efemérides (tô bem hoje) se esgotou há muito tempo...

2 comentários:

  1. Tem outras coisinhas insuportáveis nesses eventos, tipo o ar condicionado no talo, congelando até suas íris; o indefectível "a nível de" perpetrado insistentemente pelos palestrantes e afins; os estandes e suas mocinhas bonitinhas e sorridentes te entupindo de folders inúteis; e o pior: o tal jantar de confraternização, que sempre, sempre, tem uma atração musical de chorar e discursos melosos e 171 dos organizadores do evento. Eu também já pedi altas.

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    1. Cláudia
      "A nível de" detalhamento de pentelhações, você foi campeã!

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