quinta-feira, 21 de julho de 2011

FUTEBOL ONTEM E HOJE

Flamengo X Palmeiras, com os dois times jogando no mesmo esquema, na metade do primeiro tempo o prélio ("prélio" é ótimo, né não?) já estava cheirando a ôcho (OXO). E não deu outra.
Aí, enquanto sofro com o vaivém, é inevitável a viagem: no geral, o futebol faz paralelo com a vida que vivemos. Pra começar, o que antes era valorizado hoje é banalizado.

Assim como a vida, o futebol é injusto. São incontáveis os exemplos de times (o mais impressionante é o Brasil de 1982) que tinham tudo pra ganhar e foram derrotados por circunstâncias absurdas.
Outro exemplo de injustiça são os goleiros: o Marcos tem tanto (ou mais) mérito pela Copa de 2002 quanto Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho etc. Mas, é sempre relegado ao segundo ou terceiro plano. E segue com Taffarel e muitos outros.

Joel, Henrique, Dida e Babá - essa linha do Flamengo está cravada na minha mente. Hoje não sei escalar o time de passadeiras da lavanderia do meu prédio - quanto mais a linha de qualquer outro time.

Em áureas épocas da rádio Globo, Mário Vianna (com dois enes) vociferava “ERRROOOUUU!!!” sem o auxílio luxuoso do replay instantâneo. Hoje os famigerados analistas de arbitragem falam coisas escabrosas e voltam atrás, segundos após, com a maior desfaçatez.

O Kleber, do Palmeiras, tentou o gol após bola ao chão. Tumulto, jogadores do Flamengo na jugular do problemático, narradores caem matando contra a falta de fairplay do execrável e, segundos depois, a câmera mostra a imagem do cidadão às gargalhadas conversando com o seu também sorridente marcador.

“No início do segundo tempo, Pinheiro (do Fluminense) disputou uma bola com Quarentinha (do Botafogo) e caiu com distensão muscular. A bola sobrou limpa para Garrincha que tinha o caminho livre para o gol. O que fez Garrincha nesse momento sublime? Chutou a bola, de forma proposital, para a lateral, para que o zagueiro tricolor fosse atendido.
O jornalista Mário Filho, nas tribunas, se empolgou: "É o Gandhi do futebol!".
O lance já teria sido belo e eterno se parasse por aí. Porém, houve uma continuação épica que mudaria para sempre o destino do futebol mundial. O tricolor Altair, encarregado da cobrança do lateral, simplesmente deixou a bola quicar. Ele percebeu que aquela posse de bola pertencia ao Botafogo e não ao Fluminense. Assim, com esse gesto nobre, fez justiça com as próprias mãos.
Todos no estádio entenderam a mensagem e aplaudiram o lance. Dessa forma, Garrincha e Altair inventaram o fair-play.”
(http://jornalheiros.blogspot.com/2009/01/inveno-do-fair-play.html)

Hoje vivemos a era da malandragem no péssimo sentido. Como Chico Buarque já havia descoberto quando foi à Lapa e perdeu a viagem.

E muitos mais paralelos podem seguir por essa linha. Mas, chega né?

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