quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

CARNÁ 2010


Torço pelo Flamengo e pela Mangueira. E, como quase todo mundo que já passou algum tempo no Rio de Janeiro, meu segundo time era o América e a segunda escola ainda é a Vila Isabel.
Mas... O tal do carnaval tá cada vez mais difícil, né não?
Sem contar o ridículo dos enredos patrocinados, somando as 12 escolas do primeiro grupo temos um total de 60 (sessenta) “compositores”.

A Grande Rio conseguiu a façanha de juntar 12 (doze) indivíduos que cometeram a seguinte pérola:
“... E no despertar de um folião
Tenho o esplendor de um barracão
Onde o sonho vira realidade
Num simples toque das mãos
Depois de um vendaval de alegria
Minha fantasia pra lá de suada
Lágrimas sorrisos fazem parte desse visual
De um paraíso de beleza sem igual
Ai que emoção!”


O samba da Mangueira é um amontoado de lugares comuns capazes de fazer o Cartola revirar no caixão:
“Vai passar
Nessa avenida mais um samba popular
Mangueira até parece um céu no chão
É música vestida de emoção
Com notas e acordes refletiu
Em suas cores o orgulho do Brasil”


O melhorzinho me pareceu o da Unidos da Tijuca:
“Desvendar esse mistério
é caso sério, quem se arrisca a procurar
o desconhecido, no tempo perdido
aquele pergaminho milenar
são cinzas na poeira da memória
e brincam com a imaginação
Unidos da Tijuca, não é segredo eu amar você
decifrar, isso eu não sei dizer
são coisas do meu coração
É segredo, não conto a ninguém
sou Tijuca, vou além
o seu olhar, vou iludir
a tentação é descobrir”


Pra finalizar, a Vila Isabel vem com um enredo óbvio, “Noel: A presença do poeta da vila”, mas o samba é do Martinho da Vila. Sozinho.

(Volto na segunda-feira.)

Um comentário:

  1. Só dá gênio! E as rimas se perpetuam: resplendor,amor, calor, glorioso, orgulhoso, barracão, folião, milenar, cantar, iludir, descobrir, visual, sem igual...E tudo igual na avenida... baticum, baticum, negona sacudindo o bundão na cara do neguinho magrelo com pandeiro e sorriso laqueado, BBB só com metade dos peitos de fora, modelo dos anos 80 com os peitos todos de fora, a Suzana Vieira de colanzão dourado e penacho na cabeça cercada de seguranças... Ai, ai, um terremotozinho, engolindo a Sapucaí...

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