Onde
a torcida aplaude jogadores do time adversário?
Onde
acontecem pouquíssimas faltas e, quando acontecem, os adversários se desculpam
e se abraçam?
Onde
o juiz é respeitado mesmo quando manda, por três vezes, repetir uma falta sem
importância porque havia sido batida no local errado?
Onde
Zagallo joga com a 7 e Garrincha com a 11?
Claro
que os velhos e antenados leitores já mataram a charada:
final da Copa de 1958.
Cuja
está, na íntegra com narrações de Jorge Cury pela rádio Nacional e Pedro Luiz
pela Bandeirantes de São Paulo, à disposição aqui:
Trabalho espetacular de Carlos
Augusto Marconi, um especialista em telecinagem que, a partir de um filme
russo, levou anos até concluir esse verdadeiro quebra-cabeças com a edição do som ambiente e das
narrações de rádio (que têm um tempo diferente do real) em cima das imagens.
E
aí, algumas constatações são irresistíveis:
• Uma pérola da propaganda na voz "marcante" de Jorge Cury: "Brahma Chopp traz mais alegria a seus momentos de prazer!";
• Quase ao final, a citação à Juscelino que, de Brasília em construção, "ouve o jogo pela Nacional", como sendo um grande desportista que havia destinado dois milhões para que a seleção pudesse ir à Suécia disputar o mundial;
•
Vavá, considerado somente um "atacante rompedor", dribla com categoria, tabela e faz
lançamentos precisos;
• Os suecos "cintura-dura" tocam a bola com precisão e Liedhom, depois de dar dois cortes desconcertantes na zaga brasileira, coloca no canto de Gilmar;
• Os suecos "cintura-dura" tocam a bola com precisão e Liedhom, depois de dar dois cortes desconcertantes na zaga brasileira, coloca no canto de Gilmar;
•
Didi, nesse jogo, erra muito, não acerta nenhuma bola no gol e entra para a
história por causa da atitude: após o primeiro gol da Suécia, vem andando com a bola
debaixo do braço até o meio de campo acalmando os companheiros;
•
Garrincha põe Vavá duas vezes na cara do gol e o Brasil vira o jogo ainda no
primeiro tempo;
•
Todo o time brasileiro volta para marcar. Pelé rouba bola na meia lua da defesa,
Garrincha marca junto com Djalma Santos, etc;
•
No segundo tempo Pelé faz 3 a 1 depois de um chapéu antológico que todos já
cansamos de ver. Mas, o que raramente vemos é um time continuar buscando o gol
depois de ter uma vantagem dessa;
•
Mesmo com Zito e Didi atuando em escala menor, o time brilhou como nunca. E, pra
mim, Garrincha foi o rei do rock. Como voltaria a comprovar em 62.
É
pra ver e rever sempre que estivermos com gastura dessa coisa ridícula que hoje nos
é apresentada como sendo futebol.
Obrigado pelo link, Tiago!
ResponderExcluirTamos aí pra isso.
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