terça-feira, 10 de março de 2015

CHEIROS

Por absoluta imposição profissional, lá foi o locutor que vos fala a um agradável (?!) happy hour.
Marcado para as 19h, o bobão aqui chega às 19h5 e, sortinha, encontra o casal autor do convite na porta - fato marcante que me livra de constrangimentos vários no estilo
-"Dá licença, você viu o Zé por aí?".

Ficamos conversando na porta e começa a chegar mais gente.
Um casal passa e a mulher exala um perfume cujo se o inimaginável acontecesse e ele - o perfume - estivesse no cangote da sábia que me acompanha, ela estaria triste. Uma vez que privada da minha saborosa presença.

Segue a conversa trivial e agora chega uma senhôra elegante (num salto que, em caso de desequilíbrio momentâneo, pode gerar graves consequências) e deixa no ar o meesmo perfume da primeira.
Tento respirar pela boca mas, uma paranóia de tempos imemoriais me diz que assim agindo os germes entrarão direto no pulmão. (Como se eu, desde garoto, não viesse inalando germes bem mais perversos.)

E chega mais um casal, agora conhecido dos meus anfitriões.
"Oi, tudo bem? Muito prazer", coisa e tal e a brisa me brinda com o meeesmo perfume.
Tão de sacanagem?

Me entrego a reflexões profundas e chego à simples conclusão que é isso aí mesmo. Todas usando o mesmo perfume é moda, manutenção do posicionamento social e, principalmente, a confirmação de que estou na terra do profeta Zé Ramalho: "Êêê oôu vida de gado, povo marcado, Ê, povo feliz!"

2 comentários:

  1. Pai, boticário ta com uma promoção cabulosa!! Motivos pelos quais, o mundo ta com o mesmo cheiro!!!

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    1. Sei não...
      Pela "potência" da coisa a promoção deve ser de alguma importadora local.

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