quinta-feira, 18 de julho de 2013

COMO DIZIA IBRAHIM...

“Lé chôzi son prétes!”


‘PRIMAVERA À BRASILEIRA’: RADICALISMO SEM CONTROLE
E, ORGANIZADOS, APENAS O CRIME E OS PENTECOSTAIS
Hidegard Angel

O que me impressionou não foi o índice alto de acessos à crônica publicada aqui sobre o casamento “Bastilha” no Copacabana Palace, mas a reação raivosa, odienta, sangue na boca, de tantos e tantos que se manifestaram e ainda se manifestam.
Isso só fez reforçar minha convicção de que o momento é extremamente grave, e precisamos disso ter consciência. O radicalismo toma conta do país. Digo mais: estamos às vésperas de entrar numa guerra civil.
Fomentado pela grande mídia, o ódio da classe média manifesta-se nas mídias sociais, nas ruas, nas cartas aos jornais, nos bares, nas conversas.

Num projeto golpista, temendo a continuidade do governo PT, uma mídia irresponsável, inconsequente, com sua curta visão, fez sua audiência acreditar que todos os males crônicos do Brasil advêm da era Lula.
Corrupção, crise hospitalar, deficiência do ensino, do saneamento, mazelas que somam pelo menos cinco décadas de omissões em gestões sucessivas, se é que podemos chamá-las de “gestões”, são debitadas aos governos petistas, justamente aqueles que apresentaram e apresentam os melhores resultados no desenvolvimento econômico, na política externa, na qualidade de vida, na justiça social, no reconhecimento internacional, na distribuição de renda e em inúmeros outros méritos.

Tanto fizeram, tanto insistiram, numa campanha de tal forma poderosa, insidiosa, obsessiva, continuada, que conseguiram chegar ao cenário que pretendiam: o país desmoralizado internacionalmente, a presidenta impopular, a economia em queda, manifestações nas ruas.
Cegos, imprevidentes, imprudentes, os donos desta mídia, os membros desta sigla, PIG – de Partido da Imprensa Golpista – acabam por dar o Golpe neles próprios, pois a primeira vítima é ela mesma, a mídia, que acendeu o fósforo, mas quem jogou a gasolina foi o Facebook, foi o Google. Só então a grande e forte mídia brasileira percebeu o quão é pequena e frágil, uma formiguinha, perto das redes sociais.

E deu no que deu: para cobrir as manifestações, só com os repórteres no alto dos prédios, dialogando com os cinegrafistas no alto dos helicópteros. Se chegassem às ruas, eram escorraçados, enxovalhados, linchados. Os microfones, pelados: não podiam exibir logomarca de emissora.

Daí que essa campanha que agora vemos em grandes jornais e redes de TV contra a espionagem americana não é por nacionalismo, é por interesses econômicos. Nossos big shots das comunicações abriram, enfim, os olhos e se deram conta de que o Google já fatura 50 bi contra 120 bi da mídia mundial. É uma fatia muito grande, não?

Porém, o leite derramado está: como frear esse ódio, essa sede incontrolável de vingança contra os ricos, e de modo indiscriminado, em que o joio é misturado ao trigo? Corruptos aos íntegros? Tudo junto e misturado: dinheiro ganho por debaixo dos panos sujos e dinheiro conquistado sob o lenço encharcado do suor do trabalho? Quem vai conseguir puxar esse freio?

Na hora da raiva generalizada, a riqueza dos outros é toda igual. Com o ódio vem o ressentimento das classes, das diferenças, da inveja, da ganância do bem do próximo. É o vale tudo de rua contra rua, bairro contra bairro, vizinho contra vizinho, parente contra parente, irmão contra irmão.
E quando essa ira da classe média se alastrar até os pobres, os muito pobres, os miseráveis, os iletrados, quem vai conduzi-los? Quem tem liderança, neste momento, em nosso país? Quem são nossas lideranças?

Os movimentos nas ruas já mostraram que não há quem os guie. As centrais sindicais convocaram greve geral e foi um fiasco. Não lideram mais. Os movimentos estudantis, igual. Acomodaram-se nestes 10 anos de ante sala do poder. O PT, nem se fala, bem como os partidos aliados do governo. Acostumados a ser oposição desde sua origem, desmobilizaram suas “massas” e não as entusiasmam mais com a mesma intensidade e velocidade de antes.

Os partidos de oposição, DEM, tucanos e correlatos, de elite, não têm liderança popular, nem sabem ter. Botam na rua, se muito, alguns gatos pingados. Agem na base da intriga dos punhos de renda, dos corredores, cochichando coisas nos ouvidos e nos IPhones dos editores de revistas e colunistas de jornais. Não são povo.

As únicas lideranças com poder de mobilização no país na atualidade são: 1) O Crime Organizado.; 2) As Seitas Pentecostais (Igrejas Evangélicas).
Escolha seu líder…
 

O Crime Organizado já disse a que veio nas manifestações. São as milícias que vandalizam, a Polícia Federal já identificou. Há vídeo de policiais trocando as fardas por roupa de civis para em seguida se misturarem às passeatas. Na agitação com coquetel Molotov em frente do Maracanã, no dia do jogo da Copa das Confederações, o grupo era de milicianos, a Polícia apurou.

Com o povo nas ruas, as milícias no Rio de Janeiro retomaram sua força perdida, se reorganizaram. A ausência do secretário Beltrame neste processo de retomar o controle da situação está sendo vista, pelos observadores, como sua recusa de participar de qualquer tipo de “acordo” com essa turma para restabelecer a “ordem”.

Um retrocesso. É isso que a grande mídia do golpe conseguiu produzir para o país. O PIG. Manipulando a atração juvenil pelas ruas. Incensando, insuflando o ódio da classe média contra a classe operária, contra o analfabetismo dos “lulas”. Projetando uma imagem desfocada da realidade nacional, ao atribuir aos governos do PT as mazelas absolutas e a exclusividade da corrupção no país desde o seu Descobrimento.

O PIG atirou no próprio pé. Se a palavra, em inglês, não significasse Porco, eu o chamaria de Burro.
Por tudo, recomendo muita calma. Sugiro cautela. Bom senso, cabeça fria. O momento é tenso. Estamos às vésperas de o povo, o povão verdadeiro, embarcar nessa onda revoltosa, podendo se transformar numa Tsunami avassaladora, levando tudo e todos de roldão.

Para o Dia 7 de Setembro, está sendo convocada, com estardalhaço, grande manifestação nacional. Vão tentar uma “Primavera à Brasileira”. Depois disso, tudo poderá acontecer.

7 comentários:

  1. Crime organizado e Seitas Pentecostaia, não é +/- a mesma coisa? Abraços, Mário Jorge.

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    1. Acho que não é +/- não.
      É a mesmíssima coisa.
      Abraço pra você, ô sumidão!

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  2. Dando a César o que é de Cézar: Sarney, Collor, FHC, Itamar, Lula e Dilma lixaram-se para a Educação. Esta tornou-se aspecto somente secundário quando os militares deixaram o poder. Sobre Saúde e Saneamento, nossos líderes, inclusos os militares, confundem-nos sobre quem teria sido mais negligente. Já sobre corrupção e loteamento de poder através de trinta e nove Ministérios, o PT reina absoluto. A politica externa petista com privilégios e puxa-saquismos à Venezuela, Bolivia, Cuba e Irã, e com obsessão por uma cadeira no Conselho de Segurança na ONU, é patética. Já os aumentos reais no Salário Mínimo, que propiciaram melhor distribuição de renda, são os grandes feitos petistas.
    Vitor Lemos

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    1. Sei não, Vitor.
      Acho que a moda atual de demonizar o governo petista encobre muita falcatrua tucana.
      Quanto aos militares, sinto muito: na minha opinião nada do que eles fizeram se justifica.

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  3. Caro Tiago, sou cruzeirense, e esta é a única bandeira que ergo. Sobre religião, que não tenho, abstenho-me sempre do comentário. Sobre política, se não me manifestasse seria um pária. É parte integrante de nossas vidas, pois resulta dela o destino do nosso País e do nosso povo. Demonizam os militares, e, certamente, não lhes quero o retorno, mas posso garantir que entre 1964 e 1979 possuíamos ENSINO PÚBLICO maiúsculo, do qual me beneficiei muito. Não há como sentir saudade de uma Ditadura, mas é certo que roubavam menos que tucanos e petistas, e a verba prevista para a área, inclusive percentualmente superior à atual, efetivamente, chegava ao seu destino. Entendo que devo empenhar a César a virtude que lhe pertence. O período Collor é de triste lembrança para todos nós, mas, também, não poderia deixar de destinar-lhe os louros da abertura ao mercado externo, o que finalmente nos privou de andar de carroça. Destoantemente da estúpida reserva de mercado de informática do Sarney, o industrial brasileiro aprendeu a produzir bem, constituindo-se num primeiro e importante passo para a saúde da economia brasileira.
    Vitor Lemos

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    1. Vitor, o que me preocupa (e não é o seu caso) é que muita gente boa anda caindo na esparrela de, em face da bandalheira atual, resolver ter saudades dos militares. Ah, roubavam menos? Certamente.
      Mas matavam mais.
      A vida era melhor?
      Para quem, cara-pálida?
      É claro que ninguém é completamente certo ou errado, procede?

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  4. Ninguém é completamente certo ou errado, e os vícios são os mesmos de sempre, inclusive o de não privilegiar a Educação. Um bom ensino público é a melhor forma de se combater a aviltante desigualdade social, na medida que disponibiliza as mesmas chances para todos. Quando ingressei no Grupo Escolar Barão do Rio Branco, meu pai era motorista de caminhão (carregava minério para o Rio de Janeiro), e quando prestei o concurso de admissão para o Colégio Estadual Central, ele era motorista de Taxi. Certamente, sem uma boa escola pública, eu e minhas três irmãs não teríamos chegado aonde chegamos.
    Vitor Lemos

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