terça-feira, 7 de maio de 2013

CONFUSÕES DA "MUDERNIDADE"

Antigamente a gente se encontrava a partir de encontros. Essa frase pode parecer uma grande bobagem, mas o fato é que nos encontrávamos fisicamente e, a partir daí, combinávamos encontros, reuniões, festas, etc. Hoje, isso de pessoalmente, telefone e até e-mail já está ultrapassado. Marcam-se eventos pelo fêicibúqui, por sms e sabe-se lá mais o quê.

Aí, coisas estranhas podem ocorrer. Como, por exemplo, uma singela confusão na escolha dos nomes a serem convidados para uma agradável tertúlia vespertina pode gerar situações embaraçosas para todos os envolvidos. Ainda mais quando esses envolvidos são bem lá do século passado. (Sim, porque os "de hoje" não ligam a mínima para essas convenções bobas tais como pontualidade, confirmação de presença, etc.)

O fato é que madame se enganou no nome de um dos convidados, mandou o convite pelo celular com alguns dias de antecedência, ele confirmou que lá estaria, ela respondeu dizendo o horário e não se deu conta de que havia chamado o Zé das Couves errado. Quando o cidadão, todo alegre, adentrou o recinto ela quase caiu pra trás: -"Você???" (Só faltou emendar com -"Quêquicêtá fazendo aqui?")

Susto plenamente justificável pela confusão dos nomes, pela
presença - para ela - inesperada, pela correria dos dias de hoje, pelo excesso de afazeres, etc, etc.
Mas ao cidadão, com uma cara de tacho proporcional ao susto da madame, só restou balbuciar quase que se desculpando:
-"Ué, mas eu recebi uma mensagem sua, confirmei e você respondeu..."
Seguiram-se infindáveis minutos de explicações saltitando por todos os lados, uma cervejinha social goela abaixo e lá se foi o desventurado homônimo no melhor estilo Leão da Montanha:"Saída pela direitaa!"

Sorte é que são todos amigos de longa data e tudo vai acabar em piadas no próximo encontro. Cujo, com toda a certeza, será marcado pelo skype. No mínimo...

2 comentários:

  1. "Mudernidade", mesmo.

    Me lembro de quando, adolescente, a gente nem telefonava pra saber se o amigo estava em casa. Ia lá, tocava a campainha e perguntava. Se não estivesse, não era nenhum drama.

    Não gosto desse mundo cada vez mais impessoal. Claro que esses recursos podem ser bem usados. Mas basta entrar num trem de metrô ou num restaurante pra ver gente teclando no celular como se não tivesse nada melhor pra fazer - como, por exemplo, olhar em volta, sacar as pessoas ao redor, paquerar, sei lá!

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    1. E o maior problema é que muitos de nós, os velhos, estão embarcando nessa.
      Outro dia, num boteco, vi uma mesa com três que regulavam de idade com a gente e eles estavam - cada um - batucando no seu áifone. Não sei, até agora se estavam mesmo "falando" com alguém ou se estavam simplesmente exibindo suas "mudernidades".
      Aposto que eram engenheiros... (eh,eh,eh)

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