sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A COISA


Tenho grande admiração por artistas em geral.
E tenho proporcional desprezo por todos aqueles que, ao apresentar suas obras, começam por falar na "coisa" da arte.

Acho que quem tem o que mostrar, deve fazê-lo sem maiores frescuras hodiernas. Isso de ficar falando em "coisa" da arte, "coisa" da música etc, é pura boiolice ou pior: apropriação do nojento discurso politicamente correto visando se colocar como uma figura mais importante do que realmente é.

Publicada em 1945 no "New Masses", segue trecho de uma entrevista de Pablo Picasso:

- ¿Por qué pinta de un modo tan difícil de comprender para la gente? -le pregunté.
-Pinto así porque mi pintura es fruto de mi pensamiento. He trabajado durante años para obtener este resultado y si diese un paso atrás sería una ofensa al pueblo, porque lo que hago es coherente con mi pensamiento. No puedo emplear recursos convencionles sólo para darme la satisfación de ser comprendido. No quiero descender a un nivel inferior. Usted es pintor. Comprende que es prácticamente imposible explicar por qué hace uno ésto o lo otro. Yo me expreso a través de la pintura, y no soy capaz de hacerlo mediante palabras. No puedo dar una explicación del porqué he hecho algo de una determinada manera. En mi caso, si realizo un boceto de una mesa pequeña (al insante agarró una para ilustrar sus palabras) percibo cada detalle. Observo su tamaño, su grosor, y lo traduzco a mi modo.

Ou seja, quem tem o que mostrar, batalha e mostra.
Quem não tem, fica com a "coisa".

4 comentários:

  1. de fato...

    (tipo, fiquei refletindo mesmo e procurando na memória os momentos artísticos e os "coisa" da arte)

    hehehe

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  2. Ainda não tive o desprazer de ouvir alguém falando da "coisa" da arte. E agradeço a boa sorte que tenho tido, pois.
    Tem mais, ainda não me ofenderam falando da "coisa" da Arquitetura. Ainda bem, pois nesse caso saio na porrada.
    Abração
    Fernandão

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    Respostas
    1. Se ainda não te falaram na "coisa" da arquitetura, deve ser porque você frequenta os ambientes certos!
      De minha parte, já tive que ouvir, incontáveis vezes, sobre a "coisa" da propaganda.
      E, pior: sobre como é "um processo sofrido" parir um textículo publicitário.
      É preciso paciência de monge budista.

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