Um está na frente de
uma tela recheada de pontos luminosos que, para ele, fazem sentido.
Outro está na frente
de uma imensidão azul que, para ele, não importa o sentido.
Um lança apostas
virtuais num jogo em que raramente sai vencedor.
Mas, quase sempre sai
com a sensação de que aprendeu mais um pouco.
Outro lança apostas
reais num jogo em que normalmente sai vencedor. Mas, quase sempre sai com a
sensação de que nunca vai compreender bem o que ali se passa.
Ao mesmo tempo em que Um,
durante um intervalo, se estica, levanta e vai olhar o mar, o Outro, durante um
intervalo, volta, senta e vai olhar o mar.
Nesse meio tempo Eles
se olham de longe, mas perto o suficiente para não entenderem como Um e Outro têm
prazer no que estão fazendo.
Provavelmente ririam juntos se percebessem que, no
final das contas, estão fazendo a mesma coisa.
Postado em 23 de
setembro de 2016 por Juremir Machado da
Silva
Ser
estranho
Tentei ver as séries
de televisão e não me apaixonei. Não me pareceram muito diferentes das novelas.
Quando falo isso, sou testado e desprezado: “Só porque não viu a…” E lá vem um
nome. Confiro. Permaneço indiferente. Tentei usar o Uber e não vi grande
diferença para os táxis. Salvo o preço e o fato de que, sem o GPS, nenhum
endereço é acessível sem se perder. Achei que os motoristas estavam ganhando
muito pouco e abandonei. Além disso, fico desconfortável em carros de
mauricinho ou com os motoristas vestindo roupas de domingo e fazendo mesuras de
mordomo de novela. Sou um ser muito estranho. Não me encaixo neste mundo.
Não passo de um tipo
mui rastaquera.
Gosto, acima de tudo,
de poesia numa época em que poeta é sempre alguém do passado. Um ser anacrônico
que não se leu. Poeta do presente é tão respeitado quanto um adolescente
apaixonado fazendo suas declarações de amor. Acredito no acaso, na incerteza e
no imprevisível. Desconfio do termo “científico” aplicado ao mundo social.
Vibro quando o inesperado acontece e derruba os donos do saber. Não sou de
esquerda nem de direita. Muito menos de centro. Sou anarquista, mas deixei de
crer no anarquismo quando vi meus primeiros cabelos brancos aparecerem na
imagem melancólica do espelho. Há muito deixei de apostar nas virtudes
educativas da arte. Só me distraio.
De tanto pesquisar
história, aprendi que nunca aprendemos com nossos erros. O pior sempre pode se
repetir ainda pior. A política me ensinou que, na guerra pelo poder, só o poder
interessa. Tentei ler os novos cronistas da moda e não percebi novidade alguma.
Assisti aos novos humoristas e não esbocei um sorriso. Sou uma mala. Estou
parado no tempo. Não amo os velhos nem os novos. Serei um hater? Os haters
criticam tudo na internet. Na Wikipédia, li: “Não confundir com troll, que têm
um comportamento distinto”. Não percebi a distinção.
Não curto as grandes
livrarias dos centros comerciais. Talvez por elas não mostrarem meus livros em
pilhas. Sou invejoso e ressentido. Jamais entendi a razão de se dizer shopping.
Sou nacionalista, discípulo de Policarpo Quaresma, o personagem de Lima Barreto
que defendia o tupi-guarani. Digo Emetevê. Não Emetivi. Quis muito acreditar
que se estava combatendo a corrupção no Brasil. Depois de muito insistir,
entendi que se tratava apenas de um pretexto de ordem ideológica, o que não
absolve os corruptos nem lhes dá privilégios de qualquer natureza. Sou bizarro.
Ando sempre na contramão. A pé. Não sei dirigir. Não vejo razão para ter carro.
Entendo que o
transporte público deve ser subsidiado mesmo como fazem os países atrasados da
Europa (França, Alemanha e outros). O ideal mesmo é que o transporte público
seja gratuito. Pago por nossos impostos. Seria melhor assim. Não tenho provas.
Mas convicções. Sou esquisito. Criança, torci pelo Inter. Adulto, repórter no
Grêmio, torci pelo tricolor. Só de interesseiro. Queria viajar bastante. Voltei
a torcer pelo Inter. Hoje, sou ex-colorado.
Ao assistir um
documentário sobre o Paulinho da Viola, me veio a irresistível tentação de uma perguntinha
digna de enquetes perpetradas por sites pseudo cults ou sem assunto ou ambos:
- Quais as 5 melhores
músicas brasileiras de todos os tempos?
Ridículo, concordo.
Mas, domingão com vitória
incrível do Flamengo de virada sobre o Cruzeiro (o cheirinho está cada vez mais forte), entre as Top 5,
junto com
Construção do agora execrado Chico Buarque,
coloco Sinal Fechado do cidadão
mais do que gente boa, Paulinho da Viola. (Cujo,
cansei de ver jogando pelada aos sábados à tarde nas areias do Leme.)
É importante ressaltar
que essa música foi composta no início da década de 70 ou final da década de
60, escolhe aí, e que é uma obra de rara beleza musical.
Ou seja, com, por
baixo, 25 anos de antecedência, nosso prezado poeta já vaticinava a ausência de
comunicação que nos assola.
Hoje disfarçada em fêicibúquis,
zapzap's, intagram's, linkedin's e quantos outros que estiverem na moda.
O cidadão Jorge Mario Bergoglio, vulgo Papa
Francisco desde 13 de março de 2013, na minha opinião, acumula um recorde
invejável: em três anos e meio de papado não deu nenhum peido errado.
Segue a comprovação: declarações que deveriam virar um "manual de ética" incorporado às redações dos meios de
comunicação (risos, muitos risos).
"Jornalismo não pode
virar uma arma de destruição"
Entre as recomendações fundamentais de Mario Bergoglio para quem
"faz a informação" estão as de "amar a verdade",
"viver com profissionalismo", e "respeitar a dignidade
humana". Assim, o jornalismo não será transformado em uma "arma de
destruição" de pessoas e de povos e "não alimentará o medo em relação
aos imigrantes".
Depois que Viganò e Iacopino fizeram suas primeiras considerações, o Papa
revelou como os jornalistas, "quando têm profissionalismo", são
"uma coluna importante, um elemento fundamental para a vitalidade de uma
sociedade livre e plural" e têm uma "grande responsabilidade".
Sobre o fato de que os jornalistas devem "amar a verdade", Francisco
explicou que "a questão é ser honesto consigo mesmo e com os outros. Essa relação é o 'coração' de toda comunicação". "Isso é mais verdadeiro para quem faz da comunicação o seu próprio ofício e
nenhuma relação pode se reger e durar no tempo se está apoiada na
desonestidade".
E com o fluxo ininterrupto de fatos 24 horas por dia, "não é sempre fácil
chegar na verdade" e que "na vida nem tudo é branco ou preto e por
isso no jornalismo é preciso saber discernir os tons de cinza", disse o
Pontífice. "Mas esse é o trabalho difícil e necessário de um jornalista: o
de chegar o mais perto possível da verdade dos fatos e nunca dizer ou escrever
uma coisa que, em consciência, se sabe que não é verdadeira", afirmou
Francisco. Já sobre "viver com profissionalismo", o conceito foi
ligado por Bergoglio à "necessidade de não se submeter a interesses
escusos, seja econômicos ou políticos. O trabalho do jornalismo,
ousarei dizer a sua vocação, é, através da atenção e do carinho pela pesquisa
da verdade, fazer crescer a dimensão social do homem, favorecer a construção de
uma verdadeira cidadania", explicou o Papa.
Para Francisco, trabalhar com profissionalismo significa "ter no coração
um dos pilares da estrutura de uma sociedade democrática". O religioso também
lembrou que "no curso da história, as ditaduras, de qualquer orientação
política, sempre procuraram não apenas tomar conta dos meios de comunicação,
mas também impor novas regras à profissão dos jornalistas".
E sobre "respeitar a dignidade humana", esse conceito é importante
porque se trata "da vidas pessoas" e, se uma delas for difamada, ela
pode ser "destruída para sempre", disse Bergoglio. "A crítica é
legítima, e direi mais, necessária, como uma denúncia ao mal, no entanto o jornalismo não pode se transformar em uma arma de destruição de pessoas
e até de povos".
Para Francisco, o jornalismo também não "deve alimentar o medo diante às
mudanças ou aos fenômenos como as migrações forçadas geradas pela guerra ou
pela fome". E por fim, o Papa afirmou que a profissão "é um
instrumento de construção, um fator de bem comum, um acelerador de processos de
reconciliação".
Observando esse espaço
aconchegante, diversas considerações constatam a importância de um projeto
executado de acordo com as necessidades dos clientes.
Se não, vejamos.
A foto pressupõe a
existência de um sofá em primeiríssimo plano.
Cujo está de frente
para uma estonteante televisão emoldurada por uma esfuziante iluminação dourada
que valoriza e determina a importância do meio de comunicação.
O aconchegante tapete
incentiva a boa convivência certamente celebrada quando todos os presentes respondem, em uníssono, ao "Boa Noite" do Bonner.
A preocupação com a
boa forma dos anfitriões que, claro, se instalam no sofá, fica evidente pela
distância entre seus assentos e a mesa onde repousam acepipes variados além do
obrigatório espumante.
Ou seja, eles se
mantém em saudável movimento enquanto aguardam as emocionantes cenas da novela.
Os privilegiados
convivas que se localizam nas poltronas - lindas, modernas e que, pela
inclinação dos assentos, propositalmente dificultam o ato de alcançar a mesa de
centro - são agraciados com o saudável exercício de abdominais, alongamentos e
afins.
Além de serem
remetidos à agradáveis lembranças dos torneios de tênis que assistiram em Roland
Garros, Wimbledon e outros tantos. Uma vez que ficam todo o tempo revirando a
cabeça entre a televisão e os anfitriões instalados no sofá.
Estes, além do prazer
inenarrável de receber seus convivas, desfrutam de outro prazer maior ainda:
pilotar o controle remoto da televisão, do som, da iluminação, da cortina e do
bip eletrônico que, quando acionado, provoca saudáveis choquinhos nas partes
íntimas dos felizes serviçais.
Resumindo, temos uma aula de como satisfazer a seleta clientela.
As pessoas não me davam papo, não
retornavam, fingiam que não me viam na rua e, quando não tinha jeito, sempre
abreviavam a conversa com a eterna desculpa da pressa pelos muitos afazeres.
Mas, ao seguir esse método fantástico,
minha vida mudou!
Agora todos me cumprimentam, meu
telefone não para de tocar, mulheres me lançam olhares cheios de promessas e os
amigos...
Já perdi a conta de tantos que eles
são!
E qual é esse método fantástico?
É simples, prático e envolve ações que
qualquer um pode desenvolver. As principais são:
1. Fique rico e demonstre isso.
2. Em não ficando, finja!
Antes de prosseguirmos, um aviso
importante:
ligando AGORA você receberá o método
completo por apenas 10 parcelas de R$ 99,99!!!
E agora apresentamos um bônus para você,
desinteressante leitor, que deseja mudar radicalmente sua vida social:
Como a segunda opção é mais fácil,
vamos ao procedimento básico:
Invista no aluguel - por apenas um dia
- de uma BMW dourada ou qualquer símbolo de status no gênero.
Estacione no point da moda, desça com
ar entediado, e caminhe lentamente para uma mesa.
Se em 5 (cinco!) minutos sua mesa não
estiver apinhada de grandes e velhos 'amigos' e 'amigas', nós pagamos o valor do
aluguel da 'machina'.
Saia do ostracismo! Ligue Djá,
adquira nosso método completo e garanta seu sucesso social!
The Byrds que,
originalmente era formado por Jim McGuinn, Gene Clark e David Crosby, arrebentou
no meio da década de 60 com
"Mr.
Tambourine Man" do Bob Dylan e depois com essa "Turn! Turn! Turn!" do Pete Seeger (1919/2014).
Cujo era do balacobaco!
Pioneiro
da música de protesto contra a guerra e a favor dos direitos civis, autor das
canções "Where Have All the Flowers Gone?", "If I Had a
Hammer" e "Turn! Turn! Turn!", que foram gravadas por vários artistas
de todo o mundo.
"Where
Have All the Flowers Gone?" foi popularizada por Marlene Dietrich Johnny
Rivers e Peter, Paul and Mary; If I Had a Hammer", por Trini Lopez e
Peter, Paul and Mary.
Na verdade, em Turn! Turn! Turn! ele só fez o título e
a última frase: "I swear it's not
too late".
O restante é de
autoria do Livro de Eclesiastes, tradicionalmente designado como sendo o Rei
Salomão.
Segue a letra:
To
every thing there is a season, and a time to every purpose under the heaven:
A
time to be born, and a time to die;
a time to plant, a time to reap that which
is planted;
A
time to kill, and a time to heal;
A time to break down, and a time to build up;
A
time to weep, and a time to laugh;
a time to mourn, and a time to dance;
A
time to cast away stones, and a time to gather stones together;
A
time to embrace, and a time to refrain from embracing;
Como dizia Agildo
Ribeiro, -"Sí-fu-dê-ram!". (Ou
quase.)
É o seguinte: em 2009,
na 25a. rodada o Flamengo era 7o. colocado, com 8 pontos atrás do Palmeiras,
então líder.
Seguiu batalhando e na
30a. rodada foi à vice-liderança após ganhar do Palmeiras que era e continuava
sendo líder desde a 21a.
Wanderley Luxemburgo (argh!) na ocasião técnico do Santos - em
cagagésimo décimo terceiro após um empate com o Barueri - faltando oito rodadas
para terminar, declarou: -"Deixaram o Flamengo chegar. Agora..."
Aí o time caiu um
pouco e voltou à vice-liderança na 35a. rodada agora 2 pontos atrás do São
Paulo com o Palmeiras em 3o. - depois de empatar com o Sport Recife - um
pontinho atrás de nós.
Na penúltima rodada o
Flamengo ganha do Corinthians e o São Paulo perde pro Internacional. Mengão na liderança
dois pontos na frente do Inter.
Na última rodada,
ganhamos do Grêmio e... Hexa!
Com Andrade, grande
jogador e grande técnico logo jogado pra escanteio como era (?) de praxe na
Gávea.
Então, é o seguinte:
terminamos hoje a 25a. rodada na vice-liderança, depois de um empate com uma
expulsão marota ainda no primeiro tempo, sem torcida no estádio por outra decisão marota
do stjd, jogando bem, o grupo está fechado, o professor está dando todo o
apoio, uma hora dessa voltamos a jogar no Maracanã, contamos com essa torcida
maravilhosa e vamos dar tudo de si.
Resumindo: o cheirinho
de hepta já virou cheirão e se espalha pela Nação. Nação Rubro Negra, bem
entendido.
Porque o cheiro que
está vindo da pretensa nação verde amarela é bem outro...
A propósito: Meninos,
eu vi! Que powerpointzinho mais safado esse apresentado hoje, hein? Coisa de
envergonhar aluno do primário.
Esse
cartoon genial, pra variar, do Duke resume meu pensamento sobre esse circo de
horrores que vivemos nesses dias obscuros.
Para
confirmar meus, primeiramente, maus
presságios, dou de cara com a notícia abaixo:
Após
57 anos McDonald's tira do Bob's
o milk-shake de Ovomaltine
O
McDonald’s anunciou, nesta terça-feira (13),
seu polêmico lançamento: milkshake
de Ovomaltine.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a gigante conseguiu os
direitos sobre a marca de achocolatado e garantiu para seu cardápio a bebida
que virou ("virou" como, cara
pálida?? Sempre foi!!) queridinha pelos fãs de fast food no Brasil.
Definitivamente,
é o final dos tempos civilizados.
Premiado
por instigantes conversas com um grande amigo, seguido pelo Flamengo ganhando de virada, acabo tropeçando nessa criatura que se mandou cedo demais para meu gosto.
O
que me remete a um pensamento deveras profundo:
"Não
tenho saudades de você. Tenho saudades do que você poderia ter sido."
Em
português claro é o genérico que nós ansiosos, porém econômicos, usamos em vez
do Frontal.
Só
que, tanto pra um quanto pra outro, é preciso receita. Azul. Gerada por alguns poucos
ungidos guardiões da saúde.
Carimbada e documentada. Com firma reconhecida.
Resumo
da ópera: meu estoque está no fim, os ungidos guardiões só tem agenda para o
início de dezembro (vai ter doidão assim
lá no Afeganistão, né não?) e o pânico começa a se instalar em meu id
(que é regido pelo princípio do prazer; cujo
ele, o id, não está tendo nenhum).
Aí,
sortinha, constato mais uma jamais imaginada razão de ter escolhido a orla mais linda do planeta
para viver.
Basta
chegar na varanda e olhar para aquela coisa imensurável, inexplicável,
inenarrável, indescritível e quantos mais 'ins' vocês possam pensar.
Resultado:
a angústia diminui na visão do infinito, os pensamentos negativos se diluem no vai e vem intenso do
verde e azul, as inseguranças se transformam em espumas esparsas na areia e as
dúvidas se tornam certezas calmas e proporcionais às ondas que quebram, mansas,
na minha frente.
(Mas, que um alprazolamzinho facilita essas divagações, é inegável.)
Segue,
com a colaboração inestimável do Pedro Zambarda via DCM, uma listinha porreta
dos "jornalistas" que habitam os corações e mentes dos "homens
de bens".
(Claro, para minha eterna
execração junto aos meus, espero que ainda, incontáveis amigos temerários.)
Arnaldo Jabor, Augusto Nunes, Márvio Lúcio
dos Santos Lourenço - o Carioca, Carlos Alberto Sardenberg, Diego Escosteguy, Diogo
Mainardi, Eliane Cantanhêde, Felipe Moura Brasil, Joice Hasselmann, Jorge
Moreno, José Nêumanne Pinto, Kim Kataguiri, Marco Antonio Villa, Merval Pereira,
Míriam Leitão, Olavo de Carvalho, Rachel Sheherazade, Reinaldo Azevedo, Ricardo
Noblat, Vera Magalhães, William Bonner e Renata Vasconcellos, William Waack.
Editorialistas do Estadão: Antonio Carlos
Pereira, Nicolau Cavalcanti, Marco Antonio Rocha, Lourenço Dantas Motta, José
Eduardo Faria, Antonio Ferreira Paim, Jorge Okubaro, Marco Zuckerman, Rolf Kuntz
Time da GloboNews: Renata LoPrete,
Cristiana Lôbo, Gerson Camarotti, Leilane Neubarth, Andreia Sadi, Jorge
Pontual.
O
HUP - Haja Utilidade Pública, em sua incansável missão de bem informar, traz para vocês um breve resumo do Guia Prático de Combate às Dores em Geral.
Dor de Cabeça Amena - ignora, finge que não é com você.
Ela se sente desprestigiada e se manda.
Dor de Cabeça
Irritante - 4 ou 5
neosaldinas.
Dor de Cabeça Recorrente - livre-se, ci-vi-li-za-da-men-te, da causa. Cuja, é claro que você sabe muito bem qual é.
Não se faça de bobo.
Dor de Dente - dentista. Não conheço outro
remédio. Se alguém souber, pê-la-môr-dê-deus, me conta.
Dor no Joelho - se você estiver caminhando e o
joelho começar a reclamar, mude, sutilmente, o ângulo da pisada. É tiro e queda.
A dor sai do joelho e vai para a batata da perna (ou panturrilha como gostam os
"istas").
Dor na Panturrilha
(Batata da Perna) -
se causada pelo procedimento acima citado, é só repetir a estratégia. A dor
volta para o joelho mas, com sorte, você já está regressando à base onde um
bendito diclofenaco te aguarda.
Se
não, um mergulho no mar acompanhado de um suave alongamento embalado pelas ondas de água morna (que você só encontra da Bahia para cima) costuma resolver.
Dor de Cotovelo Amena - caia na noite, descole uma desavisada,
encha a cara, deite, role e acorde de ressaca. Resultado garantido uma vez que
você estará cheio de afazeres para desfazer as bobagens da noite anterior e não vai nem lembrar mais da causadora da insanidade.
Dor de Cotovelo Forte - concentre-se num defeito da criatura.
De preferência um bem bobo como, por exemplo, uma pinta estacionada em local não
muito adequado, um dedão do pé desproporcional, coisas no gênero.
Decidida
esta parte, crie um mantra no estilo "...
Mas aquele dedão, hein? Deus me livre!".
Isto deverá ser repetido sem
descanso enquanto você estiver acordado. E, ao dormir, com uma sortinha você vai
sonhar com o dedão apavorante.
A cura virá rapidamente.
Então,
saudável leitor, aproveite nossa promoção!
Se alguma outra dor estiver te atormentando, não se acanhe!
Ligue Djá! Satisfação garantida ou sua paciência de volta.
Não
é o que você, atento leitor, pensa ao ver essa foto?
O
"pobrema" é que, segundo o UOL, essa imagem faz parte de um conjunto
de fotos feitas num "ensaio" dentro de um bordel em Bangladesh - onde
a prostituição é legalizada.
Apelação
é pouco. Relembre aí, venerável leitor, quantas cenas parecidas com essas você
viu lá na sua longínqua adolescência nas "Guaicurus" da vida?
E
agora vira "documento". Me
dê saco.
Puteiro
é puteiro em qualquer lugar do mundo.
E
ali, como todos nós - machos alfa - sabemos
e já presenciamos, acontecem coisas indescritíveis todos os dias.
Fazer
disso um "documento" é, na minha opinião, falta de assunto ou pior, associa
a profissão mais antiga do planeta à coisa de quinto mundo.
Claro,
tudo em nome da, tão em voga, moral e bons costumes dos 'homens de bens'
tupiniquins. Cujos, com certeza, saciam suas fantasias em ambientes mais
chiques e recatados.
"... muitos ainda
falam num país dividido como se isso fosse um problema, pois, segundo eles,
melhor seria um país unido pela ‘paz’ da ignorância e da passividade.
Esses mesmos
que repetiram incansavelmente a ‘ideia’ de que havia uma censura e uma ditadura
petista-bolivarista-esquerdista, são os que agora se calam diante dos abusos e
da repressão policial."
Foi sancionada e
publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (2) a
Lei 13.332/2016, que modifica os limites para a abertura de créditos
suplementares sem necessidade de autorização do Congresso.
Dois
dias. Foi o tempo necessário para escancarar de vez o golpe.
Temer é praticante do lado obscuro da filosofia CASPOP... obs.: como podemos observar, por uma incoerência da realidade, a foto apresenta as grades no lado errado.
Em tempos que as 'pessoas de bens' passam a odiar Chico Buarque, nada mais acertado do que prestigiar outro que passou, para eles, de gênio a, no mínimo, estúpido. Então, segue mais uma das incontáveis crônicas (para mim) geniais do Luis Fernando Verissimo:
Zeloso guardador
01/09/2016
- 15h00
No outro dia estive
conversando com meu anjo da guarda. Há tempo não nos falávamos. Na verdade, na
última vez que me dirigira a ele, eu tinha uns 7 ou 8 anos. Começamos a
conversa lembrando aquele tempo.
— Como era mesmo que
eu dizia? “Santo anjo do Senhor, meu zeloso guardador...” Ele sorriu.
— É. Todas as noites,
antes de dormir. E sempre terminava me pedindo para proteger toda a sua
família, os amigos, os vizinhos e o doutor Getúlio Vargas.
— O doutor Getúlio
Vargas?!
— Faz tempo. Foi você que não
quis mais falar comigo. Eu continuei ouvindo.
— Pois é. Perdi a fé.
Não acreditava mais em você. Aliás, continuo não acreditando.
— Tudo bem. Não é
razão para não conversarmos. Eu não tenho preconceito.
— Teve uma coisa que
sempre me intrigou: você, se existisse, seria o meu guardador particular, ou
cada anjo cuidaria de várias pessoas ao mesmo tempo? Isso explicaria o fato de
tantos morrerem fora de hora, enquanto outros sobrevivem. Os anjos da guarda
não estão sobrecarregados?
— Não, não. Minhas
instruções são cuidar de você com exclusividade. Dedicação integral. Sete por
vinte e quatro, sem folga nos fins de semana.
— Eu não lhe dei muito
trabalho, dei? Tive uma vida pacata...
— Bom, precisei
intervir algumas vezes. Esta você nem vai se lembrar. Ainda garoto, você foi
soltar um foguete e não se deu conta de que estava apontando o lado errado para
cima. Se não fosse eu cochichar “Vira! Vira!” no seu ouvido, no último minuto,
o rojão teria entrado no seu peito.
Outra vez você estava num avião que saía do
Galeão para Porto Alegre, e a decolagem teve que ser abortada na metade da
pista. Poderia ter sido uma tragédia se não fosse a minha intervenção. No caso,
intervi para salvar o seu ego, já que todo o time do Flamengo estava no avião,
e o seu nome só sairia nos jornais sob “Também morreram...” .
— Mas fora isso...
— Fora isso, não tenho
do que me queixar. Está sendo uma missão tranquila.
— Posso lhe pedir uma
coisa, como fazia antigamente, quando eu acreditava?
— Depende. O que?
— Alguns congressistas
brasileiros... Não dá para...