E os internos que também são divididos entre os seus e os da pessoa amada. Esses são, sem dúvida, os mais intrigantes. Resmungos, fungadas, espirros, pigarros formam a linha de frente das manhãs de qualquer ser humano normal.
Mas os melhores ruídos são as palavras. Em sua maioria absoluta, resultam em grunhidos que só o tempo e a convivência conseguem traduzir.
Eu, por exemplo, levei um tempão para decifrar o significado
de “Cqqqrrrmmmqjjqtt?” e respondia com um seco “Brrmmqstfghss” até entender que
era uma simples e gentil oferta de um queijo quente.
O tempo e a convivência. Que dupla mais endiabrada essa que
cria dialetos, estabelece regras de comunicação inimagináveis e, quase sempre,
colabora para o início de um dia menos chato.
Enfim, cada um tem as manhãs do seu jeito. O que me faz
lembrar de um grande amigo cujo, insuflado por uma animada senhorinha a fazer
exercícios matinais, retrucou com solenidade:
“Posso não. De manhã eu tusso.”
“Posso não. De manhã eu tusso.”
Zé Arti: no inicio até achei que vc fosse perambular por outros ruídos matinais, mas esse final é supimpa: "Posso não. De manhã eu tusso". Só vc mesmo. Dei boas risadas. Abração, Fuca
ResponderExcluirFucão Sumidão,
Excluirdevo confessar que foi grande a tentação de partir para a escatologia...
E o final é verídico!
Abração, Feliz Ano Novo, etc.