quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

RUÍDOS MATINAIS

Dividem-se em categorias: os externos - motores, buzinas, sirenes etc se você estiver na cidade e pios, coaxares (boa essa, hein?) e barulhos não identificados se você estiver no mato.

E os internos que também são divididos entre os seus e os da pessoa amada. Esses são, sem dúvida, os mais intrigantes. Resmungos, fungadas, espirros, pigarros formam a linha de frente das manhãs de qualquer ser humano normal.

Mas os melhores ruídos são as palavras. Em sua maioria absoluta, resultam em grunhidos que só o tempo e a convivência conseguem traduzir.
Eu, por exemplo, levei um tempão para decifrar o significado de “Cqqqrrrmmmqjjqtt?” e respondia com um seco “Brrmmqstfghss” até entender que era uma simples e gentil oferta de um queijo quente.
O tempo e a convivência. Que dupla mais endiabrada essa que cria dialetos, estabelece regras de comunicação inimagináveis e, quase sempre, colabora para o início de um dia menos chato.
Enfim, cada um tem as manhãs do seu jeito. O que me faz lembrar de um grande amigo cujo, insuflado por uma animada senhorinha a fazer exercícios matinais, retrucou com solenidade:
“Posso não. De manhã eu tusso.”

2 comentários:

  1. Zé Arti: no inicio até achei que vc fosse perambular por outros ruídos matinais, mas esse final é supimpa: "Posso não. De manhã eu tusso". Só vc mesmo. Dei boas risadas. Abração, Fuca

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    Respostas
    1. Fucão Sumidão,
      devo confessar que foi grande a tentação de partir para a escatologia...
      E o final é verídico!
      Abração, Feliz Ano Novo, etc.

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