E ele lá no fundo, aos berros: -“Gostoosa! Tesãão!!”
Um cara ao lado, chateado, fala com ele:
-“Pô, cara, é minha mulher.”
E ele, com aquela cara miserável, prossegue no mesmo tom:
-“Interessaante! Pessoa interessaante!!”
Rá-rá-rá, mais cerveja
e ela me sai com essa:
-“Fulana de Tal é a
pessoa mais interessante que eu conheço.Quem é a pessoa mais interessante que você conhece?”
-“Fácil. É o Veríss...”
-“Não vale. Você só conhece o que o Veríssimo escreve.
Não conhece a pessoa.”
-“Então, sou eu.”
-“Também não vale. E, além do mais, você não é essa interessância toda...”
-“Sou sim!” (Afinal, se eu não me achar interessantíssimo, o quêqueutô fazendo nesse disco?)
-“Deixa de preguiça. Tem que ser alguém que você conheça, mas tem que ser sem julgamento de amor, amizade, etc. Pessoa interessante pelas ideias, pelas posições, pelos questionamentos.”
Pronto. Estabeleceu as
regras e esculhambou de vez com a minha avareza cognitiva (vide post mais abaixo).
Aí, danou-se: é um grande esforço
separar a afinidade e a amizade do racional e factual. Depois de muitas
divagações cheguei a duas, para mim, surpreendentes conclusões:
1. A grande
dificuldade que tenho em fazer essa separação é diretamente proporcional à facilidade
de aceitar como interessantíssimos os (poucos)
amigos que coleciono;
2. Dentro das regras
estabelecidas, as pessoas mais interessantes que eu conheço não necessariamente
têm as mesmas ideias que eu em relação a um monte de assuntos. O que, dependendo
do desprendimento momentâneo, pode tornar a conversa um ótimo exercício de
convivência ou uma chatura inenarrável.
-“Arrã... Última
cerveja, tá?”
Pai!!
ResponderExcluirQue absurdo!!
A pessoa mais interessante que você conhece SOU EU!!!
(E aposto que a "Fulada de Tal" no caso, soy yo!!!)
Errou uma vez e meia...
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